Turma Formadores Certform 66

Tuesday, May 31, 2022

Você sabe o que é um beijo na alma?

Você sabe o que é um beijo na alma? Não? Eu vou lhe explicar: um beijo na alma não é como um beijo no rosto, na boca ou em qualquer outra parte do corpo. O beijo na alma é aquele que entra na mente através de palavras impulsionadas pelo sentimento AMOR... Chega até o coração, onde fica gravado com ponta de diamante. É um beijo simples e singelo que às vezes passa desapercebido, mas quando encontra um coração quebrantado, ele se torna como um manancial no deserto. É um beijo puro, genuíno, sem malícia, agradável, afável, amigo, aconchegante, que nos traz paz. É como se o dedo de Deus estivesse tocando o seu coração.

Monday, May 30, 2022

Intimidades reflexivas- 1616

"Os homens quando nascem são tenros e frágeis. A morte torna-os duros e rijos. As ervas e as árvores quando nascem são tenras e frágeis. A morte torna-as esquálidas e ressequidas. O duro e o rígido conduzem à morte. O fraco e o flexível conduzem à vida." - José Tolentino Mendonça (excerto de entrevista ao Expresso, Dezembro de 2013)

Sunday, May 29, 2022

Um café e um amor… Quentes, por favor!

Um café e um amor… Quentes, por favor!

Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte.
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.
Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito.
Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.
E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.
Caio Fernando Abreu

Saturday, May 28, 2022

Intimidades reflexivas - 1615

"Brincando pode-se dizer de tudo, até mesmo a verdade." - Sigmund Freud (1856-1939)

Friday, May 27, 2022

Intimidades reflexivas - 1614

"A sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele." - Buddha (563 a.C.-483 a.C.)

Thursday, May 26, 2022

Dum lado e do outro da barreira

Iryna Shev é uma jornalista portuguesa e ucraniana. Talvez já a tenham visto em reportagem sobre a guerra na Ucrânia. Há dias, a quando da visita do primeiro ministro português a Kiev, ela escreveu no twitter uma única frase muito singela mas cheia de significado que muito me tocou. Escreveu Iryna: 'O presidente do meu país com o primeiro-ministro do meu país.' E publicava a foto abaixo. Uma frase que diz tudo. Sigam na no twitter e vejam a qualidade das suas análise.

Wednesday, May 25, 2022

Orçamento de Estado 2022

Este Orçamento de Estado (OE) está em linha com o apresentado no ano passado cuja não aprovação acabaria por levar a uma crise política. O OE de então foi retomado e ajustado em algumas rúbricas. O fator mais exógeno que o determina será o valor da inflação. Este orçamento foi calculado com uma inflação ao nível dos 4% - que seria um valor aceitável no ano transato - mas que me parece menos ajustado este ano com os dados de que dispomos hoje e que não tínhamos à um par de meses atrás. (Já em 2021 se vinha a assistir ao seu aumento gradual e foi potenciado agora com a guerra Rússia-Ucrânia). Estou convencido que a inflação se fixará nos 5-6%, se não mais, o que desde logo induz alguns desequilíbrios no OE. Isso só por sí significará que o ajuste dos escalões do IRS são praticamente 'comidos' pela inflação, bem como os salários reais, - nomeadamente os da função pública praticamente inexistentes -, que no final do ano equivalerão a cerca de meio salário talvez um pouco mais. (É preciso notar que este OE 2022 é para um período temporal de pouco mais de meio ano o que, desde logo, inviesa a análise). Este será sempre o drama de qualquer ministro das Finanças que tenha por objetivo baixar o défice. (É de saudar uma política que dura à seis anos e que continua a manter esta linha da redução do défice). Penso que é correta a manutenção de objetivos de mais longo prazo e não andar com políticas erráticas que nada adiantam. A questão do défice e a sua redução será sempre boa para o país, mas não deixa de ser também uma imposição de Bruxelas. Tudo o resto segue um pouco o que já vinha de trás dispensando-me assim de comentar e remetendo quem gosta destas matérias para o que então disse em Dezembro de 2021. Embora com a aprovação garantida na generalidade, - visto o PS ter maioria absoluta -, significará que não haverão grandes alterações na especialidade exatamente por isso mesmo. Algumas medidas da oposição estão a ser adotadas como sinal de boa  vontade, pouco mais do que isso, visto os vetores força serem os que já estão definidos.

Tuesday, May 24, 2022

Feliz aniversário, minha Mãe!

