Turma Formadores Certform 66

Monday, April 30, 2018

Intimidades reflexivas - 1146

"Sempre há outra chance, uma outra amizade, um outro amor. Para todo fim, um recomeço." - Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)

Sunday, April 29, 2018

Intimidades reflexivas - 1145

"Não se preocupem com o local onde sepultar o meu corpo. Preocupem-se é com aqueles que querem sepultar o que ajudei a construir." - Salgueiro Maia (1944-1992), Capitão de Abril.

Saturday, April 28, 2018

Intimidades reflexivas - 1144

Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode." - Jean-Paul Sartre (1905-1980)

Friday, April 27, 2018

Intimidades reflexivas - 1143

"Povos livres, lembrai-vos desta máxima: A liberdade pode ser conquistada, mas nunca recuperada." - Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Thursday, April 26, 2018

Intimidades reflexivas - 1142

"Era uma vez um sapinho tão delicado e sensível, que vivia num vasinho de cristal. Você pode vestir esta carapaça se é uma pessoa cheia de não me toques, sensível a tudo e a todos. É uma atitude que faz sofrer muito. Se isto acontece com você, páre de sentir pena de si mesmo e de se queixar dos outros. Assuma o comando da sua vida. Reconheça a sua dimensão superior e crie novos padrões de pensamentos positivos e autovalorizantes. Seja outra pessoa a partir de agora." - Lauro Trevisan

Wednesday, April 25, 2018

44 anos depois

44 anos passaram sobre aquela madrugada que encerrava em si todas as esperanças dum povo. Todos os regimes - sobretudo aqueles onde a liberdade não existe - quando se prolongam por muito tempo, acabam por gerar no seu seio os germes da mudança. Nas democracias é diferente, porque a sua forma eclética vai absorvendo todas as ondas de choque da sociedade. (Veja-se o caso britânico com uma democracia com séculos de existência). Assim, depois de 48 anos de ditadura, já todos estavam fartos dum regime que era incapaz de dar solução aos problemas que o país então enfrentava, sendo a guerra colonial um dos maiores. O próprio regime percebeu isso. A ascensão de Marcelo Caetano, -  depois da morte de Salazar -, e a abertura que então se verificou, embora ténue, dava sinais de que algo teria que acontecer. E aconteceu. Em abril de 1974, já lá vão 44 anos, tudo tomou outro rumo. É certo que muito se passou desde então, mas globalmente o país entrou num grupo de países europeus desenvolvidos donde estava arredado com o anterior regime. Nem tudo têm sido rosa. Nunca o é na História dos povos seja qual for a parte do mundo em que as mudanças se verifiquem. Mas sabendo que estas têm espinhos, não deixamos de lhe apreciar o perfume. E então nem rosas foram, mas sim, cravos. Os cravos que enfeitaram os canos das metralhadoras dos soldados, mas também, que enfeitaram o imaginário dum povo. Muita água correu sob as pontes desde então. Nem sempre como gostaríamos que fosse. Mas no essencial valeu a pena. Hoje, passado mais de quatro décadas desde esse dia 25 de abril, será que vale a pena ainda o celebrar? Creio que sim. Embora às novas gerações isso nada diga - afinal eles são os filhos da liberdade e nem sabem o que é viver em ditadura - será sempre importante porque leva a que a curiosidade apareça e as perguntas também. Para as gerações mais antigas, é a oportunidade de lembrar esse dia, e ensinar o que ele encerra de significado às gerações mais jovens. E é bom que o façamos e bem, face a um avolumar em diversos países europeus, de certas ideias anti-democráticas. Será importante explicar aos jovens o significado da liberdade - que muitos confundem com libertinagem - o que isso significa para um país e um povo, mas também mostrar, que nada está adquirido e que é sempre possível o retrocesso. É importante que as novas gerações estejas alertadas para isso e não se deixem levar por cantos de sereia que encerram em si sementes de ódio. 44 anos depois é importante continuar a celebrar abril. O seu significado é importante para moldar o coletivo que todos representamos. O cartaz que aqui reproduzo foi talvez, o mais bonito e significativo de então. E nessa criança que coloca o cravo no cano da metralhadora segurada pelos três ramos das Forças Armadas, significará sempre a nova geração que vai surgindo e que transporta em si os anseios de liberdade. Aqui o trouxe de novo para que esta imagem sirva de interrogação sobre aquilo que já fizemos, ou não, junto das novas gerações. Aqui fica sempre a questão incómoda mas pertinente sobre o trabalho feito. Tudo o resto são pedaços da História dum país onde tantos já se aproveitaram dela com fins menos nobres. Viva o 25 de Abril!

