Turma Formadores Certform 66

Sunday, December 31, 2017

Feliz Ano Novo!

O ano de 2017 está quase a chegar ao fim. O 2018 já se perfila no horizonte próximo. É altura dos votos usuais nesta data. A todos os que me têm acompanhado durante este anos e em anos anteriores,  bem como, os que me irão acompanhar no futuro, quero aqui deixar os meus mais profundos e sinceros votos dum Feliz Ano Novo! Com muita saúde, amor, felicidade. Bom Ano de 2018 para todos!

Final de ano feliz!...

Acaba hoje o ano de 2017. Muita coisa ocorreu durante estes 365 dias. Umas boas, outras nem por isso. Mas quero aqui ressalvar duas situações que muito mexeram comigo durante este ano que agora finda. Ambas têm a ver com animais, como seria expectável que acontecesse. A primeira prende-se com a enfermidade do Nicolau. Esse meu velho companheiro de tantos anos, que chegou a paralisar totalmente, e do qual nunca pensei que recuperasse. Aqui fica um obrigado à diretora do Hospital Veterinário do Padrão, a Dra. Susana Melo e à sua equipa, o Dr. Pedro e a Dra. Raquel, equipa dedicada que tudo fez para salvar o Nicolau. Sempre me disseram que ele iria recuperar, mas confesso que, tal qual o vi-a, tinha dificuldade em acreditar. Mas assim foi. E o Nicolau cumpriu mais um seu aniversário, já lá vão 15 e, embora com limitações, vai fazendo a sua vida normal com total autonomia. Aqui está uma boa notícia. Mas este ano de 2017 não iria findar sem que outra boa notícia enchesse o meu coração. E tal prende-se, como já devem ter adivinhado, com a nova situação do Repinhas. Um cão já velho, na casa dos 15 anos, que vi praticamente nascer, e que desesperei todo este tempo na busca duma situação para lhe dar um final de vida digno. Quando tudo à minha volta parecia ruir, eis que uma solução apareceu pela mão dessa grande defensora dos animais que é a Margarida. Disponibilizou-se a recebê-lo e a encontrar uma solução para o que lhe resta de vida, com carinho e amor. E assim aconteceu. Uma sua amiga, a Cris adotou-o e ele é hoje um cão livre e feliz, sem ter que andar a lutar para encontrar comida ou água fresca ou um abrigo para a chuva ou para o frio. E isso encheu-me o coração de felicidade. Aqui deixo, mais uma vez, os meus agradecimentos à Margarida Ferreira e a Cris Pinto. Sem elas este milagre não teria sido possível. Do coração vos estou grato. E assim, decorreu um ano com coisas positivas e outras nem tanto, mas que termina com esta alegria de ver duas vidas inocentes recuperadas: uma à doença, outra à indiferença dos seres dito humanos. E só por isso, já valeu a pena. Que o próximo nos traga muitas coisas boas, ideias superiores, atitudes nobres, pensamentos positivos. A todos vós, especialmente aos que cuidam e protegem os animais, deixo os meus votos dum Feliz Ano Novo!

Intimidades reflexivas - 1165

"Eu sobrevivi à guerra e perdi muito. Sei pelo que vale a pena lutar e pelo que não vale. A honra e a coragem são questões viscerais, e, se um homem é capaz de matar por alguma coisa, também, às vezes, é capaz de morrer. É por isso, irmão, que a mulher tem a anca larga; aquela bacia óssea abrigará tanto um homem como o seu filho. A vida de um homem brota dos ossos da sua mulher, e é no seu sangue que a sua honra é batizada. Só por amor, eu atravessaria outra vez o fogo." - Diana Gabaldon in 'A Cruz de Fogo'.

Saturday, December 30, 2017

A propósito de pequenos 'demónios' e outras tonterias

De novo volto aqui para falar à Margarida Ferreira. (Qualquer dia passo a ser o seu cronista oficial, coisa tão cara aos monarcas da nossa História!) Tenho seguido de perto aquilo que escreve para além da sua obra de que aqui - e por diversas vezes - já dei nota. E volto a esta grande Senhora com uma enorme obra em prol dos animais por duas ou três frases que vi escarrapachadas no seu mural e que muito me impressionaram. "E de repente nada faz sentido..." foi a frase (de entre tantas outras) que me agitou a consciência. E queria aqui dizer que tudo faz sentido. Sei que a Margarida está a passar por um momento menos bom que tem a ver com a sua saúde, mas também sei que existem outras razões para a trazer amargurada. Esta grande Senhora merecia (merece) todo o respeito. Sei que por vezes a pequena trica, a pequena inveja, são motores que podem prejudicar, mas sei também, que quem tem a razão consigo nunca a perderá. A Margarida sabe que tem muitos amigos, reais e virtuais, uns perto, outros nem por isso, mas que estão atentos à sua pessoa, à sua obra e ao que se diz de ambas. E isso só por si, já é demasiado importante, para a fazer pensar de maneira diversa. Como dizia Pessoa: 'Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena', e a Margarida é daquelas mulheres de alma grande. Mas como à mulher de César ' não basta sê-lo, mas parecê-lo' aqui fica o repto. Hoje ao voltar ao mural da Margarida vi algo que voltou a incomodar-me. Lê-se: "Próxima tarefa: Abrir a cova. A festa vai começar 😂😂😂". Então que é feito desse seu espírito guerreiro tão celebrizado por tanta gente. Uma ex-paraquedista não pode pensar assim. Sempre senti essa força que irradia e não estou disposto a abdicar desse seu carisma por uma tontaria. Desculpe-me a linguagem, mas não penso que esteja a raciocinar bem. Não somos nós que ditamos o nosso destino, nem somos nós que decidimos quando temos que partir. Deixemos isso para outras esferas. A nós compete-nos viver o melhor possível e deixar um legado que nos honre. E isso, Margarida, tem que sobre e nada tem a temer. Mais adiante insistia a Margarida: "O que será deles, meu Deus!?!!" Sei que se está a referir aos seus animais que protege e a quem vai dando novas oportunidades de vida. Se dá essas oportunidades de vida aos seus animais, bem que está a tempo de dar uma oportunidade de vida a si própria. Até por eles que tanto os ama. Sei que posso parecer maçador, sei que não domino todas as variáveis em torno de si, mas pelo que conheço, sei também avaliar da sua força. E é a isso que eu quero apelar. À Mulher firme, de forte convicção, determinada que é. Levantar a cabeça e seguir em frente é o lema. Infelizmente estou muito distante e apenas vou seguindo os sinais, - qual rasto -, que vai deixando. Mas julgo que não estarei a ler incorretamente os mesmos. Não me leve a mal, não pretendo ser intrometido. Mas, como já lhe disse por diversas vezes, não gosto de a ver assim. A um dia de tempestade, sempre um de sol radioso se lhe seguirá. Este ano está quase a findar, outro há-de aparecer com nova luz. É essa a esperança que tem que guardar no seu coração. Já agora, e porque foi uma mulher das forças especiais, tem que dominar esses pequenos 'demónios' que a vão assombrando. Os interiores e os outros. Sei que é capaz e sei que o vai fazer. Agora!!!... Feliz Ano Novo, Margarida!