Faria hoje 88 anos. Era minha Mãe e à muito que partiu para outro plano astral. Morreu ainda relativamente nova. Sempre me recordo de ainda criança ver a minha Mãe com um sorriso na cara, cantarolando aqui e ali, sempre com o seu ar feliz. Mais tarde tudo isso desapareceu e tornou-se mais soturna, mais fechada, mais sombria. A vida transforma-nos sem que disso demos conta e nem sempre para melhor. Foi esse o caso. O tempo diz-se cura tudo. Não sei se curou a sua perda. Mas a memória ficou e enquanto ela restar é como se ela ainda por cá andasse. Lembro-me muitas vezes dela. Dos seus gestos, duma certa timidez, mas sempre segura das suas convicções. Para mim, este será sempre um dia de memória, um dia de saudade, um dia sempre diferente. Feliz aniversário, minha Mãe! Que estejas em paz.

Monday, May 23, 2022

Que te aconteceu Perninhas?

Era recorrente as idas e vindas do Perninhas. Um gato que adora liberdade e não se sente bem fechado em casa. Volta e meia desaparecia mas lá ia voltando. À tempos atrás o Perninhas desapareceu por algum tempo. Quando voltou estava cadavérico a contrastar com o estado anafado com que foi. Por cá andou algum tempo, lá ia comendo, mas menos do que aquilo que era habitual, mas de repente desapareceu de novo. Já não o vejo vai para um mês. Não sei se lhe aconteceu algo ou não, mas com o costume que tinha de morder e arranhar as pessoas, penso que deve ter-se cruzado com alguém que não lhe tolerou esse comportamento. Estou convicto que morreu, ou melhor, alguém o terá morto. Confesso que apesar das suas atitudes rebeldes, - que por vezes me exasaperavam -, tenho muitas saudades dele. Porque para além desse estranho comportamento, o Perninhas era um gato muito dócil, amigo até. Por esta zona os gatos não duram muito, sobretudo os errantes. antigamente eram envenenados pelos colombófilos, embora todos estes já tenham desaparecido, haverá sempre alguém que não gosta deles e segue os mesmos princípios. De vez em quando, os gatos que por cá andam desaparecem todos sem deixar rasto. Penso que agora calhou a vez ao Perninhas. (Nunca soube se tinha dono ou não). Espero que, pelo menos, não esteja em sofrimento. Se o assassinaram, que esteja em paz finalmente.

Sunday, May 22, 2022

Três anos depois resta muita saudade

Cumprem-se hoje três anos sobre a morte do meu querido companheiro Nicolau. Dirão que era apenas um animal, mas para mim era bem mais do que isso. Valia muito mais do que muito ser dito humano que conheço. Forte e determinado, personalidade vincada, amigo carinhoso e terno, o Nicolau era um misto de muitas coisas. Desde bebé mostrou essas caraterísticas, desde aquele dia longínquo em que foi abandonado durante a noite à minha porta por um desses seres dito humanos que valem menos do que lixo. Debaixo de forte temporal, chorou toda a noite. De madrugada bem cedo vim ver o que se passava e encontrei-o debaixo dum carro abrigado, todo encharcado. Era véspera de Natal e nem isso fez com que esse lixo social o tenha abandonado em condições tão extremas. Ele veio e ficou. Apossou-se do meu coração no momento em que peguei nele ao colo e ele me olhou, olhos nos olhos. Percebi que tinha um companheiro para o resto da vida. Muitos queriam ficar com ele. Até já tinha uma casota e uma corrente prometida. Mas ele nunca mais deixou de ser o meu bebé grandalhão que impunha respeito a quem vinha a minha casa. Hoje passam três anos do seu desaparecimento depois de dezasseis anos e meio de companhia. Morreu junto de mim com as lágrimas a correrem-lhe pelos olhos. Com pena de deixar a vida, ou de deixar os donos que tanto o amaram, ou as duas coisas. Hoje estará no país do arco íris onde quero acreditar que todos os animais são felizes longe da bestialidade humana. Neste dia resta a memória. Uma memória funda e vincada. Há seres que nos marcam. Há seres que se intrometem na nossa vida e ficam para sempre. O Nicolau foi um desses. Lá onde estiveres que estejas em paz, Nicolau!

Saturday, May 21, 2022

Intimidades reflexivas - 1613

"Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem." - Miguel Esteves Cardoso

Friday, May 20, 2022

Intimidades reflexivas - 1612

"Fazer poesia é como fazer amor: Nunca se saberá se a própria alegria é compartilhada." - Cesare Pavese (1908-1950)

Thursday, May 19, 2022

Intimidadres reflexivas - 1611

"Temos a Arte para não morrer da verdade." - Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Wednesday, May 18, 2022

Intimidades reflexivas - 1610

"Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar." - Sócrates (470 a.C.-399 a.C.)

