Blogger - Um ano depois

Lembram-se desta foto? É verdade, estão a ver o nosso grupo à precisamente um ano atrás, a 30 de Junho de 2006, quando este blog foi criado. Passado um ano, que sabemos uns dos outros? Nada, ou muito pouco. Fomos seguindo percursos diferentes, fomos contactando cada vez menos, ao ponto de actualmente não falarmos, e é pena. Este blog poderia ter sido um desses espaços, em que as nossas experiências diversas tivessem expressão. Mas não foi assim. Embora tivesse diversas vezes apelado para que colaborassem, isso nunca veio a acontecer. Hoje, passado um ano, à que agradecer a um dos nossos monitores que lançou este blog (lembram-se?) e a mais alguns que colaboraram com os seus comentários, e nada mais. Convenhamos que é muito pouco, para um ano no ar. Até agora, o nosso blog tem sido mantido, exclusivamente ou quase exclusivamente, por mim. Não sei se continuarei ou não a mantê-lo na rede, porque me sinto a falar a um espelho, um verdadeiro monólogo para mim próprio, sem que sinta, daí, o mínimo interesse por aquilo que aqui se passa. Começo a não ter tempo para isso, e não ter interlocutores é um tanto ou quanto desagradável. Não sei se a temática vos motivou ou não, mas desenganem-se aqueles, que pensavam aqui encontrar um espaço de piada fácil ou de ataque soes seja a quem for. Tive sempre por intenção criar um espaço de cultura onde as diversas artes se misturassem, onde a descoberta de livros, filmes, música e sei lá que mais, fosse um prazer, e uma motivação para ir mais além. Aqui apenas se davam as pinceladas motivadoras, e cada um, deveria ir buscar o que de mais essencial e mais interessante se lhe apresentasse, e convenhamos que muitos temas tinham o condão de despertar a pesquisa e a intervenção neste espaço. Assim, neste momento que é de balanço, não sei se vos estou a dizer adeus, se até breve. Logo verei o que fazer, e se alguém do nosso grupo, achar por bem tomar este espaço, logo ficarei a saber que, caso continue, terei agora, pelo menos um interlocutor. Gostei muito de passar este tempo convosco, e espero que tenham achado interessantes os temas que trouxe, e que pelo menos, tenham servido para criar alguma curiosidade em vós. Até sempre…

José

Mario di Stéfani - Poeta de Veneza

Neste fim de ciclo de um ano do nosso blog, trago-vos um conceituado e controverso poeta italano de nome Mario di Stéfani. (Para os mais distraídos já tinha sido objecto de discussão durante o nosso curso). Nasceu em Veneza a 4 de Agosto de 1938 e viria morrer nessa mesma cidade 62 anos depois, a 4 de Março de 2001. Foi um dos grandes poetas de Veneza, o poeta afável como era conhecido, mas simultâneamente um homem profundamente triste e só, marginalizado pela sua opção sexual, era homosexual, e portanto, na conservadora Veneza, era como a personificação do mal. É autor dum famoso livro "Pane & Eros", que julgo não estar disponível em tradução portuguesa, mas de fácil leitura em italiano. É dele a frase " a solidão não é quando estamos sós, mas quando quem amamos não nos reconhece". E o povo italiano não o reconheceu, só agora começa a reconhecê-lo, como um dos grandes poetas do século XX.

Homenagem aos colaboradores

Estamos quase a fazer um ano de blog. Decidi homenagear as pessoas que duma maneira directa e/ou indirecta (que foram muito poucas) nos ajudaram a pôr na rede algumas ideias, imagens ou outras. A todas é devido o agradecimento, que vai sobre a forma de poema, dum grande poema diga-se, da autoria de Pedro Abrunhosa e que consta do seu último disco "Luz".