Feliz Ano Novo 2018

Cumpre-se o ritual. 365 dias depois voltamos a falar de ano novo. Despedi-mo-nos do velho por vezes com amargura. E renovamos no novo as ansiedades que já tínhamos almejado no anterior. É esta a condição humana, viver de expectativas e ansiedades no ciclo da vida sempre em mutação, até que o tempo se encarregue de fazer de cada um apenas e só uma memória. E aqui estamos de novo, face a face com o desconhecido, com a incerteza que o novo ano transporta. O anterior, - como o novo -, não vai fugir à regra, trás sempre coisas boas e menos boas, todas elas complemento da vida que todos transportamos. O que agora finda não foi exceção. Trouxe coisas boas e más, embora sejam estas últimas que mais carregamos como um fardo pesado. E aqui quero lembrar a enfermidade do Nicolau, - este meu cão, velho companheiro de 15 anos -, que desde meados deste ano que agora finda, piorou substancialmente a sua qualidade de vida. O reverso foi que, entretanto, com muito esforço e determinação, (nossa e dele), ele acabaria por recuperar, embora que parcialmente, fazendo coisas que nunca pensaria que ele voltasse a fazer. Este novo ano, pode ser o último que ele passe entre nós, e isso já nos trás angustiados. Mas certamente que se assim acontecer, algo haverá de mais compensador neste equilíbrio que a vida sempre proporciona. Agora estamos em fase de balanço como sempre acontece nesta época, mas logo, retomaremos o ritmo de vida normal por que assim tem que ser. A esperança de que tudo que apareça seja para melhor, será o bálsamo que continuará a sublinhar a vida de cada um de nós. E com este espírito sempre de expectativa, mas também de equilíbrio, vos venho desejar um Feliz Ano Novo 2018. Que todos os vossos/nossos anseios se realizem dentro daquilo que são os desejos de cada um. Feliz Ano Novo, amigos!

Friday, December 29, 2017

Intimidades reflexivas - 1165

"Ó Senhor, dai-me a conhecer o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Eis que Mediste os meus dias em palmos; o tempo da minha vida é como nada perante Vós. Ouvi a minha oração, Ó Senhor, e dai ouvidos à minha súplica; não Vos calais perante as minhas lágrimas, porque sou um estranho para Vós, um peregrino como todos os meus pais." - Oração gaélica para encaminhar os mortos.

Thursday, December 28, 2017

"Outlander - A Cruz de Fogo" - Diana Gabaldon

Mais um livro poderoso de Diana Gabaldon. Desta feita trata-se de "Outlander - A Cruz de Fogo", o quinto livro da série 'Outlander' que tanto sucesso tem tido junto do público. A série 'Outlander' está traduzida em 26 países e em 23 línguas. Isto dá bem a ideia da popularidade que tem tido junto do público leitor. Lê-se na sinopse deste volume da série: '1771. Na Carolina do Norte vive-se um frágil equilíbrio entre os legalistas e os reguladores. E, en­tre as partes prestes a entrar em conflito, está Jamie Fraser, um homem de honra, exilado da sua amada Escócia. A sua mulher, Claire Randall, a intrépida viajante no tempo que conheceu nas Terras Altas da Escócia, em 1743, em pleno conflito entre ingleses e escoce­ses, avisa-o de que a guerra está eminente. Apesar de não querer, terá de acreditar nela, pois Jamie está ciente de que não pode ignorar o conhecimento que só uma viajante do tempo poderia ter. A visão única de Claire sobre o futuro é uma tocha cintilante que a poderá guiar pelos perigosos anos que se avizinham ou atear um fogo que reduzirá a sua vida e a dos seus a cinzas...'  Este grosso volume, tal qual os anteriores, estende esta estória por mais de 1300 páginas que se lêem com deleite e sofreguidão. Por vezes irónico, com uma sensualidade enorme, até algum erotismo à mistura, Diana Gabaldon prende os seus leitores e amarra-os até ao fim da estória sem dar tréguas. Com a força duma estória que começa na velha Escócia, que atravessa o Atlântico até aos Estados Unidos, a saga vai-se desenvolvendo com força e mistério. (Gente que viveu no século XX e agora se reencontra na vida do século XVIII). Não esqueçamos que Claire Randall é uma viajante no tempo que pode prever o futuro embora se adapte e não interfira com ele. Um livro fantástico a colher a vossa melhor atenção. Quanto à autora, Diana Gabaldon é uma escritora americana de ascendência mexicana e inglesa. Licenciada em Zoologia, mestre em Biologia Marinha e doutorada em Ecologia, foi professora universitária durante 12 anos. Vive em Scottsdale, Arizona, com a família e dedica-se exclusivamente à escrita. Para os mais interessados, informo que a famosa série 'Outlander' está a ser adaptada à televisão por Ronald D. Moore e encontra-se em exibição no nosso país, no canal TV Séries. Os outros livros da série têm por títulos, 'Nas Asas do Tempo', 'A Libélula Presa no Âmbar', 'A Viajante' e 'Os Tambores de Outono'. Altamente recomendável a pedir a vossa descoberta urgente. A edição é da Casa das Letras.

Wednesday, December 27, 2017

Intimidades reflexivas - 1164

"Rir é correr o risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor os seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender os seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem." - Séneca (4 a.C.-65 d.C.)

Tuesday, December 26, 2017

Intimidades reflexivas - 1163

"Os conhecimentos podem ser transmitidos, mas nunca a sabedoria. Podemos achá-la; podemos vivê-la; podemos consentir em que ela nos norteie; podemos fazer milagres através dela. Mas não nos é dado pronunciá-la e ensiná-la." - Hermann Hesse (1877-1962) in 'Siddartha'

Monday, December 25, 2017

Boas Festas

Feliz Natal
Merry Christmas
Fröhliche Weihnachten
joyeux Noël
buon Natale
Feliz Navidad

Mensagem de Natal

É possível criar falsos deuses, ídolos à nossa imagem e semelhança, mas trata-se só disso: de falsificações. O verdadeiro Deus está perto e há que procurá-lo no próximo. E é esta mensagem de salvação para o nosso mundo. Porque é necessário restituir ao ser humano, a todos sem exceção, a sua dignidade para assentar as bases de um mundo de paz. Enquanto o ser humano for humilhado, discriminado, explorado, excluído, abandonado, sequestrado e assassinado, será impossível a paz e o progresso.  

Feliz dia de Natal

Há muito que a noite e o dia de Natal são dias de muita tristeza para mim. Tristeza por memórias passadas que já não voltam. Tristeza pelos entes queridos que já não estão. Tristeza por uma enorme incapacidade de me superar face a tudo isto. Por uma razão ou por outra, estes dias são, talvez, os piores do ano para mim. Mas também é nesta altura que busco a minha redenção, que ainda não atingi. Daí a pressa com que estou de que este dia passe. Contudo, pareço uma criança em loja de brinquedos a quando da sua preparação. Alegria essa que vai-se transformando à medida que este grande dia aparece. Talvez avassalado por imensas memórias. Talvez esmagado por imensas recordações. Talvez atormentado por pensamentos que não gostaria de ter e/ou relembrar. Por tudo isto, este dia tão especial tem para mim um significado diverso. Cada um vivê-lo-á à sua maneira, certamente, e espero que seja um dia feliz para todos vós. Do coração vos desejo um Feliz Natal.

Sunday, December 24, 2017

Boas Festas

Feliz Natal
Merry Christmas
Fröhliche Weihnachten
joyeux Noël
buon Natale
Feliz Navidad

4º domingo do Advento

Celebrar o Natal é abrir a nossa vida, desde o seu íntimo, à sua presença e ao seu Espírito, numa disponibilidade permanente para O deixar agir em nós e através de nós. Como Maria.