Tuesday, April 24, 2018

Intimidades reflexivas - 1141

"Você não está sendo justo nem razoável se não gosta de si, como acontece com tantas pessoas, até mesmo com estrelas do cinema. Sem dúvida nenhuma, você é uma criatura linda, de uma beleza única, original, inimitável. Os pintores criarão milhões de quadros e cada pintura tem a sua qualidade, a sua beleza e o seu valor. Todos os seres humanos - inclusive você - são obras primas inigualáveis, do grande Artista Divino. Dê-se valor." - Lauro Trevisan

Monday, April 23, 2018

Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro. Que tão necessário é ao conhecimento e que cada vez menos pessoas os adquirem. Os mais velhos, fruto de alguma parca reforma que não chega para este 'luxo'; os mais novos, apenas e só porque fizeram a opção pela ignorância. Daí o tratarem tão mal a sua língua. A dificuldade para elaborar um simples texto por mais básico que seja, ou até para uma correta interpretação doutras matérias doutras áreas do saber, são algumas das consequências. E enquanto assim se continuar a ignorância será cada vez maior, disfarçada com alguma tecnologia para fazer de conta.

Intimidades reflexivas - 1140

"A teu lado viajo até à ilusão, numa grande montanha russa de paixão." - Giuseppe Verdi (1813-1901)

Sunday, April 22, 2018

Intimidades reflexivas - 1139

"Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?" - Richard Wagner (1813-1883)

Saturday, April 21, 2018

Intimidades reflexivas - 1138

“Para alcançar grandes coisas, você precisa de duas coisas: um plano e tempo suficiente.” - Leonard Bernstein (1918-1990)

Friday, April 20, 2018

Intimidades reflexivas - 1137

"A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de observar sem julgar." - Jiddu Krishnamurti (1895-1986)

Thursday, April 19, 2018

Intimidades reflexivas - 1136

"Vivemos Presos ao Nosso Passado e ao Nosso Futuro. A nós ligam-nos o nosso passado e o nosso futuro. Passamos quase todo o nosso tempo livre e também quanto do nosso tempo de trabalho a deixá-los subir e descer na balança. O que o futuro excede em dimensão, substitui o passado em peso, e no fim não se distinguem os dois, a meninice torna-se clara mais tarde, tal como é o futuro, e o fim do futuro já é de facto vivido em todos os nossos suspiros e assim se torna passado." - Franz Kafka (1883-1924)

Wednesday, April 18, 2018

"Cunhal - O Secretário-Geral" - José Pacheco Pereira

Há já muitos anos, José Pacheco Pereira começou a escrever uma biografia (não oficial) de Álvaro Cunhal, o histórico líder do PCP. Aos poucos vieram a lume algumas informações 'curiosas' do líder comunista bem como do partido que dirigiu durante muitos anos. Agora trago-vos o quarto volume das biografia em que se analisa Cunhal na ótica do secretário geral. A sua fuga da prisão, as diatribes ainda em Portugal, a sua saída para o estrangeiro, a sua estada em Moscovo e depois em Paris. Este volume termina em 1968, a quando da queda da cadeira de Salazar. 1968 que também é um ano marcado por uma atitude controversa da então URSS, quando decidiu invadir a então Checoslováquia. Uma atitude que dividiu o mundo e os vários partidos comunistas. A adesão incondicional de Cunhal ao lado da União Soviética foi um fator que viria a fragmentar o PCP, levando à saída de muitos militantes com visibilidade dentro do partido, vindo a abalar a relação de forças de então, coisa que ainda nos nossos dias causa mossa. Aí se legitimaram os grandes movimentos esquerdistas que não ligados ao PCP, como também se assistiu à viragem crítica de três partidos comunistas europeus - o espanhol, o francês e o italiano - que foram fortemente críticos da invasão da Checoslováquia e que viriam a criar uma corrente alternativa que foi conhecida por 'eurocomunismo'. Depois deste volume, - e segundo o autor -, haverá mais um, (o quinto e último), que irá até ao desaparecimento de Cunhal. Esta biografia política tem um alcance e uma profundidade enorme, onde tudo está amplamente documentado. O último volume, ao que julgo saber, terá toda uma série bibliográfica em que o autor assentou a sua investigação. Como afirmou Miguel Portas, "esta biografia de Álvaro Cunhal é um notabilíssimo documento. Não é 'a' história do PCP. Mas é, seguramente, a melhor história que sobre o PCP até agora se fez." Como dizia um amigo meu, 'esta biografia é aquela que todos os comunistas lêem mas que não o admitem.' Sobre o autor, José Pacheco Pereira, é professor no ISCTE e foi deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu. Escreve em jornais e aparece na televisão. É autor de vários livros e artigos sobre história contemporânea e movimentos políticos e sociais. A edição é do Círculo de Leitores na sua coleção Temas & Debates. Um livro muito interessante e recomendável, a ler conjuntamente com os três volumes que o precedem.

