Turma Formadores Certform 66

Monday, December 31, 2012

Feliz Ano Novo de 2013

Mais uma página se vira no calendário. Mais um ciclo de 365 dias se inicia. Se o 2012 não deixa saudades a ninguém, o 2013 já começa a ser indesejado quando apenas agora começa. Muitos sacrifícios os portugueses passaram neste último ano, com o cortejo que o empobrecimento das famílias, o seu destroçamento e da nação acarretaram. Ele foi o desemprego a bater sucessivos recordes, elas foram as falências em catadupa, foi a emigração que aumentou em flecha, embora desta feita bem distante daquela a que assistimos nos anos 60, porque são os cérebros, os mais bem preparados que partem porque não conseguem encontrar alternativas no seu país, onde não são reconhecidos. Há muitas maneiras de empobrecer, e esta não é, seguramente, a menor. O SNS vai-se retalhando a cada dia que passa, onde os pobres, para quem ele foi tendencialmente criado, começam a não ter acesso, a escola pública cai aos bocados, onde o ensino é cada vez mais elitista, onde os mais pobres não cabem ou têm uma educação de segundo nível. Há muitas maneiras de empobrecer, e esta não é, seguramente, a menor. O próximo ano agravará tudo isto juntamente com o défice que não pára de crescer, apesar da "terapia". Novos recordes se baterão, não da recuperação, mas da derrocada que nos vai empurrando, cada vez mais, para o abismo, onde já caímos, mas no qual, nos afundamos cada vez mais. Mas se de tudo isto ainda vislumbra-se-mos uma luz ao fundo do túnel, uma chama que nos movesse a continuar até ao almegado sucesso, as populações não regateariam esforços. Mas aquilo que nos propõem são discursos bonitos, eloquentes até, mas vazios de conteúdo. Discursos que enganam as populações, metas que lançam e que vão, paulatinamente, sendo alteradas face ao insucesso da receita. "Discurso político é uma forma oca de entreter o pagode" dizia há dias Bagão Félix. E, sem dúvida, que é a isso que estamos a assistir. A mensagem de Natal  do PM é disso um bom exemplo. Fantasia sobre fantasia, embuste sobre embuste, lá se vão fixando novas metas para o país. Mas afinal o ano que agora finda era o da recuperação segundo a afirmação do governo, governo irresponsável que passa o dia a enganar uma Nação inteira, não deixando de o fazer até àqueles que, por boa fé ou ignorância, o colocaram lá. Mas a sem vergoniche passou a ser uma instituição na política portuguesa, onde a mentira mais torpe é vendida como a mais sagrada das verdades. Costuma-se dizer que cada povo tem o que merece, talvez este seja o governo que merecemos, se não todos, pelo menos aqueles que se deixaram embalar no canto da sereia de que a crise se resolvia em dois meses!!! (Será que ainda se lembram desta afirmação dum irresponsável que, talvez por o ser, foi promovido a ministro?) Este é o nivelamento intelectual que o governo está a fazer, aquilo a que se chama o nivelamento por baixo, onde a mediocridade tem sempre lugar. Os outros, ou vegetam nos centros de emprego ou emigram, conforme a indicação do próprio PM compondo assim as estatísticas cada vez mais negras do desemprego. E refiro-me aqueles que têm qualificações por mérito e trabalho próprios, e não aqueles que as conseguiram por uma qualquer porta enviesada, apressadamente, antes que a oportunidade escapasse. Mas estes têm sempre lugar, porque Portugal se está a tornar num país de medíocres, de  desqualificados, de ignorantes, de oportunistas. Quando muitos cientistas e investigadores portugueses vêm o seu trabalho reconhecido nos países de acolhimento, por cá, vai ficando a tacanhez, a pequenez de uns tantos que passam a vida a colocar-se em bicos de pés para ver se alguém repara neles. Este é o país que nos condenam a legar aos nossos filhos e netos, um país menor, de gente menor, sem instrução, voltando àquilo que era o nosso paradigma à cerca de 40 anos atrás. Mas esta é a gente que interessa aos poderes instalados, porque são amorfos, não contestam, são facilmente moldáveis, basta-lhes o futebol e, se ainda por cima, o seu clube ganhar, então é vê-los felizes. É esta a gestão da crise!... Quando a cultura é menosprezada, quando as fundações mais importantes com a da Casa da Música ou a de Paula Rego, para citar apenas dois exemplos, perdem os seus apoios, indicia bem o que os poderes instituídos pensam. Quando o ministério da Cultura passou a secretaria de Estado, ficamos todos a saber quais os ínvios caminhos que os poderes instituídos tinham reservado para ela. É neste panorama sombrio que festejamos a chegada dum Novo Ano, já anunciado como difícil, apocalítico até, já sabemos o que nos espera. Este "velho" Ano Novo é a continuação da senda que o anterior já indicou. Ano Novo de velhas palavras, de velhas ilusões, de velhas frustrações, de velhas mentiras!!! "Uma mentira repetida muitas vezes passa a ser uma verdade", talvez já não se lembrem de quem afirmou esta frase, foi Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler! É com ideias similares que nos prometem sucessivos oásis embora quando lá chegamos apenas se vê terreno árido e vai daí prometem-nos novos oásis mais à frente, novas miríades que se revelam sempre iguais e desesperançosas. Se ainda tiverdes, apesar de tudo isto, vontade de celebrar a sua entrada, aqui vos deixo os votos dum Feliz Ano Novo...

