Estamos a chegar à noite do dia das bruxas, "halloween", uma americanice que cada vez mais nos vai invadindo como tantas outras coisas. Mas não deixa de ser divertido, sem a intensidade com que se vive nos Estados Unidos, acaba por ser uma noite diferente e divertida para os cultores do género. Na nossa tradição judaico-cristã, é o pronúncio do Dia de Todos os Santos, que o povo e a tradição tendem a confundir com o dia de finados, esse sim, no dia seguinte, dia 2 de Novembro. Mas isso, é uma outra cultura, mais nossa que, sobretudo os jovens, vão trocando pelas modas que vêm do outro lado do Atlântico. Enfim, como diria o poeta, "mudam-se os tempos, mudam-se vontades, todo o mundo é composto por mudança"...

A hora de Inverno aí está

Estamos chegados à hora de Inverno, ou seja, ao chamado tempo real ou solar, que indicia que estamos próximos da última estação do ano, o Inverno. Assim, na passagem do próximo sábado, dia 25, para domingo, dia 26 de Outubro, os relógios deverão ser atrasados uma hora. Para muitas, significará mais uma hora de sono. Contudo, é importante que não se esqueçam de atrasar os respectivos relógios, para que na segunda-feira, não cheguem demasiado cedo ao emprego e se sujeitem à chacota dos colegas.

1808 ou a fuga da corte para o Brasil

Vem isto a propósito das comemorações dos 200 anos da fuga da corte portuguesa de D. João VI para o Brasil, numa altura em que Portugal era assolado pelas invasões francesas da tropa de Napoleão, o rei D. João VI fuge de Portugal deixando Lisboa para fazer do Rio de Janeiro a sede do Império, com “a abertura dos portos às nações amigas”, quer isto dizer à Inglaterra, que escoltou o rei e a corte até terras brasileiras. Laurentino Gomes acaba de publicar um livro-jornalismo, escrito de forma acessível, com uma brilhante pesquisa que dá grandes detalhes sobre a história do Brasil e do Rio de Janeiro. A edição está muito bem acabada, com ilustrações interessantes, e está fadada a ser um best-seller merecido. Este livro dá-nos uma visão do que era o Brasil colonial e da génese do que viria a ser o Brasil como nação independente. É um livro de leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam pela cultura dos dois lados do Atlântico.

Dia do Animal

Hoje, 4 de Outubro, é o dia consagrado aos animais, sejam eles quais forem, que vivem, sofrem e morrem, na maior parte dos casos, vítimas da incompreensão e da maldade humanas. Neste dia, devemos lembrar e mimar os nossos animais, e se possível, ajudar todos os outros que não têm quem os mime, quem lhes faça um carinho, quem lhes dê de comer e de beber. Esta mensagem que vos deixo, vai acompanhada da foto da Patti, uma cadelinha que nos deixou na noite do dia de Natal do ano passado, que muito sofreu desde que veio ao mundo, na sua antiga dona, mas que ainda foi a tempo de ter um fim de vida alegre e feliz na nossa companhia. Foi uma das vítimas da incompreensão e da maldade humanas, mas que conseguiu ser resgatada. Pior são aqueles que têm tão triste sina durante toda uma vida e nunca são resgatados. É sobretudo para esses que vai o meu pensamento neste momento. Deixem-me fazer este apelo, cuidem bem dos animais, mesmo que não sejam vossos, que eles vos compensarão duma maneira sublime.

Aniversário de José Cardoso Pires

Comemora-se hoje o 83º aniversário do escritor português José Cardoso Pires, nascido a 2 de Outubro de 1925. Viria a falecer a 26 de Outubro de 1998, comemorando-se este mês, o 10º aniversário do seu falecimento. Foi autor de inúmeros exitos literários, alguns que provocaram a ira do regime anterior ao 25 de Abril de 1974, estou a lembrar-me de "Dinossauro Excelentíssimo" de 1972, e de "O Delfim" de 1968, que abalou as estruturas do regime de então. Em 1982 viria a publicar o livro "A Balada da Praia dos Cães", que viria a ser passado ao cinema por José Carlos de Vasconcelos. Contudo, há um livro que me marcou muito, e que aconselho vivamente, que tem por título "De Profundis: Valsa Lenta" de 1997. É um livro de crónicas, com um enquadramento sui generis, que conta com o prefácio de Lobo Antunes. Isto não significa que os outros livros sejam menos interessantes, e há muito por onde escolher. Embora desaparecido à 10 anos, os seus livros continuam a publicar-se, inclusivé, alguns inéditos. José Cardoso Pires é um escritor a ler e/ou a rever pela sua importância na literatura portuguesa.