A vida secreta de D. Sebastião

"A História conta-nos que em 1578, em Alcácer-Quibir, D. Sebastião é morto e as suas tropas são desbaratadas. Com ele morre também a independência de Portugal. Mas, o que ninguém sabe, é que D. Sebastião não expirou. Ferido, enlouquecido, o jovem rei português sobreviveu.
Órfão de pai e abandonado pela mãe, rei aos três anos, disputado por uma avó ambiciosa e um cardeal determinado, abusado sexualmente pelo confessor, marcado por deficiências físicas que sempre o perseguirão e por uma misteriosa doença que tentará em vão esconder, D. Sebastião cresce torturado pela vergonha, em luta constante com os seus desejos carnais e espirituais. Desprendido da vida, é senhor de actos temerários que encontram o seu expoente na cruzada de Alcácer-Quibir. Mas quem foi este rei menino que um dia há-de voltar numa manhã de nevoeiro? E o que fez depois de sarar as feridas quase mortais de Alcácer-Quibir? Rumores falam do seu desejo de reaver o trono, de espiões espanhóis enviados para o assassinar, da morte violenta de portugueses exilados que o auxiliaram, de conspirações no Vaticano para o silenciar...Sónia Louro leva-nos numa viagem fabulosa por um dos mais marcantes e obscuros momentos da História de Portugal que só terminará em 1640 com a restauração da independência de Portugal". O texto atrás é a apresentação que a editora Saída de Emergência faz sobre o livro de Sónia Louro. Esta é uma nova visão do sebastianismo que pode revolucionar tudo aquilo que até hoje se tinha falado sobre D. Sebastião. Baseado em documentos da época, é um livro a não perder, todo ele escrito na primeira pessoa, embora catalogado como romance, pode vir a ser um novo passo na compreensão duma das épocas mais conturbadas da História de Portugal.

O adeus a Miriam Makeba

Hoje,segunda-feira, morreu a cantora e activista dos direitos humanos, Miriam Makeba. Nascida em Janesburgo a 4 de Março de 1932 viria a falecer ontem, dia 10 de Novembro em Castel Volturno em Itália, logo após um concerto que tinha acabado de dar. Foi uma grande activista contra o "apartheid" na África do Sul, tendo aparecido em 1960 no Festival de Veneza com o filme "Come Back Africa" que era um manifesto anti-"apartheid". Inclusivé foi-lhe retirado o passaporte sul-africano, o que fez com que ela vive-se na Europa após tão calorosa recepção que tinha recebido. Só lá voltaria após o fim do regime segregacionista sul-africano. Numa altura em que se vislumbra uma nova era para o mundo e, sobretudo, para os negros, como foi o caso da eleição de Barack Obama nos EUA, Miriam Makeba deixa-nos aos 76 anos de idade. Ela foi (é) um símbolo da luta pelos direitos de todos terem acesso aos mesmos cargos, aos meus bens, às mesmas oportunidades que todos os outros.

Uma esperança chamada Obama

Meus amigos, estamos a assistir a algo inédito que dá uma nova dimensão na História mundial dos nossos dias. A maior potência mundial elegeu, pela primeira vez na sua história, um presidente afro-americano. Só por si, isso é um facto extraordinário, mas imagino o que será para os americanos de cor, que fizeram um percurso imenso até este dia. Da escravatura até à presidência, um percurso tão rápido que temos dificuldade em acreditar que tal foi possível nos nossos dias, para que possamos assistir a tudo isso. Não esqueçamos, sobretudos para os menos jovens que viveram os anos 60, a segregação na tão liberal América, não nos esqueçamos desse grande lider negro que foi Martin Luther King, que gritava "I had a dream", até ao dia que balas assassinas o silenciaram. Por vezes olhamos para o passado como se fosse um romance, mas a realidade era muito mais dura do que se possa pensar. Quando Luther King liderava o movimento negro, aqui em Portugal passava-se por um desgaste nas colónias numa luta contra os negros. Que paralelismos! Que percurso se fez numa geração, nós a caminho da democracia, os EUA a esperança duma maior equidade social. Esta eleição não interessa só aos EUA, interessa a todo o mundo. Esperemos que Barack Obama não se esqueça disso, e que seja capaz de tornar o mundo melhor, que seja capaz de trazer maior paz ao mundo inteiro. Quando isso acontecer, ter-se-ão cumprido as profecias de Luther King. Ele teve um sonho, nós hoje, temos a esperança de vivê-lo.