"Informadores da PIDE - Uma tragédia portuguesa" - Irene Flunser Pimentel

Esta obra analisa o modo como o regime ditatorial português do Estado Novo e a sua polícia política contaram com portugueses para denunciar outros, de que forma os recrutaram e porque aceitaram muitos colaborar com a polícia, prejudicando e destruindo vidas. Revela também que muitos se candidataram a informador da PIDE/DGS junto da tutela do Ministério do Interior ou de outros organismos do Estado, mas também que muitos menos foram aceites por essa polícia para o serem. Com recurso a exemplos, demonstra de que maneira uma cultura de denúncia abalou o sentido ético em Portugal, marcando a sua História de forma trágica. Quanto autora, Irene Flunser Pimentel é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em História Contemporânea (séc. XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Elaborou diversos estudos sobre o Estado Novo, o período da II Guerra Mundial, a situação das mulheres e a polícia política durante a ditadura de Salazar e Caetano, e, mais recentemente sobre o período de transição para a Democracia. É investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH da UNL), tendo terminado um projecto de Pós-Doutoramento, aprovado pela FCT, intitulado "O processo de justiça política relativamente à PIDE/DGS na transição para a democracia em Portugal". É autora de diversos livros, entre os quais se destacam: "História das Organizações Femininas do Estado Novo" (2000), "Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial" (2006), "A História da PIDE" (2007), "Espiões em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial" (2013) e "O Caso da PIDE/DGS" (2017). É co-autora de "Salazar, Portugal e o Holocausto" (2013) e de "Mulheres Portuguesas" (2015). Foi reconhecida com diversos prémios e distinções, nomeadamente o Prémio Carolina Michaelis, 1999, Prémio Adérito Sedas Nunes, 2007, Prémio Pessoa, 2007, Prémio Seeds of Science, categoria "Ciências Sociais e Humanas", 2009. É Chevalière de la Légion d'honneur francesa. A edição é do Círculo de Leitores na sua coleção 'Temas & Debates'.

Intimidades reflexivas - 1486

"Hoje há mestrados e doutoramentos que não valem o papel onde são registados." - Artur Pizarro um dos maiores pianistas da atualidade em entrevista à Antena 2.

Segura os sonhos

Segura os sonhos, não os deixes fugir, não permitas que fiquem longe dos teus olhos... Um dia vais precisar deles quando tudo começar a ruir e perceberás que só os sonhos te conseguirão levantar... Acredita... Nunca deixes de sonhar...

Sawabona!!!

Há uma "tribo" africana que tem um costume muito bonito. Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade. Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro. Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom". Sawabona Shikoba! AWABONA, é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer: "Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante pra mim." Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é: "Então, eu existo pra você".

Intimidades reflexivas - 1485

"É preciso fazer um esforço contínuo para amar o presente. Viver pelo passado, pelo que se fez, pelo que se conseguiu, é o mesmo que alimentar uma fome premente com banquetes de outrora." - Miguel Torga (1907-1995)

Intimidades reflexivas - 1484

"Ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor as fronteiras uma a uma e morrer sem nenhuma." - Miguel Torga (1907-1995)

Hoje é um dia de reflexão

Hoje é um dia de reflexão e amor ao próximo, do amor para dar e receber ás pessoas que ainda estão aqui... Ore pelos que partiram, pense com carinho e respeito, lagrimas não se fazem necessárias, pois eles estão em outro plano, um plano de conhecimento e crescimento espiritual... Mentalizemos nossas vidas como um todo, mentalizemos nossa vida tranquilamente mentalizemos esta nobre chance de conhecimento intitulada vida, a vida que ainda temos em terra... Valorizemos quem está de corpo presente para não lamentar a partida quando for o momento, para que quando este partir para outro plano, tenhamos plena consciência de que fomos presentes nos momentos que se fizeram necessários e verdadeiros para com aqueles, e para que possamos ter tranquilidade mental e espiritual quando a luz do dia se for e as lembranças vierem com a escuridão... Reflita no presente, valorizando quem você pode visualizar e tocar, pois este sim é o espirito que precisa do seu auxilio... Deixo aqui todo o meu respeito e afeto para com todos os que partiram, e desejo toda a tranquilidade do mundo para os entes queridos que ainda estão em sua missão na terra... A partida física deve ser aceite como uma passagem da vida, e não como o fim de tudo.

