Papa Francisco não foi apenas o chefe de uma instituição religiosa. Aos olhos espirituais, ele foi um daqueles raros espíritos que aceitam a missão de vir à Terra não para conquistar o mundo, mas para lembrar o mundo do que realmente importa.
Sua partida recente não encerra sua missão — pelo contrário, abre um novo capítulo, agora do lado espiritual da vida. Deixa para trás um legado vivo, plantado em cada gesto de compaixão, em cada palavra de acolhimento, em cada atitude de humildade profunda.
Não foi por acaso que escolheu o nome Francisco. Não para se engrandecer com a memória do santo, mas para carregar nos ombros a cruz do mesmo ideal: viver em simplicidade, amar os pobres, servir com humildade. Seus sapatos gastos, seu sorriso sereno, seus abraços silenciosos nos leprosos modernos – moradores de rua, refugiados, doentes esquecidos – foram mais que gestos: foram preces vivas. Foram atos que falaram com a alma.
E quando ele disse: “Quem sou eu para julgar?”, ele não quebrou apenas um paradigma dentro da Igreja. Ele lembrou ao mundo que o verdadeiro espiritualista não aponta dedos, mas estende mãos. Que a santidade não está no altar, mas na compaixão. Que o Evangelho é muito mais ação do que discurso.
Sob a ótica espírita, Francisco é visto como um desses espíritos missionários que aceitaram o chamado silencioso do Cristo para reencarnar em um tempo conturbado. Não veio para converter ao catolicismo, mas para lembrar da essência do Cristo: amar sem distinções. Veio como servo, não como dono da verdade. Como irmão entre irmãos.
Quantas vezes não o vimos se curvar diante dos que ninguém via? Quantas vezes não deixou a lógica institucional para agir com o coração? Francisco escolheu morar com os simples, comer com os trabalhadores, lavar os pés dos prisioneiros. Ele poderia ter vivido cercado de luxo e adulação. Preferiu o silêncio das periferias, a oração com os invisíveis.
E hoje, com sua volta ao mundo espiritual, muitos de nós sentimos um vazio. Mas se fecharmos os olhos e silenciarmos por dentro, talvez possamos senti-lo mais perto do que nunca. Porque o espírito que viveu como Francisco não parte… ele se expande. Agora, livre das limitações do corpo, ele pode continuar sua obra em planos mais sutis, inspirando ainda mais consciências.
Divaldo Franco, médium respeitado, relatou um momento espiritual marcante em que, diante do Papa, viu as figuras de São Francisco e Santa Clara ao lado dele, e ouviu de Joanna de Ângelis: “Ele é um dos 200.” Espíritos elevados convidados por Jesus para reencarnar voluntariamente, em missão, nesta fase crítica da evolução humana. Francisco teria sido um dos primeiros a aceitar.
Essa revelação não busca mitificá-lo. Busca lembrar que a espiritualidade maior continua chamando corações comprometidos com o bem a servirem onde for preciso. E ele atendeu ao chamado. Não viveu para ser adorado, mas para amar. Não quis aplausos, quis coerência. Não pregou santidade, praticou humildade.
Sua morte física nos entristece, mas sua vida espiritual se acende ainda mais luminosa. Ele é agora uma presença sutil, a inspirar cada um de nós a seguir o mesmo caminho. Porque ele nos mostrou, com atos silenciosos e profundos, que a evolução espiritual se faz no chão da vida, e não nos palcos do mundo.
Francisco nos ensinou que é possível estar no centro do poder e, ainda assim, manter-se livre dele. Que é possível liderar multidões com ternura, não com imposição. Que é possível ser um gigante espiritual vivendo como o menor dos homens.
Seu legado não está nos documentos que assinou, mas nas lágrimas que enxugou. Nos rostos que tocou. Nos olhos que olhou com verdade. Na coragem de se manter fiel àquilo que o Cristo pregou: misericórdia.
E se há algo que precisamos aprender com ele, é isso: que a espiritualidade verdadeira não está em templos suntuosos, mas no olhar com que tratamos o outro. No silêncio com que escutamos. No amor com que abraçamos até quem nos fere.
Papa Francisco partiu, mas sua missão não acabou. Porque almas como a dele não passam pela Terra para serem lembradas… passam para transformar.
Que sua vida nos inspire. Que sua simplicidade nos desconstrua. Que seu amor nos cure.
E que, ao final de tudo, possamos olhar para trás e dizer: aprendi com Francisco que ser grande é, sobretudo, ser pequeno diante do amor.
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