Tuesday, May 17, 2022

Intimidades reflexivas - 1609

"Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas." -  Johann Goethe (1749-1832)

Monday, May 16, 2022

E chegou a reforma

Os anos passam sem que demos por isso. E ainda ontem era menino e moço, jovem estudante com os primeiros anseios, as primeiras inseguranças, os primeiros amores, tudo combinações duma vida que desponta. Muito tempo passou e sem que de tal me apercebesse chegou o momento de me reformar. Este é o primeiro dia desse novo ciclo que se abre na minha vida. O derradeiro. Agora já pouco resta para fazer, se é que ainda algo resta. Espero pelo menos que ainda algum tempo me seja concedido para dela gozar, com saúde e com discernimento intelectual. Embora reformado, continuarei a trabalhar porque é assim que me sinto bem. Afinal quando se é economista, sê-lo-emos para a vida toda. Como diz Sérgio Godinho 'este é o primeiro dia do resto da minha vida'.

Sunday, May 15, 2022

"Isabel de Aragão - Entre o céu e o inferno" - Isabel Stilwell

Isabel Stilwell, a conhecida jornalista e escritora, aparece com mais um livro, desta feita sobre Isabel de Aragão com o título "Isabel de Aragão- Entre o céu e o inferno". Entre o céu e o inferno. Assim foi a vida de Isabel de Aragão. Nasceu envolta no saco sagrado, a 11 de fevereiro de 1270, em Saragoça. Intocável. Protegida. Com poucos dias de vida o avô, Jaime I, levou-a consigo para Barcelona, no meio de uma tempestade. Cresceu a ouvir histórias de grandes conquistas, de reinos divididos por lutas sangrentas entre pais e filhos e entre irmãos. A história de Caim e Abel. Uma história que se repetiu ao longo da sua vida. Aos 12 anos casou com D. Dinis, rei de Portugal, e junto dele governou durante 44 anos. Praticou o bem, visitou gafarias, tocou em leprosos e lavou-lhes os pés, gastou a sua fortuna pessoal a ajudar os que mais precisavam e mandou construir o mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Da sua lenda fazem parte milagres, curas e feitos. Mas a melhor rosa de Aragão, que herdou o nome da Santa Isabel da Hungria, era boa para ser rei, como dizia muitas vezes o marido. Junto dos seus embaixadores e espiões, com a ajuda da sua sempre fiel Vataça, jogou de forma astuta no tabuleiro do poder. Planeou e intrigou. Mas a história teimava em repetir-se. Caim e Abel. Pai contra filho, o seu único filho varão contra os meios-irmãos bastardos. Morreu aos 66 anos, depois de uma penosa viagem de dezenas de léguas de Coimbra a Estremoz, montada numa mula, para evitar mais um conflito entre Portugal e Castela. Sempre acreditou que a película em que nascera a protegeria de tudo, mas nos últimos tempos de vida sentia-se frágil e vulnerável. E duvidava. Onde falhara como mulher e mãe? Sobre a autora, Isabel Stilwell é jornalista e escritora. A sua grande paixão por romances históricos revelou-se em 2007, com o bestseller D. Filipa de Lencastre, a que se seguiram D. Catarina de Bragança, ambos traduzidos para inglês, e D. Amélia, sempre com crescente sucesso. Em abril de 2012, foi a vez de publicar D. Maria II, que mereceu uma edição especial para o mercado brasileiro. Em outubro de 2013 lançou Ínclita Geração – Isabel de Borgonha, em 2015, a história da mãe do primeiro rei de Portugal, D. Teresa e em 2017 um romance sobre a vida da Rainha Santa, Isabel de Aragão, eleito o 2º melhor livro de ficção, no Prémio Livro do Ano Bertrand. Desde o Diário de Notícias, onde começou aos 21 anos, que contribui de forma essencial para o jornalismo português. Fundou e dirigiu a revista Pais & Filhos, foi diretora da revista Notícias Magazine durante 13 anos e diretora do jornal Destak até ao final do ano de 2012, entre muitos outros projetos. Atualmente escreve para a revista Máxima, tendo uma das suas peças sobre a adoção em Portugal («Não amam nem deixam amar», em conjunto com a jornalista Carla Marina Mendes) sido distinguida com o 1º Prémio de Jornalismo «Os Direitos da Criança em Notícia». Continua a colaborar mensalmente com a revista Pais e com o Jornal de Negócios, quando não está a escrever, vira diariamente os «Dias do Avesso» em conversa com Eduardo Sá, na Antena 1. A edição é da Editora Livros Horizonte.