Monday, December 24, 2012

Feliz Natal para todos

E eis-nos chegados, finalmente, ao Natal. Época de aproximação das pessoas, das famílias, de paz e amor. Pena é que não seja todos os dias de todos os anos. Mas enfim, sempre é melhor que seja assim do que tal nunca aconteça. Neste mundo conturbado, em conflito permanente, é sempre difícil ver Natal por entre as paredes de ódio que os homens vão criando entre si. Por vezes, estas celebrações tornam-se mais puras, mais verdadeiras, quando são feitas com um pouco mais de comedimento. E este ano, por razões que todos sabemos, a isso seremos obrigados. Uns mais, outros menos, mas nada será como dantes. Talvez nesta singeleza, nesta pureza, se veja melhor o Natal. Numa quadra profundamente consumista, este ano vê-se que não é tanto assim. As restrições a isso obrigam. Por vezes estes momentos que nos parecem aziagos, transportam em si alguma verdade, alguma virtude. Porque veremos o Natal com mais autenticidade do que quando esta celebração não é mais do que o gastar muito dinheiro em coisas, na maioria dos casos, supérfulas, e como tal, sem utilidade, que se esvaiem ao fim de alguns dias. Esta restrição forçada para que todos somos convocados, transporta-me à pureza do meu Natal enquanto menino, onde só havia presentes neste quadra, e não durante o ano todo; onde a família ocupava um espaço que hoje, infelizmente, já não tem. "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" diz o poeta, mas por vezes, a mudança nem sempre significa que vamos para melhor. Celebremos pois este Natal com coração aberto, com pureza de sentimentos para com o nosso semelhante, que quase sempre está pior do que nós; para com os animais nossos irmãos que tanto sofrem nesta como noutras quadras que se dizem de paz e amor e em nome delas; e, para com a natureza nosso ecosistema de vida, que vai colorindo esta nave que ocupamos que vagueia pelo Universo. É com este espírito que desejo um Bom Natal para todos os que me seguem neste e noutros espaços. Tenham um Natal muito feliz. 

Friday, December 21, 2012

Descansa em paz, Mourão! (Requiem por um Amigo)


Hoje foi um dia triste. Venho dum funeral dum Amigo, o Sr. Fernando Mourão. Era um homem que conhecia desde muito novo, atleta medalhado da meia-maratona. A guerra colonial fez dele um homem diferente. Um homem isolado, um homem por vezes revoltado, um homem que passou a afogar as suas tristezas no álcool e no tabaco. Estes foram-lhe, paulatinamente, destruindo a vida. Ele foi mais um traumatizado de guerra, que viveu os seus últimos anos numa quase absoluta pobreza. Vivia num bairro social com a sua companheira, e tinha uma grande paixão pelos animais. Essa sua paixão fez com que nos fossemos aproximando. Vi por diversas vezes, este homem que vivia praticamente da caridade alheia, a pegar no pouquíssimo dinheiro que tinha e comprar um pão para dar diariamente a um cão maltratado apesar de ter dono. Vi-o comprar comida para cães e gatos, ficando sem um cêntimo, para poder alimentar os muitos animais que ia protegendo. Ele passeava os animais de pessoas que já não o podiam fazer a troco de nada. O Mourão foi um homem pobre que morreu rico. Rico pelo grande coração que teve, onde todos cabiam, especialmente os animais, sobretudo os acossados como ele. Estes animais já há algum tempo que sentiam a falta dele porque a doença o foi minando, o foi destruindo. Ontem, aos 61 anos, cansou-se da vida e do sofrimento. Partiu. Hoje foi o seu funeral onde estive presente com muita mágoa. A última vez que estive com ele, há algum tempo atrás, ele disse-me que gostaria que eu fosse ao seu funeral. Achei estranho o pedido, mas disse que sim. Hoje cumpri a promessa. O Mourão foi para a sua última morada, cansado da vida, cansado dos homens, cansado do mundo, apenas os animais eram a sua razão de ser. Um homem pequeno na escala social mas enorme na escala de valores. Ontem quando a cortina da vida se fechou para ele, com certeza que o Mourão recebeu um fortíssimo aplauso, pelo que foi, pelo que fez, pelo muito que ajudou, ele que na vida nada tinha e era ajudado por outros. Há homens grandes na sua pequenez, homens que se agigantam face à mediocridade do mundo. Este era o caso. Lá onde estiveres deves estar em paz. Deves estar rodeado dos muitos animais que ajudaste e que agora são o teu testemunho. Hoje estás, certamente, na luz. Descansa em paz, Mourão!