O Nicolau chegou há 15 anos

Este será um Natal diferente para nós. Este será um Natal dedicado ao nosso querido Nicolau. (Talvez seja o último que passa connosco). Como bem sabem, desde que o Nicolau ficou doente nunca mais pode ficar sozinho. Sempre que um sai o outro tem que ficar em casa. É muito limitativo para a nossa vida, mas tem que ser assim até que os dias do Nicolau se esgotem na ampulheta do tempo. Já disso tínhamos sido avisados pelos veterinários que o trataram. A alternativa seria o seu abate, coisa que estava, de todo, fora da nossa intenção e que os veterinários também não queriam. E ainda bem que foi assim. Ele teve a sua segunda oportunidade. O Nicolau lá vai continuando com a sua vida. Bastante limitado pela doença e também pela idade. Faz 15 anos hoje que resgatei o Nicolau à rua. Bebé ainda. Era, tal como hoje, véspera de Natal daí o nome de Nicolau. (Foi nesse dia a melhor prenda de Natal que poderia ter recebido). Eram 7 horas da manhã, depois de ter chorado a noite inteira, debaixo dum enorme temporal, lá o encontrei submerso num carro a tiritar de frio. (Durante a noite pensei que fosse algum cão na varanda de algum prédio, depois percebi que não era assim, e arrependi-me de não ter ido verificar mais cedo a situação). Mas ele estava fadado para ser o novo membro da família. E assim foi. (Foi a nossa alegria, mas também, a alegria da cadela que tínhamos, a Tuxa, que foi a sua mãe adotiva e com que esmero sempre o tratou até à sua morte). Nunca me arrependi de o ter feito. O Nicolau sempre nos esteve grato por isso. Não nos larga. Anda sempre atrás de nós, - e agora mais do que nunca -, porque sabe das suas limitações e da ajuda que pode precisar a qualquer momento. Esteja onde estiver, ele sempre vem deitar-se à minha beira. Sempre o fez. Com aquele amor incondicional, puro e sincero que só um animal é capaz. A vida dele, nos dias que correm, passou a ser mais regrada. Desde a alimentação até ao esforço que faz. Todos os dias, a horas regulares, ele tem que tomar a sua medicação. Já está habituado e aceita bem. Tem que ter o seu descanso com muito sossego depois de a tomar. Caso contrário, ninguém dorme a noite toda. Apesar das dificuldades, o Nicolau vai vivendo o seu dia a dia com a alegria possível. E para ele, a alegria é ter-nos junto dele. Este será, de facto, um Natal diferente para nós. Porque tem que ser assim. Porque ele merece. Porque pelos animais tudo fazemos. E agora que ele está a escoar os seus dias de vida, ainda o fazemos com mais afinco. Porque o Nicolau é muito mais do que um cão. O Nicolau é o nosso outro membro da nossa pequena família. Quero aqui agradecer a todas as pessoas que desde meados deste ano acompanharam o evoluir do estado de saúde do Nicolau. Muitas vezes desesperei porque não pensava sequer que ele voltasse a andar. O chegar ao Natal era algo que nem me atrevia a pensar. E vós fostes, nesse momento particularmente difícil para nós, um esteio firme onde me apoiei quando tudo à volta parecia que ia desabar. Estou assim, muito grato por tudo que fizeram, - e que fazem ainda -, sempre que me perguntam como ele vai e se alegram com as fotos e as notícias que dele dou. Agradeço do fundo do coração a todos. Assim, deseja-mo-vos um Feliz Natal. São os nossos votos e do Nicolau também. Lutem pelos vossos animais porque eles são o que há de mais puro entre nós. Boas Festas!

Mensagem natalícia

“Eu serei a sua voz. Dos cães cozidos vivos na Coreia; dos golfinhos massacrados no Japão; das baleias caçadas na Noruega; dos touros apunhalados em Espanha; dos burros explorados no Nepal; das raposas dilaceradas em Inglaterra; dos elefantes acorrentados na Índia; dos ursos, lobos e bisontes mortos nos EUA; das focas espancadas no Canadá; dos coelhos esfolados vivos na China; dos cães e gatos negligenciados; de todos os animais em laboratórios, zoológicos, fábricas e circos; de todos os animais que têm de suportar o silêncio cruel da indiferença humana. Eu serei a sua voz.” - Foto e texto de Autor desconhecido.

Saturday, December 23, 2017

Boas Festas!


Tenho trazido aqui este postal natalício por diversas vezes. Todos os anos o renovo. Tem um simbolismo muito profundo para mim. Ele simboliza todos os seres de duas ou quatro pernas que são/foram importantes na minha vida. Os meus familiares que já partiram de quem guardo muita saudade, especialmente nesta época, mas também os animais que percorreram/percorrem a minha vida. Simboliza também aqueles(as) que lutam em prol dos animais, muitas vezes com sacrifícios pessoais, mas também daqueles animais acossados, torturados, agredidos, assassinados, que nunca chegaram a ter a consolação dum abrigo onde se acolher, duma casa onde sentissem carinho, dum ser dito humano onde descobrissem amor. Este é um símbolo que muito me marca na vida, especialmente nesta época, que se diz de paz e amor, mas que se vai travestindo sempre, duma hipocrisia por demais evidente, onde os próprios animais são sacrificados em prol da gula do maior predador à face da Terra, o ser dito humano. Isto são alguns pontos de reflexão que sempre faço nesta altura e que quero aqui partilhar convosco. Uma especial saudação a todos aqueles que cuidam do outro: do seu semelhante que sofre ou simplesmente está só; do animal que sempre sofre face à indiferença de quase todos; da natureza que a maioria insiste em destruir. Aproveito o momento para desejar a todos um Feliz Natal e um ano de 2018 o mais interessante para as vossas/nossas vidas. Boas Festas!...

Friday, December 22, 2017

Intimidades reflexivas - 1162

"Se quiseres suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte." - Sigmund Freud (1856-1939)

Thursday, December 21, 2017

Solstício de inverno

Hoje chega o inverno pelas 16,28 horas. Com ele virá o tempo mais inclemente do ano. Mas também o Natal. Não há bela sem senão é usual dizer-se. E nada mais apropriado a esta estação do ano que agora aparece por cá. Que venha por bem, sem calamidades como por vezes acontece no inverno. Já basta as que o verão trouxe. Bem vindo, inverno!

Intimidades reflexivas - 1161

"A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia." - Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Wednesday, December 20, 2017

Intimidades reflexivas - 1160

"Entre os animais ferozes, o de mais perigosa mordedura é o delator; entre os animais domésticos, o adulador." - Diógenes (412 a.C.-323 a.C.)

Tuesday, December 19, 2017

Intimidades reflexivas - 1159

"O homem necessita do pecado para viver, como de especiarias para comer." - Miguel Torga (1907-1995) in S. Pedro de Muel, 23 de Maio de 1949

Monday, December 18, 2017

Bom Natal, amigos! (Ou um Natal cada vez menos alegre)

