Turma Formadores Certform 66

Thursday, November 30, 2023

Intimidades reflexivas - 1692

"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem." - Santo Agostinho (354 dC-430 dC)

Wednesday, November 29, 2023

Intimidades reflexivas - 1691

"A minha religião é muito simples. A minha religião é a gentileza." - Dalai Lama


Tuesday, November 28, 2023

Ponto de reflexão

Não é a família que faz as pessoas. São as pessoas que fazem a família. Por isso é que há amigos que são família e há famílias em que não há amigos. Há famílias em que as pessoas não são amigas. O grau de parentesco não chega para unir uma família, só o grau de amor, num superlativo sem comparação, pode estabelecer o vínculo para lá do que determina a árvore genealógica. A árvore genealógica pode vir de longe e não ter raízes fundas. Pode ter muitos ramos e em nenhum se abrigar um ninho. Não é o facto de pertencer a uma família que faz com que exista sentimento de pertença; é a existência do sentimento de pertença que estreita os laços e não deixa que se desfaçam. Não é a família que justifica o amor, é o amor que justifica a família. Pouco pode o tronco de uma árvore genealógica contra corações que não entroncam uns nos outros.

Monday, November 27, 2023

Intimidades reflexivas - 1690

"A felicidade não é algo que apareça pronto a consumir, vem a partir das nossas próprias acções." - Dalai Lama

Sunday, November 26, 2023

Estamos todos na fila.

Estamos todos na fila...

A cada minuto alguém deixa esse mundo pra trás.
Não sabemos quantas pessoas estão na nossa frente.
Não dá pra voltar pro “fim da fila”.
Não dá pra sair da fila.
Nem evitar essa fila.
Então, enquanto esperamos a nossa vez:
Faça valer a pena cada momento vivido aqui na Terra.

Saturday, November 25, 2023

Intimidades reflexivas - 1689

"Eu encontro esperança nos dias mais sombrios, e foco nos mais brilhantes. Eu não julgo o universo." - Dalai Lama

Friday, November 24, 2023

Intimidades reflexivas - 1688

"Eu sou eu e a minha circunstância, e se não a salvo a ela, não me salvo a mim." - José Ortega y Gasset (1883-1955)

Thursday, November 23, 2023

Intimidades reflexivas - 1687

"O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe no meio da travessia." - Guimarães Rosa (1908-1967)

Wednesday, November 22, 2023

Intimidades reflexivas - 1686

"Não nos podemos satisfazer com nada que não seja a verdade." - Baruch Espinoza (1632-1677)

Tuesday, November 21, 2023

Intimidades reflexivas - 1685

"Há muitas maneiras de matar. Podem enfiar-te uma faca na barriga, arrancar-te o pão, não te curar de uma enfermidade, meter-te numa casa sem condições, torturar-te até à morte por meio de um trabalho, levar-te para a guerra, etc. Somente poucas destas coisas estão proibidas na nossa cidade." - Bertolt Brecht (1898-1956)

Monday, November 20, 2023

Feliz aniversário, Nicolau!

Seriam 21 os anos que se contariam neste dia se ainda estivesses na minha companhia, falo do meu querido Nicolau. Este belo cão foi muito importante para mim. Talvez porque todo o processo passou por mim, desde o seu resgate até ao seu fim. Talvez porque ele foi o último duma saga que me acompanhou desde criança. Seja como for, o Nicolau teve sempre um lugar especial na minha vida e a sua memória perdura. Segundo os veterinários, esta seria a data aproximada do seu nascimento. Viria para minha casa numa véspera de Natal depois de ter sido abandonado bebé debaixo dum enorme temporal. Mas ele estava destinado para mim. Ainda me lembro da maneira com que ele me olhou fundo nos olhos quando peguei nele. E ele cabia numa mão, bem longe daquele cão enorme em que se viria a tornar. Esse olhar foi determinante para mim. Fiquei logo a perceber que ele tinha entrado na minha vida para sempre. Acompanhou-me durante dezasseis anos e meio e dele retenho aquela forma forte mas carinhosa, com um proverbial mau feitio mas também com muita doçura. Um verdadeiro companheiro para a vida. Hoje seria o dia provável do seu aniversário. Espero que esteja em paz depois de ter sido tão amado na minha casa. Se o amor é redentor, então o Nicolau estará bem lá onde estiver. Feliz aniversário, Nicolau!