Wednesday, December 19, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 230

Aproxima-se o fim deste ano que não deixa saudades a ninguém. O novo que se aproxima também parece já vir inquinado à nascença. Mas este ano não se despedirá de todos nós sem que nos deixe algumas perplexidades verdadeiramente definitivas. Desde logo, a rejeição de Merkel de subir os impostos à classe média do seu país por ser esta "a espinha dorsal da economia alemã", segundo a própria. É caso para perguntar, e afinal a classe média dos outros países, como o nosso, também não são estruturais da economia? No caso português, para além de ser estruturante da economia, a classe média é, verdadeiramente, um pilar do próprio regime democrático. E então, Sra. Merkel, que dizer disto? Continua a mandar executar a mesma política de terra queimada ao seu subordinado governo português? E não basta dizer que não sabia de nada, porque já todos sabemos que este governo tudo fará para lhe agradar, sejam quais forem as consequências. Mas certamente que tem informação previligiada dos seus assessores para saber que é assim. Contudo, outras questões merecem a nossa atenção. Desde logo, o famigerado acordo para haver uma centralidade e supervisão de toda a política europeia. Algo que de há muito, nós e tantos outros, vimos defendendo. Quando defendemos o federalismo da UE, estavamos a incentivar uma maior coesão e compromisso entre os seus parceiros. Quando foi criado o euro, não se criaram os mecanismos inerentes a um bom desempenho da economia que só a centralidade imporá. É certo que os países aderentes tinham dez anos para corrigir as suas economias, mas isso era insuficiente, e até uma aposta algo idealista, como se veio a verificar. Só a centralidade que será cada vez mais efetiva quanto mais se caminhar em direção ao federalismo, poderá levar a que os países se nivelem, que esbatam as suas diferenças, ou pelo menos, limem as arestas mais grosseiras. E daí, todos lucrarão. Os mais ricos porque não terão que transferir tantas somas para os mais pobres, e estes, que delas não necessitarão, tendo ao seu dispor mecanismos para se auto-sustentarem. Aquilo que parecia utópico afinal vai-se materializando por força das circunstâncias. Sabemos que as resistências são muitas, sabemos que este projeto levará o seu tempo e que não será exequível amanhã. Mas o percurso, ainda que tímido, já começou, e como diz o poeta, "o caminho faz-se sempre caminhando". Esta é a direção certa. É por aqui que se buscará a saída da crise, depois de tantos avanços e recuos, de tantos discursos inócuos, de tantos sacrifícios feitos em vão. Só quando as economias começarem a crescer e a criar emprego é que o sinal de que a crise será ultrapassada está dado. E uma economia para alavancar tem que ter um crescimento acima dos 2%, até lá, só resta ir criando as condições para que tal se verifique. Na Europa em que a terra queimada é o cenário que temos, só alterará este panorama quando passar da tibieza das ações, da política paroquial que a tem movido, para outras atitudes mais audazes dignas de verdadeiros estadistas. É certo que estadistas é o que não existe na atual UE, apenas políticos de circunstância, como pequenas são as suas atitudes e as suas ideias, se as têm de facto. Numa Europa que vai sendo destruída ano após ano por políticos ultraliberais que estão mais próximos das teses monetaristas de Friedman do que das teses keynesianas, será sempre difícil obter seja o que for como um todo para o bem da União, neste cenário. Daí que qualquer avanço pode ser, e é seguramente, um avanço. Mas todos os ciclos têm um fim, e este não será exceção. No entretanto, há que ir criando as condições para que esta terra queimada que é a atual Europa, se transforme num prado verdejante. Só assim, seremos capazes de vislumbrar um novo ano bem diferente. Caso contrário, não nos safaremos, a menos que se verifiquem as teorias apocalíticas que por aí polulam. Mas mesmo que tal aconteça não estaremos certos da nossa redenção.

Tuesday, December 18, 2012

No 120º aniversário do "Quebra-Nozes"

Celebrou-se ontem o 120º aniversário do bailado de Tchaikovsky "The Nutcracker" (O Quebra-Nozes). Estreou-se a 17 de Dezembro de 1892 no Teatro Mariinsky em S. Peterburgo na Rússia. Faz parte duma série de grandes bailados que Tchaikovsky compôs, reaparecendo sempre na época natalícia. O sucesso e a popularidade deste bailado só é igualado pelo "O Lago dos Cisnes" do mesmo compositor. Embora Tchaikovsky tenha composto outras grandes obras destinadas a bailado como foi o caso de "A Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" veio-se a tornar um dos mais populares, provavelmente pela alegoria em torno do Natal e seus usuais presentes. Embora Tchaikovsky tenha composto variadíssimas obras, dos mais variados estilos foi, sobretudo, no bailado que se viria a celebrar junto do grande público. Ontem, 17 de Dezembro, completou-se o 120º aniversário deste bailado monumental, cheio de música esplendorosa que não deixa ninguém indiferente. Para os que não conhecem - que serão necessarimanete poucos - deixo-vos aqui uma pequeníssima amostra com  pouco mais de um minuto, que dá a ideia da grandiosidade da obra. Para ver e ouvir, cliquem no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=uXjAMJyeFog . Espero que vos leve a descobrir - para aqueles pouco ligados a este género de música - esta magnífica obra e a excelente música dum dos maiores e mais emblemáticos compositores russos, Peter Tchaikovsky.