Tuesday, April 17, 2018

Intimidades reflexivas - 1135

"Os Meus Sonhos São Mais Belos que a Conversa Alheia. Não faço visitas, nem ando em sociedade alguma - nem de salas, nem de cafés. Fazê-lo seria sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis, furtar tempo senão aos meus raciocínios e aos meus projectos, pelo menos aos meus sonhos, que sempre são mais belos que a conversa alheia." - Fernando Pessoa (1888-1935) in 'Inéditos'.

Monday, April 16, 2018

Intimidades reflexivas - 1134

"Porque na verdade esta vida só tem dois encantos: o previsto e o imprevisto." - Mário Quintana (1906-1994)

Sunday, April 15, 2018

Intimidades reflexivas - 1133

"A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas." - Horácio (65 a.C.-8 a.C.) poeta lírico, sec I a. C.

A problemática do emprego

Temos vindo a assistir a recuos consideráveis no desemprego em Portugal. Mas se olharmos mais atentamente, verificamos que esse recuo tem que ser visto com algum cuidado. Com as novas leis que dão ao patronato uma maior flexibilidade no despedimento, vemos que o perfil de emprego se alterou substancialmente face ao que existia antes da crise. Começaram a recrutar-se pessoas na casa dos 40 anos, coisa que passado já não era tão fácil assim, visto estas juntarem a experiência a uma certa acomodação fruto da crise por que passaram. Quanto aos mais jovens, a diminuição do desemprego afigura-se mais lenta, mas mesmo assim, vai acontecendo. Só que um outro fator aparece no horizonte que é a precariedade. Hoje um jovem terá muitas dificuldades em assegurar o seu futuro porque está sempre dependente dum emprego que pode terminar a qualquer momento. A planificação da vida torna-se assim mais difícil. E um outro fator a juntar a este leva a uma degradação da qualidade do trabalho, a saber, o custo do fator trabalho. Dada a excessiva procura para uma oferta limitada, o fator salário tende a diminuir. Assim, é ver-se a quantidade de jovens, alguns até com formação superior, a ganharem 500 ou 600 euros que, dada a dificuldade de emprego que ainda existe para essa faixa etária, são acolhidos como uma benção. Isso leva a uma degradação do trabalho, sobretudo do jovem, que não dá nem satisfação, nem estabilidade a quem dele usufrui. É certo que há zonas onde tal é menos evidente. As novas tecnologias continuam a empregar quase todos, com ordenados dignos. É um dos poucos setores onde, quem é de facto bom, não tem dificuldades de empregabilidade. Alguns dos alertas de emprego que vou trazendo aqui, são bem o espelho disso. Bons ordenados, boas condições de trabalho, mas também, grau de exigência elevado. E assim terá que ser dada a performance pedida aos profissionais da área. Desde a CMVM, ao BdP, para além de outros setores públicos e privados, fazem grandes abordagens a jovens desta área. Porque são necessários e, se qualificados com alto nível, ficarão nos quadros dessas organizações. Quanto aos outros ainda há que palmilhar o caminho das pedras, pelo menos enquanto os empresários acharem que podem fazer crescer as suas empresas e a economia nacional à custa de baixos salários. Isso é um erro grave em que voltam a cair, depois de algumas más experiências em décadas transatas. Assim, nem fidelizam os funcionários, nem criam laços com eles que os levem a assumir a empresa como sua e assim potenciar a produtividade. É uma atitude errada que ainda trará grandes custos à nossa economia como aconteceu no século passado. O tempo se encarregará, assim espero, de abrir estas mentes endurecidas. No restante, a trajetória está a ser boa mas, sobretudo a variável precariedade, deveria ser olhado com mais atenção e, com certeza, que o está a ser. Vamos a ver como no futuro evoluiremos a este nível.