Eis-nos chegados a mais um Natal! Esta é uma época que para mim assume sempre alguma conflitualidade de sentimentos. Porque para além do brilhantismo das luzes e da alegria familiar, - cada vez mais esparsa à medida que a família encolhe -, sinto sempre aquele lado mais sombrio, especialmente nesta noite, de todos aqueles que sem família,  - ou tendo-a, não têm um teto onde se abrigar -, seja qual for a razão. Mas também os animais preenchem o meu pensamento. Aqueles que estão ao frio e à chuva, por vezes atolados em lama, muitas vezes acorrentados, sem um afago ou um gesto carinhoso para os libertar de tal sina. (E não posso esquecer o meu Nicolau também ele abandonado numa véspera de Natal à quinze anos atrás ainda bebé). Isto sempre me acontece. Todos os dias tenho este sentimento de desconforto, mas especialmente nesta noite, que se pretende de paz e amor, ver essa paz estilhaçada por todo o lado e o amor reduzido a uma mera palavra de circunstância, dói ainda mais. Quando pequeno, estes sentimentos passavam-me ao lado, o que até é natural numa criança na ânsia dos seus brinquedos (que só nesta época se obtinham), num tempo de despreocupação típico da infância. Mas cedo, - talvez fruto da educação que tive ou porque nasci simplesmente assim -, este sentimento de desconforto se foi apoderando de mim. Primeiro, por um indiscutível amor aos animais que foi crescendo desde bem cedo, depois, pela consciência mais apurada de que nem todos tinham um lar - sequer uma família - com quem celebrar o Natal. E aí perdi o chão. Por isso, o Natal desde cedo foi sempre uma festividade partida a meio, perdida entre sentimentos contraditórios. Hoje, bem longe da euforia dos presentes ou da comezaina a preceito como se não houvesse amanhã, o Natal adquire uma certa forma de festividade espiritual - como acho que ele deveria ser celebrado - porque a idade a isso induz e porque quase toda a minha família já se encontra a decorar a minha enorme galeria de ausentes e que aqui quero lembrar. E isso ainda me faz voltar mais atrás, à minha meninice, - aos outros natais, aos natais passados -, aos festejos em torno duma criança que se sentia amada, e cujos protagonistas de tão excelsa condição já cá não estão. Sei que é assim o ciclo da vida e um dia eu também serei uma memória para alguém. (Parto do princípio incerto de que alguém se lembrará de mim depois da minha jornada ter terminado.  Talvez seja um pouco de pretensiosismo o pensar tal coisa, mas enfim, amacia o ego de qualquer forma. Este é um teorema que, naturalmente, carece de demonstração). E assim vai passando este tempo natalício para mim, coisa que aliás, anseio que termine o mais rapidamente possível. (Adoro os seus preparativos que me fazem lembrar a minha meninice, mas à medida que a data se aproxima, apodera-se de mim uma terrível angústia fruto de memórias bem menos eloquentes dum passado não tão distante assim). E, depois do que atrás disse, é fácil perceber por quê. Hoje com a família nuclear ausente há muito, apenas me resta a outra, a família adotiva como gosto de lhe chamar, aquela que gira em torno da minha querida afilhada Inês e que é a família que me resta. (Desculpem-me falar assim, mas vós sóis, - Sandra Ferraz e Airez Ferraz, bem como o Tiago, para além da Inês que enche os nossos corações de luz -, para o bem e para o mal, a minha (nossa) única família, e isso não esqueço nunca. Pelo que sóis, pela maneira como nos tratais, pelo carinho que sentimos por vós. E isso é muito importante e não assume qualquer papel de vacuidade. É apenas um sentimento sincero e puro saído do coração). Também aqui quero recordar duas pessoas a quem hoje dirijo em especial o meu pensamento. Já sabeis quem são: a Margarida Ferreira e a Cris Pinto. Se a primeira, já há muito venho seguindo e a quem tenho dedicado alguns dos meus pobres escritos, a segunda surgiu mais recentemente com muito agrado meu. Ambas têm uma espécie de cordão umbilical que as une - aliás, nos une aos três, permitam-me dizê-lo - que é o meu querido Repinhas. Como se lembram o Repinhas era o último cachorro da chamada matilha de Rio Tinto, e que a ajuda da Margarida e a disponibilidade da Cris, me ajudaram a realizar um sonho já com muitos anos, o de arranjar um lar onde o Repinhas terminasse os seus dias. Ele que representa o animal sofredor, mas resiliente, aquele que nunca teve um lar, nem sempre um prato com comida e uma taça com água. Que nunca teve um aconchego para o frio e o abrigo para a chuva. Um gesto de carinho sequer. Ele que agora tem isso tudo, fruto de dois enormes corações que lá longe, em Bragança e em Macedo de Cavaleiros, respetivamente, souberam interpretar o verdadeiro e real sentido do Natal. A caridade, o amor, a ajuda desinteressada. Para vós ambas, aqui vos deixo o meu mais profundo agradecimento e votos dum Natal muito feliz na medida da grandeza que vós encerrais. A vós me curvo reverente porque o mereceis. Vós sóis o melhor do ser humano. E ao Repinhas - que nunca esquecerei - que tenha um resto de vida digno e que quando chegar a hora de partir deste mundo que leve com ele o sentimento de que ainda há seres humanos dignos desse nome. E posto isto, assim me preparo para celebrar o Natal. Aquele Natal verdadeiro dum ser humilde e que nós confundimos com sumptuosidade, aquele Natal verdadeiro dum ser frugal e que nós confundimos com opulência, aquele Natal verdadeiro dum ser simples e puro que nós confundimos com poder e arrogância. Há muita confusão em torno do Natal - do verdadeiro Natal - e não daquele cheio de neón a ofuscar a visão e a esconder a miséria do outro - humano ou animal -, cheio de presentes a esconder a simplicidade, cheio de mesa farta a esconder a frugalidade da celebração. Um Natal primordial confundido com o consumismo mais desenfreado como tudo o resto na vida dos nossos dias. Esse não é o meu Natal. Esse não deveria ser o verdadeiro espírito de Natal. Mas deixemos estas reflexões para uma outra altura porque a prosa já vai longa. Agora só vos quero desejar a todos, amigos, inimigos ou pessoas para quem sou indiferente, - aqueles de que gosto e aos outros de que não gosto tanto -, um Feliz Natal. (Todos vós sois importantes na minha vida). Que o passeis o melhor possível junto das vossas famílias e/ou amigos. E sobretudo, que tenhais a companhia da vossa consciência, leve, serena e simples, tal como é o simbolismo do Natal. Pelo menos do meu Natal. Bom Natal para todos vós!

Sunday, December 17, 2017

3º domingo do Advento

Um dia, na escola, a professora perguntou ao Daniel: "Daniel, o que é um santo?" A resposta surgiu, espontânea, nos lábios da criança: "Um santo é um homem por onde passa a luz..." Esta resposta, tão simples e profunda, serve bem para definir este dia. A nossa vida, as nossas atitudes, os nossos atos, o nosso relacionamento com os outros, a nossa postura face aos problemas do mundo e da sociedade em que estamos inseridos, devem deixar transparecer, claramente, o que nos habita e inspira. E se tal não acontece, é porque não temos em nós essa luz, ou se encontra muita mortiça, ou ainda, não sabemos lidar com ela verdadeiramente.

No caminho da memória

A vida é feita de memórias, sobretudo, quando os anos vão passando por nós e as memórias são uma espécie que se vai acumulando num saco que se enche com o tempo, por vezes, de coisas boas, outras vezes, nem por isso. E esta memória que aqui vos trago e que convosco quero partilhar, é uma das boas que o meu saco já bastante pesado, transporta. Hoje o meu avô materno e padrinho celebrava o seu aniversário, o 104º. Já há muito que partiu, mas a memória essa ficará comigo até que eu mesmo passe a ser memória para terceiros. Embora não existisse tradição de celebrar aniversários na minha casa, hoje celebro-os na memória dum outro tempo que já à muito passou. Celebro agora estas efemérides com mais fulgor do que nos tempos de então. Coisas da vida que também nos vão modificando. Este meu avô foi o meu mentor ao longo da vida, até à minha condição de homem. Ele sempre esteve presente, sempre como o farol para um barco, - por vezes atrapalhado no meio da tempestade -, mas logo ele aparecia para ajustar o rumo e segurar firme o leme. Tenho dele a maior referência porque foi com ele que praticamente fui educado. (A foto que publico diz isso mesmo. Ele um homem de meia idade e eu uma criança na casa dos três anos. Esta foto é datada da segunda metade dos anos 50 do século passado. Tirada na casa onde nasci. E assim estivemos sempre próximos ao longo da vida. Esta foi uma cumplicidade que existiu até à sua partida). Ele era a pessoa que eu queria imitar quando crescesse não percebendo então, - ainda menino -, que cada pessoa tem a sua estrada a percorrer independentemente de quem são os companheiros de jornada. Hoje era o dia do seu aniversário. Hoje é o dia de me dirigir à minha já enorme galeria de ausentes para o saudar. Feliz aniversário, avô José! Lá onde estiveres que estejas em paz.

A revelação da Margarida!

