Turma Formadores Certform 66

Thursday, October 31, 2019

Happy Halloween!

Cá temos mais uma daquelas americanices que vão penetrando na nossa cultura sem que nos apercebamos e que se vão entranhando. Fruto também duma prática nas escolas que levam as crianças a festejar este dia, ou melhor, esta noite, como sendo coisa nossa. E nós os mais adultos, acabamos por entrar na brincadeira também. As crianças trazem essa animação para dentro das famílias e estas acabam por participar porque os tempos são outros, as festas tradicionais vão dando lugar a outras, fora da nossa cultura e até de índole pagã, mas são festas, e as crianças não estão viradas para estas vãs filosofias. E a animação vai tomando conta deste e daquele lugar, em festas privadas ou públicas, lá vamos celebrando esta festa de importação. Mas é assim e contra factos não há argumentos. Happy Halloween para todos. Divirtam-se! 

Wednesday, October 30, 2019

Caleidoscópio - Canto coral - Antena 2

Em tempos ouvi um programa da Antena 2 que muito me interessou. Chamava-se 'Canto Coral'. Vi que estava disponível no RTP Play e tentei gravá-lo. Não consegui porque estava em 'streaming'. O link do referido programa é https://www.rtp.pt/play/p330/e355454/caleidoscopio . Se alguém souber como o posso fazer agradecia que me informasse. Para os mais puristas penso que não se trata de qualquer ilegalidade, afinal estes programas não serão nunca editados em qualquer formato, ficando apenas no arquivo da estação ao que julgo saber. Espero a resposta de alguém que me possa ajudar. Obrigado.

Tuesday, October 29, 2019

Intimidades reflexivas - 1179

"Nunca tive a certeza de ser quem era e continuo, até hoje, sem saber quem sou." - Haruki Murakami  in 'Crónica do Pássaro de Corda'

Monday, October 28, 2019

Intimidades reflexivas -1178

"Todas as crianças são artistas. O problema é como permanecer um artista quando se cresce." - Pablo Picasso (1881-1973)

Sunday, October 27, 2019

Intimidades reflexivas - 1177

"Sim, a vida ia continuar. Outros dias viriam cheios de sol, de flores e de frutos. Mas não seriam meus." - Miguel Torga (1907-1995) in 'A Criação do Mundo'

Saturday, October 26, 2019

Mudança da hora

Na madrugada de 27 de Outubro de 2019 (domingo), a Hora Legal muda do regime de Verão para o regime de Inverno.
– Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, às 2:00 horas da manhã atrasamos o relógio de 60 minutos, passando para a 1:00 hora da manhã.
– Na Região Autónoma dos Açores a mudança será feita à 1:00 hora da madrugada de domingo, dia 28 de outubro, passando para a meia-noite (00:00), do mesmo dia.

Friday, October 25, 2019

A ausência da escola primordial (Da família para a escola)

Anteontem um aluno agrediu uma professora que teve que ser hospitalizada. À três dias atrás um pai agrediu uns professores e umas assistentes quando liderava uma contra manifestação que apenas pedia o fim da violência na escola. Tudo isto vimos e assistimos. Agora é bom que reflitamos um pouco. Estes dois gestos parecem antagónicos, mas não o são. São iguais e diz-nos que, em ambos os casos, a escola primordial falhou. (Chamo escola primordial àquela educação antes de irmos para um qualquer centro de aprendizagem, isto é, a família e toda a involvência inerente. Porque os pais se não têm educação, não a poderão transmitir aos seus filhos. E estes na ausência da educação parental, amanhã serão outros pais com estas tristes atitudes. E o ciclo renovar-se-á a cada geração). Temos assistido a um aumento da escolaridade no nosso país - algo que é sempre de saudar - mas isso não significa que se tenha caminhado muito na educação. O colecionar conhecimentos que muitas vezes se esquecem quando passam as avaliações, nunca será uma forma de evolução dum povo. A educação é algo mais abrangente, que carece de mais empenho de todos. A educação académica é importante, mas sem os valores da cidadania, de nada vale. A prova está aí a gritar toda a sua evidência. Não podemos continuar a pensar que é com o fazer de conta - tão característico da nossa cultura - se resolverão as coisas. O ensino pode não estar bem, mas a educação está pior. Tudo isto porque uns pais não podem educar convenientemente os seus filhos, se também eles não receberam a educação em tempo próprio. Os filhos, que não têm essa educação, serão pais amanhã, e tudo se repetirá de novo. Os filhos serão sempre o espelho dos pais e vice versa. É importante parar para pensar, fazer uma espécie de corte epistemológico e recomeçar de novo. A cidadania era algo que noutros tempos se aprendia em casa, na família. Hoje luta-se para que sejam as escolas a substituir-se aos pais numa estratégia de insucesso evidente. Estes dois casos são bem o paradigma disso.