Quando a justiça determina a política

Desde há alguns dias atrás temos vindo a assistir a algo verdadeiramente inaudito no nosso país, a justiça a interferir na política duma forma despudorada. Que a justiça tenha que ser feita quando algo de anormal ocorre penso que todos estamos de acordo. Quando essa justiça tem uma (aparente) atitude menos nobre face ao que dela se espera, já estamos num outro patamar. Já não é a primeira vez que assistimos a isto e urge ao legislador corrigir o que tiver para corrigir para que não sejamos confrontados com estas situações que volta e meia se repetem. A pressa foi tal em criar dificuldades à governação que até nem deram pelos erros cometidos e, ao que parece, já lá vão três. Veremos se ainda aparecem mais. E assim se mergulha um país numa crise, e se altera o tempo legislativo e ainda por cima com maioria absoluta. Atira-se o país para as páginas do mundo num momento particularmente difícil duma forma ligeira. Como já sabem não sou um apoiante de Costa, mas isto é inadmissível porque vai para além dum partido, agora já é de um país que temos de falar. A Senhora Procuradora não resistiu a colocar o famoso parágrafo final - o parágrafo assassino como os media lhe chamam - no documento sobre o Primeiro Ministro e assim desencadear uma crise política. Quando afinal ainda parece não haver certezas de nada, mas um 'talvez' que é sempre redutor. E é o juiz instrutor do processo que  vai dando o mote. Afinal parece não haver grande substância. E assim se vão gastar mais uns milhões do erário público numas eleições a meio duma legislatura. E o cidadão comum como eu, que não tem acesso aos processos, escutas e outras malfeitorias, olha para tudo isto perplexo. O Presidente da República também não fez melhor. Ao determinar a dissolução do parlamento, - quando havia uma solução alternativa e contrariando o Conselho de Estado segundo o próprio -, acabou por validar a decisão do Ministério Público e ao fazê-lo acabou por aceitar uma justiça a determinar mais uma vez o tempo da política. E isso é grave porque dessas facadas na Democracia esta vai sangrando. Desse modo estamos apenas a inviabilizar um país e um regime quando tanto está em jogo a nível europeu e mundial. Tudo muito estranho, demasiado estranho, quando nos preparamos para comemorar os 50 anos da democracia. Talvez isso incomode alguns. Quem sabe.

Sunday, November 19, 2023

Descansa em paz, Sara!

Faleceu hoje aos 45 anos (1978-2023) a cantora portuguesa de ascendência  cabo-verdiana Sara Tavares. Uma grande cantora com muitos registos discográficos que eternizarão a sua voz. Lá onde estiveres, descansa em paz, Sara!

O falso mundo dos 'reality shows'

Como já em tempo afirmei, não sou fã de 'reality shows'. Não quero dizer com isto que quem gosta deste formato televisivo seja portador de lepra. (Contudo, se no início era algo de novo que atraía, em pouco tempo se tornou em algo repetitivo). As pessoas que concorrem parece todas carregarem o mundo às contas que exibem em choro copioso frente às câmaras. Todos nós temos um passado, mas não temos necessidade de o expor amiúde. Há quem pense o contrário como vemos. As pessoas que frequentam estes programas, na maioria dos casos, são duma boçalidade incomparável. Circula pelas internet alguns vídeos que são disso exemplo. Como o caso duma criatura que escreve a palavra 'sozinho' desta forma curiosa - 'sosinho' - o que me leva sempre a pensar o que anda o Ministério da Educação a fazer com os meus impostos. Esta jovem tem seguramente o 12º ano e assim, como se não bastasse ainda ostenta uma linguagem verdadeiramente vernácula, indigna dum programa de televisão. Mas há quem goste e por isso esta extraordinária criatura por lá anda a espalhar as suas fragilidades académicas e não só. Mas os vídeos que circulam na internet também nos mostram, por exemplo, uma outra jovem, que se gaba se ter sido miss a perguntar ao coordenador do programa o que significa a palavra 'hipócrita'!  E esta não foi a primeira vez que tropeçou na gramática, nem será a última certamente. Se estes jovens vão em busca de fama, de dinheiro ou simplesmente para se divertirem, até posso aceitar. Que exibam a sua ignorância com total despudor é algo que é confrangedor e que me assusta. Sei que os mais velhos como eu têm sempre a tendência de criticar as gerações mais jovem. (Já o tinha visto quando tinha a idade destes que aqui trago a terreiro). Mas a sua fragilidade mostra bem que há muito caminho ainda por fazer. Quando se fala da 'geração mais qualificada de sempre' que os políticos tanto gostam de mostrar, afinal tudo não passa num enorme flop. É que não basta ter um diploma, muitas vezes sabe-se lá bem como foi obtido, numa escola que peca pela falta de exigência. E o resultado aí está duma forma clara. Se a instrução que têm não dá para mais, como se pode falar de cultura. Vive-se num mudo onde a exigência é mínima, os conhecimentos são mínimos, tal qual a educação. Tudo é mínimo como o nosso país... pequenino.