Chegou o Outono

O Outono entrou hoje pelas 2,04 horas da madrugada. Como costumo dizer esta é a estação dos românticos, dos nostálgicos, dos poetas. Com as alterações climáticas já quase que não sentimos esta estação, tal como, não damos pela Primavera. Mas mesmo assim, ainda sinto aquele cheiro do Outono da minha juventude onde tudo era esquivo. As chuvas vinham mais brandas como para nos habituarmos a elas que o clima temperado amenizava. As folhas vão mudando de cor e acabam por cair. Toda esta mutação é bem visível à nossa volta. Tenho rituais para diversas situações e o Outono não foge à regra. É nesta altura que mergulho naqueles compositores românticos que tanto me encantam, caso de Chopin ou Lizst. Não sei explicar porquê, mas é nesta altura que parece que vou mais fundo nos seus acordes. Como há livros ou escritores e poetas que gosto de ler nesta altura. Será talvez uma tolice mas sinto isto com mais intensidade nesta época. São das poucas coisas que ainda vou mantendo. Esse é o encanto maior que tenho pelo Outono. No ciclo do tempo esta estação também me conduz à minha infância profunda quando tinha a certeza de que quando o Outono acabasse era o Natal que estava aí a chegar. O Outono ficará connosco até ao dia 21 de Dezembro, bem pertinho do Natal, dando lugar ao Inverno. É altura de darmos as boas vindas ao Outono.

Intimidades reflexivas - 1483

"Vós, livros, os mais fiéis,os mais silenciosos camaradas, como agradecer-vos a vossa presença sempre pronta, infinitamente misericordiosa, como agradecer-voa a vossa ajuda que nunca se recusa?! (...) Cada um de vós é um pouco do infinito, e nas nossas casas como sois modestos, assim, encostados à parede---1 Todavia quando as nossas mãos vos libertam, quando o coração vos toca, logo invisíveis despedaçºais o espaço; a vossa palavra leva-nos em carro de fogo, arranca-nos da prisão estreita e conduz-nos à Eternidade." - Stefan Zweig (1881-1942)

Intimidades reflexivas - 1482

"Em si, a vida não significa nada - apenas adota o sentido que nós escolhermos dar. Em vez de despender o nosso tempo contemplando o seu significado, é mais proveitoso tentar fazer algo que lhe confira um. Sê audaz quando ages e cauteloso quando procuras uma justificação; sê sério em todos os assuntos e solene na tua conduta. Há que ser firmes, acreditando que as falências de hoje resultam da falta de esforço do dia anterior. Há que ser firmes, acreditando que o esforço de hoje será seguramente conducente ao sucesso de amanhã. Oh, amigos! Os momentos em que se sentem mais tristes e desapontados são precisamente os momentos em que vocês precisam de uma fé mais forte e corajosa. Acreditem firmemente que nenhum esforço que empregarmos neste mundo é desperdiçado. Não preciso de ser o único a triunfar - nenhum esforço é em vão. Todos os momentos de ontem compõem aquilo que sou hoje; que não se pense muito adiante ou se lamente por antecipação. A partir de agora colherei enquanto semeio." - Hu Shih (1891-1962) in "Nenhum esforço é em vão".

Intimidades reflexivas - 1481

"La tendresse a des secondes qui battent plus lentement que les autres." (A ternura tem momentos em que bate mais lentamente do que noutros.) - Romain Gary (1914-1980)

Intimidades reflexivas - 1480

"Quando a noite chega, percebes como desperdiçaste o dia todo. Vive o momento e não desperdices tempo." - Imperador Meiji (1852-1912)

Tem dias

Tem dias que a vontade é de ficar bem quietinho, longe dos barulhos do mundo, onde eles não possam te encontrar. Porque aquela dor antiga volta a dar as caras, e a lágrima rola rosto afora e tudo acaba parecendo ser mais difícil do que realmente é. Tem dias que o sorriso vai embora e o coração fica todo apertado, mas tudo bem, a gente nem sempre precisa ser forte.

Intimidades reflexivas - 1479

"O Universo existe em mim e eu existo no Universo." - Mikao Usiu (1865-1926)

Intimidades reflexivas - 1478

"Entre nós, a mentira é um hábito público. Mente o homem, a política, a ciência, o orçamento, a imprensa, os versos, os sermões, a arte, e o país é todo ele uma grande consciência falsa. Vem tudo da educação." - Eça de Queirós (1845-1900)

O "crime" de ajudar animais

Caros amigos reais ou virtuais,

Vim a perceber pelo que se passou nos últimos dias, que ajudar animais por cá é uma espécie de "crime". Essa missão apenas está conferida a um grupo restrito de pessoas, com certeza com maior pedigree do que eu. Não fiquei surpreendido porque desde já há algum tempo me vinha apercebendo disso. Depois de muitas coisas que li e que apenas mereceram o meu silêncio, julgo ser tempo de dizer algo sobre o que aconteceu. 

Este perfil foi definido desde o seu início já lá vão alguns anos, como de defesa de animais. Cheguei a publicar aquilo que era o sofrimento horrível porque muitos passavam e o porquê disso. Mais tarde, alguns dos meus seguidores me disseram que amenizasse a página porque não conseguiam ver tanto sofrimento. Aceitei o conselho e comecei a suavizar as coisas misturando outros assuntos para tornar tudo mais leve e apelativo. Depois disso, este perfil teve várias orientações, mas sem nunca perder a vertente de apoio aos animais, afinal era a sua razão de ser. Mas depois do que se passou na semana passada penso que é tempo de dizer basta. Este perfil irá rumar a outras paragens e os animais deixarão de fazer parte dele. Depois de muito refletir sobre o tema, decide que:

1. Toda e qualquer partilha de animais, seja qual for a sua situação, deixará de existir nesta página. Aproveito para pedir a todas as pessoas que me enviam mensagens para partilhar situações de animais ou que as publicavam diretamente na mesma, para deixar de o fazer. Porque partilhas não mais existirão e as publicações que possam fazer, serão eliminadas. Daí o pedir para não o fazerem para não ter que cometer esta deselegância coisa que nunca fiz a ninguém;

2. Apenas aparecerão imagens de animais que estão comigo ou imagens com frases subliminares com animais agregados;

3. Nunca verão - aliás, nunca viram - na minha página qualquer pedido de dinheiro ou demonstração de qualquer outra espécie. Nunca o fiz porque sempre ajudei com proventos próprios e nunca esta situação me serviu de uma qualquer promoção social (que aliás, dispenso, porque dela não careço): 

4. Continuarei o meu apoio no terreno junto dos animais que precisarem de apoio - não estou só no sofá, também sujo as mãos, embora disso não faça alardo - e continuarei sempre, dentro do possível, com o apoio financeiro ou outro que venho dando a instituições e a particulares. Não as nomearei aqui. Eles sabem quem são;

5. Reservar-me-ei o direito de comentar as situações que achar por bem, - animais ou não -, sempre que para tal julgue necessário o meu contributo. Não abdicarei da minha liberdade, - que sempre exerci mesmo quando ela não existia entre nós -, nem do meu direito de livre expressão que está consagrado constitucionalmente, embora ande por aí quem não saiba bem disso;

6. Tratarei de utilizar, sempre que possível, as fontes mais credíveis que terei acesso. Admito que pode ter havido casos em que tal não aconteceu e apenas a minha credulidade em as julgar dignas de crédito me levou a aceitar algo que não o era. Disso sempre pedi desculpa e assumi a responsabilidade porque não intencional.

Posto isto, é legítimo que vos interrogueis sobre o que este perfil reserva para o futuro. E simplesmente vos direi que será um perfil estritamente cultural, - com as exceções atrás referidas -, porque penso que será o melhor a fazer. Depois do que tenho lido nos últimos dias parece que um banho de educação e cultura urge ser feito. (Senhores do Ministério da Educação o que andam a fazer com os meus impostos?) Desde o insulto suez até à ortográfico débil tudo valeu. E que fartote!

Neste perfil ninguém será excluído por exprimir uma posição diferente da minha. Sempre achei que é na diversidade, - seja ela qual for -, que aprendemos e crescemos. Apenas não serão toleradas pessoas com discurso de ódio ou com linguagem obscena. Essas não cabem neste espaço e poderão ir buscar outros que se ajustem melhor à sua realidade.

Não é por termos pontos de vista diferentes, cor de pele diversa, religião ou ideologia variada, que não encontrarão acolhimento neste espaço. Todos somos diferentes e simultaneamente iguais e é nesta troca de sinergias que nos enriquecemos. A diversidade e a sua aceitação será sempre o segredo da evolução.

Quem se sentir bem dentro deste quadro que acabei de definir continuará certamente. Quem não se sentir bem terá que rumar a outras paragens. Agradeço a todos os que ficarem porque são sempre importantes os seus contributos para sermos pessoas melhores, aos que saírem, embora lamentado o facto, penso que será melhor assim do que permanecermos a olhar por cima do ombro uns dos outros. A estes também agradeço porque a atitude que tomarem também será uma forma de reflexão para mim.

Já agora uma última nota, e será mesmo a última, algo para que venho alertando há muitos anos. Enquanto a desunião entre defensores dos animais continuar, só daremos motivos para que, quem não os defende, se sinta regozijado. Faço este trabalho à mais de quatro décadas, numa altura em que, quem os defendia, era olhado como um qualquer sujeito insano, estulto, enfim, maluco. E com esta divisão entre as pessoas este olhar sobre todos nós, continua para regozijo daqueles que se nos opõem. Os animais não compreendem, nem disto colhem qualquer benefício. Está na altura de mudar comportamentos para que todos nos unamos de modo a que o nosso trabalho seja profícuo. Penso que é um bom tema para se refletir.

Posto isto, julgo não haver muito mais a dizer. Tudo está claro. A prosa vai longa, mas era necessário por os pontos nos ii como é corrente dizer-se. Aproveito para saudar todos - sem qualquer exceção ou reserva - porque todos fostes importantes para o meu evoluir. Desejo-vos sinceramente o melhor para as vossas vidas pessoais e profissionais. 

Com os meus melhores cumprimentos. 