Saturday, April 14, 2018

Intimidades reflexivas - 1132

"Ter fé é acreditar naquilo que tu não vês. A recompensa por essa fé é veres aquilo em que acreditas!" - Santo Agostinho (354 d.C.-430 d.C.)

Friday, April 13, 2018

Sexta feira, 13

Em dia de sexta feira, 13, um cortejo de confusões aparecem ciclicamente. Desde aqueles que não sabem o porquê deste mito; daqueles que professam opções bem ancestrais até ao próprio Cristianismo; e, a uns tantos que fazem disto um folclore. Mas a todos existe um traço comum que é o tirar a vida a um ser. Já o foi a outros humanos, mas desde há muito, que os animais são a fonte preferencial da maldade humana. E não pensem que é fruto só de ignorância. Dou-vos o exemplo dum médico que conheci há décadas atrás, que quando não conseguia curar os seus pacientes, logo lhes 'receitava' algo do género, onde o sacrifício era um ritual. Todos conhecemos que estes ritos ancestrais existem, mas poucos conhecem o seu significado.  Porque mesmo esses ritos ancestrais foram evoluindo até nos sacrifícios que infligiam. E não pensem que é coisa do passado. Disso não quero aqui falar agora. O que sempre me incomoda é a maneira como a sociedade vai aceitando tudo isto. Mesmo muitos do que aparecem encarniçadamente a falar contra isto, poderão ser os primeiros a participar em rituais destes. E olhem que não digo isto por acaso. E no meio de toda esta confusão, os animais - sempre eles - são as vítimas indefesas. Em mortes horríveis e lentas para agradar aos deuses (os da floresta segundo alguns, ou demoníacos segundo outros). E não pensem que é só em dia de sexta feira 13. O mesmo acontece na noite de São João, onde nem tudo é folia e balões no ar. Esta noite tem um outro lado negro e trágico, que ainda hoje alguns celebram. Aliás, as sextas feiras em geral, são sempre associadas ao 'poder das trevas' e por isso, sejam dia 13 ou não, lá haverá aqui e ali, mais um pobre animal sacrificado. Cheguei a constatar isto no local onde ia alimentar os cachorros da matilha de Rio Tinto. Embora isso aconteça um pouco por todo o lado. É a época da orgia, do sacrifício, do ritual, para muitos. Para outros, é uma noite igual a tantas outras. Por isso, é de bom aviso guardarem os vossos animais (quem os tem) de preferência os de pelagem preta. Porque neste dia correm sérios riscos. Acabam por morrer sem perceberem bem porquê, naquilo que de mais negro tem o ser dito humano.

Intimidades reflexivas - 1131

“Os que se atolam de atividades, os que têm uma agenda saturada de compromissos e preocupações frequentemente são ótimos para os outros, mas carrascos de si mesmos." - Augusto Cury in 'O Vendedor de Sonhos'

Thursday, April 12, 2018

Intimidades reflexivas - 1130

"A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro." - John Kennedy (1917-1963)

Wednesday, April 11, 2018

Intimidades reflexivas - 1129


"A liberalidade é o primogénito do amor e a pedra íman dotada de maior atracção para os ferros da vontade.“ - Félix Lope de Vega (1562-1635)




Tuesday, April 10, 2018

Em casa...

Em casa é que as crianças devem aprender a dizer: Bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, com licença, desculpe, perdoe, muito obrigado, agradecido, errei... É em casa que também se aprende:  A ser honesto, a ser pontual, a não praguejar, a ser solidário, a respeitar a todos: amigos, colegas, idosos, professores, autoridades...  Também em casa é que se aprende: A comer de tudo, a não se falar de boca cheia, a ter higiene pessoal, a não deitar lixo para o chão, a ajudar os pais nas tarefas diárias, a não pegar no que não é seu... É ainda em casa que se aprende: A ser organizado, a cuidar das suas coisas, a não mexer nas coisas dos outros, a respeitar regras, usos e costumes, a respeitar e amar o próximo... Porque na escola os professores devem ensinar: Matemática, Português, História, Geografia, Língua Estrangeira, Ciências, Química, Física, Biologia, Filosofia, Sociologia, Educação Física, Artes... e apenas reforçam o que o aluno aprendeu em casa! Na escola não se aprende sobre: Sexo, ideologia de género, ativismo, LGBT, comunismo, esquerdismo, islamismo... Porque como o que se aprendeu em casa respeita-se tudo e todos.