Ontem dei os parabéns à Margarida Ferreira num texto que, ao que parece teve algum impacto. As mensagens privadas que recebi são disso exemplo. Na altura, afirmei que esperava que a Margarida revelasse os problemas que estava a ter o mais rápido possível para que todos entendêssemos o que se passava. A Margarida acabou por fazê-lo ontem, dia do seu aniversário, num texto profundamente esclarecedor e que abaixo podem consultar. O que me apraz dizer é que acho incrível que uma pessoa como a Margarida que tanto prestígio pode dar à instituição a que pertence, ser assolada por coisas que não dignificam essa mesma instituição. Dirão que é a lei, que é assim que tem que ser, mais isto mais aquilo. Coisa de burocracias bafientas que estão muito aquém da grandeza de alma desta grande Mulher. Ela tem uma obra que, para além de a prestigiar, prestigia o país a que ela pertence. Vai muito para além das leis, burocracias ou quejandos. Porque a grandeza duma pessoa avalia-se por medidas que estão para além do convencional. Não quero aqui tecer nada em torno do que a Margarida disse. Porque ela não precisa que a defendam. Ela melhor do que ninguém sabe da situação. Mas também quero que fique claro que estarei ao lado de pessoas com a grandeza de alma que a Margarida tem. É lá e só lá que me encontrarão, ao lado dos injustiçados, dos acossados, dos marginalizados. E quando pessoas assim têm a grandeza da Margarida ainda melhor. Assim, é fácil verem onde me encontram porque será ao lado dela que estarei... SEMPRE! Segue o texto que a Margarida ontem publicou.

"Meus caros amigos/as…Hoje chegou a hora e o dia, pk não sei se o amanha existirá, de vos contar, aquilo que tem sido o meu calvário, desde Setembro para cá. O que irei escrever é apenas para que se acabem as especulações dos “Ses” e qual a verdadeira realidade da situação triste, que me assola a alma e o psicológico. Em meados de Agosto, denunciei uma situação de supostos maus tratos a um cão e apessoa, dona do cão, sentiu-se ofendida e queixou-se na PSP contra mim, por difamação. Como sou agente de autoridade, a PSP, comunicou a situação á gnr de Bragança. Passados poucos dias, fui notificada para ser ouvida na gnr e foi aberto um processo de averiguações e que apesar de a situação nada ter a ver com a gnr, é assim que funciona, perante um suposto ilícito criminal, por parte de um agente de autoridade. Como me é obrigado perante os estatutos, desloquei-me para ser ouvida em declarações não qualidade de "visada" "em que eu na boa-fé, disse que era de minha/nossa responsabilidade, não só como a pessoa que trata deles, mas tbm, como pertencente a uma associação de defesa dos animais, denunciar estas situações. Conclusão da situação, em Setembro, o processo-crime por difamação foi arquivado por desistência da queixa da suposta ofendida, nem sequer cheguei a a ser constituída arguida, mas foi-me levantado um processo disciplinar interno, pk eu disse que pertencia a uma associação de defesa dos animais abandonados e maltratados. Associação essa, sem fins lucrativos, “pró bono” (utilidade publica), sem ter pedido autorização á gnr para tal. Associação na qual eu não desempenho, nem nunca desempenhei qualquer cargo com remuneração, muito menos assinei qualquer documento ou cheque sequer, em que a minha única função e dever é para com os animais abandonados e maltratados que me chegam às mãos,apenas sendo a minha função a de voluntariado. De salientar, que mesmo tendo uma doença cronica, faço isto desde Setembro de 2013 e já me passaram neste momento 987 animais plas mãos e plo ordenado e nunca prejudiquei ninguém, muito menos enxovalhei a instituição GNR, ou sequer deixei de desempenhar as minhas funções condignamente, em prol dos animais que me chegam às mãos, quase diariamente. Mas infelizmente desde que comecei a ser notada e reconhecida plo bem que sei que faço, nunca mais me deixaram ter paz e sossego. Saliento ainda para o facto de estar de baixa desde Setembro, pk não estou em condições psicológicas para ver ninguém, ou sequer meter no meu corpo a farda que neste momento só tenho vontade de queimar. Desculpem o desabafo, mas a minha vida está um caos de revolta e não sei como tenho conseguido aguentar-me, sem perder a razão, ou o rumo. Ainda não desisti deles (animais), pk sei que se o fizer, estarei a desistir da minha vida e da deles. Obgd a todos quantos me têm apoiado de uma maneira ou de outra <3 img="" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/f6c/1/16/2764.png"><3 img="" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/f6c/1/16/2764.png"><3 i="" nbsp="">
Felizmente sempre me primei plo zelo, isenção e verdade, perante o desempenho das minhas funções e felizmente neste meu caso especifico, a instituição não é falada pk um dos seus elementos, burlou ou roubou alguém... PELA LEI E PLA GREI."

Saturday, December 16, 2017

Feliz aniversário, Margarida!

Raramente trago aqui este tipo de celebrações, a exceção são aquelas que têm a ver com a minha família mais próxima que, infelizmente, já nem percorre os caminhos da vida. Mas achei que deveria abrir uma exceção para a Margarida Ferreira. Como já por diversas vezes aqui referi, sigo a Margarida à bastante tempo. Primeiro pela curiosidade duma pessoa que chega a este espaço, depois pelo seu empenho em torno dos animais. Ao longo do tempo fui lendo com atenção aquilo que publicava. Vi a irreverência duma mulher de caráter indomável - afinal uma Margarida como a minha avó materna também ela de caráter e vontade férreas - mas também, aqui e ali, (e mais recentemente duma forma mais explícita), fui vendo a amargura que perpassa por esta mulher. A incompreensão e até algum desconforto de pessoas que nada têm para apresentar ao mundo que não seja a inutilidade das suas vidas. Vejo queixas sobre os seus pares que, ao que parece, não gostam de a ver nestas andanças. A vida foi-me ensinando que quanto mais insignificante se é, mais se tenta exigir dos outros,  uma espécie de fator de compensação face à mesquinhez de vidas pequenas que apenas poderão ser importantes - sê-lo-ão de facto? - enquanto a sua 'apagada e vil tristeza', como dizia o poeta, os manter agarrados à vida. Porque depois, ninguém se lembrará de tais gentes que desaparecerão na poeira da História, numa espécie de sina reservada a tais infelizes. A Margarida por outro lado, afirma-se dia a dia. Reclama para si as atenções de muita gente, mas não fica só pela fachada de circunstância. Ela tem uma imensa obra para apresentar em defesa e proteção dos animais que faz inveja a muitos. Ela é um exemplo vivo daquilo que deveria ser o empenho em prol dos que não têm voz num meio onde se vê tanta arrogância, tanta falta de vergonha, tanto défice de empenho, que deveria incomodar muita gente que se pavoneia de ajudar os animais sem deles sequer se aproximar. A Margarida é - e já o afirmei muitas vezes - um exemplo, (um bom exemplo), daquilo que muitos gostariam de ser e simplesmente não o são. Um dia, - porque a História tem sempre destas injustiças -, quando a Margarida já só for uma memória, virão sempre aqueles que lhe deificarão o nome sobretudo se estiverem as televisões por perto, talvez até um qualquer autarca se lembre de lhe erguer uma estátua sublinhada por discurso a preceito; os seus pares virão de farda aprumada e metais a brilhar homenageá-la e dizer que ela 'representa aquilo que de melhor existia na instituição'; os seus conterrâneos lá virão com o seu ar hipocritamente compungido relevar a sua importância para o burgo, quais abutres banqueteando-se em torno de cadáver. Mas depois a Margarida dispensará tudo isso. Até se rirá lá do alto da vossa mesquinha pequenez porque ela tem para apresentar aquilo que a vós vos falta, um enorme legado que será o seu testemunho. Agora é que a Margarida precisa do vosso apoio, ajuda e compreensão. A ajuda que não tem. E mesmo que não a queirais dar, pelo menos, deixai-a continuar a sua obra em paz. Há pessoas que nascem para serem grandes, não pelo estatuto social, riqueza, instrução ou outro. São grandes pela obra que fazem e logo uma das mais nobres, salvar vidas inocentes. E isso deveria ser, só por si, objeto de apreço. Mas não é. Porque a vida é preenchida de muitos hipócritas que se arremetem ares de importância e nem conseguem perceber a ignomínia que os veste de cima abaixo. Hoje a Margarida faz anos. 45 é já algum tempo. Mas outros se lhe seguirão. Ela hoje está de parabéns. Ela desperta hoje o entusiasmo e respeito de muita gente, mesmo que muito afastada pela distância, mas próxima pelo coração. Hoje a Margarida levanta de novo o facho, firme e decidido - afinal é uma Margarida - do seu desígnio. O seu legado é enorme e, estou certo, continuará a aumentar. Porque há gente assim. É grande por aquilo que faz em prol da vida, do amor que distribui, da ajuda desinteressada que oferece. Amargurada e desiludida, lutando contra a doença que a incomoda, ela prometeu em breve fazer revelações sobre coisas que a apoquentam - e quem a apoquenta - e estaremos todos à espera para conhecer melhor a situação. Porque a Margarida não tem medo. É uma mulher decidida numa fase interessante da vida. Uma guerreira. Um exemplo para muitos de nós, no qual também me incluo. Mas hoje a Margarida está a viver um dia especial e por isso, por aqui me fico. Parabéns, Margarida! Tenha um feliz aniversário. Que o seu dia seja de muita felicidade e de muita luz é o que lhe desejo. E continue a ser grande como é. Porque só sendo grande conseguirá - por contraste - mostrar a pequenez que a rodeia. Feliz aniversário, Margarida!

