Turma Formadores Certform 66

Saturday, October 31, 2020

Happy Halloween!

Está a chegar mais uma festa que se aconchegou no nosso calendário. Esta tem o cunho da importação mais do que qualquer outra. Uma americanice como dizem alguns. Trata-se do Halloween. A sua marca tem sido tão vincada que até nas escolas dos mais novos se celebra. Nestes tempos de confinamento será diferente. Talvez por isso, acabo por achar engraçado porque é algo que nos desvia da triste realidade. Os mais velhos iam para as festas nas discotecas que este ano não vão abrir. Os mais novos andam pelas ruas a imitar os seus congéneres do outro lado do Atlântico este ano menos à vontade. Mas o importante nesta altura é a diversão. A triste sensação de está tudo bem, mesmo que não seja assim. É com este espírito que vos desejo um Happy Halloween!

Friday, October 30, 2020

Intimidades reflexivas - 1268

"É porque se espalha o grão que a semente acaba por encontrar um terreno fértil." - Júlio Verne (1828-1905)

Thursday, October 29, 2020

A prostituta improvável

A segunda estória que aqui trago é a de uma prostituta. (Nem sei se a devo apelidar assim, embora essa fosse a profissão que exercia). Era eu então um jovem universitário do 1º ano de Economia. Ainda não tinha carro. Utilizava os transportes públicos para me deslocar. Ia até ao Hospital de São João e depois a pé até à Faculdade. Era menos de um quilómetro ao longo da rua Roberto Frias. Ao longo desse percurso que tantas vezes fiz, aproveitávamos para falar com os amigos, namorar algumas vezes ou então, em tempo de testes, para tirarmos as dúvidas uns aos outros. Ao longo do percurso passávamos por uma rua que se alongava nas traseiras do dito hospital. Essa rua era conhecida por ter algumas mulheres e homens que por lá andavam oferecendo o corpo a quem passava. Nesse dia, vinha com um grupo de colegas. Tinha saído pelas 13 horas para ir almoçar e recomeçar os trabalhos durante a tarde. Foi então que vi o famoso grupo, com cores garridas, com roupas que se abriam deixando os corpos expostos para estimular os transeuntes. De repente surgiu um carro a alta velocidade. Vinha também da faculdade e virou nessa rua no momento em que passava com os meus amigos. Ou por manobra de intimidação ou por descontrole do condutor, o certo é que o carro chiou ao fazer a curva, e meio descontrolado, aproximou-se dessas jovens quase colhendo uma delas. Nessa altura todos olhamos para o local. Foi nessa altura que vi uma jovem a esbracejar vociferando todo o vernáculo que conhecia. Teria sido ela a vítima caso o carro não tivesse voltado à estrada. Chamou-me a atenção o rosto dessa jovem. Conhecia-o de algum lado mas a maquilhagem que usava não o tornava mais familiar. Quando passei pelo grupo vi que era uma antiga amiga. Uma jovem oriunda de família abastada, que depois de ter engravidado  - dum namorado que quando percebeu a situação desapareceu como o fumo - viu a sua vida mudar cento e oitenta graus. Ela poderia ter evitado a criança, mas preferiu tê-la - sempre admirei mulheres que se assumem deste modo - mas a família não aceitou. Quando perceberam que ela mantinha a intensão de ter o filho colocaram-na na rua. Ela uma jovem e brilhante estudante, com vida boa, viu-se de um momento para outro, na vereda da vida. Sem poder continuar os estudos, sem emprego, sem uma casa (residiu algum tempo com uma amiga) talvez não lhe tenha sobrado outra hipótese senão a prostituição. Era o caminho mais fácil e mais duro. Tentei aproximar-me dela. Sei que me viu mas me ignorou. Afastou-se um pouco. Não queria ser vista na situação em que se encontrava. Como vi o seu desconforto, não forcei o contacto. Tinha a expectativa de um dia a ver mais isolada nesse local e poder falar com ela. Mas não. Por lá passei muitas vezes. Por lá vi muitas prostitutas. Mas nunca mais a vi a ela. Fiquei incomodado. Conhecia a sua estória. Sabia que aquela não era a vida que ela pretendia ter. (Para mim ela não era uma prostituta). Sabia das possibilidades da sua família que só o convencionalismo social fez com que atirasse a sua filha para a lama. A imagem ficou. Nunca mais a esqueci. Hoje terá mais ou menos a minha idade e o filho será um homem. Talvez casado e com filhos. Nesse dia já longínquo cheguei a casa e escrevi. Mais uma vez era para ser um texto. E mais uma vez saiu um poema. O segunda - e até hoje último - na minha vida. E tal como o outro texto que ontem trouxe aqui, este também se perdeu numa gaveta da minha secretária. Talvez um dia apareça ou talvez não. Mas aqui fica a estória igual a tantas outras. Por vezes é fácil apontar alguém porque nos achamos em porto seguro. Mas um dia esse porto seguro pode desabar. É sempre fácil criticar quando não se conhece as estórias que estão por trás. Se as conhecêssemos talvez fossemos menos afoitos e a vida fosse bem melhor.