Monday, April 09, 2018

No centenário da batalha de La Lys

Passaram cem anos sobre esta fatídica carnificina. Uma carnificina em tudo igual a tantas outras que continuamos a assistir nos nossos dias. Gente morreu sem saber bem porquê. Gente lutou sem saber porque o fazia. Gente foi levada ao limite por algo que nada tinha a ver com eles. São assim as guerras. Todas iguais e sem sentido. A de La Lys durante a I Guerra Mundial assume uma particular expressão porque portugueses participaram nela. Mal preparados. Mal equipados. Sem objetivos. Se em África nos tínhamos imposto, aqui era bem diferente. Não conhecíamos o terreno. O clima frio do norte a que não estávamos habituados fez a diferença. Mas não só. Todas as guerras têm sempre um lado incompreensível. Dos muitos que por lá andaram, dos muitos que por lá morreram, haveria certamente muito que falar. Mas quero falar-vos duma outra pessoa, ele também soldado, ele também combatente em La Lys. Ele também um soldado anónimo. Trata-se do meu avô paterno. Para lá foi sem saber ao que ia. Por lá andou no sofrimento e no medo que eram a companhia de todos. No cheiro a morte que se lhe apegou como sarna. Teve mais sorte e voltou. Mas as sequelas do conflito vieram com ele. Das condições infra humanas por que teve de passar, do gás que não matou mas que se entranhou, da fome e sede que foram seus aliados. Voltou e ainda viveu alguns anos. Mas os males que sofreu nesse terrível conflito que com ele vieram, haveriam de fazer a sua colheita. Morreu ainda novo. Ao que dizem em grande sofrimento. Nunca o conheci. Nem dele tenho uma qualquer fotografia para o recordar. A minha mãe também nunca conheceu o sogro. Ele era mais uma vítima dum conflito absurdo, como absurdos são todos os conflitos. Aqui fica a memória do seu neto que nunca viu. Neto que ele nunca conheceu. Para memória futura. Para que a bestialidade humana seja sempre denunciada. Ele era apenas mais um. Mais um soldado anónimo no meio da carnificina. Ele foi mais uma vítima do ódio humano. Ele foi mais um português que combateu em La Lys!

Sunday, April 08, 2018

17 anos depois resta a memória

Passam hoje 17 anos sobre aquele dia fatídico em que a minha Mãe partiu. (Sem que nada o fizesse esperar, entrou num hospital por sua vontade e decisão, uma segunda feira e sairia de lá quinze dias depois num caixão). Nunca me esquecerei desse dia. Era domingo como hoje, mas era um domingo especial, era domingo de Ramos. Vi que estava mal no dia anterior, mas nunca pensei que ela me deixasse assim tão repentinamente. Não irei falar das causas que o motivaram, porque já o fiz amiúde durante demasiado tempo. Não vos irei falar do que tenho carregado sobre os ombros desde então, e esse fardo só passou a ser mais leve porque penso que encontrei o caminho do perdão onde dantes só existia outro sentimento mais negativo. (O perdão que ela tantas vezes me pediu para ter). Por isso não me quero lembrar. Por isso não irei falar sobre isso aqui. Muito caminho já percorri durante muito tempo, - demasiado tempo -, para que ainda me restem lágrimas ou sentimentos menos positivos. Agora só mesmo a recordação da minha Mãe resta. Para mim é como se tivesse sido ontem. Para mim é como se nada disso tivesse acontecido. Os sentimentos têm destas coisas que não sabemos bem explicar. Já tinha perdido toda a minha família. A minha Mãe era a pessoa que me restava. Por isso doeu mais. Porque uma Mãe nunca se renega. (Pelo menos foi assim que me educaram). 17 anos depois apenas resta a memória. E que viva ela está. Minha Mãe, lá onde estiveres, desejo que estejas em paz!

Saturday, April 07, 2018

Intimidades reflexivas - 1128

"A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos." - Arthur Schopenhauer (1788-1860)

Friday, April 06, 2018

Intimidades reflexivas - 1127

"A glória é como um círculo sobre a água, que aumenta sempre mais, até que a força de se alargar, termina em coisa alguma." - William Shakespeare (1564-1616)

Thursday, April 05, 2018

Intimidades reflexivas - 1226

"Pitágoras foi tão sábio que até acertou quando estava errado." - Bertrand Russell (1872-1970)

Wednesday, April 04, 2018

50 anos depois

Passam hoje 50 anos sobre a morte de Martin Luther King Junior. 'I had a dream' disse ele um dia pouco antes do seu assassinato. Que o seu sonho se transforme no sonho de todos nós na esperança dum mundo melhor.