Saturday, November 18, 2023

Momento de poesia

Há um par de horas atrás, durante o meu habitual 'jogging', ouvi este poema do poeta brasileiro Castro Alves que me tocou profundamente. Quero dedicá-lo a todos os que pagaram com a vida, a tortura, a violação, a morte, apenas por terem uma cor de pele diferente, para glória doutros países entre os quais o nosso. Mas quero também dedicá-lo a todos aqueles que nestes dias de trevas que vivemos, pagam de igual modo para gáudio de pequenos ditadores com ambições hegemónicas que a História há de rejeitar. É um poema um pouco longo mas que merece uma leitura atenta, quanto mais não seja para homenagear todos aqueles que são vítimas de violência gratuita no mundo.

"O NAVIO NEGREIRO" - CASTRO ALVES (1847-1871)
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Friday, November 17, 2023

"Segredos de Liderança" - Patrícia Matos

O que caracteriza um bom líder? Será a sua capacidade de decidir rapidamente? Ou, pelo contrário, é a ponderação? É importante saber ouvir ou é melhor avançar, imediatamente, com soluções para cada problema? Será saber escolher as pessoas certas para os lugares certos? E o faro, a intuição, entram nesta equação? Rui Nabeiro, Graça Freitas, Henrique Gouveia e Melo, entre outras personalidades entrevistadas por Patrícia Matos, utilizaram vários adjetivos para caracterizar um líder: assertivo, resiliente, sonhador, eficaz, faminto. Vários estudiosos tentaram fazê-lo, também, ao longo dos anos, o que resultou em diferentes definições e em estilos de liderança distintos. Neste livro, reunimos dez histórias de liderança, homens e mulheres que nos inspiram, na sociedade actual portuguesa, e que nos habituámos a admirar. Quer conhecer os segredos de liderança e aprender com os melhores líderes nacionais? Sobre a autora, Patrícia Matos é Adjunta da Ministra da Agricultura e da Alimentação, do Governo português. Foi Diretora de Inovação do Grupo Global Media e Coordenadora de Comunicação do deputado Francisco Guerreiro (Verdes/ Aliança Livre Europeia) no Parlamento Europeu. Durante treze anos foi jornalista na TVI, um dos canais privados de televisão em Portugal e apresentou, durante dez anos, o programa Diário da Manhã, entre as 6h30 e as 10h00. Integrou o projeto fundador da TVI 24 e passou pelas editorias de Sociedade e Economia. É doutoranda e mestre em Ciência Política no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e licenciada em Jornalismo e Comunicação pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Instituto Politécnico de Portalegre. É coautora de vários artigos científicos. É professora na Universidade Nova de Lisboa, coach e formadora em media training. A edição é da Desassossego.

Thursday, November 16, 2023

Intimidades reflexivas - 1684

"Quando o fanatismo gangrena o cérebro, a enfermidade é incurável." - Voltaire (1694-1778)

Wednesday, November 15, 2023

Intimidades reflexivas - 1683

"Aqui tem você um conselho que lhe poderá servir para a sua filosofia: não force nunca; seja paciente pescador neste rio do existir. Não force a arte, não force a vida, nem o amor, nem a morte. Deixe que tudo suceda como um fruto maduro que se abre e lança no solo as sementes fecundas. Que não haja em si, no anseio de viver, nenhum gesto que lhe perturbe a vida." - Agostinho da Silva (1906-1994)


Tuesday, November 14, 2023

Intimidades reflexivas - 1682

"A melhor maneira de ajudar uma pessoa é ensiná-la a pensar." - Anónimo

Monday, November 13, 2023

Feliz aniversário Pai!