Saturday, May 14, 2022

Intimidades reflexivas - 1608

"Restava-lhes apenas o presente, o espírito do século, anjo do crepúsculo, que não é nem a noite nem o dia, encontraram-no sentado sobre um saco de cal cheio de ossos, enclausurado no manto dos egoístas, tiritando com um frio terrível." - Alfred de Musset (1810-1857) in 'La Confession d'un enfant du siècle'.

Friday, May 13, 2022

Intimidades reflexivas - 1607

"A República deve constituir-se sem cessar porque nós concebemo-la eternamente revolucionária, contra a desigualdade, a opressão, a miséria, a rotina, os preconceitos, eternamente inacabados com os muitos progressos por cumprir." - Pierre Mendès France (1907-1982)

Thursday, May 12, 2022

Intimidades reflexivas - 1606

"Não digo diminuir, reduzir, limitar, circunscrever a miséria, digo destruir. Os legisladores e os governantes devem pensar nisso sem cessar, porque em tal miséria, visto que o possível ainda não foi feito, o dever não foi cumprido." - Victor Hugo (1802-1885)

Wednesday, May 11, 2022

Intimidades reflexivas - 1605

"A herança não é precedida de nenhum testamento." - René Char (1907-1988)

Tuesday, May 10, 2022

Intimidades reflexivas - 1604

"A tua alma não é para tomar conta de ti. Tu é que tens de tomar conta dela. Dar-lhe de comer. Solidão. Consciência. Vagar. Amor. Lembrança. São estes os nossos alimentos." - Miguel Esteves Cardoso

Monday, May 09, 2022

Dia da Europa

Celebra-se hoje o Dia da Europa, dia em que Robert Schuman, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros de França, apresentou as bases fundadoras do que é hoje a União Europeia, corria o ano de 1950. Numa altura em que a Europa se vê acossada por mais um conflito, é tempo de cerrar fileiras e impedir o avanço das forças totalitárias que pretendem destruir as democracias ocidentais. Celebremos este dia com união e um grito unânime de não à guerra, não à agressão da Rússia à Ucrânia.

Intimidades reflexivas - 1603

"Inteligência e bom humor. O primeiro seduz e o segundo desarma." - Valmir Mizio

Sunday, May 08, 2022

Dia Internacional do Burro

Celebra-se hoje o Dia Internacional do Burro, esses seres inteligentes e sensitivos que ainda não percebemos bem. São criaturas belas e sensíveis. Hoje é o seu dia.

Intimidades reflexivas - 1602

"Em nome de Deus, sentemo-nos na terra e contemos a triste história da morte do reis." - William Shakespeare (1564-1616) in 'Ricardo II' (III, 2)

Saturday, May 07, 2022

Intimidades reflexivas - 1601

"Depois de ter tornado estúpido o gado doméstico e tomado cuidadosamente precauções para que estas aprazíveis criaturas não possam dar um passo fora do andarilho de bebé em que os puseram, eles mostram-lhes de seguida o perigo que correm se quiserem caminhar sozinhos." - Immanuel Kant (1724-1804) in 'Qu'est-ce que les Lumières?'

Friday, May 06, 2022

Intimidades reflexivas - 1600

"Que são as luzes? A saída do homem da menoridade de que ele mesmo é responsável. O estado de menoridade é a incapacidade de de se servir do seu entendimento sem ser dirigido por um outro. Nós temos culpa em estarmos nesse estado porque ele resulta não de uma insuficiência do entendimento, mas de uma falta de resolução e de coragem para nos servirmos dele sem sermos dirigidos por um outro. Sapere aude! Tem coragem de te servires do teu próprio entendimento! Essa é a divisa das Luzes." - Immanuel Kant (1724-1804) in 'Qu'est-ce que les Lumièrs?'