Thursday, October 24, 2019

Happy Birthday, Ing-Britt IB Henriksen

One year elapsed but memory remains. Your time is over in this life but your memory will remain forever in our hearts. My goddaughter Inês, my wife and I will never forget you. Have a Happy Birthday wherever you are. May your affection, kindness and love for animals be an example for all of us. Happy Birthday, Ing-Britt IB Henriksen. Rest in peace! Be in Heaven.

Wednesday, October 23, 2019

Intimidades reflexivas - 1176

"O espaço é a única coisa eterna que somos capazes de imaginar facilmente, imutável em sua abstracção e que não é influenciado nem pela presença nem pela ausência de um universo objectivo. Não tem dimensões, seja em que sentido for, e existe por si mesmo (...), foi é e sempre será." - Helena Blavatsky (1831-1891)

Tuesday, October 22, 2019

5 meses depois

Cinco meses depois da partida do Nicolau a saudade vai aumentando cada vez mais. Em todos os cantos o procuro. Parece que o ouço, que lhe sinto o cheiro, que escuto as suas rosnadelas. A presença física já cá não está, mas a memória está ainda muito fresca. Cinco meses depois o Nicolau continua a preencher os meus pensamentos, a encher a minha casa. Tentei eliminar tudo dele, apenas uma escova com que lhe tratava do pêlo, por aqui ficou. É o que resta, simples mas de tão grande significado. À medida que envelheço fico mais frágil, mais dolente, a viver das memórias. Penso que é isto mesmo a velhice. E o Nicolau ocupou um grande espaço nesta minha vida que se vai escoando. Cinco meses passaram e o Nicolau ainda por cá anda, nos cantos, nos locais onde gostava de estar, na memória. E esta não se apagará. Que estejas paz, Nicolau!

Monday, October 21, 2019

Porque será que os animais não me largam?

Ontem lancei uma questão interessante que muito me dá que pensar. A saber: a razão porque os animais me procuram e me acompanham ao longo da vida. Sempre foi assim desde que tenho consciência de mim próprio. E se por um lado isso é gratificante, por outro é castrador. Quando o Nicolau morreu pensei que agora seria o tempo de descansar e fazer algumas coisas que tinha adiado. Afinal já não tenho férias vai para vinte anos, mais precisamente desde a morte de minha mãe. Porque ela me deixou três cachorros, porque atrás desses outros vieram, até que chegou o Nicolau que seria o último. Ainda encetamos um ou outro passeio, mas foi sol de pouca dura. Logo a Rosita apareceu e foi-se insinuando - lentamente pé ante pé - até que quando demos por isso, ela instalou-se em casa onde passa os dias a dormir e a comer - e já agora, a tentar apanhar passarinhos ou outros seres viventes - e só ao fim do dia vai embora para a sua casa para estar com a irmã. E de novo tudo volta ao princípio. O ciclo recomeça. E já não saímos sem que um fique em casa porque a Rosita aí está. Gosto de animais, adoro-os, mas isto é muito limitativo, sobretudo quando a idade já vai avançando e também tem que haver outros espaços a preencher. Mas cada vez me convenço mais que esta é uma espécie de sina que me acompanhará até ao fim dos meus dias. Dela não posso fugir. Se os animais vêem em mim algo, (definitivamente não sei), mas que isto acontece é uma realidade. E isso coloca travão a muita coisa. Porque comigo os animais não ficam para trás. Se saímos logo estamos preocupados com a Rosita e as suas horas de refeição. E afinal a Rosita não é minha, apenas começou a andar por aqui, e por aqui ficou. A vida tem destas coisas, e quem ama os animais tem que estar preparado para isso. Se não, sofresse muito, e eu, - podem crer -, já sofri muito pelos animais. Não consigo ter aquele espírito desprendido de quem vai sair (de férias ou não) e os animais ficam para trás. Não consigo pensar que 'eles lá se defendem' como ouço por aí dizer. Não consigo e ponto final. Tenho a sorte de ter uma mulher que pensa o mesmo, caso contrário, teria sido um problema bem sério de resolver, quando as opções se colocassem em cima da mesa. Mas mesmo assim, não deixa de ser uma vida desfrutada pela metade. Porque a outra metade - ou talvez mais do que isso - está com os animais. Talvez seja para isso que nasci, quem sabe. Mas foi sempre assim ao longo da minha vida. E parece que não terminará nunca.