Wednesday, October 28, 2020

O velho pedinte

Conforme prometido ontem então vamos lá à primeira estória. Durante vários anos quando descia da Praça dos Leões para a Praça da Liberdade (para quem conhece o Porto trata-se da Rua das Carmelitas) percurso que fazia diariamente enquanto estudante, cruzava-me amiúde com um velho que se encontrava deitado no chão a pedir esmola na esquina desta rua com a rua da Galeria de Paris. Recordo-o com aquela barba grande e branca, tez morena, deitando numa enxerga. Aquele era o seu 'ofício' quando o depositavam ali pela manhã e o recolhiam quando a noite começava a aparecer. À força de o ver, passou a ser mais um por quem as pessoas passavam já com alguma indiferença. Um belo dia frio de inverno já próximo das festividades natalícias, - estava nas minhas férias escolares -, descia por ali com a minha mãe para fazer umas compras para as festividades que se aproximavam. Ele lá estava, apesar de alguns cobertores velhos e andrajosos que não o abrigavam convenientemente do frio, tiritava, levantando a mão arroxeada pela inclemência do tempo, na expectativa duma esmola. Quando regressava pelo mesmo trajeto, ele ainda lá permanecia, mas verifiquei que com alguma gente à volta. Algo se passava. À medida que me aproximava comecei a escutar com mais nitidez uma troca de palavras agreste. Quando já junto desse idoso, - que nem sequer se podia erguer e andar -, estavam duas mulheres. Vim a saber que uma era filha e outra julgo que neta do pedinte. A filha batia-lhe e insultava-o porque achava que ele não teria arrecadado aquilo que ela achava por necessário. Dizia que assim não lhe dava de comer porque ele não tinha arrecadado o necessário nesse dia. Alguns transeuntes acudiram e daí a pouco a confusão era enorme entre os familiares do pobre velho e quem passava. Sei que alguém chamou as autoridades. Não sei como aquilo acabou. Apenas me recordo no rosto marcado pela velhice e pelo sofrimento, ver lágrimas a correr, olhos encharcados e meio baços. O velho chorava pela confusão que existia à sua volta talvez temendo as repercussões que teria quando chegasse a casa. Lembro de alguém - talvez uma vizinha porque conhecia a realidade dessa gente - afirmar que a filha lhe batia todos os dias quando à noite ele não aparecia com o dinheiro que ela achava indispensável. Que o fazia passar fome. Saí dali incomodado. Quando cheguei a casa fui para o escritório e essa estória não me saía da cabeça. Busquei uma folha de papel e escrevi sobre esse infeliz e do sofrimento misturado com o medo que vi nos seus olhos. Era para ser um texto, saiu um poema. O primeiro que escrevi. Guardei-o numa das gavetas da secretária para mais tarde aprimorar. Perdi-lhe o rasto e nunca trabalhei sobre ele, mas o incómodo que o motivou ficou bem patente para mais de três décadas volvidas o recordar. Enquanto escrevo parece que o estou a ver. Pela idade que então tinha, de certeza que já não está entre nós. Mas aqui fica a memória e a homenagem a um homem vítima da sua própria família por quem talvez tenha lutado muito para sustentar. Agora velho e doente deixou de ter interesse. Passou a ser descartável como tantos outros que todos nós conhecemos. Uma estória triste que fez despertar em mim uma vertente poética que nunca cultivaria no futuro.