José Ferreira

"As Caves do Vaticano" - André Gide

E se o Papa fosse secretamente sequestrado? Em As Caves do Vaticano, um grupo de vigaristas espalha o rumor de que o verdadeiro pontífice estará preso, extorquindo assim dinheiro a troco da promessa de libertação. Classificada pelo autor como uma sotia, uma farsa satírica, esta é uma das obras mais memoráveis de André Gide, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, e uma das primeiras do autor a serem violentamente acusadas de anticlericalismo. Marcada pela crítica social e por uma estrutura narrativa original, cruza intrigas e personagens, levantando questões perturbadoras sobre as escolhas sociais e morais - de que se destaca o acto gratuito perpetrado pela personagem Lafcadio, que empurra um homem de um comboio em movimento. Numa notável incursão pelos sentimentos humanos, esta obra provoca e diverte, mantendo toda a actualidade mais de um século depois. Quanto ao autor André Gide (1869-1951) é um dos escritores franceses mais importantes do século XX. Nascido no seio de uma família francesa protestante, Gide cresceu e foi educado sobretudo na Normandia, num grande isolamento social. Desde cedo começou a escrever, tendo publicado o seu primeiro romance em 1891. Numa viagem ao Norte de África, foi surpreendido por um mundo de liberdade que, dada a sua educação, nunca antes imaginara, acabando por admitir a sua atração pelos corpos saudáveis de rapazes jovens. Gide travou conhecimento com Oscar Wilde em Paris, em 1895. O autor de O Retrato de Dorian Gray julgou que lhe tinha revelado a sua homossexualidade, mas a avaliar pelos diários do escritor francês sabemos que nessa altura já tinha plena consciência da sua condição. O drama de Gide era, pois, a conciliação entre a sua rigorosa educação protestante com uma liberdade que sentia necessária para assumir a sua sexualidade. Apesar de ser casado, Gide envolveu-se com um jovem e ambos fugiram para Inglaterra, o que lhe trouxe críticas tanto da França católica, como da França protestante. E se é certo que a sua obra é admirada e tem uma clara influência na formação de jovens escritores como Camus ou Sartre, sempre que Gide abordou a sua orientação sexual, a crítica com afinidades católicas e protestantes não lhe deu tréguas. Como tradutor, introduziu as obras de Joseph Conrad em França. A sua atividade de crítico e escritor foi contínua, mas acrescentou-lhe uma vertente de defesa dos Direitos Humanos da qual é pioneiro. Por um breve período foi simpatizante dos ideais comunistas, mas, convidado a visitar e a discursar na União Soviética, regressou desiludido com a censura dos seus discursos e o estado geral da cultura no país. Em 1939 tornou-se o primeiro escritor vivo a ser incluído na famosa coleção Bibliothèque de La Pléiade. Em 1947, recebeu o Nobel de Literatura. Morreu em 1951. Um ano depois, a Igreja Católica Romana colocou as suas obras no Index Prohibitorum. A ficção de Gide e os seus escritos autobiográficos estão traduzidos em mais de 40 línguas e o autor é hoje reconhecido não apenas pelo seu génio literário, mas também como uma das primeiras personalidades a assumirem a sua homossexualidade, discutindo abertamente a sua posição com a moralidade vigente. A edição é da Guerra & Paz.

Intimidades reflexivas - 1477

"(...) Dormir com alguém é a intimidade maior. Não é fazer amor. Dormir, isso é que é íntimo. Um homem dorme nos braços de uma mulher e a sua alma se transfere de vez. Nunca mais ele encontra suas interioridades." - Mia Couto

No aniversário de Natália Correia

Faria hoje 99 anos esta grande poeta da língua portuguesa de seu nome Natália Correia. Uma mulher desassombrada que dizia o que tinha que dizer sem meios termos. Não foi bem vista pelo Estado Novo embora isso não lhe importasse para nada. Ela era o que era e pronto. Dela guardo grandes momentos de poesia e algumas passagens pela televisão. Hoje é dia de celebrar a sua memória. Como sempre digo, celebrar a memória dum(a) grande das letras  é ler a sua obra. Leiam Natália Correia e verão que darão o vosso tempo por perdido.

Deixa ir!

Deixa ir! As mágoas do passado, algumas injustiças que acontecem (as vezes é inevitável), alguns rancores que ficam impregnados em nosso ser... Tudo aquilo, que constantemente nos leva de volta  ao passado, nos prende, e faz refém... A dificuldade em deixar ir nos torna incapazes de evoluir, de crescer, avançar e ser feliz... O passado deve ficar no passado... A sombra que está deixando seu presente nublado, é reflexo da dor do seu ‘ontem’... O que quer que seja que te prende em algum lugar lá atrás, onde os resíduos da infelicidade insistem em permanecer, todas essas dores estão bloqueando o seu caminho... Talvez você se torture, e se coloque no lugar de vilão da sua própria história, talvez você ainda seja escravo de todas as suas escolhas ruins... Nossos traumas, dores, medos e más lembranças, são a areia movediça da nossa alma, e senão fizermos nada para mudar, acabaremos devorados pelo vitimismo e tantos sentimentos negativos... Para viver com sabedoria, para encontrar a verdadeira paz, precisamos deixar ir... Perdoar... Eu digo verdadeiramente liberar perdão para todos que mesmo sem querer nos fizeram mal... Esse é o remédio, é a única cura para cicatrizar feridas que insistem em machucar... Deixa ir sem medo , todas as pessoas, coisas, sentimentos, e tudo mais que não esteja te ajudando a ser e fazer melhor... Confie no seu propósito, acredite que o Universo está a seu favor, solte e liberte-se! 