Sunday, October 20, 2019

A triste realidade

Já à muito que suspeitava, agora tenho a certeza. A Rosita (Mariana) e a sua irmã Maria foram postas na rua. Já a 'dona' me tinha dito algo sobre o assunto, mas não me disse que os cachorros ficavam dentro de casa. Agora sei que estes ficam dentro de casa e as gatas foram postas fora. (Daí o terem mandado cortar a ponta das orelhas a ambas já a pensar no futuro como já aqui afirmei noutras ocasiões). Vieram como brinquedos para as crianças, quando estas se fartaram foram para a avó destas, e agora, rua. Dizem-me que a 'dona' lhes dá de comer - e até comida de marca!!! - e que ficam num anexo do terreno. Não sei se é assim. A Rosita diariamente vai para lá ter com a irmã. Esta é mais fugidia e não vem para cá. Embora volta e meia apareça, cada vez mais magra, mas não é sempre. Come da comida seca que deixo por cá, num local abrigado do frio e da chuva. Sei que vai lá - ela que nunca comia nada na casa de ninguém - como outros que por cá passam. Mas não se deixa apanhar, sempre com medo dos humanos, e o caso não é para menos. A Rosita não fica cá em casa durante a noite. Passa cá o dia, come e dorme aqui, mas ao fim do dia vai para a 'sua' casa ter com a irmã. Por vezes, durante a madrugada, vejo ambas juntas a brincar cá em casa. Depois o ciclo repete-se. A Maria desaparece e a Rosita vem cá para casa, até se reunirem de novo à noite. Tanto quanto julgo saber, estas gatas vieram de Lousada. Para quê? Brinquedos de criança? Quem não tem condições para os ter, ou não quer, pois que não os tenha. Se lhe puserem comida e água já é uma boa ação. Agora fazer isto, não! Definitivamente, não!

Saturday, October 19, 2019

Intimidades reflexivas - 1175

"A política, a guerra, o casamento, o crime, o adultério. Tudo o que existe no mundo tem algo a ver com dinheiro." - Graham Greene (1904-1991)

Friday, October 18, 2019

Intimidades reflexivas - 1174

"Nunca chegarás a convencer um rato de que um gato traz boa sorte." - Graham Greene (1904-1991)

Thursday, October 17, 2019

Agradecimento

Venho agradecer a todos os que me desejaram felicidades pelo meu aniversário ontem celebrado. A todos sem exceção, sejam os que fizeram votos sinceros, aos outros que o fizeram por circunstância e até àqueles que não o fizeram, afinal nem todos podem ter bom gosto. Assim, sem mais delongas os meus sinceros agradecimentos e espero para o ano aqui estar para vos agradecer de novo. Obrigado a todos.

Um dia de contradições

Este é mais um daqueles dias contraditórios em que, se por um lado, se celebra uma vida, a vida e tudo aquilo que ela me deu ao longos dos anos; por outro, é um dia de memórias, daquilo que a vida me foi tirando para saldar a dívida da existência, e muito tirou, desde logo aqueles que me foram mais queridos a quem tudo devo, a começar pela minha própria existência. Por isso é sempre um dia em que a minha mente faz com que me divida entre a alegria e tristeza, ou pelo menos, nostalgia. Como sempre é um dia de reflexão sobre a vida, a existência, aquilo que fazemos, o legado que poderemos deixar, para que nos sintamos inspiradores doutras gerações, tal como fui inspirado pela geração que me precedeu. Por isso ele é especial. É de facto um dia diferente, diga-se o que se disser, quer se queira quer não.