Monday, December 17, 2012

Boas Festas - Reflexões sobre o Natal


Decidi hoje trazer a lume esta mensagem, porque neste mesmo dia, celebrava o seu aniversário o meu avô materno José, um grande homem duma verticalidade ímpar. Ele é mais um dos que, emblematicamente, preenchem a minha já vasta galeria de ausentes. Daí a escolha e a antecipação da celebração natalícia e oportunidade para algumas reflexões. Com o frio que devagarinho se faz sentir, com Dezembro já profundo, com a época natalícia ao dobrar da esquina, é tempo propício para a reflexão, para a meditação. Neste dia em que a chuva escorre pela vidraça, inclemente mas leve, antecipando em dias o Inverno que aí vem, com o céu pintado de cinza querendo imitar o sentimento que envolve o meu coração, é tempo para olhar para trás e rever a vida, longe dos ruídos que nos perturbam e alienam. Nesta vida de encontros e desencontros, de entradas e  saídas, de concordâncias e discordâncias, nesta inquietude que sinto dentro de mim, neste espírito inquieto que em mim transporto, vamos aproximando-nos do Natal. Época maior para as gentes, embora não a mais importante do calendário litúrgico. Neste ciclo sempre renovado que ano após ano faz a sua aparição, sinto sempre o mesmo, o vazio de quem já não tem os seus entes queridos, da dor das ausências, nesta inquietude que corrói. Longe vão os tempos da meninice, do aguardar da noite de Natal na expectativa dos brinquedos tão desejados, na ilusão proporcionada pelos meus saudosos avós. Adoro os seus preparativos, a sua chegada anunciada, mas quando ela se materializa a mente é invadida pelos habituais fantasmas. A solidão volta mesmo quando estou rodeado de gente - e esta é a pior das solidões - o sofrimento regressa nesta luta sempre adiada de reconciliação com o passado. Contudo, algo mudou desde há pouco mais dum ano. Reencontrei uma nova família - uma família de adoção - que me tem acolhido e rodeado do maior dos carinhos. E ganhei o mais importante, não o ouro, o incenso ou a mirra da história bíblica, mas uma adorável criança que tem povoado os meus dias, que tem povoado a minha mente com a maior das ternuras. Não se tratou do objeto material - e de preferência caro - ao qual perdemos o rasto passado algum tempo, não foi a roupa da moda - e já agora de marca - que fica "demodé" num ápice, (coisas habituais nesta quadra!), mas foi algo mais profundo, algo muito mais importante e perene, foi a Inês, a minha adorada afilhada, a mais bela flor do meu jardim de Outono como costumo dizer. Ela encerra em si todos os anseios, todas as expectativas, todas as crenças que projeto para o seu futuro radioso. Ela é a luz da minha vida, o indicador do rumo, o auxiliar na caminhada inexorável para o Inverno que a vida já me vai apontando, o alento para continuar. Sem o saber, sem percecionar o quanto deposito nela, a Inês vai seguindo os seus dias, cada vez mais bela, mais determinada, mais simpática, mais feliz. Ela é uma espécie de redenção de quem pensava que já não tinha direito a ela; de exorcismo de quem pensava estar possuído por uma dor férrea e interminável; de companhia de quem pensava que a solidão era o seu derradeiro desígnio. Expectativas elevadas, talvez, mas firmes na crença de que assumi um compromisso quando me tornei seu padrinho, compromisso esse que pretendo honrar, sem me desviar do rumo traçado. É com este espírito que vou caminhando em direção ao Natal. Com a certeza de ter já recebido o maior presente que poderia almejar, na convicção que esta criança será uma espécie de bálsamo que irá acalmar esta minha inquietude interna. Neste corpo que já começa a estar cansado, que vai percorrendo os espaços, esmagado por memórias pungentes, a Inês trouxe a alegria de um novo devir, de um outro renascer, qual Fénix. "Eu sou isto / mas sei que estás aqui" para utilizar as palavras sempre belas de Ruy Belo. É com este sentimento que me vou aproximando do Natal. (E não o daquela frase publicitária que anuncia o seguinte: "Reencontre o espírito de Natal na..." e a frase publicitária continua, indicando-nos a rede de lojas onde esse "espírito" se encontra e se vende). A todos queria aqui desejar um Feliz Natal e um próspero Ano Novo de 2013. A todos sem exceção. Áqueles de quem gosto e aos outros de quem gosto menos, ou mesmo, dos que não gostam de mim, independentemente do credo, ideologia ou raça. Aos meus ausentes, sempre presentes na minha memória e que vou venerando diariamente. À minha família de acolhimento que com a sua alegria me vai distraíndo dos pensamentos mais pesados mas, sobretudo, à minha querida Inês que encerra em si o que de melhor tenho neste e em futuros Natais, bem como, o seu irmão Tiago, uma criança verdadeiramente adorável, e ambos em conjunto, enchem uma casa de alegria e inocência. Nunca esquecendo os Animais nossos irmãos que sofrem em silêncio a ignomínia humana e que serão sacrificados, também nesta data e em nome dela, que se quer de paz, e a Natureza tão essencial à vida e, simultaneamente, tão desprezada e vilipendiada. E a todos aqueles que se assumem como religiosos, só quero lembrar esta passagem do Génesis: "Ainda que seja o dono da criação, o homem não deve destruí-la. Ele precisa admirá-la, explorá-la e conhecê-la" (2,20). A todos quero envolver num abraço fraterno, num abraço de paz que deve repetir-se ao longo do ano e não só nesta quadra. Como dizia o poeta: "Natal é quando um homem quiser". E que bom seria que o quisesse todos os dias de todos os anos. Boas Festas para todos.