Faria 101 anos se ainda fosse vivo. Mas há muito que partiu. Refiro-me ao meu Pai. Dele já só resta a memória, aquela que dizem que enquanto não se apagar as pessoas não morrem de facto. Se assim é, ele ainda andará por aí porque a memória está bem viva. Neste dia que era o do teu aniversário, espero que estejas em paz lá onde estiveres. Feliz aniversário meu Pai!

Sunday, November 12, 2023

"O Segredo de Espinosa" - José Rodrigues dos Santos

Amesterdão, 1640. Um judeu é excomungado na Sinagoga Portuguesa por questionar as Sagradas Escrituras. Uma criança assiste a tudo. O pequeno Bento de Espinosa é considerado o maior prodígio da comunidade portuguesa de Amesterdão, mas o episódio planta nele a semente da dúvida: E se a Bíblia estiver mesmo errada? A suspeita irá lançar Bento na maior busca intelectual de sempre. Quem realmente escreveu os textos sagrados? Qual é a verdade sobre Deus? O que é afinal a natureza? Mas esta é uma busca proibida e depressa o jovem judeu português descobre que terá de pagar um preço terrível pelas suas perguntas. Os rabinos judeus e os pregadores cristãos perseguem-no e acusam-no do pior dos crimes: Heresia. 'O Segredo de Espinosa' é uma aventura extraordinária, onde acompanhamos a vida de Bento de Espinosa, o maior filósofo português, e a sua busca proibida e perigosa por respostas. E se a Bíblia estiver mesmo errada? O que é a natureza? Quem escreveu os textos sagrados? Estas respostas têm um preço elevado. Acusado de heresia, expulso da Sinagoga Portuguesa em Amesterdão, Bento de Espinosa é perseguido até ao fim dos seus dias. Novo romance de José Rodrigues dos Santos, o escritor favorito dos portugueses. Inspirando-se na vida de Bento de Espinosa, considerado o maior filósofo português de sempre, e o inventor do mundo moderno. Uma aventura épica em busca de um segredo... Quanto ao autor,  José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 em Moçambique. É sobretudo conhecido pelo seu trabalho como jornalista, carreira que abraçou em 1981, na Rádio Macau. Trabalhou na BBC, em Londres, de 1987 a 1990, e seguiu para a RTP, onde começou a apresentar o 24 horas. Em 1991 passou para a apresentação do Telejornal e tornou-se colaborador permanente da CNN entre 1993 e 2002. Doutorado em Ciências da Comunicação, é professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, tendo ocupado por duas vezes o cargo de Diretor de Informação da televisão pública. É um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros. A edição é da Planeta.

Saturday, November 11, 2023

Intimidades reflexivas - 1681

"Não se encontram os diamantes senão nas tenebrosas entranhas da terra; só se encontram as verdades nas profundidades do pensamento." - Victor Hugo (1802-1885)

Friday, November 10, 2023

Intimidades reflexivas - 1680

"Uma mulher como eu e um homem como você não se esbarram muitas vezes na face da terra." - Joseph Conrad (1857-1924)

Thursday, November 09, 2023

Intimidades reflexivas - 1679

"Queria que os portugueses tivessem senso de humor e não vissem como génio todo aquele que é doutor sobretudo se é o próprio que se afirma como tal só porque sabendo ler o que lê entende mal todos os que são formados deviam ter que fazer exame de analfabeto para provar que sem ler teriam sido capazes de constituir cultura por tudo que a vida ensina e mais do que livro dura e tem certeza de sol mesmo que a noite se instale visto que ser-se o que se é muito mais que saber vale até para aproveitar-se das dúvidas da razão que a si própria se devia olhar pura opinião que hoje é uma manhã outra e talvez depois terceira sendo que o mundo sucede sempre de nova maneira alfabetizar cuidado não me ponham tudo em culto dos que não citar francês consideram puro insulto se a nação analfabeta derrubou filosofia e no jeito aristotélico o que certo parecia deixem-na ser o que seja em todo o tempo futuro talvez encontre sozinha o mais além que procuro." - Agostinho da Silva (1906-1994)