Tuesday, October 27, 2020

Poeta improvável... não!

Por vezes temos esta estranha sensação de remexer nas nossas memórias, - mesmo as mais longínquas -, numa tentativa vã de trazer o passado de volta. Nunca percebi porque isto é assim, talvez fruto dos anos que vamos colecionando que nos torna mais nostálgicos. Dei comigo a pensar em dois pequenos poemas que escrevi vai para mais de trinta anos! Um sobre um velho pedinte que era figura típica da cidade do Porto, o outro sobre uma prostituta que acabou por ir aí parar pelos caminhos ínvios da vida. Duas estórias que me marcaram muito, e de tal forma, que passado mais de três décadas ainda as recordo. Dirão que afinal o 'poeta' se revela. Nada mais errado. Embora goste de poesia, nunca me senti poeta e apenas esses dois aconteceram na minha vida. Normalmente escrevo em prosa porque a poesia é para os eleitos e eu não sou um deles. Os mais afoitos dirão 'poeta improvável finalmente assume-se', não de todo. Talvez pela minha índole romântica, escrevo por impulso sobre factos que, de uma maneira ou de outra, me marcaram. Todos os textos que tenho trazido têm sempre algo de autobiográfico. Vivo de momentos, vivo de sensações que me marcam e que perduram no tempo. Estes 'poemas' - com muita pena minha - não poderei aqui trazer, pelo simples facto que os guardei tão bem que deles lhes perdi o rasto. Mas falar-vos-ei desses dois momentos. Não hoje, mas nos próximos dias. Para facilitar quem me segue neste espaço, (e para uma melhor identificação), dar-lhes-ei dois títulos, (que não são os originais, mas destes também não me recordo). Assim, o primeiro, poderei chamar-lhe 'O velho pedinte' e o outro, 'A prostituta improvável'. Apenas para referência. Agora, à que trabalhar nos mesmos para deles dar publicidade nos dias subsequentes. Não se trata de nenhuma manobra de marketing, apenas o vasculhar e mergulhar em memórias dum tempo outro, já longínquo mas simultaneamente tão presente.

Monday, October 26, 2020

Um silêncio ensurdecedor

Antes de desenvolver o tema que me proponho devo fazer aqui a minha declaração de interesses: não sou comunista e sou um aficionado da formula 1. Posto isto, passemos ao essencial. Neste fim de semana assistimos a mais uma corrida de Fórmula 1, no autódromo de Portimão, vinte e quatro anos depois da última que se realizou em Portugal, na altura no autódromo do Estoril. Mas mais do que uma corrida de automóveis vimos bancadas onde se atropelavam pessoas sem distanciamento algum e alguns até sem proteção facial, a tão falada máscara! Depois de se ter pensado numa assistência acima dos quarenta mil espectadores, esta foi reduzida para cerca de metade, por imposição da DGS. Mesmo assim, foi o que se viu durante os treinos e depois no dia da corrida o forte dispositivo policial que tentava a todo o custo minimizar os estragos do abuso dos espectadores. Mas se isto já por si era motivo para forte recriminação, o silêncio de algumas pessoas, - sempre tão defensoras dos bons costumes - (desde que não sejam os seus) tornou-se ensurdecedor. É que esta quantidade de pessoas que assistiu ao evento é mais ou menos a mesma que esteve na festa do Avante, só que esta, se desenrolou num espaço bem mais amplo do que o autódromo de Portimão. E o que estranho é o silêncio dos hipócritas que viam na festa do Avante um ninho pandémico insuportável e que agora olham para o lado quando se trata duma corrida de automóveis. Dois pesos e duas medidas que dizem bem da hipocrisia desta gentinha que só fala para não estar calada ou, - o que é ainda pior -, quando tal se perfila para ver se conseguem mais uns votos que lhes fogem cada vez mais. Tudo isto é um verdadeiro carnaval fora de época, sem o brilho das lantejoulas e a alegria da música, mas mesmo assim um carnaval de gente pequena que nem sabe ao que vem, muito menos o que anda por aí a fazer. Mas também em espaços cibernéticos onde o lixo se acumula por gente desta, nem um pio se ouviu. Coisas estranhas estas que se passam no meu país! Será que a tão temível pandemia já atingiu os cérebros desta gente? Ou é só a estupidez, mãe de muitas coisas que por aí andam, a tomar a dianteira? Será que estes puristas não conseguem enxergar para além da sua mediocridade? Não conseguirão ver o ridículo a que se expõem? Meus amigos, já vai sendo tempo de estarmos atentos a estas atitudes porque delas dependerá o nosso futuro e, para além disso, a credibilidade duma nação. Muita mediocridade anda por aí a pavonear-se para quem a quiser aturar com ou sem máscara. Esta até dará algum jeito para esconder o verdadeiro rosto destas criaturas. Mas mesmo assim, acabaremos por ver para além delas, para desgosto dos seus promotores.