Thursday, May 05, 2022

Intimidades reflexivas - 1599

"Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança." - Ernest Hemingway (1899-1961)

Wednesday, May 04, 2022

Intimidades reflexivas - 1598

"Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder, para me encontrar." - Florbela Espanca (1894-1930)

Tuesday, May 03, 2022

De volta ao Orçamento de Estado

Há quem questione se o governo está a abdicar ou não do estado social com este Orçamento de Estado (OE)? Na minha opinião não, embora existam fatores de enorme imprevisibilidade. Desde logo a inflação, que mais do que interna, é uma inflação importada. Uma inflação do lado da oferta e não tanto do lado da procura. O problema é que acho que ela não será tão conjuntural quanto se diz. Com certeza que uma parte dos salários será destruída pela inflação, mas isso não quer dizer que o governo esteja a cortar na massa salarial. Isso não aconteceu neste OE, mas sacrifícios terão que ser feitos em tempos de tanta incerteza quanto estes que vivemos. (Não é por acaso que o FMI reviu em baixa as suas previsões, numa ordem de grandeza bem importante, - na casa dos 20% -, o que diz bem da situação porque o mundo está a passar). Há cativações maiores para a defesa do que aquilo que seria expectável, mas a situação na Europa a isso obriga. A Europa tem sido criticada por não prover à sua segurança, coisa que começou agora a fazer, não para agredir qualquer estado, mas para se defender com dignidade da agressão doutros. E isso tem custos. Curioso é notar que a direita política parece que quer inverter os papéis de algum tempo atrás. Agora acusam o OE 2022 de ser um orçamento contracionista, um orçamento de austeridade, quando no passado esse foi o mote dessa mesma direita. Apesar de um arrumar de rubricas com mais rigor e critério, - não é possível que o governo esqueça o défice ou a dívida -, e ignore tudo o que tem que ser feito nessa matéria. Não querer reconhecer isso dá a ideia de que a direita democrática em Portugal está sem rumo, errática e desfasada da realidade. Para além disso, é preciso não esquecer que este OE é para ser aplicado durante seis meses. Em breve, se começará a trabalhar no do ano de 2023, e esse sim, terá que ter outras opções mais claras e estratégicas. Mas tudo é volátil face ao que está a acontecer na Europa, numa Europa onde a guerra veio introduzir enorme fator de imprevisibilidade. E essa é a maior dificuldade.

Monday, May 02, 2022

Intimidades reflexivas - 1597

"O segredo da criatividade está em dormir bem e abrir a mente para as possibilidades infinitas. O que é um homem sem sonhos?" - Albert Einstein (1879-1955)

Sunday, May 01, 2022

Dia da Mãe

Este é um dia feliz - ou pelo menos deveria sê-lo - para todas as Mães. E feliz também para os filhos que ainda as podem homenagear. A minha já à muito que partiu, apenas a memória resta para venerar. E como me lembro bem dela. Ainda me recordo quando ainda criança da primeira classe (primeiro ano hoje em dia) cheguei a casa com o meu primeiro postal escrito por mim com toda a dificuldade que uma criança tem, para dar o meu à minha Mãe. E lembro o brilho do seu olhar ao recebê-lo e a surpresa que foi. Nessa altura o Dia da Mãe celebrava-se a 8 de Dezembro, e era indiciador das férias escolares próximas e da celebração do Natal. Todas estas memórias felizes o tempo levou, agora só me resta a homenagem que sempre faço no jazigo de família onde ela se encontra. Dentro de poucos dias seria o do seu aniversário. Voltarei a falar dela então. Feliz Dia da Mãe para todas as Mães do meu país e do mundo!

1º de Maio

O Dia do Trabalhador como é chamado o 1º de Maio nem sempre foi celebrado entre nós com a abertura de hoje em dia. Houve tempo em que íamos celebrá-lo e logo as cargas policiais eram a regra. A polícia da ditadura, tal como a própria ditadura, não gostavam muito deste dia. E até havia um famoso intendente que era conhecido pela sua selvajaria e que sempre era destacado para este dia. E assim foi até 1974, ano em que esta foi derrubada e assisti a uma das maiores manifestações de unidade que pude ver na minha vida. Nunca mais se repetiu porque a política dos interesses partidários se sobrepôs aos trabalhadores, afinal aqueles a quem este dia é dedicado. Mas apesar de tudo é bom celebrá-lo em liberdade, sem a repressão a que assistimos noutros países, a mesma repressão sem rosto que tantas vezes vi no meu país. Saibamos merecer este dia, que a liberdade e a democracia dêem o tom, para que nunca mais assistamos aos cassetetes em riste contra gente indefesa e desarmada. Tudo isto só será possível se nos unirmos no essencial em detrimento do acessório. Sei que é difícil, mas é fundamental. Afinal há bens maiores que se sobrepõe. Viva o 1º de Maio!