Esclarecimento

Confesso que tenho alguma dificuldade em perceber a discussão acesa em torno de um post que publiquei sobre os animais que vão de Portugal para o estrangeiro. Embora ache salutar a discussão em torno deste tema, parece que algumas pessoas se sentiram ofendidas. Eu apenas alertei para a situação porque há muitos anos ela me vem incomodando. Depois o documentário televisivo já com alguns anos também me inquietou. Sei de países em que os animais são muito bem tratados, países que conheço pessoalmente e cuja idoneidade não ponho em causa. Mas outros... Depois a maneira como fui tratado quando num grupo 'especializado' tentei saber o que lhes acontecia duma forma singela e acabei insultado, foi para mim eloquente. Como não me calei e talvez a publicidade fosse má, passado dois dias contactaram-me a esclarecer aquilo que tinha questionado antes e que tanto incómodo causou a princípio e até me readmitiram de novo no grupo. Escusado será dizer que nunca mais quis ter nada a ver com essa gente. E isso fez-me então pensar e nunca deixem de tentar ser esclarecido. Nunca achei que o defender animais pudesse incomodar tanto. Afinal a minha pertença 'ignorância' sobre a matéria, deveria contar com a complacência benévola de me esclarecerem por parte das pessoas mais 'sábias', e não a agressão verbal que vi feita a mim e não só. Confesso que isso também me deixa a pensar. A luta em prol do bem estar animal é um campo fértil para muitos equívocos e aproveitamentos. Sei-o bem porque nesta luta ando vai para mais de quatro décadas. E por diversas vezes apelei que em vez da gritaria inconsequente quando alguma questão é colocada, deveria existir uma união para esclarecer a situação ou até para ajudar a resolvê-la caso fosse o caso. Nem sempre quem fala mais alto tem razão e nesta coisa dos animais nem imaginam o que por aí anda. A luta em prol dos animais não é, não pode ser, uma arma de arremesso ou uma promoção social. É dum ser que não tem voz, um ser senciente, que falamos, e que é nosso dever defender. Agradeço a todos os que serenamente me tentaram tranquilizar, os outros não me acrescentaram nada. Mas as minhas questões permanecem. Toda a regra tem exceção. E são as exceções que me preocupam.

A "exportação" de cães e gatos para os estrangeiro

Sempre tive algumas reservas sobre os cães e gatos enviados para o estrangeiro. Uma pessoa que conheço também o fez dizendo que iam para famílias de acolhimento. Quando a questionei se fazia o seu acompanhamento no local de destino, vim a saber que depois de os deixarem no aeroporto nada mais sabiam deles. Isto passava-se essencialmente com cães que iam para Alemanha mas não só. Um dia contactei um site que se dedicava ao mesmo. Fui insultado e expulso do mesmo apenas por ter perguntado o que lhes acontecia. Conheço a Alemanha e sempre tive dificuldade em compreender este tráfico, porque é de tráfico que se trata. Sabemos que por essas bandas existem clubes de zoofilia, coisa já à muito denunciada numa reportagem da BBC e que eu já fiz eco por aqui variadas vezes. O certo é que tudo continua igual. Que acontecerá a esses pobres infelizes? Que lhes acontece na Alemanha, Dinamarca ou outros países de destino? Será que lá não existem cães? Porquê estes que vão de Portugal? Estas sempre foram questões que me atormentaram. Passados muitos anos desde que questionei o problema, estas questões continuam a atormentar-me. Tenham cuidado com essa situação. Não enviem cães ou gatos para o estrangeiro. E se conhecem quem os vai receber, mesmo assim, tenham muito cuidado. Os animais são os grandes sofredores. Eles não têm voz para denunciar aquilo a que são sujeitos. Não alimentem este tráfico desumano para estes pobres seres. Eles só nos têm a nós para os defender.