Sunday, October 25, 2020

Intimidades reflexivas - 1267

"Dou valor às coisas, não por aquilo que valem, mas por aquilo que significam. A vida é uma sucessão contínua de oportunidades. E senti na garganta o nó górdio de todos os amores que puderam ter sido e que não foram." Gabriel Garcia Marquez (1927-2014)

Saturday, October 24, 2020

Happy birthday, Ing-Britt IB Henriksen!

Today she would be 67 years old. I speak of a great lady, a lady who loved animals. A lady with whom I had the privilege of having as a friend. She helped a lot of animal causes that I then followed. That lady was called Ing-Britt. She left us some time ago, but her memory prevails in those who deprived her. Wherever you are rest in peace! I will never forget you. Happy birthday, Ing-Britt!

Mudança da hora

 

Em Portugal continental e em conformidade com a legislação, a hora legal em Portugal continental:

  • será atrasada  60 minutos às 2 horas de tempo legal (1 hora UTC) do dia 25 de Outubro.

 Na Região Autónoma da Madeira:

Em conformidade com a legislação, a hora legal na Região Autónoma da Madeira:

  • será atrasada  60 minutos às 2 horas de tempo legal (1 hora UTC) do dia 25 de Outubro.

 Na Região Autónoma dos Açores:

Em conformidade com a legislação, a hora legal na Região Autónoma dos Açores:

  • será atrasada  60 minutos à 1 hora de tempo legal (1 hora UTC) do dia 25 de Outubro.

Friday, October 23, 2020

Intimidades reflexivas - 1266

"Não me digas adeus, ó sombra amiga, abranda mais o ritmo dos teus passos; sente o perfume da paixão antiga dos nossos bons e cândidos abraços! Não vás ainda embora, ó sombra amiga!" Florbela Espanca (1894-1930)

Thursday, October 22, 2020

Intimidades reflexivas -1265

 

"Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova." - Mahatma Gandhi (1869-1948)


Wednesday, October 21, 2020

Intimidades reflexivas - 1264

"Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de valor." - Albert Einstein (1879-1955)


Tuesday, October 20, 2020

Intimidades reflexivas - 1263

"No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade." - Autor desconhecido


Monday, October 19, 2020

Intimidades reflexivas - 1262

"Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes por dia." - Paulo Coelho


Sunday, October 18, 2020

Intimidades reflexivas - 1261

"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito." - Machado de Assis (1839-1908)


Saturday, October 17, 2020

Agradecimento

Queria aqui agradecer a todos os que me dirigiram saudações sobre a passagem de mais um aniversário pelos mais diversos meios disponíveis. A todos agradeço do fundo do coração. Muito obrigado.