Wednesday, December 12, 2012

Ravi Shankar - 1920-2012

Morreu ontem aquele que foi considerado um dos maiores inspiradores da migração e interpenetração da música oriental com a música ocidental, Ravi Shankar. Shankar nasceu a 7 de Abril de 1920 em Varanasi, Uttar Pradesh, Índia. Desde cedo mostrou a sua aptidão e gosto pela música vindo a tornar-se uma dos mais conceituados tocadores de sítar e um verdadeiro ícone do seu país natal. Participou em numerosos festivais de música nos anos 60, como os de Monterey e Woodstock. Foi uma força inspiradora para músicos ocidentais como os famosos Rolling Stones e The Beatles tendo sido, inclusive, professor de sitar de George Harrison uns dos famosos Beatles. É de notar em algumas gravações deste agrupamento de Liverpol o uso da sitar, especialmente, no seu famoso álbum "Sgt. Papers Lonely Hearts Club Band", onde há um tema totalmente executado por esse instrumento. Há cerca de dois meses Ravi Shankar deu o seu último concerto ao lado da sua filha, Anoushka Shankar, também ela uma exímia tocadora de sítar. Para além de músico por excelência, Ravi Shankar foi também um compositor de eleição, tendo-nos deixado alguns trabalhos de grande qualidade como o famoso concerto para orquestra e sítar, já com alguns anos. Da sua passagem pela Europa, deixou-nos também uma outra artista e também sua filha, muito conhecida do mundo do jazz, Norah Jones. Veio a falecer neste dia 11 de Dezembro de 2012 em San Diego, na Califórnia aos 92 anos, dias depois de ter sido submetido a uma operação ao coração. Agora será a sua obra que o irá imortalizar perante as gerações futuras. R.I.P. Ravi Shankar. (Para aqueles que não conheciam o artista, deixo-vos aqui uma curta interpretação em que atua ao lado da sua filha Anoushka Shankar. Para o ver e ouvir cliquem no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=eG2moqxqIaE).

Saturday, December 08, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 229

Ontem assistimos a mais um debate quinzenal na AR. Um espetáculo que cada vez fica mais triste e deprimente. Tentamos saber se, de facto, tínhamos, nós também, interpretado mal Vítor Gaspar. Mas apesar do esforço do PM, este foi em vão. Afinal, Vítor Gaspar não se enganou, nem teve a humildade de dizer que se precipitou. (Juncker teve um problema de tradução!!!) Que os alemães não deixam que tenhamos as mesmas condições da Grécia, que afinal, estamos condenados ao mesmo inferno que nos há-de colocar ao nível da Grécia e bem mais cedo do que tarde. Gostaríamos de nos enganar, mas as evidências são cada vez mais precisas. A tirania alemã, a sobranceria germânica que levou a duas guerras mundiais, está aí de novo. E esperemos que não destrua a Europa como aconteceu no século passado. O poderia alemão, depois da reunificação, que foi construído com a ajuda dos restantes países europeus, - a Grécia foi um deles -, que sempre defenderam a Alemanha após a reunificação, vêem-se hoje esmagadas por ela. Sem honra e sem glória, os países periféricos estão a sentir a mordaça alemã, não já dos exércitos mas da economia. A descida aos infernos começou e não lhe vamos escapar, sobretudo, com um PM subserviente ao "diktat" alemão e um ministro das finanças que aposta em mostrar serviço, na expectativa dum lugar em Bruxelas que parece que lhe está à mão. Muitas vozes se têm levantado dentro e fora dos partidos do governo, mas sem resultado. A casmurrice de Passos Coelho passou a ser viral. E o CDS que parece que anda a enviar cartas à "troika" deveria, isso sim, enfrentar a situação e não perder tempo com missivas que têm como destino o caixote do lixo. Toda agente já viu a situação, até o FMI reconhece o seu erro, mas por cá, insiste-se na mesma senda de empobrecimento e destruição dum país com quase nove séculos de História. Destroem-se as empresas emblemáticas da nossa identidade, que são vendidas a preço de saldo, destrói-se a economia, destroem-se milhares de postos de trabalho, destrói-se o emblemático SNS tão elogiado além-fronteiras, destrói-se a escola pública, reduzindo o país a um retrocesso civilizacional, onde a ignorância será a palavra chave. A escola para ricos aí está, como a saúde para ricos vai-se firmando dia após dia. A destruição do estado social é evidente. Somos dos que achamos que nem tudo estava bem no SNS, que havia necessidade de correções, mas a sua destruição pura e simples é um verdadeiro atentado. Depois de tudo isto passar, o PM terá seguramente um bom emprego - ou algo parecido com um emprego -, numa das empresas dos amigos, Gaspar terá seguramente o seu lugar em Bruxelas e o resto do país definhará. Será um país em cinzas. Um país de terra queimada. Esta é a nossa sina, está é a nossa vergonha. Vergonha de ter dirigentes assim, e de estes se arrogarem o direito de sobranceria interna que contrasta a  subserviência além fronteiras. Tudo o resto é fado. O nosso triste fado, como aquele simbolizado pela canção nacional que lhe dá o nome.

