Elvis Presley no 30º aniversário da sua morte

Passam hoje 30 anos sobre a morte de Elvis Presley, a quem chamam de "Rei". Foi um dos ícones dos anos 50/60, e um dos criadores do chamado rock´n´roll. A ele se deve uma alteração na endumentária, postura em palco, letras de canções, etc., que cortaram com o passado dos grandes cronners acompanhados por grandes orquestras. Muito daquilo que hoje ouvimos começou aí. Não é um dos meus músicos preferidos, nunca consegui ser seu fã, mas isso não torna menos válida a importância que teve no desenvolvimento da música dita mais ligeira. Aqui fica a homenagem, a ele e aos fãs, que são ainda muitos por esse mundo fora. Que descance em paz!

Claudio Monteverdi - Músico Oficial da República de Veneza

Claudio Monteverdi nascido em Cremona, é um dos maiores músicos da primeira metade do século XVII. É o músico que fez a ligação entre a música polifónica e a ópera. A sua primeira ópera "L´Orfeo" é um dos momentos que marcaram a viragem na história da música do século XVII. A 16 de Agosto de 1641, foi nomeado músico oficial da República de Veneza, é a data que hoje se comemora. São marcos importantes, no ambito da música sacra, as "Vésperas de 1610" e "Vespero della Beata Virgine". Um músico a escutar... com atenção.

No centenário de Miguel Torga

Aqui venho de novo, e ainda com poesia, que é o melhor para se passar estes dias de Verão. Hoje trago-vos Miguel Torga, no centenário do seu nascimento, o homem que dizia "vim do povo, sou do povo e povo quero morrer". Não deixem passar ao lado este grande poeta transmontano.

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas

Às urgentes perguntas

Que te fiz.

Deixa-me ser feliz

Assim,

Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, enquanto

O nosso amor Durou.

Mas o tempo passou,

Há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria

Matar a sede com água salgada.

A poesia de Mário Cesaríny

Cá estou de regresso, hoje com poesia, que é sempre um bálsamo para estes dias quentes de Agosto. É bom para descançar e, porque não, para ler e meditar. Aqui vos deixo a poesia de Mário Cesaríny, a descobrir o mais rápido possível...

Poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis
À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.