Wednesday, October 16, 2019

64 anos volvidos

Faz hoje 64 anos nesta precisa hora - 13,00 horas - que fiz a aparição neste mundo. Em mais de seis décadas muito aconteceu. A vida não é uma estrada plana, tem os seus declives e elevações, mas tudo faz parte do caminho. (Nem sempre gostamos quando as coisas não correm como queremos mas temos que pensar que isso é parte da nossa aprendizagem). Nunca na minha casa se celebraram os aniversários, era algo que se assinalava mas não se festejava. (Ainda recordo que só me cantaram os parabéns com 56 anos na casa dos meus compadres). Assim, para além de festas - que não existiam - e alguns presentes, este era o tempo de reflexão. Da minha reflexão em torno do percurso feito, - com tudo o que de bom e menos bom aconteceu -, do que sou hoje e daquilo que perspetivo para um futuro imediato. Sempre foi assim e assim continuará. Mas também neste dia, que não é totalmente meu, queria recordar a minha mãe, que neste dia, à 64 anos atrás, passou por algumas dificuldades, (parece que o parto não foi fácil), pelo meu pai que sem o seu contributo não teria aqui aparecido, mas também quero aqui recordar os meus avós maternos e padrinhos com quem vivi  uma boa parte da minha vida, - até ao seu desaparecimento -, a quem devo a minha educação, formação, enfim, o pouco daquilo que sou hoje. Porque este é também o dia deles, talvez até mais do que meu, porque é para eles que envio os meus pensamentos mais profundos. Que estejam em paz e felizes neste dia lá onde estiverem!

À memória dos meus maiores

Não deixo passar este dia sem ir homenagear os meus maiores. Acabei de chegar do cemitério onde todos repousam em jazigo de família. Deles guardo a saudade, o amor e o carinho. Sei que neste dia, lá mais para a hora de almoço, todos estavam angustiados pelo que se estava a passar. A minha mãe seria a que estava mais sofrida naturalmente. Este dia é sobretudo deles. Que estejam em paz!

Tuesday, October 15, 2019

Intimidades reflexivas - 1173

"A felicidade é uma borboleta que, sempre que perseguida, parecerá inatingível; no entanto, se for paciente, ela poderá pousar no seu ombro." - Nathaniel Hawthorne (1804-1864)

Monday, October 14, 2019

E os outros nove?

Já à 2.000 anos a gratidão não era uma virtude corrente. Lembram-se daquele parábola bíblica sobre os dez beneficiados e só um reconheceu o benefício e o agradeceu? Desde então a percentagem de ingratos não parece ter diminuído. Pelo contrário, manifesta-se cada vez mais a consciência de que não devemos nada a ninguém e de que tudo nos é devido. É esse o perfil das 'novas remessas' de filhos e cidadão: direitos, todos; deveres, poucos ou nenhuns. Disse alguém que a gratidão é a memória do coração. Mas a memória é, muitas vezes, caprichosa. Persiste em recordar as ofensas recebidas, mas esquece facilmente os gestos de amizade. Persiste em recordar os bons serviços que prestou, mas esquece depressa os que recebeu. Precisamos, por isso, de cultivar uma memória positiva que nos leve a apreciar o amor de quem nos rodeia e a dar-nos conta de tudo o que de bom ou útil fazem por nós. Precisamos no fundo de aprender a ser gratos.

Sunday, October 13, 2019

Intimidades reflexivas - 1172

"Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras." - São Francisco de Assis (1182-1226)

Saturday, October 12, 2019

Be in Heaven, Ing-Britt IB Henriksen!