Triste vida de cão

Todos sabemos que os portugueses não são um modelo quando trata ao bem estar animal. Um cão é um cão, um gato é um gato, são expressões comuns que mostram o desprezo que muitos de nós votam aos animais. Quando se trata dum animal que está mais próximo de nós o caso assume outras proporções. Há já algum tempo atrás chegou um cachorro - uma cadela - aqui para os meus lados. (Foi trazida com uma corda ao pescoço o que indicia logo que quem o trouxe não gosta de animais). Foi deixado num quintal à solta com muito espaço. Mas ela que é uma cadela jovem cada vez mais reivindicando mais e mais espaço acabou por ser transferido para um outro espaço mas desta vez ficou acorrentada. Segundo me disseram esse cachorro foi oferecido a uma familiar da pessoa que o albergou que depois à medida que foi crescendo acabou por ser descartado. Mais um daqueles cachorros que são meros brinquedos que quando se tornam adultos deixam de ter graça. Quem a acolheu apesar de não ter as melhores condições para o ter, acabou por fazer uma obra de caridade. Segundo me foi dito também, caso não a acolhesse ela acabaria num canil ou seria abandonada, sendo esta última situação a mais plausível. A pessoa na casa onde ela está, tem outros animais e porventura não poderá oferecer melhor à cadela. Ela ladra muito de dia e de noite porque não compreende porque a sua vida mudou. Muitas vezes ladra de medo sobretudo à noite. (Quase todas as noites é assim). Espero que não vá acabar num canil como outra que a antecedeu. É que mesmo com boa vontade, nem sempre as pessoas estão disponíveis para receber estes animais sobretudo quando a idade já vai avançando. Assim, este é mais um caso de desumanidade para com um ser. Já outros tiveram e vieram pedir-me ajuda para arranjar adotantes. Felizmente tenho conseguido, mas nem sempre é assim. Se não querem, não gostam ou, simplesmente, não têm condições para ter animais, porque será que os aceitam? Quando lhe vieram trazer este - como outros que já tiveram - deveriam logo dizer que não, que não poderiam ter. E quem os oferece deveria saber a quem o faz, caso contrário, é conivente com esta situação. No fundo e em resumo, esta é uma daquelas situações desagradáveis em que um cachorro está amarrado, - mas apesar de tudo bem alimentado -, o que será bem melhor do que acabar num canil onde será abatido nas condições que todos conhecemos, ou então, abandonado, o que seria ainda pior. Este é mais  um daqueles casos para se dizer triste vida de cão.

"Resurrecta" - Vic Echegoyen

"Resurrecta" é o novo livro da espanhola Vic Echegoyen. Lisboa, 1755. O Dia de Todos os Santos amanhece ensolarado e festivo. Nada faz prever que uma série de terremotos de uma intensidade nunca vista destruirá igrejas e palácios. O tsunami que os segue, juntamente com o apocalíptico incêndio subsequente, transformará a festa em tragédia para o rei e a sua corte, mas também para galés e prostitutas, monges, damas, cirurgiões, soldados, marinheiros e até mesmo para um pequeno macaco. História coral e vibrante, mas, ao mesmo tempo, humana, Resurrecta narra, minuto a minuto, as seis catastróficas horas que transformaram a História de Europa. Um romance que atinge o coração do leitor sob a aparência de desordem e horror, através de um mosaico das emoções das suas personagens: da responsabilidade do ministro do rei à sede de vingança do réu; do médico assoberbado à jovem que arrisca a própria vida para salvar o seu amado; do castrato que canta para as vítimas até à freira que foge do convento para as socorrer. Um livro que nos relata duma forma viva os horrores daquela manhã 1 de Novembro de 1755 com todo o dramatismo que essa data encerra. A edição é da Suma.

O tsunami que se aproxima

Todos vimos notando um alterar das nossas condições de vida. Desde a pandemia que era previsível que tal ia acontecer e o efeito inflação que se instalou na economia mundial veio ajudar. Todos os dias ouvimos falar que o custo de vida está mais elevado, que os salários estão a desvalorizar-se. Tudo isto é verdade. A inflação é um sorvedouro que comprime as economias. É provocada pelo excesso de moeda em circulação que faz com que os preços aumentem e continuem a aumentar mesmo quando já o dinheiro disponível está a perder valor. A economia começa a contrair-se, o crescimento diminui e, no limite, a vida fica mais difícil para os cidadãos. Mas sem querer ser profeta da desgraça, devo alertar para algo que vem por aí, já se vai falando aqui e ali, mas ninguém parece ter percebido muito bem. Trata-se do efeito da guerra na Ucrânia. Esse impacto da guerra ainda não se fez notar na nossa economia, se estiverem certas as minhas projeções tal irá acontecer duma forma mais efetiva, no final deste ano, início do próximo. Esses dois efeitos conjugados: inflação e guerra, irão criar um efeito complexo nas economias mundiais, e Portugal não será exceção com a sua economia periférica dependente do exterior. E se o turismo pode ajudar lá para o verão do próximo ano, não sei se será possível anular todos estes efeitos cruzados, a análise mais fina diz-me que não. Para tornar mais claro aquilo que pretendo dizer, utilizemos um exemplo, todos conhecemos o efeito catastrófico do terramoto de Lisboa em 1 de Novembro de 1755. Mas a maior devastação não foi tanto do terramoto mas do tsunami em três vagas que se lhe segui. Neste momento a economia está perante um cenário idêntico, salvaguardadas as devidas distâncias. O efeito inflação que no exemplo atrás será o terramoto, e depois o impacto da guerra que será o tsunami. Neste momento tudo parece calmo e controlado, mas em breve as coisas mudarão. Não tem a ver com qualquer tipo de governação, mas sim um efeito que o país não poderá evitar. E não será só em Portugal. A crise energética que já é visível mas é apenas a ponta do iceberg. Outros efeitos aparecerão e o governo apenas poderá tentar moderar esses impactos, que não evitá-los. Repito, o efeito guerra ainda não chegou como alguns andam por aí a dizer. O mar ainda vai estando mais ou menos calmo, mas em breve as ondas gigantes chegarão. Não se deixem amolecer porque nada nem ninguém o poderá evitar. Grandes mudanças e momentos menos bons irão aparecer. Mas como o  Capitalismo funciona por ciclos, resta-nos a esperança que mais à frente tudo melhorará. O que não se sabe é quanto tempo irá demorar este ciclo.