Intimidades reflexivas - 1158

"O amor é um modo de viver e de sentir. É um ponto de vista um pouco mais elevado, um pouco mais largo; nele descobrimos o infinito e horizontes sem limites." - Gustave Flaubert (1821-1880)

Friday, December 15, 2017

Um país delator

Temos assistido a alguns casos onde a corrupção mais ou menos institucionalizada é visível, embora nestas coisas é sempre difícil saber quem é capaz de atirar a primeira pedra. Desde os tempos bíblicos que é assim, e parece que o mundo não mudou tanto assim desde então. Desses casos incríveis que nos vão ocupando o espaço mediático, o último tem a ver com o caso Raríssimas. E volto a ele, ainda e só, depois de ter ouvido ontem a intervenção de António Lobo Xavier - um insuspeito alto dirigente do CDS/PP - sobre esta matéria na 'Quadratura do Círculo' da SIC Notícias. Ele tem razão quando diz que não pode subscrever algumas coisas que as televisões (neste caso a TVI que denunciou o caso) andou a transmitir. Nas imagens que apresentaram, ficava claro que elas tinham sido obtidas duma forma ilegal. Ninguém pode estar de acordo quando alguém de má fé - porque só pode ser com segunda intenção - capta imagens que são ilegais e abusivas em determinadas reuniões. (Tal como a foto que ontem publiquei que parece que na viagem ao Brasil mais alguém foi com outros intuitos na preparação dum caso que viria a rebentar mais tarde). É claro que o denunciante que vi dar uma entrevista com aquela pose de delator que é bem conhecida - não sei se era só este ou há mais - via-se bem o propósito e até a postura. Seria bom que a investigação fosse estendida a esta criatura para ver se é tão moralista assim ou se é apenas movido pela inveja social que estas situação despoletam. (Já agora, até se pode dar o caso do feitiço se virar contra o feiticeiro. O "Sexta às 9" da RTP1 promete para logo algumas coisas que podem mostrar uma outra visão do problema. Aguardemos pois!). Aliás, penso que se nada for feito sobre a captação ilegal das imagens, tudo estará ferido de credibilidade mesmo que se tente reparar os abusos de quem tão fraudulentamente geriu a instituição. Mas penso que a medalha - tal como a verdade - tem sempre pelo menos duas faces e seria bom que não percamos isto de vista. A fiscalização desta, como doutras instituições, parece que mais do que preventiva, é cada vez mais reativa, vivendo da delação de alguém que está zangado com a instituição ou com quem a dirige. (No regime anterior do Estado Novo chamava-se a estes sujeitos 'bufos'. Parece que esta espécimen está de volta para gáudio de quem deveria estar atento a fiscalizar e não a reagir após as denuncias). Depois, como se não bastasse, há uma atitude social de bater a quem está na mó de baixo, aquilo a que se chama 'over kill', tão típico da nossa cultura, para além dum 'voyeurismo' serôdio, que mergulham na vida privada das pessoas. Isto não significa, como ontem afirmei, que esteja de acordo com atitudes abusivas deste jaez, mas também não subscrevo o 'modus operandi' que parece fazer escola entre nós, bem longe dos padrões de dignidade a que todos têm direito enquanto não forem condenados. Este país delator anda mal. A intervenção de Lobo Xavier é disso a certeza. (E não pensem que sou movido qualquer desconforto porque nunca tive qualquer ligação à instituição, nem tão pouco à sua ex-presidente, que aliás, nem conheço). É que para além da alegada fraude numa instituição pública há a onda política que se lhe segue. E essa pode ser aquela que mais interessa a certas pessoas. A procissão ainda vai no adro como se costuma dizer, esperemos pois, que ela sai da igreja e que chegue ao seu destino. E depois, sim, veremos o que restará de tudo isto.

Intimidades reflexivas - 1157

"Ser profundamente amado por alguém dá-nos força; amar alguém profundamente dá-nos coragem." - Lao-Tsé (604 a.C.-531 a.C.)

Thursday, December 14, 2017

Coisas estranhas

Nos últimos dias têm corrido as mais variadas notícias em torna da Raríssimas. Não tenho dados que me levem a acreditar que as acusações têm fundamento, mas também não tenho dados que indiciem o seu contrário. Alguns dos que me lêem poderão ficar perplexos com esta minha observação, porque tudo indicia que sim e talvez só eu pretendo não ver. Podem pensar isso, mas não é bem assim. Porque na esfera pública, - e quando se trata de lugares de confiança política, ainda pior -, nem sempre o que parece é. Não estou a desculpabilizar ninguém que, caso se prove a irregularidade deve ser punida, mas também não entro naquele linchamento de que o povo tanto gosta, apenas porque todos correm nessa direção. (Tudo isto pela mão dum certo jornalismo dito de investigação que, por vezes, encerra outros propósitos). Tudo isto a propósito da foto que público e que correu por todo o lado. Parece, ao que se diz, que a pessoa que aparece com a dirigente (ou ex-dirigente) da Raríssimas não será o seu marido. Não sei se é ou não nem isso me preocupa. O que acho estranho é que entre os milhões de pessoas que passam pela baía de Copacabana, logo estas pessoas despertassem a curiosidade dum qualquer fotógrafo que por lá andasse. Acresce ainda que, a viagem ao Brasil que parece ter sido feita a espessas da Raríssimas já tem algum tempo, e nessa altura todos andavam a bajular a senhora. Era vê-la com ministros, secretários de Estado e até com o Presidente da República. Todos achavam bem, agora aquilo que acham mal. A ser assim, porque é que este fotógrafo estava ali, na hora certa, no momento certo, bem antes deste escândalo rebentar? Que intuito o levou a li nessa altura? Não sei se alguém já pensou sobre isto, mas que acho estranho, acho! Porque em cargos públicos de confiança política por vezes acontecem coisas que estão para além do percetível para o comum das pessoas. E dou-lhes um caso pessoal. Embora a minha carreira se tivesse desenrolado maioritariamente na esfera privada, em tempos também exerci cargos públicos e de confiança política, embora eu nunca tenha sido, não sou, nem serei jamais um político. Era a parte técnica que estava em causa e isso não me impedia de exercer esses cargos. Um belo dia iniciei um cargo de grande relevância numa instituição. Lembro-me que era uma quinta feira. No sábado seguinte, estava de visita à minha mãe, quando recebi o telefonema de um dos meus diretores a dizer se tinha lido o jornal X - jornal de grande referência nacional - disse-lhe que ainda não. Logo esse senhor me disse que fosse ver uma reportagem com que me tinham brindado de página inteira. Assim fiz e fiquei perplexo. Tudo o que lá se dizia não correspondia à verdade. Tinha quarenta e oito horas de cargo, não conhecia a maioria  dos dossiers, nem sequer a grande parte dos funcionários que gosto sempre de tratar pelo respetivo nome. Percebi rapidamente que estava metido numa guerra de índole política que desconhecia. Com o tempo fui percebendo os contornos. Acabei por cumprir o meu mandato, mas nunca esqueci como algum tipo de jornalismo alinhado com interesses nem sempre muito claros pode levar a consequências desagradáveis. Este caso da Raríssimas não sei se é algo igual ou não. Mas sempre me distancio daquilo que pode parecer óbvio para a maioria das pessoas mas que nem sempre é. Se a pessoa em causa é culpada ou não, compete aos tribunais decidir. E não aquele costumeiro julgamento popular tão típico da nossa praça. E continuo com a minha dúvida primordial, que é a de compreender uma foto tirada por alguém muito antes de tudo isto vir a lume! Não deixa de ser estranho pelo menos para mim.