Um ano passou, mas as saudades ficam para sempre. A Ing-Britt IB Henriksen foi uma amiga de muitos anos. Muito apoio financeiro enviou para o meu país, Portugal, para ajudar os animais de rua. Foi uma amiga incondicional da minha afilhada Inês, a quem enviou uma prenda valiosa que nunca soube ter chegado porque no dia em que chegou já a In-Britt tinha partido. Sempre me disse que gostava de conhecer pessoalmente e Inês. Não podemos ir porque tínhamos um cão muito doente, o Nicolau. Tinha ficado acordado ir lá com ela logo que ele partisse. Só que a Ing-Britt partiu primeiro e nunca o desejo foi cumprido. Hoje passa um ano sobre o seu falecimento. (Julgo que é hoje porque nunca soube ao certo a data do seu falecimento). Seja como for, o importante é a memória com que ficamos duma grande mulher, duma grande amiga dos animais, duma grande amiga da minha afilhada. Hoje é tempo de homenagem. Estou certo que está no Céu porque é lá que se encontram as boas pessoas e os amigos dos animais. Não quero deixar de prestar aqui a minha homenagem aos seu marido Gunnar que viu a sua vida do avesso. Descansa em paz, Ing-Britt! Que estejas no Céu!

...

A year has passed, but I miss you forever. Ing-Britt IB Henriksen has been a friend of many years. Much financial support has been sent to my country, Portugal, to help stray dogs. She was an unconditional friend of my goddaughter Inês, to whom she sent a valuable gift she never knew it had arrived because the day it arrived she had already passed. She always told me she loved to meet in personnally my goddaughter Inês. We can't go because we had a very sick dog, Nicholas. I had agreed to go there with her as soon as he passed. But Ing-Britt left first and the wish was never fulfilled. Today is a year since his death. (I think it is today because I never knew for sure the date of his death). In any case, the important thing is the memory of a great woman, a great animal friend, a great friend of my goddaughter. Today is tribute time. I am sure it is in Heaven because that is where the good people and the animal friends are. I do not want to fail to pay my tribute here to your husband Gunnar who saw your life upside down. Rest in peace, Ing-Britt! Be in Heaven!

Feliz aniversário, Inês!

Mais um ano volvido, o oitavo desta caminhada que é a vida, da minha afilhada Inês. Ainda parece que foi ontem que a tive nos meus braços trémulos de emoção. E aquele sorriso com que me brindou poucas horas depois de ter nascido; e aquela luz que me iluminou quando em comunhão com ela. São momentos únicos que nunca esquecerei enquanto a existência me for brindando com o divino sopro da vida. Desde esse dia ela passou a ser a mais bela flor do meu jardim de outono, porque ela apareceu no meu outono da vida, que entretanto se foi transformando em inverno. Ela passou a ser a luz da minha vida, o calor nos dias de inverno que a idade vai plantando, o farol que ilumina os passos cada vez mais frágeis que a caminhada da vida já vai longa. Oito anos passaram e a Inês passou de frágil criança a uma bela senhorinha que é o meu orgulho. Ela que me brinda amiúde com a sua alegria, o seu sorriso largo e franco, quando flanqueia a porta da minha casa. A Inês passou a ser a razão da minha existência e só tenho pena de não ser mais jovem e poder acompanhá-la nos anos mais críticos da vida. Quando isso acontecer, já serei demasiado velho para isso, se é que ainda por cá andarei a palmilhar o que resta da minha existência. Mas a vida é assim mesmo, e enquanto poder, o discernimento me acompanhar e as forças não me faltarem, a Inês terá sempre um muro firme onde se apoiar. Neste dia muitas memórias me preenchem a imaginação: aquelas que foram vívidas, e as outras, as que são a minha expectativa para o seu futuro. Sei que a vida será dela e o caminho a trilhar será o seu, mas se poder ajudar a aplanar a estrada, a torná-la mais macia e de veredas verdejantes, como gosto de dizer, tanto melhor. Remover os escolhos da sua vida para que ela se sinta mais feliz será o meu desiderato. Porque a Inês merece, ela é o símbolo da continuidade, será a pessoa a quem espero passar o testemunho da vida para que ela prossiga esta corrida de estafetas que é a nossa existência. Agora ainda é criança, não tem a percepção do mundo que por aí existe. O dela ainda é, felizmente, todo cor de rosa. Que assim seja por muitos anos. Feliz aniversário, Inês! 