Wednesday, November 08, 2023

Intimidades reflexivas - 1678

"Uma coisa não deixa de ser verdadeira só porque não é aceite por muitos." - Espinosa (1632-1677)

Tuesday, November 07, 2023

Intimidades reflexivas - 1677

"Todos estes vícios tem o amor: injúria, suspeições, inimizade, ofensas , guerra, a paz restaurada. Se pensas que as coisas incertas podem pela razão tornar-se certas, alcançarás o mesmo que alcançarias se usasses a sanidade para te tornares insano." - Terêncio (ca. 195 aC- 185 aC)

Monday, November 06, 2023

Intimidades reflexivas - 1676

"Não ridicularizar, não deplorar, não detestar, mas compreender." - Bento de Espinosa (1632-1677)

Sunday, November 05, 2023

Intimidades reflexivas - 1675

"Não me importa nada que me critiquem. Exactamente como não me importa nada quando me elogiam. Tanto me faz que uma pessoa me elogie como me censure - eu considero aquilo como uma opinião pessoal e não comparo com coisa nenhuma porque eu próprio não tenho opinião pessoal a meu respeito. Não me sinto nem herói, nem criminoso, sinto que vivo, sinto que sou." - António Lobo Antunes

Saturday, November 04, 2023

Intimidades reflexivas - 1674

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!" - Florbela Espanca (1894-1930)

Friday, November 03, 2023

Intimidades reflexivas - 1673

"O homem tem preguiça, em geral, de pensar todo o pensável e contenta-se com fragmentos de ideias, recusa-se a uma coerência absoluta. Não leva até ao fim o esforço de entender. E, exatamente porque não o faz, toma, em relação à sua capacidade de inteligência, uma absurda posição de orgulho. Compara o pouco que entendeu com o menos que outros entenderam, jamais com o muito que os mais raros puderam perceber." - Agostinho da Silva (1906-1994) in 'Pensamentos'.

Thursday, November 02, 2023

Dia de Fiéis Defuntos

Sim é hoje o Dia de Fiéis Defuntos. O dia seguinte ao Dia de Todos os Santos. Era tradição num outro tempo guardar este dia para visitar aqueles que já partiram, ou simplesmente, visitar os cemitérios. Mais uma daquelas tradições que se vão perdendo. Quase ninguém o faz, mesmo aqueles que têm disponibilidade temporal para isso. Como sou da velha guarda ainda mantenho a tradição. 

Wednesday, November 01, 2023

De Novo Coisas da História - O Papel da Mulher no Mundo

Esta é uma das muitas fotos históricas das manifestações em Washington pelos direitos das mulheres em 1913. Nestas manifestações as mulheres reivindicavam o direito ao voto, bem como, o direito a ter um salário igual para um trabalho igual ao que os homens faziam. Tal viria a ser consagrado na 19º Emenda da Constituição dos EUA em 1920. Esta reivindicação de salário igual para trabalho igual, ironicamente, era conotada com aproximações ao marxismo (não ao marxismo-leninismo que é uma outra coisa). Hoje já ninguém assume essa vertente marxista porque passou a ser um direito cada vez mais vincado nos países desenvolvidos. Por cá ainda se luta por isso, e mesmo o voto universal para as mulheres, só apareceu depois do 25 de abril de 1974! Questões com que a História nos interpela e às quais não podemos ficar indiferentes. Já agora, alerto para uma série de artigos que a revista da National Geographic publicou em 2019 sobre o papel da mulher nos vários setores da sociedade. Uma proposta a seguir com atenção por quem se interessa por estas matérias.

Terramoto de Lisboa de 1755

Passam hoje 268 anos sobre o terramoto de Lisboa de 1755 o mais destrutivo que se verificou em Portugal. Como se não bastasse seguiu-se um tsunami que faria ainda. mais vítimas. Era, tal como hoje, a celebração do Festum Omnium Sanctorum (Dia de Todos os Santos). As missas matutinas estavam a acabar quando se deu a tragédia. Sabemos que um dia tudo voltará a acontecer, mas não sabemos quando. Isso faz com que vamos amaciando os sentidos e tentemos ignorar o óbvio.