Thursday, December 06, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 228

Cada vez são mais as vozes que clamam contra este governo. E seguramente não o fazem por diletantismo. Fazem-no porque estão a sentir na pele a austeridade que está a ser imposta sem que nenhuma luz apareça como indiciadora da tão desejada recuperação. Novo episódio surgiu nos últimos dias que muito nos entristece. Estamos a falar da necessidade de Portugal, invocando o tratamento igual dentro da UE, vir pedir mais tempo e juros mais baixos, - como vai acontecer com a Grécia -, que muito viria aliviar a pressão a que estamos sujeitos. Se bem se lembram, Vítor Gaspar no encerramento do debate do OE2013 afirmou isso mesmo, a necessidade de Portugal vir a ter melhores condições que permitam o relançamento da economia, coisa que doutro modo não acontecerá. Vítor Gaspar falou no seguimento de afirmações de Jean-Claude Junker que se colocou ao lado de Portugal sem quaisquer reservas. Depois da reunião do Eurogrupo tudo mudou. Juncker veio dar o dito por não dito com um à-vontade que dói, como se todos nós fossemos uns ignorantes e não percebêssemos o que ele teria dito. Vítor Gaspar fez o mesmo, sem despudor, sem vergonha. Que Juncker o tenha feito do modo que fez até não nos espanta. Afinal, Juncker é o PM dum pequeno país como o Luxemburgo, sem visibilidade, e por isso, ele aproveita todas as hipóteses que tem para se tornar mediático. Há quem diga que ele gosta de aparecer. Mas de Vítor Gaspar teremos que exigir um pouco mais. Que leva a que um prestigiado economista como ele se envolva nestas trapalhadas, apontando os "media" como causadores da confusão e os portugueses de ignorantes? Há tempos atrás perguntamos o que fazia correr Gaspar? Todos sabemos que o ministro das finanças é um dos nomes falados para mais tarde vir a integrar uma posição de relevo no Eurogrupo. Mas isso não pode servir para que se faça algo e o seu contrário com o maiores dos despudores. Quando afirmamos que o governo está a ir muito para além do memorando da "troika", não o fizemos por acaso. Nunca percebemos esta opção, e só a entendemos à luz do manifesto ideológico de Passos Coelho, que nunca foi referendado pelos portugueses, mas que era a sua agenda oculta. Vejam o que pensava e dizia o atual PM anos antes de o ser e tirem as vossas ilações. A base do executivo está praticamente anulada, o desconforto é enorme, as vozes mais críticas fazem-se ouvir cada vez mais alto. Até o sempre silencioso Cavaco não deixou de dizer ontem aquilo que muitos já o vinham a dizer à muito tempo. "É preciso que Portugal tenha mais tempo e pague menos juros para criar condições para o crescimento económico" afirmou o PR. Vários comentadores, alguns até da linha ideológica do governo, vêm alertando para que a austeridade sobre austeridade nunca conduzirá ao crescimento da economia, e sem ela, Portugal irá empobrecendo mais e mais, irá definhando, irá albanizando-se. De país evoluído estamos a passar rapidamente a país do terceiro mundo, tudo fruto não da "troika" mas dum governo cego que já perdeu o pé e não sabe o que fazer. (Vejam o último comentário de José Gomes Ferreira na SIC!) E com a sua base de apoio cada vez mais reduzida, o governo é confrontado sempre que sai dos seus gabinetes com a revolta popular. E se até agora ela tem sido contida e, sobretudo, verbal, nada garante que no futuro continua assim, como bem disse Mário Soares. E não pensem que é só o governo que está em causa. É o próprio regime que está a ser atingido, é a democracia que está a ser referendada dia após dia. Basta escutar as conversas que se produzem nos espaços públicos para disso termos a noção exata. E quando estes sinais aparecem indiciam movimentos que sabemos como começam mas nunca como acabam. A nossa História de quase 900 anos tem muitos exemplos que ilustram isto. Não cometamos os mesmos erros para depois passarmos o resto da vida a carpir pelas consequências.

