Turma Formadores Certform 66

Monday, June 23, 2008

Andreas Scholl - Crystal Tears


Finalmente encontra-se disponível no mercado discográfico português o belíssimo disco de Andreas Scholl que se chama "Crystal Tears". Andreas Scholl é um contra-tenor de origem alemã, muito versado em música antiga. Neste disco, acompanhado pelo Concerto di Viole, é-nos apresentado um reportório de vinte e uma canções do período medieval. Desde John Dowland até John Bennett, compositores do século XVI contemporâneos de William Shakespeare, e dos nossos portugueses, Luís de Camões e Carlos Seixas. É um disco feito como se de filigrana se tratasse, com o mesmo rigor, cuidado e carinho dum ourives. Nele se pode encontrar uma bela canção de índole trovadoresca, precisamente da autoria de John Bennett, chamada "Venus' Birds whose mournful tunes". É um disco atravessado pela melancolia, diria mesmo, por uma certa tristeza, mas não esqueçamos que esse estado melancólico era, na época, algo de muito considerado, mesmo "sexy" para utilizarmos um termo dos nossos dias. Este grande CD vem acompanhado dum DVD onde se pode ver como foi construído o disco, e ainda com um "clip" do tema mais famoso do disco, precisamente "Venus' Birds". Um disco a descobrir e a ouvir com atenção e deleite. Talvez o tenhamos que ouvir várias vezes para entrar no espírito da música e da época. Um prazer para os ouvidos, um deleite para a alma. A edição é da Harmonia Mundi. (A imagem é um "fac-simile" da capa do referido disco).

Albert Cossery - A morte aos 94 anos de idade


Morreu ontem, domingo, dia 22 aquele que foi conhecido como o "Voltaire do Nilo", como a si próprio se definia. Albert Cossery, era um filósofo egípcio, que embora dissesse que pensava e analisava em egípcio, sempre escreveu em francês. Veio viver para Paris, onde ontem faleceu com 94 anos de idade. Viveu desde 1945, num modesto hotel junto ao rio Sena, no bairro de Saint-Germain-des-Prés. Era considerado o "filósofo da perguiça", foi autor de várias obras, algumas traduzidas em português, das quais saliento o livro "Os Homens Esquecidos de Deus" de 1940, onde Cossery afirmava que "quando Deus esquece alguém é para sempre". As suas personagens eram os pobres, os drogados e os delinquentes egípcios que ele tão bem conhecia. Espero que nós, os humanos, não o esqueçamos, e para isso temos que, desde já, o começar a ler, sobretudo, para aqueles que não conhecem a sua obra. Por vezes, estas efemérides têm o condão disso mesmo, de fazer com que descobra-mos os artistas que, enquanto viveram, nos foram passando ao lado.

Wednesday, June 11, 2008

Jacques Cousteau - A Odisseia Submarina


Jacques-Yves Cousteau nasceu em Saint André de Cubzac a 11 de Junho de 1910 e viria a falecer em Paris a 25 de Junho de 1997. Tornou-se famoso pela sua exploração submarina. Foi o inventor do equipamento de mergulho autónomo que substituiu os pesados escafandros. Esteve envolvido na criação de aparelhos de ultra-som para levantamento geológico do relevo submarino, bem como, de equipamentos fotocinematográficos para trabalhos em grandes profundidades. Em 1956 conquistou um Óscar com o seu documentário "O mundo silencioso" filmado no Mediterrâneo e no Mar Vermelho. Tornou-se muito conhecido pelas séries televisivas que emitiu. Faria hoje 98 anos. Como não há bela sem senão, confessou que matou muitos golfinhos para os dar a tubarões para obter as melhores imagens possíveis para os seus filmes. Será uma mancha negra, neste homem de ciência, que muitas vezes no entrou portas a dentro, através da televisão.

Vivam os Santos Populares


Aqui estão os Santos Populares. O Santo António fará a sua entrada já amanhã à noite, naquela que é a mais longa noite lisboeta. Mas os portuenses não ficam atrás, e eis que a 23 também terão a sua noite mais longa para festejar o S. João. O S. Pedro encerrará o ciclo a 29. É bom festejarmos as efemérides, é uma maneira de chutarmos a crise para um canto, embora só por algumas horas, mas mais vale pouco que nada. É o convívio fraterno, simples, junto do povo anónimo, que quanto mais revezes tem mais festeja, na ânsia de esquecer as amarguras. Vamos lá de arco e balão, de alho porro ou martelo de plástico, festejar os Santos Populares.