Friday, October 16, 2020

Mais um aniversário com muitas memórias

 

Celebro hoje mais um aniversário. Na minha idade já devia ter como fim último o deixar de celebrar, mas enfim, a ditadura do calendário a isso obriga. Mas neste dia, (que não costumo celebrar), não é de mim que quero falar, afinal sou o mais irrelevante. Mas antes trazer à colação aquela que me trouxe dentro dela até a este dia de à 65 anos atrás e me colocou no mundo. A minha Mãe. Uma Mãe quando trás um filho dentro de si, deve estar eufórica do milagre da natureza; mas quando o faz nascer, é a realização desse mesmo milagre, o concretizar dum sonho. Depois é o desfilar de expectativas: do que será, o que poderá ser, como será. E assim se vai começando a desenhar uma estrada para a vida que queremos sempre o mais plana possível e de veredas verdejantes. Sabemos que não é assim, mas os escolhos que ela nos coloca no caminho também é uma maneira de aprendermos, de crescermos, enfim, de sermos mais nós. Por isso, neste dia que pretensamente seria o meu dia, quero aqui trazer a memória cada vez mais longínquo mas simultaneamente tão presente da minha Mãe. Afinal ela foi a que fez o milagre da vida acontecer. E o que sofreu para isso, segundo vim a saber mais tarde. Mas uma Mãe esquece tudo isso quando tem um filho nos braços. E assim continuou até ao dia que partiu da minha companhia. Este é também, - e talvez com mais propriedade -, o seu dia, o dia em que o milagre aconteceu. Neste dia é a ti, minha Mãe, que quero recordar. Lá onde estiveres que estejas em paz e feliz como o estiveste à 65 anos atrás.

Thursday, October 15, 2020

Intimidades reflexivas - 1260

"Se a sua vida for a melhor coisa que já te aconteceu, acredite, você tem mais sorte do que pode imaginar." - Daniel Godri


Wednesday, October 14, 2020

Intimidades reflexivas - 1259

"Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de toda reflexão." - Max Planck (1858-1947)


Tuesday, October 13, 2020

Intimidades reflexivas - 1258

"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado." - Roberto Shinyashiki


Monday, October 12, 2020

O 9º aniversário da Inês

 

Nove anos passaram e não deixo de recordar aquele dia quente de Outubro em que te fui ver ao hospital e te peguei pela primeira vez. Não deixo de recordar todos os muitos momentos felizes que tive na tua companhia ao longo de todo este tempo. De bebé muito simpático tornaste-te numa bela criança que irradia alegria, felicidade e muita luz. A mesma que senti à nove anos atrás quando te tive nos meus braços. Muita água já correu sob as pontes durante este ainda curto período da tua vida. Mas isso foi importante para os teus padrinhos que já te ansiavam ainda não tinhas pisado este planeta. E esse amor, em vez de esmorecer como muitas vezes acontece, pela banalização da proximidade, bem pelo contrário, cresceu até se tornar ainda mais avassalador. Para mim, como já por variegadas vezes aqui disse, és a filha que não tive, ou melhor, a neta que não tenho. Mas tu tens o condão de ser isso tudo; filha, neta, afilhada. Que interessam os rótulos quando um amor destes nos une! Nove anos passaram e fostes crescendo, foste ultrapassando os escolhos da vida que se te apresentaram, foste adquirindo os primeiros ensinamentos que espero se tornem em grandes estudos para que sejas uma mulher respeitada pelo teu saber. Como darias uma grande alegria ao teu padrinho! Nos dias que correm não basta ser uma boa mulher, uma boa mãe, uma boa esposa, uma boa dona de casa. Tudo isso é importante, mas se fores uma mulher culta e instruída terás o mundo aos teus pés. E é isso que desejo para ti. Sei que coloco a fasquia muito alta, mas só os que treinam na adversidade se tornarão campeões, os outros esfumam-se na poeira do tempo onde nem a memória ficará. Por isso sou ambicioso. Por isso quero para ti o melhor. Por isso te lanço o desafio. Ainda és pequena e muito jovem, mas os grandes campeões, os vencedores, treinam-se desde esta tua idade. E não penses que estou a pedir de mais. Sei que tens uma personalidade vincada. Sei que tens caraterísticas de liderança. Sei que tens capacidade para fazer a diferença. E coloca a tua meta pessoal a este nível porque só quem pensa em grande, quem visualiza horizontes largos, vai adquirir aquilo que desenhou na sua mente. Vai sem medo, mas com determinação. Sê o bastião que espero de ti. Sê a mulher que a minha mente desenhou. Sê afinal, a luz, o farol, que guia os que te rodeiam, com aquela intensidade com que para mim brilhaste há nove anos atrás. Que a força, a tenacidade, a resiliência e a determinação estejam sempre contigo. Feliz aniversário, Inês!