Monday, December 03, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 227

De polémica em polémica, de desinformação em desinformação, de trapalhada em trapalhada, é assim que se vão fazendo os nossos dias. Depois da entrevista de Passos Coelho à TVI ficou claro que ele defendia o co-pagamento para o ensino. Um coro de protestos se levantou. O PM deixou o assunto a marinar durante vários dias e ontem, em S. Tomé e Príncipe (!), veio desmentir aquilo que disse, acusando os portugueses de não o terem bem interpretado. Como se não bastasse, Passos Coelho nos ter reduzido à miséria, agora ainda nos chama de ignorantes ou de mal-intencionados. Mas não foi assim. O que acontece é que o PM não tem um problema de comunicação, mas sim, algo que é mais grave, não tem ideia nenhuma para o país, nem tem ideia nenhuma daquilo que fala. Vemos amiúde que as suas entrevistas são mal preparadas e esta foi mais uma delas. O assunto é tanto mais relevante quanto o ministro da educação se apressou a corrigir o PM. Se o próprio ministro veio a terreiro dizer de sua justiça, então também é um ignorante e não devia estar no governo. Além disso, não deixa de ser estranho que a correção (?) tivesse sido feita num país estrangeiro. Todos sabemos que os governantes evitam falar do país no estrangeiro, sobretudo quando envolve assuntos melindrosos, e daí não se perceber a atitude de Passos Coelho. Quanto ao co-pagamento no ensino obrigatório, nem é novidade porque já o defendeu em 2010 se estão recordados. E ainda ficamos na dúvida, depois das afimações do PM,  se as imagens da TVI foram uma... montagem (em direto)!!! Aliás, se as famílias tiverem que pagar a educação, este pagamento não significa atuar sobre a despesa, mas sim sobre a receita. Enfim, uma valente confusão! Mas as trapalhadas deste governo não se ficam por aqui. Veio-se a saber que afinal o governo irá dar tolerância de ponto nas vésperas de Natal e de Ano Novo. Se o governo é tão austero, que foi ao ponto de eliminar feriados religiosos que muito dizem aos portugueses; quando foi ao ponto de eliminar feriados que dizem muito a Portugal e à sua História secular, porquê esta benesse? É incompreensível, a menos que seja uma espécie de bónus para o que por aí vem. Estas são as trapalhadas, diríamos melhor, as ambiguidades - para sermos mais politicamente corretos - em que o PM e o governo se envolvem. Pedro Adão e Silva afirmava ontem que "o PM fez declarações ambíguas, contraditórias, e daí a ideia que dá de que não sabe do que está a falar". E dizemos nós, se dá apenas essa ideia ou se de facto não sabe daquilo que fala. E já são muitas as "gaffes" a que os portugueses têm assistido. Mas o jornalista do Expresso, Filipe Santos Costa, vai mais longe quando diz que "o PM devia evitar comentar no estrangeiro as trapalhadas internas". Coisa que passou a ser uma novidade na política do burgo, mas este PM não deixa de nos surpreender. Quando sabemos que vai dar uma entrevista, já sabemos que temos assunto porque se envolverá em confusões que depois servem de alimento aos "media". Isto é a descredibilização da política e dos políticos, que a ninguém serve, muito menos ao país. A mentira, o embuste, a confusão são pedras angulares que a política usa, sobretudo, a política feita por agentes menores, que não verdadeiros estadistas. Vêm-nos à memória uma frase de Charles De Gaulle: "Como nenhum político acredita no que diz, fico sempre surpreendido quando vejo que os outros acreditam nele". Uma imagem bem tirada da política e dos políticos a quem as populações entregam os seus destinos. Mas como já alguém disse "somos um povo que navega em mares tormentosos ao longo dos séculos, mas ainda aqui estamos". E estaremos porque não deixaremos abater tão facilmente assim.