Friday, October 11, 2019

Parabéns, Inês! Lá de bem longe... da Eternidade

Quero aqui homenagear este grande amigo já desaparecido que habitualmente me telefonava para dar os parabéns à minha afilhada Inês. Tratava-se do meu querido amigo Dr. Renato Arantes. O Dr. Arantes foi um grande médico patologista do Hospital Central do Rio de Janeiro. De origens humildes - dizia que era descendente de índio - o Dr. Renato foi subindo na vida com a ajuda da sua primeira mulher, (já falecida como ele também), e dum seu amigo judeu, que lhe desenhou a fortuna colossal que ele tinha. Conhece-mo-nos há muitos anos em Genève na Suíça. Depois disso, fizemos uma grande amizade. Passou a ser visita de minha casa sempre que vinha a Portugal e eram muitas as vezes. Com o casal Arantes, eu e minha mulher viajamos muito pelo mundo. Cruzamos os quatro cantos do planeta, sempre com a companhia agradável deste senhor. Homem dum grande humor muito fino, dum grande saber e duma enorme humildade, nunca renegou as suas origens. Percetor dos filhos do antigo presidente do Brasil, Getúlio Vargas, (que foi presidente de 1951 até 1954), nunca se deixou levar pela grandeza e ostentação. Sempre achou que a pobreza não era um crime. Muitas vezes, pela calada da noite, lá ia o Dr. Arantes pelas favelas que rodeiam o Rio para ajudar este ou aquele que lhe pedia ajuda. Hoje, lá onde estiver, na eternidade que abraça os homens bons, ele nesta altura deve estar a pensar na minha afilhada Inês. Vinham sempre antecipados os parabéns, mas não menos sentidos. Em nome dela lhe agradecia. Criança que apenas conhece por fotos que me pedia, o Dr. Arantes via nela a filha, ou a neta, que nunca teve, tal como eu, lá do Leblon, da bela baía de Copacabana não deixava de nos contactar... A Inês agradece. Um dia lhe direi quem foi este grande senhor e o que sentia por ela.

Thursday, October 10, 2019

Intimidades reflexivas - 1171

"Outras vezes oiço passar o vento, e acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido." - Alberto Caeiro in 'A Espantosa Realidade das Cousas'

Wednesday, October 09, 2019

Ainda em torno da abstenção

Muito se tem falado e escrito cá dentro e lá fora em torno do nível de abstenção das legislativas de domingo passado. Sendo certo que estes valores estão em linha com o que se verifica na Europa, não deixa de ser preocupante. Mas, quando falamos da abstenção, podemos estar com valores pouco ajustados face à nova metodologia de recenseamento e de falta de limpeza dos cadernos eleitorais. É sabido que a nova metodologia trouxe aos cadernos eleitorais mais de um milhão de novos eleitores e nos círculos fora do país ainda este impacto é mais evidente. Depois a limpeza dos cadernos eleitorais não é feita regularmente o que leva a que muita gente que faleceu ou muitos dos que emigraram nos tempos mais recentes continuem nos cadernos sem critério algum. Mas isto não justifica que o nível de abstenção é cada vez mais elevado e a carecer duma análise mais profunda, desde logo às forças políticas, que não têm sido capazes de atrair os eleitores. Este fenómeno é transversal à Europa e penso que tal se prende com o elevado nível dos europeus que os leva a afastarem-se da política e a terem como adquirido tudo aquilo que atingiram nas suas vidas, não percebendo que nada é eterno e que um dia poderão estar a braços com questões que hoje não ocupam espaço nem nos seus pensamentos mais remotos. Normalmente, à medida que o nível de vida aumenta as pessoas vão-se afastando da política por falta de motivação por que lutar. Este é um problema grave que carece urgentemente de correção e as forças políticas têm que estar na primeira linha para resolver o problema e não olharem só para aquilo que são os seus interesses imediatos. Isso não tem acontecido e é urgente que se faça.