Intimidades reflexivas -1156

"Está em meu poder servir a Deus ou não o servir. Servindo-o, acrescento ao meu próprio bem e ao bem de todo o universo. Não o servindo, abro mão do meu próprio bem e privo o mundo do bem que estava em meu poder criar." - Liev Tolstói (1828-1910) - Dia da Imaculada Conceição - 8 de Dezembro.

Wednesday, December 13, 2017

O recomeço de um novo dia

A noite ainda reinava. Temperatura baixa embora amena para a época. Chuva miúda a cair suavemente. As condições ideias para o meu 'jogging' matinal. Como gosto de exercitar os músculos com esta temperatura e com aquela sensação balsâmica de frescura que a chuva leve transmite ao bater no rosto. Em lá fui estrada fora com os pés a atropelar as poças de água que se tinham formado durante a noite, não olhando para trás, porque era importante manter o ritmo. Carros esparsos na rua. Gente quase nenhuma para além dum vulto ou outro. A estrada só para mim. E lá fui queimando quilómetros e calorias numa agitação frenética como todas as madrugadas são para mim. Uma sensação de liberdade e rejuvenescimento. Ao fim dos muitos quilómetros que faço, o cansaço começa a dar aquela sensação de que nos quer dizer 'basta'. Mas ainda estava longe e, tal como César juntos aos rochedos brancos de Dover, não podia fazer nada senão continuar. E fi-lo com gosto e determinação. Costuma dizer-se que 'quem corre por gosto não cansa' e é isso que aqui se aplica na sua verdadeira aceção. A chuva entretanto já tinha parado e nem tinha dado por isso, tal era a determinação que me preenchia. As pessoas começaram a aparecer na rua. Cabisbaixas enroladas nas suas vestes. Os carros começaram a preencher as ruas com mais intensidade. Eles também um pouco arrastado como se de sono profundo tivessem sido arrancados. Como sempre me acontece, tenho dificuldade em ver isso porque para mim o dia já ia longo e os muitos quilómetros percorridos já me tinham ajustado à realidade deste dia como um bálsamo. E assim se iniciou o meu dia, igual a tantos outros, com esta determinação de que este é aquele dia que fará a diferença. Não sei se vai ser assim ou não, mas todos os que percorro me deixam essa sensação de um dia novo, um recomeço, uma nova experiência naquilo a que chamamos vida.

Intimidades reflexivas - 1155

"A dúvida é o sal do espírito, sem uma pitada de dúvida, todos os conhecimentos em breve apodreceriam." - Émile-August Chartier (1868-1951)

Tuesday, December 12, 2017

O elogio da ignorância

Vi hoje uma notícia que aparece na capa do JN que me deixou no mínimo perplexo. A notícia dava nota dum relatório do Conselho de Educação onde se dizia que Portugal era um dos países onde os alunos mais chumbavam. Até aí nada de novo. Basta olhar para o perfil duma parte significativa dos nossos alunos para não termos dúvidas sobre isso. Mas o mais interessante era que o mesmo relatório propunha um ensino menos teórico e mais 'leve' - não sei qual o termo que lá se dizia - para que os alunos pudessem contrariar a saga de chumbos. Isto deixou-me boquiaberto como deixará qualquer pessoa de bom senso e que preconiza um ensino o melhor possível para as novas gerações. O que estes senhores parece pretenderem afirmar é que o melhor será passar os alunos, mesmo que estes não saibam escrever o próprio nome (coisa que até nem é difícil de encontrar) em nome dum 'ranking' de boa saúde educativa que não temos de todo. Duma outra forma, parece que estamos perante aquilo que se pode designar como o elogio da ignorância, que nem precisa de ser elogiada porque a vemos todos os dias. Culpa dos professores dirão uns. Culpa dos alunos dirão outros. Culpa do sistema (que tem as costas largas) dirão ainda outros. Com certeza que culpa terão todos, uns mais do que outros, mas não me parece haver inocentes neste processo. Os professores, - alguns mas não necessariamente todos -, vendo com desagrado a sua situação profissional, apesar do seu possível profissionalismo, não deixarão de ser menos exigentes. Os alunos porque são solicitados pelo muito que a sociedade envolvente lhes oferece onde tudo é prioritário e o estudo ficam para os tempos livres. O sistema porque poderá não ser o mais ajustado, mas mesmo assim, não me parece tão mau quanto isso. E não me venham falar dos países nórdicos porque lá, apesar dum sistema diferente do nosso, existe muita exigência, bem longe do que por cá se diz fruto da ignorância - sempre a ignorância - de muitos que de países nórdicos só lhes conhecem o nome. (Conhecerão mesmo?) E como a ignorância parece estar na moda cada vez mais, lá vamos fabricando doutores - até com mestrado e doutoramento - que não são capazes de escrever uma simples carta! (Não pensem que estou a exagerar porque conheço casos desses, alguns que até colaboraram comigo profissionalmente!). E assim vai o ensino em Portugal, cheio de gente com o mínimo de 12º ano, com muitos doutorados e quejandos porque é importante que a Europa veja. Mas não lhes peçam para fazer nada porque, uma percentagem significativa, nem sabe por onde começar. E se os colocarem frente a um grupo de pessoas a dissertar sobre as suas matérias de especialidade, então ficaremos verdadeiramente estarrecidos. Seja como for, o culto aí está do quanto pior melhor. Já se escreveu sobre o 'elogio da loucura' dum tal Eramus - será que sabem quem foi? - agora parece que se quer escrever um novo capítulo que se pode muito bem chamar o 'elogio da ignorância'. E podem crer que terá muitos e 'importantes' seguidores. Coisas deste tempo, dirão. Pois é, mas as novas gerações são sempre o futuro das nações. E a nossa não está tão bem entregue quando possam imaginar. Mas nada para desanimar, pois então. Que viva a ignorância!

Intimidades reflexivas - 1154

"Na vida só vale o amor e a amizade. O resto é tudo pinóia, é tudo presunção, não paga a pena..." - Jorge Amado (1912-2001)

Monday, December 11, 2017

Intimidades reflexivas - 1153

"A delicadeza é vontade de abraçar com as palavras, beijar com as palavras, assumir as palavras. Gentileza não é para qualquer um. Não é boa acção, não é ajudar alguém atravessar a rua, mas ajudar a atravessar o rosto. Gentileza não pede recompensa, não conta pontos ao paraíso. Gentileza é ser mais do que estar. É cuidar sem precisar ser cuidado. É compreender sem necessitar perguntar. Delicadeza é uma felicidade que não acaba nem com a tristeza. É uma gana de viver que não termina nem com a dor. Delicados são os que guardam uma letra de música para dizer um dia a sua companhia predilecta, é dançar coladinho na sala com a própria voz, é lavar pratinhos dos vasos na chuva. É se importar com aquilo que tem necessidade, é criar necessidades do nada. É perder tempo pensando no outro mais do que em si mesmo, é ceder espaço para o outro mais do que a si mesmo. É um gesto natural, amar a disposição, amar o que vem pelo acaso, amar o capricho, fazer as coisas tão acabadas que o embrulho é o próprio presente. Gentileza é uma paixão responsável. É quase uma telepatia se não fosse presença completa. A presença é sempre maior do que a telepatia." - F. Carpinejar

Sunday, December 10, 2017

2º domingo do Advento


É necessário ver e reconhecer o que há de tortuoso ou de crispado, de excessivo ou de deficitário nos caminhos da nossa vida e empreender a coreção que se impuser.