Gosto de ti como quem gosta do sábado,Gosto de ti como quem abraça o fogo,Gosto de ti como quem vence o espaço,Como quem abre o regaço,Como quem salta o vazio,Um barco aporta no rio,Um homem morre no esforço,Sete colinas no dorsoE uma cidade p’ra mim.Gosto de ti como quem mata o degredo,Gosto de ti como quem finta o futuro,Gosto de ti como quem diz não ter medo,Como quem mente em segredo,Como quem baila na estrada,Vestido feito de nada,As mãos fartas do corpo,Um beijo louco no portoE uma cidade p’ra ti.Enquanto não há amanhã,Ilumina-me, Ilumina-me.Enquanto não há amanhã,Ilumina-me, Ilumina-me.Gosto de ti como uma estrela no dia,Gosto de ti quando uma nuvem começa,Gosto de ti quando o teu corpo pedia,Quando nas mãos me ardia,Como silêncio na guerra,Beijos de luz e de terra,E num passado imperfeito,Um fogo farto no peitoE um mundo longe de nós.Enquanto não há amanhã,Ilumina-me, Ilumina-me.Enquanto não há amanhã,Ilumina-me, Ilumina-me.

Colecção Berardo hoje no CCB

Hoje abre a exposição da colecção de Joe Berardo no CCB. Este é um momento importante para a cultura portuguesa e mundial. Coloca Portugal na rota das grandes colecções mundiais, e trás um novo conceito do espaço museológico. Desde logo, a abertura à segunda-feira, coisa incomum por estas bandas. E a entrada gratuita aos domingos, para quem a queira visitar. É uma lufada de ar fresco no panorama da nossa cultura, esperemos que seja apenas o primeiro de muitos passos no sentido de reconciliar os portugueses com a cultura, que tão afastados têm andado dela. Joe Berardo, o empresário madeirense que aos 61 anos é um dos principais coleccionadores de arte contemporânea disponibiliza a sua colecção (apenas um terço estará na exposição) para que todos os portugueses, e não só, apreciem. Se estiver em Lisboa ou se por lá passar, não deixe de fazer uma visita, verão que vale a pena.

Telemann - 240 anos depois

Hoje comemoram-se os 240 anos do falecimento de Georg Phillipp Telemann, ocorrido em 25 de Junho 1767 em Hamburgo. Telemann que nasceu a 14 de Março de 1681, foi um dos músicos consagrados do barroco alemão. Foi contemporâneo de Bach e amigo pessoal de Handel. Compôs quase tudo o que um compositor da época era capaz de escrever. Deixou-nos para cima de duzentas óperas, bem como concertos, para os mais variados intrumentos. Depois de ter viajado muito, regressou a Hamburgo onde ocupou o lugar de mestre das cinco capelas mais importantes de Hamburgo. Tal evento verificou-se em 1720, lugar que ocupou até à morte. Para os que não conhecem, porque não ouvir uma das suas peças? Verão que encontrarão um momento de grande prazer.

Eis o Verão

Meus amigos, eis-nos chegados ao Verão. Hoje é o equinócio do dito, que significa o dia em que o sol não se mexe. De facto, é o dia em que o sol está sobre o Trópico de Câncer, o que segundo a tradição, parecia que ele não se mexia. Daí o termo equinócio. Pois, agora que o calor está aí a chegar, com as férias à porta, vamo-nos sentir melhor, e esperar que as tão merecidas férias, apareçam rapidamente.

O Oriente mais profundo - Kitaro

Continuamos a (re)visitar o Oriente, agora mais profundo, passando pelos antigos impérios chinês e japonês. Voltamos, também, a utilizar a música como veículo principal e universal. Proponho-vos um disco dum grande teclista japonês, de seu nome Kitaro. Desde o dia 11 do corrente, está disponível o disco "The Essential - Kitaro". Trata-se duma colectânea de alguns temas de referência deste compositor que muito se identifica com o movimento "new age". Revisitamos a velha rota da seda, do budismo mais profundo ao taichi. É um belo exemplo dum outro Oriente vívido no mais íntimo das tradições ancestrais, que foram o berço de muito do que hoje conhecemos. A paz etérea da música que nos leva à contemplação ao mais íntimo da nossa alma, que nos reencontra nessa paz que imaginamos ser a "eternidade". A acompanhar o disco, vem um DVD, onde se pode assitir, durante cerca de uma hora, ao virtuosismo do músico ao vivo, e termina com uma composição, cujas imagens, nos atiram para uma comparação entre o mais antigo e o tempo mais próximo, com um filme de suporte muito interessante. Aqui fica a proposta, agora à que descobrir...