Tuesday, October 08, 2019

Intimidades reflexivas - 1170

"Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém..." - Vinicius de Moraes (1913-1980)

Monday, October 07, 2019

Legislativas de 2019

Na refrega das Legislativas 2019 o mapa político alterou-se substancialmente. O PS tem mais votos do que a direita junta o que leva a que o governo que sair das eleições possa aprovar os seus diplomas apenas com a abstenção da esquerda parlamentar. Situação bem diferente da que se verificou na legislatura anterior. Isto significa que a hipótese duma geringonça 2.0 está posta de lado, pelo menos com a configuração e atuação que vimos no passado recente. Pela primeira vez a extrema direita entra no Parlamento e isso deve trazer-nos alguma reflexão e preocupação. É certo que tal se verificou pela recentragem do CDS de Cristas mais ao centro e menos à direita. Cristas pensou assim ir ocupar algum espaço do PSD, que entretanto se deslocou mais para a esquerda com Rio, mas tal não surtiu efeito. Estes votos que saíram e que foram para os partidos mais à direita, podem voltar ou não numas próximas eleições. O PSD está com margem de crescimento, mas o CDS parece estar no seu estado natural. Sendo certo que o partido teve uma derrota pesada com Cristas, não podemos comparar com aquilo que seria na legislatura anterior, visto ter concorrido coligado com o PSD integrando o PaF. Mas tenho dúvidas se a percentagem de votos no CDS é meramente conjuntural ou se é mesmo estrutural. Esta última hipótese parece a mais plausível. Certamente que quem vier substituir Cristas tentará levar o partido mais para a direita e com isso ir buscar os votos perdidos para a direita mais radical. Contudo, a experiência diz-nos que o que custa é entrar no Parlamento, depois tudo se torna mais fácil, e a ser assim, poderá o CDS ter chegado à sua dimensão ótima. É um pouco a Lei de Murphy em funcionamento. À esquerda deu-se um fenómeno curioso, sobretudo no PCP. É sabido que este partido tem um eleitorado mais ou menos fixo, não sujeito a grandes oscilações. A queda abrupta do partido pode indiciar o preço de ter suportado o governo PS durante quatro anos, mas também, um novo ajuste do eleitorado face o PCP. O BE está dentro do seu eleitorado tradicional e o PAN teve uma subida espetacular. Já se esperava que o PAN viesse a ter uma votação melhor, mas a que teve, deve estar para além de tudo aquilo que os próprios dirigentes do partido imaginavam, mesmo na melhor das hipóteses. A entrada de novos partidos está em linha com o que se vem verificando na Europa em geral. Inclusive ao nível elevado da abstenção. Nem o apelo dramático do Presidente da República alterou a situação, visivelmente não colheu grande aderência junto do eleitorado. É certo que esta legislatura vai ter desafios importantes, desde logo o Brexit, que terá, inevitavelmente, consequências em Portugal. O mesmo se dirá das guerras comerciais entre os EUA e a China, e este os EUA e a UE. Mas para além disso, o eleitorado europeu vive bem numa Europa que teve avanços significativos nos últimos anos, o que leva a um certo desprendimento do eleitorado da participação cívica. Daí os elevados níveis de abstenção que se verificam em todos os países da UE. Embora, como ontem dizia Nuno Melo do CDS, há pessoas que simplesmente querem estar fora, é uma opção. Isso pode ser uma atitude irrefletida que poderá ter consequências no futuro. Mas o certo é que assim é. Agora resta saber que governo vai ser formado, com que apoios vai contar e sob que forma. Embora ache, como referi atrás, que vai ser bem diferente da solução da última legislatura. Tudo isto vai começar a partir de agora. Afinal, hoje é o dia seguinte.

Sunday, October 06, 2019

Intimidades reflexivas - 1169

"(...) de que adiantaria falar de motivos, às vezes basta um só, outras vezes nem juntando todos, se as vidas de cada um de vocês não vos ensinaram isto, coitados, e digo vidas, não vida, porque temos várias, felizmente vão-se matando umas às outras, senão não poderíamos viver." - José Saramago (1922-2010) in 'A Jangada de Pedra'.