Intimidades reflexivas - 1152

"A vida está diante de mim, como uma Primavera eterna com roupas novas e brilhantes." - Carl Friedrich Gauss (1777-1855)

Saturday, December 09, 2017

Intimidades reflexivas - 1151

"Não há ninguém que eu odeie, acho que dá muito trabalho odiar. Há é pessoas que me são indiferentes." - António Lobo Antunes

Friday, December 08, 2017

Neste dia já se celebrou o Dia da Mãe

A mutação dos tempos implica sempre uma alteração de vontades, já o dizia Camões, duma forma bem mais elaborada do que eu. Mas o princípio continua válido e continuará ao longo dos tempos. Isto a propósito do dia de hoje que me trás recordações dum tempo outro de meninice mas de celebrações também diferentes. É que neste dia há umas décadas atrás, celebrava-se o Dia da Mãe e não em maio como neste nosso tempo. Os menos jovens lembrar-se-ão disso, tal como eu. (Já nessa altura, tal como hoje, se celebrava cumulativamente o dia da Imaculada Conceição). Nos dias que antecediam este dia 8, era o dia em que na escola primária - atual escola básica - que então frequentava, éramos convidados a fazer um postal e dedicá-lo às nossas mães. (E que alegria era a minha ao chegar a casa e oferecê-lo à minha Mãe, a mesma alegria com certeza, com que os outros meninos os ofereciam às suas). Mas também era o dia que funcionava como marco do Natal. Porque depois deste, logo vinha o aniversário do meu avô materno e logo o Natal que era, naturalmente, a festa referência para mim ainda tão criança. Mas voltando ao dia 8 de dezembro de então, essa era uma festa muito importante para as crianças, mas não só. Talvez pela proximidade do Natal, aquele sentido maternal que então se sentia era bem diferente dos tempos de hoje. Não quero aqui fazer comparações, porque cada tempo é o tempo, cada tempo tem o seu encanto. Não me incluo naquele grupo niilista que acha que só o seu tempo era importante e que hoje nada tem valor. Não é assim. Mas, apesar disso, com a mudança do Dia da Mãe para maio, perdeu-se um pouco desse encanto. Porque maio já é primavera, é o início dum novo ciclo da vida na natureza, enquanto dezembro era muito mais intimista por ser inverno e convidar ao aconchego. Por vezes, as mutações das celebrações mais marcantes do calendário têm efeitos perversos e esta foi uma delas. É certo que hoje o culto da Mãe é bem diferente daquele que era à umas décadas atrás. Hoje o sentido da família é efémero, os seus valores praticamente desapareceram, e tudo se reduz a mais uma celebração vazia de conteúdo. Seja como for, este sempre foi o dia em que a minha Mãe gostava que se celebrasse o Dia da Mãe. E assim foi enquanto ela percorria os caminhos da vida e ainda hoje continua a ser, agora já duma forma diversa, porque é do caminho da memória que agora se me apresenta no horizonte e que percorro enquanto o meu tempo não se esgotar.

Thursday, December 07, 2017

Intimidades reflexivas - 1150

"Se recolheres um cão que ande meio morto, podes engordá-lo e não te morderá. Essa é a diferença mais notável que existe entre um cão e um homem." - Mark Twain (1835-1910), aniversário do nascimento de escritor americano (30.11.1835)

Wednesday, December 06, 2017

Intimidades reflexivas - 1149

"Eu nunca penso no futuro, ele não tarda a chegar." - Albert Einstein (1879-1955)

Tuesday, December 05, 2017

National Geographic - "Gauss - A Teoria dos Números"

Mais um número especial de ciência com a chancela da National Geographic chegou às bancas. Desta feita debruça-se sobre o grande matemático alemão Carl Friedrich Gauss. Gauss nasceu em Brunswick na Alemanha, filho único do casamento de Gerhard Dietrich Gauss com Dorothea Benze corria o ano de 1777. Depois de ingressar na escola em breve se notou os seus dotes. Mais tarde, e contrariando a vontade do pai, este foi para a para a Universidade de Göttingen, com o apoio do seu patrono o duque de Brunswick. Mais tarde, Gauss viria a ocupar um cargo na mesma Universidade onde foi aluno. É notável a sua produção académica e o salto qualitativo que os seus estudos tiveram em várias ciências. Qualquer aluno de matemática mais avançada, conhece a famosa curva de Gauss, ou campanular, que é muito usada em termos estatísticos e não só. Também quem conheceu a anterior moeda alemã, o Deustsch Mark, via o seu rosto estampado nas notas de 10 marcos, embora muitos alemães não soubesse de quem se tratava, apesar de na chapa da mesma nota, aparecer a distribuição campanular que ficou com o seu nome. O seu contributo para várias ciências foi enorme porque Gauss não se ficou só pela matemática. Este viria a falecer aos 77 anos de idade. Esta é a proposta da National Geographic para o seu novo volume dedicada à ciência com o título "Gauss - A Teoria dos Números" e o subtítulo 'Se os números pudessem falar'. Já por diversas vezes dei aqui nota desta série de volumes e da sua importância para o conhecimento geral. É uma excelente fontes de conhecimentos para os estudantes, mas também para aqueles que gostam de evoluir no seu nível de conhecimentos. Fica aqui a nota para os interessados. Mais uma vez, o 'fac-simile' da capa está em espanhol porque não encontrei nenhum em português. Continuo a não perceber o porquê disso, mas acontece mesmo assim.

Monday, December 04, 2017

Intimidades reflexivas - 1148

"A solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz." - José Saramago (1922-2010)

Sunday, December 03, 2017

Intimidades reflexivas - 1147

"O que penso do sofrimento humano? Penso em aliviá-lo o melhor que puder e souber..." - Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)

1º domingo do Advento

O advento chama-nos a ter, uma atitude crítica para connosco e para com a sociedade que nos envolve, manipula e adormece, de modo a despertarmos definitivamente para o que é essencial à luz da Fé e a conduzirmos a nossa vida a essa luz.

Menos recipientes!...

Quando cheguei ao abrigo vi que havia menos taças, mas ainda havia comida. (Ver foto). Deixei lá, em cima dum saco de comida, o que levava para a gatinha. antes passei no lavrador e fiz um pequeno vídeo para matar saudades do Repinhas. Depois no abrigo também fiz um vídeo para que fique com a memória do local onde habitou a matilha de Rito Tinto. Não vi a gatinha, nem o siamês, que já lá não aparece à muito. E assim termina esta saga que durou 17 anos. O Repinhas espero que seja feliz na sua nova casa de adoção. A gatinha, e talvez o siamês, espero que encontrem a felicidade junto de alguém que lhes dê um lar para viverem o resto das suas vidas. Quanto a mim, encerro este ciclo com a sensação do dever cumprido. Fiz o que pude e como pude. Estou de consciência tranquila.

Saturday, December 02, 2017

Intimidades reflexivas - 1146

"Quem é Jesus? É o faminto que deve ser alimentado. É o sedento que deve ser saciado. É o nu que deve ser vestido. É o sem-casa que deve ser alojado. É o doente que deve ser assistido. É o estrangeiro que deve ser respeitado. É o homem só a quem se deve simpatia. É o idoso a quem se deve amar e servir. É o preso a quem se deve visitar. É o desprezado que deve ser acolhido. é o drogado que precisa de compreensão. É o deficiente a quem se deve proteger. É todo e qualquer ser humano a quem se deve sempre atenção, respeito e ajuda." - Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)