Dois anos passaram / Two years elapsed

Dois anos passaram sobre o desaparecimento da minha querida amiga Ing.Britt. Parecem que foi ontem, que perdi uma amiga com quem falava quase todos os dias. A nossa conversa ia sempre ter aos cães, aqueles seres que ambos amávamos. Mas muito se falava de outras coisas, até da nossa vida pessoal, quantas vezes o fizemos. Hoje passam dois anos sobre o dia do seu desaparecimento e confesso que estou triste. Porque as memórias ficam e vivem para além das pessoas. Hoje é um dia de memória para mim, mas também de tristeza. Porque neste dia, já passaram dois anos, perdi uma grande amiga. Descansa em Paz Ing-Britt IB Henriksen!

...

Two years passed over the disappearance of my dear friend Ing.Britt. It seems like yesterday, that I lost a friend with whom I talked almost every day. Our conversation would always have with dogs, those beings that we both loved. But much was said about other things, even about our personal lives, how many times we did it. Today two years elapsed of his disappearance and I confess that I am sad. Because memories stay and live beyond people. Today is a day of memory for me, but also of sadness. Because on this day, two years ago, I lost a great friend. Rest in Peace, Ing-Britt IB Henriksen!

Sunday, October 11, 2020

Intimidades reflexivas - 1257

"A angústia surge do momento em que o sujeito está suspenso entre um tempo em que ele não sabe mais onde está, em direção a um tempo onde ele será alguma coisa na qual jamais se poderá reencontrar." - Jacques Lacan (1901-1981)


Saturday, October 10, 2020

Intimidades reflexivas - 1256

"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." - Albert Einstein (1879-1955)


Friday, October 09, 2020

Intimidades reflexivas - 1255

 

"Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão." - Machado de Assis (1839-1908)


Thursday, October 08, 2020

Intimidades reflexivas - 1254

"Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo." - Platão (427 a.C.-347 a.C.)


Wednesday, October 07, 2020

Intimidades reflexivas - 1253

"A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável." - Mahatma Gandhi (1860-1948)