Intimidades reflexivas - 1225

"Os chamados pitagóricos, que foram os primeiros a cultivar a matemática, não só a fizeram avançar, como também, alimentados por ela, acreditaram que os seus princípios eram os princípios de todos os seres." - Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) in 'Metafísica', Livro I.

Tuesday, April 03, 2018

National Geographic - O Teorema de Pitágoras

Mais um número especial de Ciência apareceu nas bancas com o patrocínio da prestigiada sociedade National Geographic. Com o título 'O Teorema de Pitágoras' e com o subtítulo 'Um segredo encerrado entre três paredes', este número especial debruça-se sobre o legado desse grande filósofo e matemático que foi Pitágoras de Samos nascido a 570 a.C. na ilha de Samos na Jónia e que viria a morrer por volta do ano 490 a.C. na cidade de Metaponto próxima de Cretone. A interpretação histórica de Pitágoras está toldada pelo mito. A falta de informação precisa sobre a sua vida deve-se provavelmente ao segredo que rodeava a sua seita, um vazio que a tradição se encarregou de preencher através da fabulação literária até construir uma personagem apaixonante, ainda que indecifrável. Na consciência coletiva, Pitágoras assume o papel de pai de inúmeras ciências, como a matemática, e dumas tantas disciplinas como a música, a medicina, a astronomia, a geometria, até a filosofia. Se no imaginário popular se costuma identificar automaticamente Pitágoras com a figura do matemático por antonomásia, pode dizer-se outro tanto do teorema que tem o seu nome: é, sem dúvida, o resultado matemático mais famoso do planeta. É preciso termos presente que nessa época este nível de conhecimentos nestas áreas eram herméticos, rodeados de algum secretismo, com o cortejo de exoterismo que estas coisas encerram, e que se desenvolviam dentro de autênticas seitas. A seita pitagórica também existiu e assim evoluiu. O desenvolvimento da ciência que trouxe Pitágoras, como outros como Filolau, Platão, Hípaso de Metaponto, Aristóteles, Euclides de Alexandria para além de tantos outros, levaram a que esses desenvolvimentos chegassem até nós e influenciassem as nossas vidas. Mesmo na música que escutamos diariamente estão patentes ensinamentos que a teoria de Pitágoras encerra e que é bem conhecida dos estudantes desta arte. O seu teorema é conhecido de qualquer estudante e com ele se resolvem muitas das situações dos nossos dias. De tudo isto e muito mais nos fala esta revista, com a apresentação gráfica de qualidade com que a National Geographic já nos habituou. Mais um número a reter e, porventura, a colecionar a todos os amantes do conhecimento. Desta vez, consegui encontrar um 'fac-simile' da capa em português, coisa que nem sempre é fácil. Deixo a nota para os interessados, sobretudo, para os estudantes que aqui encontrarão matéria muito interessante de estudo, sempre apresentada duma forma simples e apelativa. Recomendo vivamente.

Monday, April 02, 2018

Intimidades reflexivas - 1224

"A porta da felicidade abre só para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais." - Søren Kierkegaard (1813-1855)

Sunday, April 01, 2018

Boa Páscoa!

Neste domingo de Páscoa que se pretende sereno, cheio de felicidade, alegria e amor, quero aqui desejar a todos os meus amigos uma Feliz Páscoa! Que seja uma época de reflexão e de introspeção. Uma época de dádiva. Uma época para celebrar a vida e não a morte, que muitos terão no seu prato no dia de hoje. Isso não é a Páscoa como a entendo. Como dizia São Marcos, os animais foram os primeiros a ver Jesus e a celebrar o seu nascimento numa qualquer manjedoura algures na Galileia. Sei que as ditas tradições são difíceis de inverter, mas sei também que a vontade de cada um é mais forte e soberana. Mau seria que assim não fosse. Talvez um dia, e tenho esperança que esse dia chegará, a humanidade perceba que a celebração da vida sobre a morte é para todos os seres viventes e não só para os dito humanos. Será uma boa reflexão para este domingo de Páscoa onde a gula e a mesa farta, assume bem mais proeminência que o pensamento para nos interrogarmos sobre aquilo que será a verdadeira essência da Páscoa. Mas, apesar de tudo isso, aqui vos quero deixar os meus votos duma Boa Páscoa!