A propósito do Oriente árabe

Um dos problemas que mais tem dividido o Ocidente do Oriente é o factor religioso. Embora pareça inconcebível que se mate em nome da religião, que normalmente está associada à paz, é mesmo isso que acontece e que todos nós vemos diariamente nos "media". Assim, e porque vos falei da passagem do Ocidente para o Oriente, usando a música como veículo, agora trago-vos um livro em que se mostra que afinal, a diferença entre Islamismo e Cristianismo não é assim tão profunda. Se calhar temos mais em comum do que julgamos. Para consolidar esta ideia proponho-vos um livro deveras interessante, chama-se "O Livro que desceu do Céu" e é da autoria de Ahmad 'Abd al Waliyy Vincenzo, um escritor nascido em Nápoles em 1961 e que se veio a converter ao Islamismo em 1990. Foi um dos fundadores da Comunidade Religiosa Islâmica italiana, e é professor da Universidade Frederico II de Nápoles. Não é de todo conhecido entre nós, mas vale a pena lê-lo. Não basta aceitar as diferenças como insanáveis, só porque os outros assim nos dizem, seja qual for o credo em que se baseiem, é importante perceber que talvez sejamos apenas uma parte dum todo mais universal e fraternal. Conta-nos a história do poder da palavra, do poder dum livro que veio formatar o Alcorão livro sagrado do Islamismo.

Da cultura celta para a cultura árabe

Eis um excelente contributo musical, que lança uma ponte entre o Ocidente e o Oriente. Numa altura tão conturbada das relações entre estes dois mundos, este disco assume-se como um elo de ligação que pode ser importante para que todos nos compreendámos melhor. Chama-se "An Ancient Muse" e é da autoria de Loreena McKenitt. Trata-se da viagem que os Celtas fizeram do Ocidente para o Oriente, e a interpenetração com a cultura árabe tão rica , mas também, tão pouco conhecida entre nós, inquinada por preconceitos que não têm razão de ser. São registos destes que nos fazem sentir tão diferentes e simultâneamente tão iguais. Loreena McKenitt é uma referência que vale a pena ser ouvida, e este disco em especial. Não percam é o meu conselho para que mais tarde não digam que ninguém vos informou.

Aniversário do nascimento de Tomaso Albinoni

Tomaso Giovanni Albinoni nasceu a 14 de Junho de 1671 comemorando-se o 336º aniversário do seu nascimento. Era filho primogénito dum rico comerciante de sedas de Veneza. O seu amor pela música era de tal modo elevado que quando o seu pai morreu ele não quis assumir os destinos da fábrica deixando tal situação para os seus dois irmãos. A sua influência na música da sua época era tal que, o próprio J. S. Bach se inspirou nele para o desenvolvimento da técnica do "baixo contínuo". Morreu em Veneza a 17 de Janeiro de 1751, deixando-nos vasta obra musical, para além do seu famoso "Adágio para orgão e cordas" quiçá a sua obra mais conhecida. Mas outras não menos interessantes foram compostas, tal como, só para dar um exemplo, o "Concerto para oboé, op. 17", que é uma peça a descobrir. A sua influência na época em que viveu foi muito semelhante à de Vivaldi.

Aí estão os Santos Populares

Meus amigos, estamos em plena época dos Santos Populares. É o S. António, o S. João e o S. Pedro, período de folguedos e animação popular, para fazer esquecer as agruras da vida. É uma altura para as brejeirices que o meu povo gosta. Vejam que me ofereceram um manjerico com a seguinte quadra:

Atrás de ti já não corro

Até alta madrugada...

Sou do tempo do alho porro

Não quero ser martelada

Vejam se isso se admite, aquilo que a minha gente diz...