Tuesday, October 06, 2020

Informação versus covid-19

Confesso que não sou um consumidor de televisão, dela retirando um ou outro programa com mais interesse para mim. Para além disso, sou um consumidor compulsivo de informação. Sempre gostei de saber como o mundo anda à minha volta. Depois desta declaração de interesses, assumo que já não consigo ver estes programas. A razão é simples e constatável por qualquer um que os visualize: quase metade dos serviços informativos são consumidos a dar informações, em tom o mais dramático possível, sobre o covid-19; o terço seguinte é dedicado a esse desporto que dá pelo nome de futebol e o terço restante serve para informar abreviadamente como anda o mundo. À tempos atrás dizia-se que a Proteção Civil tinha o seu minuto de fama na época dos incêndios e quando uma ou outra tempestade nos assolava. Sobretudo nos dias que a antecediam com os alertas em tom dramático, caras fechadas e ares de muita preocupação. Por vezes, não passavam dum flop, mas o minuto de fama estava garantido. Agora o mesmo acontece com a DGS com os seus registos diários, aconselhamentos que por vezes até são contraditórios, - todos nos lembramos do uso da máscara - e o mesmo semblante dramático. Só que este minuto de fama da DGS é replicado pelas cadeias de televisão que em vez de informar mais não fazem do que amedrontar as populações recorrendo a imagens repetidas até à exaustão e muitas que já vimos à meses. Sei que é preciso informar, e acho que a informação é necessária, mas quando esta passa a espetáculo mediático mais ou menos sórdido é tempo de dizer basta. Um jornalista francês cujo nome agora não recordo, afirmou à uns anos atrás, que 'estávamos a viver no terrorismo da informação'. E é isso mesmo a que assistimos nos dias que correm. A maneira massiva como esta é transmitida, recorrendo a imagens de arquivo já com algum tempo, nos canais generalistas, ampliada com debates e ou esclarecimentos pseudo-científicos que enchem - quase que em exclusivo - a antena dos canais especializados em informação, tudo isto virou um autêntico massacre. (Ainda não percebi se é a famosa guerra de audiências que a isso conduz ou se, simplesmente, é a tentativa talvez bem conseguida de amedrontar as populações com um fim maior que pode não ser percetível no imediato). E isto é grave porque as pessoas depois de tanta pressão cansam-se e passam para o lado contrário. Basta ver em alguns países o que se passa mesmo ao nível dos seus mais altos dirigentes. Tudo isto é muito confuso e de difícil digestão. Contudo, pelo menos teve o condão de tirar de antena o protagonismo ao tal futebol que por aí anda a dividir os incautos. Seja assim ou não, o certo é que cada vez mais menos informação se vê, e as televisões sabem-no bem, porque as pessoas já nem conseguem ouvir falar de tal. Eu sou um desses exemplos mas sei que nesta guerra não estou sozinho.

Monday, October 05, 2020

110 anos de República

Celebra-se hoje o 110º aniversário da implantação da República. Nestes 110 anos muitas coisas se passaram. Desde expectativas goradas, até avanços significativos. Desde democracia, até ditadura. Mas é inegável que o fim da monarquia caduca trouxe uma lufada de ar fresco que impulsionou o país para a frente. 110 anos depois estamos a ser confrontados com um novo desafio, desta feita sanitário. Mas com a mesma determinação que tiveram os republicanos a afrontar a monarquia, também agora venceremos este desafio se nos mantivermos fortes, coesos e resilientes. É isso que se espera porque para além da pandemia há uma crise económica muito grave que por aí vem e que muita gente ainda não se apercebeu. E quando ela bater forte será grave. Mas fiquei contente em ver que no Orçamento de Estado para 2021 já se incluem medidas anti-cíclicas, isto é, em vez da contração, que todos nos lembramos no tempo da 'troika', estamos perante um modelo de expansão, muito ao gosto de Keynes que muito me satisfaz. Veremos os resultados porque o caminho é longo, a estrada difícil, os escolhos muitos. Mas estou seguro que honraremos os nossos maiores como já o fizemos ao longo da nossa tão longa História. E assim se irá escrevendo mais umas páginas que nos honrarão e servirão para as gerações futuras. Viva a República!

Sunday, October 04, 2020

Intimidades reflexivas - 1252

"O escopo axial de todo o iniciado é o de combater a ignorância sob todas as formas, o que implica fazer a caridade do pão espiritual, da cultura pelo espírito, do amor pela cultura e do espírito pela consciência." - Nuno Ferreira Gonçalves in 'História Secreta da Ordem de Avis'.

Saturday, October 03, 2020

Intimidades reflexivas - 1251

"O importante é não criar algo do nada. O que precisas é descobrir o que já lá está."Haruki Murakami, in A Morte do Comendador.

Friday, October 02, 2020

Intimidades reflexivas - 1250

"A questão mais persistente e urgente da vida é: 'O que estás a fazer pelos outros?" Martin Luther King (1929-1968)

Thursday, October 01, 2020

intimidades reflexivas - 1249

"Sabes o que é que as pessoas realmente querem? Todas as pessoas, digo. Toda a gente no mundo está a pensar: quem me dera ter alguém com quem pudesse realmente falar, que realmente me compreendesse, que fosse gentil comigo. É isso que pessoas querem, se estiverem a dizer a verdade." Doris Lessing (1919-2013)