Sunday, December 02, 2012

"A Mão do Diabo" - José Rodrigues dos Santos

Hoje trago-vos um livro que encerra três vertentes que poderão servir públicos diversos. Porque é um romance, desde logo, atrairá pessoas que gostem deste género literário; como é um "thriller", não deixará de encantar os cultores do género; mas, sobretudo, este livro tenta descodificar a crise em que Portugal e o mundo ocidental então envolvidos usando uma linguagem acessível a não iniciados em economia, que pode ser um contributo para que as pessoas percebam o essencial sem a terminologia técnica que a ciência económica encerra, e daí, o atrair um público vasto ansioso de perceber os meandros da situação atual. Convém aqui afirmar, que embora ache importante os esclarecimento sobre a crise, eles nem sempre estão de acordo com aquilo que defendo. A razão é que as ideias veículadas estão muito imbuídas de algum liberalismo que acho ser, ele mesmo, o potenciador da situação. O caso português a isso indicia. Porque a economia é uma ciência social, baseada em modelos que não injeitam a abordagem política, daí que a visão sobre a crise não é una, antes pelo contrário, é um aglomerado de ideias associadas a algum enquadramento político. Mas isto não significa que não considere o livro muito interessante e dando algumas explicações que são comuns às variadas abordagens que possam ser feitas. Estou a lembrar-me do conceito de "produtividade" que acho particularmente feliz e bem explicado. Mas passemos à sinopse do livro: "A crise atingiu Tomás de Noronha (uma espécie de 007 à portuguesa). Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos. O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá que decifrar um criptograma enigmático. O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é importante que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo. A verdade oculta sobre a crise." Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro. Como jornalista que é, José Rodrigues dos Santos terá acesso a alguma informação previligiada que não será do conhecimento da maioria das pessoas. Só espero que não lhe aconteça o mesmo que aconteceu à sua figura de ficção Filipe Madureira por... saber de mais! Quanto ao autor, sobejamente conhecido como pivot da RTP1, há apenas que acrescentar que nasceu em 1964 em Moçambique. Abraçou o jornalismo em 1981, na Rádio Macau, tendo ainda trabalhado na BBC e sido colaborador permanente da CNN. Doutorado em Ciências da Comunicação, é agora professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP. Trata-se de um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros. Este é o seu décimo romance. Resta dizer que a edição é da Gradiva. Um excelente livro pelas razões já atrás expostas e, por isso, uma boa prenda para este Natal que se aproxima.

Saturday, December 01, 2012

Depois de 21-12-2012 - alguns conselhos úteis

 "Sabemos que a Terra e a humanidade estão a ingressar num novo ciclo.
Em alguns anos vão alcançar um nível de consciência bem acima do nível actual.
Mas as pessoas precisam de mudar primeiro… e construir
uma sociedade mais fraterna e justa.
Situações complicadas podem ocorrer em todos os países, mas cada um de nós pode diminuir-se os impactos desses acontecimentos fazendo algumas mudanças desde já.
  Mudanças importantes!
1 - Seja mais simples! Nas palavras, nos gestos, nas roupas, no trabalho, na comida... Assim, vai precisar de menos coisas para sobreviver numa situação de crise.
2 - Comece a descobrir o SILÊNCIO INTERIOR! Baixe o som da música ou da TV. Evite buzinar. Evite gritar. Fique menos tempo na frente da TV ou do computador. Escute mais a sua intuição.
3 - Converse menos de trivialidades. Todos vão agradecer. Mais de 90% da nossa conversa não tem nenhum proveito!
4 - Afaste-se um pouco dos aparelhos e passe mais tempo junto à Natureza! Consegue passar um dia sem TV, telemóvel ou internet? Consegue passar um dia sem energia eléctrica? Experimente!
5 - Pare de consumir tanto! Evite desperdícios. Conserte. Recicle. Deixe o supérfluo. Busque o essencial. Pare de seguir a moda dos outros. Crie o seu modo de vestir. Seja inteligente!
6 - Economize! Muita gente está endividada e não consegue pagar as suas dívidas. Cuidado! Pode precisar de dinheiro mais adiante. Na Europa a crise já começou e alguns estão a aprender agora a viver sem excessos.
7 - Evite exibições! Procure não exibir a casa, o carro, o dinheiro, as jóias, os bens, a família ou a felicidade! Não é tempo de exibir seja o que for! Evite chamar a atenção !
8 - Seja discreto também com o corpo! Use roupas discretas. Nos próximos anos tenha cuidado para não atrair a atenção de mentes perturbadas!
9 - Agradeça a Deus, às pessoas, aos reinos da Criação, ao Planeta!
10 - Tente comer menos e variar os seus hábitos alimentares. Na falta de certos alimentos será mais fácil acostumar-se a outros.
11 - Fique longe dos fanáticos! Há gente fanática no futebol, na política, na religião... Procure agir com calma e não doidamente. O fanatismo só puxa o mal!
12 – Abandone vícios! É hora de abandonar esses vícios que carrega há anos. Corte-os de uma vez. Se precisar, procure ajuda de um terapeuta, de um religioso... Vai precisar de ESTAR LÚCIDO e liberto de vícios nos momentos das grandes mudanças.
13 - Ponha as suas contas em dia! Devolva o que pediu emprestado. Pague o que deve. Acerte a documentação da sua casa. Encerre totalmente brigas e confusões. Esteja com a consciência tranquila e com a vida acertada nos dias que virão.
14 - Não se ponha a repetir as más notícias! Desvie a sua atenção de tudo o que lhe provoca revolta, medo, desânimo, horror... Evite notícias sobre políticos corruptos, crimes, violência... Falar no mal pode aumentar o mal agora.
15 - ORE MAIS! APROXIME-SE DE DEUS! por toda a humanidade, pela paz...
  Esteja em paz. As mudanças serão para o bem de todos."
 
Autor anónimo