Carlos Seixas - Um príncipe do barroco

Hoje comemora-se o nascimento do grande compositor português Carlos Seixas nascido em Coimbra a 11 de Junho de 1704. Desde muito jovém veio para Lisboa, onde se viria a consagrar como um dos maiores compositores e cravistas do seu tempo. Foi contemporâneo de Domenico Scarlatti, que segundo a tradição terá vindo a Lisboa, para dar concertos e para ser o mestre de Carlos Seixas. Contudo, e segundo reza a tradição, Domenico Sarlatti terá dito que não tinha nada para lhe ensinar, que talvez tivesse alguma coisa a aprender com ele. Morreu a 25 de Agosto de 1742. Poucos saberão desta efeméride, se fosse um compositor estrangeiro, talvez todos o conhecessem, como é português, embora sendo um dos maiores do seu tempo, ninguém lhe dá importância. É tempo de começar-mos a descobrir estes grandes vultos, e não termos vergonha daquilo que somos. O seu "Concerto para Cravo" continua a ser uma das suas obras de referência, e porventura uma das mais conhecidas. Fomos grandes quando pensamos grande, hoje somos minúsculos porque simplesmente não pensamos e adoramos que pensem por nós. Já agora, e ainda sobre a figura de Carlos Seixas, ela foi imortalizada por José Saramago no seu livro "O Memorial do Convento". Se calhar também um pretexto para ler este grande autor português.

My shots - O perfil do artista!!!

Hoje vou-vos falar duma pequena brincadeira, que tenho na internet, sobre fotografia. Está alujado no site www.webshots.com . Para a ele terem acesso, deverão pesquisar em joseferreira104, assim mesmo, e lá irão encontrar seis pequenos albuns, a saber: Cidades de Portugal - Lamego; a Teia; Cães; Monumentos; Gatos e Cenários de Outono. Trata-se duma pequena brincadeira, em que a comunidade da Webshots participa. Disponibilizamos fotos que podem ser interessantes. Qualquer um pode participar, para os amantes da fotografia poderá ser um espaço interessante a nível internacional. Venham daí e participem... Deixo-vos uma foto dessa colecção, o resto é para descobrir.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - 40 anos depois

Hoje passam 40 anos sobre a publicação de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" um dos discos mais famosos do grupo britânico The Beatles. O grupo de Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr fez foror nos anos 60, sendo-lhes atribuído, por unanimidade, o epíteto do grupo que mudou a história da música, especialmente ao nível da pop e do rock. Este album que hoje celebramos, publicado a 1 de Julho de 1967, foi uma ruptura com tudo aquilo que até então se tinha feito. Não só pelos temas, e inovação na música. A técnica de gravação que então foi utilizada, fizeram deste album um dos mais marcantes da história da música. Ainda hoje é considerado o album mais vendido de sempre. A capa, nessa altura as capas eram muito importantes, porque eram a expressão artística de muitos artistas plásticos dessa época, nela se encontram fotos de algumas das figuras mais importantes da história da Humanidade, desde políticos como Churchill ou Gandi, até artistas de cinema como Marilyn Monroe. Para os mais novos é uma oportunidade de descobrir esta música fantástica, que foi o alicerce de tudo o que ouvem hoje; para os mais velhos, fica a nostalgia da recordação. E que boa recordação.

O Legado dos Templários

Ao iniciar o mês de Junho, com a época balnear aí à porta, trago-vos mais uma proposta de leitura. Trata-se de "O Legado dos Templários" mais uma proposta de Steve Berry, que já nos tinha surpreendido com o "O Terceiro Segredo" que foi escolhido como o melhor livro do ano pelo New York Times. Este livro trás-nos de volta todo o misticismo que encerra o mito dos Cavaleiros Templários. Um ex-agente secreto e a sua antiga surpervisora são arrastados numa torrente de intrigas, mistérios e assassinatos. Voltamos a ouvir falar de Rennes-le-Château e do seu abade Saunière. Um livro apaixonante, para todos os que gostam de mistério e acção; bem como, um livro atraente, para todos os que gostam doutros temas menos prosaicos, e quiçá lhes aguce a curiosidade para demandarem outras leituras mais profundas. Aqui fica a proposta, vão ver que não perdem o vosso tempo. Se quiserem consultar algo mais sobre o autor, poderão fazê-lo através do site www.steveberry.org .