Saturday, October 05, 2019

Intimidades reflexivas - 1168

"Não sei o que é o tempo. Não sei qual a verdadeira medida que ele tem, se tem alguma. (...) Julgo, às vezes, que tudo é falso, e que o tempo não é mais que uma moldura para enquadrar o que lhe é estranho." - Bernardo Soares, in 'Livro do Desassossego'

Friday, October 04, 2019

Hipocrisia a quanto obrigas

Assistimos ontem a mais um daqueles gestos hipócritas que até dão asco. E quando esse gesto é sobre alguém que acabou de nos deixar ainda mais repugnante se torna. Tudo isto a propósito do desaparecimento desse grande estadista que foi o Professor Freitas do Amaral. Freitas do Amaral foi um dos quatro pilares da nossa Democracia. Assumidamente de direita, foi fundador do CDS - ainda bem longe de ser PP - com Amaro da Costa e Basílio Horta. Foi o único português que presidiu à Assembleia Geral das Nações Unidas para além de prestigiado académico na área do Direito. Viria a desfiliar-se do CDS quando leu com antecipação a deriva populista do partido que ajudou a criar, quando este foi liderado por um obscuro Manuel Monteiro. Foi ajustando-se ora à esquerda, ora à direita, na tentativa de manter o seu rigor ao centro que sempre foi a sua obsessão. Isso levou-o a integrar (como independente) uma pasta no primeiro governo de Sócrates. Se as relações deste com o seu antigo partido já não eram boas nesta altura pioraram. Foi quando um grupo de 'rapazolas' dito centristas retiraram a sua foto da sede do partido e a enviaram por correio para o Largo do Rato. Coisa de rapazes mal educados que a poeira da História se encarregará de cobrir onde desaparecerão sem rasto. Alguns desses 'rapazolas' foram (são) companheiros de estrada da atual líder Assunção Cristas, a mesma que ontem, com aquele ar comedido que toca o ridículo, veio 'homenagear' a memória do antigo fundador do seu partido, num daqueles gesto da mais profunda e abjeta hipocrisia. Toda esta gente nunca chegará ao patamar onde Freitas do Amaral viveu toda a sua vida. Gente pequena que de sentido de Estado apenas lhe conhece o nome. Sei que isto cai bem em período eleitoral, o que agrava ainda mais o gesto. Porque se tenta capitalizar alguns votos sobre o nome duma pessoa que foi vilmente enjeitada pelo partido num passado recente. Isto diz bem que pessoas são estas: falsas, hipócritas, rasteiras, sem credibilidade. Freitas do Amaral, lá onde estiver, deve estar a rir-se a bom riso de tudo isto.  E deve estar a pensar que ainda bem que se distanciou de tal gente em tempo útil. Descanse em paz, professor Freitas do Amaral!

Thursday, October 03, 2019

Intimidades reflexivas - 1167

"Todo livro é uma jornada, e a única bagagem que carregamos connosco é a imaginação." - Fabrizio Caramagna

Wednesday, October 02, 2019

Intimidades reflexivas - 1166

"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar." - Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Tuesday, October 01, 2019

Vida e Obra - Puccini - Julian Haylock

Mais um livro da Editora Bizâncio na sua coleção 'Vida e Obra' desta feita consagrado a Giacomo Puccini e da autoria de Julian Haylock. Puccini é um dos mais amados compositores de ópera – La Bohème, Tosca, Madame Butterfly e Turandot esgotam teatros de ópera no mundo inteiro. Em vida granjeou uma celebridade internacional ao alcance de poucos e, no entanto, os críticos raramente ficaram impressionados com as suas obras. Mas era um artista criativo de profunda sensibilidade e grande sentido dramático, que desenvolveu uma forma ímpar de ópera, compondo algumas das mais belas melodias de todos os tempos. A sua obra constitui o florescimento final da tradição, velha de séculos, da ópera italiana e influenciou a música para cinema, que dava então os primeiros passos. Este livro dá-nos uma panorâmica fascinante da permanente tensão que se criou entre a vida pessoal de Puccini, complacente e por vezes dramática, e a sua necessidade de atingir padrões artísticos excepcionalmente elevados. Este, tal como os outros da referida coleção, trazem dois CD's com alguns dos momentos mais significativos do artista e ainda um link para conexão com a internet onde se podem escutar várias horas de música. Mais um daqueles livros a não perder para os amantes do género.