Para amar um resgatador

"Para amar um resgatador, é preciso amá-lo completamente. Deve-se amar as cicatrizes que cobrem o seu corpo de animais em pânico e feridos que estava a tentar ajudar. Deve amar o seu coração despedaçado, que já tantas vezes foi destroçado, que já nem sequer perde tempo a reparar os pedaços. Para amar um resgatador, deve abraçar a sua coragem e determinação, e saber que embora lute uma guerra que nunca pode vencer, pode e vence algumas batalhas. É preciso amar as lágrimas que derramará por aqueles que perdeu. Tem de lhe dar conforto que se recusa a aceitar, pois culpa-se por coisas que jamais poderia ter previsto. Para amar um resgatador deve reconhecer a raiva que por vezes sente em relação ao mundo, e saber que essa raiva é impulsionada por um amor à vida que muito poucos têm. Deve dar-lhe tempo e espaço para chorar e lamentar as perdas que outros causaram por descuido ou crueldade. Para amar um resgatador é preciso compreender que a sua paixão por curar e salvar é uma vocação, não uma escolha. Tem de aceitar que salvar animais é parte da sua alma e sem isso nunca poderia ser feliz. Para amar um resgatador, é preciso ser paciente. Tem de aceitar que a sua obra está em primeiro lugar. Que vai renunciar ao sono, renunciar à comida, renunciar à sua vida por animais necessitados. Irá trabalhar incansavelmente até que o seu corpo e mente lhe falhem completamente e não possa continuar. Para amar um resgatador, tem de ser forte. Não se deve sentir ameaçado pela sua concentração e amor aos animais. Tem de aceitar que as coisas que ama nele, a força, as convicções e a lealdade são também o que move o seu sentido de dever para com os animais em necessidade; não pode ter um sem o outro. Para amar um resgatador nunca lhe deverá pedir para escolher, porque o fará, e não será a si." - Autor desconhecido.

Intimidades reflexivas - 1476

"A coragem às vezes é aquela pequena voz no fim do dia que diz: 'eu vou tentar amanhã'." - Thomas S. Monson (1927-2018)

No rescaldo da demissão de Marta Temido

Passado o primeiro impacto da demissão de Marta Temido é bom refletir sobre o trabalho desta grande ministra da Saúde. Marta Temido terá feito tudo bem? Claro que não. Ninguém o faria. Mas ela esforçou-se. Quando se aponta por aí algumas figuras sinistras que tanto a queriam ver pelas costas, pois é verdade que essas vis criaturas andaram a tramar tudo isto. Nunca lhe perdoaram ela fazer a defesa acérrima que sempre lhe vi do SNS. Ela sempre se opôs à privatização do SNS, - que tem muitos defensores por aí -, mas também ao seu desmantelamento. Marta Temido foi grande (numa figura pequena) e por isso suscitou muitos ódios de estimação. Ninguém pode fazer trabalho algum se ele é permanentemente boicotado pelos seus agentes a soldo dos seus líderes. Mas também dentro do partido de que faz parte, ela tinha os seus inimigos de estimação, pode ser menos visível, mas tinha. Mas Marta Temido esteve sempre acima de tudo isso. Teve sempre a admiração dos portugueses e a maneira como reagiram à sua saída são disso um sinal inequívoco. Mas essa é a espuma dos dias que nunca conseguirá ocultar uma das grandes defensoras do SNS e que seria o orgulho do seu fundador António Arnault se ainda estivesse entre nós. Saiu uma grande ministra, disso não tenho dúvidas, - que será difícil substituir -, porque quem vem, ou tem o mesmo carisma ou simplesmente se verá confrontado com as inevitáveis comparações. Mas isso agora já é outro tema para outra altura. Parabéns, Marta Temido por tudo o que fez pelo SNS, - que o mesmo é dizer pelos portugueses -, isso jamais será esquecido.

32 anos de matrimónio

Confesso que me sinto um pouco amedrontado ao dizer que hoje celebro 32 anos de casamento. São longevidades que perderam de moda e os mais jovens nem entendem. Mas é assim, foi numa manhã solarenga de Setembro que eu e a minha mulher trocamos votos no Mosteiro de Águas Santas numa cerimónia celebrado pelo saudoso abade Ramiro Ferreira que viria a tornar-se um amigo da nossa casa. Foi um momento único como únicas são sempre estas celebrações. A minha mulher oriunda de Paris onde viveu muito anos ligada ao mundo da moda, eu um quadro superior que trabalhava no Grupo Vista Alegre. E nesse dia pensamos que seria para a vida e assim tem sido ao longo de mais de três décadas. É sempre bom recordar estes momentos e fotos duma juventude já à muito passada, mas com a mesma felicidade e expectativa de então. 32 anos volvidos são sempre um somatório de momentos bons e de outros não tanto assim. A capacidade de nos aturarmos um ao outro será, para além de tudo o resto, o segredo da longevidade. Que muitos outros venham e que aqui estejamos para os celebrar.

Porque adotar e não comprar

Porque deves adotar e não comprar?

- Estás a salvar uma vida

- Estás a agir contra a criação inconsciente e maltratos animais

- Ajudas a prevenir sobrepopulação animal

- Terás um animal eternamente grato

Adotar um cão

 Antes de adotar um cão, deve ter sempre em conta alguns fatores:

- Despesas veterinárias (registo do animal, vacinas, microchip…)

- Despesas alimentares (quanto maior o cão, maior a quantidade de comida)

- Longevidade do animal (é um compromisso a longo prazo)

- Tempo a dedicar ao animal (se não tem tempo para dedicar ao seu cão, não adote um)

- Treino (todos os cães devem ter ensinamentos básicos que ajudem no dia a dia)

- Despesas inesperadas (por vezes os cães podem roer sapatos, mobília, aleijar-se…)

O tempo passa

O tempo vai passando, a gente cresce e aprende com os tombos do caminho. Não nos iludimos com qualquer coisa. O amor é conteúdo. A alma da gente fica transparente. Queremos a verdade, seja ela qual for. Buscamos o nosso bem, a nossa paz de espírito e quem não for capaz de trazer isso pra nossa vida, que passe adiante. Compreendemos que não podemos ficar bem o tempo inteiro e que a tristeza, em alguns momentos, vai chegar e é para ser sentida. Com o tempo, aprendemos a ter limites e a impor limites para quem se aproxima com interesse, falsidade e falta de carinho, cientes de que algumas pessoas vão nos surpreender e outras nos decepcionar, pois não estamos imunes a falta de caráter alheia. O importante sempre é aprender quem sim, quem não e quem nunca.

Se eu soubesse

 Se eu soubesse, teria deixado que me despenteasses mais vezes com as tuas mãos pequeninas de então. Se eu soubesse, teria dormido mais vezes contigo e teria respirado mais o teu perfume doce para que nunca se desvanecesse. Se eu soubesse, ah, se eu soubesse, teria deixado mais vezes pelo chão as coisas que podiam ter ficado por fazer. Se eu soubesse, meu amor, nunca teria deixado para depois o nascer do sol. Nunca teria dito Agora não. Nunca teria deixado que o tempo das coisas importantes fosse menos importante. Se eu soubesse, não teria sido impaciente. Se eu soubesse. Mas eu não sabia. Não sabia que há um tempo em que não se sabe. Não sabia que os sorrisos que ficam nas fotografias não se mexem. Não sabia que as noites mal dormidas eram a vontade de ficar acordada agora a olhar para ti. Se eu soubesse.

Um texto para refletir

 "Encontrei esta Pedra na rua e resolvi trazer para casa e disponibilizá-la para adopção... ela é ideal para a companhia de algumas pessoas que querem ter um gato ou cão... mas que não querem ter nenhum compromisso...

A Pedra não vai incomodar, porque não mia... não ladra... não chora... não vai morder... ou arranhar nada em sua casa...

Tudo vai continuar exactamente como estava antes ...

A Pedra é também muito educada...

Não come nem bebe água...portanto não precisa de gastar absolutamente nada com a sua alimentação ...

Não precisa de fazer xixi ou cocó, logo não tem que levá-la a passear ou manter a caixa de areia limpa.

É ainda muito independente e obediente...

A Pedra só tem um problema para quem aprecia raças...

é que eu não sei dizer qual é a raça da Pedra... Mas sei que não é fofa e peluda com aspecto de peluche ...

Porém é de pequeno porte... não cresce...não precisa de tomar banho....não precisa de ser castrada nem vacinada... não adoece...não apanha piolhos ou carraças não envelhece e você não precisa de a levar ao veterinário...

E melhor ainda, se adoptar a Pedra e precisar de mudar de casa...casar... engravidar...viajar... pode abandonar ou dar para adopção...

... porque ela é igual ao seu coração...uma PEDRA...

E não tenha remorsos, ela não vai sofrer...nem vai sentir a sua falta...

Se for difícil arranjar quem a adopte pode abandonar na estrada, num deserto, onde lhe der jeito, que ninguém o vai criticar por isso... nem é crime.

Porque ao contrário de um cão ou um gato...a Pedra não vai passar fome, sede ou frio, ter dores ou adoecer ...

Se alguém se lembrar de lhe dar veneno...pontapés...atropelar... não há qualquer problema, porque ela não vai sentir nada...

Resumindo:

Se não consegue amar, sentir empatia, ter noção de compromisso e ser responsável, se não tem tempo ou paciência para ter um gato ou um cão...Adopte uma pedra!... Vai ver que é o ideal para si e que será muito feliz ao seu lado..."