Turma Formadores Certform 66

Wednesday, April 30, 2025

Túmulo do Papa Francisco em Basílica de Roma

“A tumba foi feita em mármore de origem ligure com a única inscrição ‘FRANCISCUS’ e a reprodução de sua cruz peitoral. A tumba foi preparada no nicho da nave lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maior. A tumba está situada perto do Altar de São Francisco”. A pedra de mármore vindo da Ligúria, região do noroeste da Itália, foi um pedido de Francisco para homenagear a “terra de seus avós.

Uma breve reflexão sobre os sapatos do Papa Francisco

"O Papa Francisco pediu para ser enterrado com sapatos gastos. Ele não escolheu novos, nem solenes. Ele perguntou por aqueles que os usavam, por aqueles que caminhavam com ele. E nesse gesto humilde e simples está contido todo um pontificado, toda uma vida. Estes são os sapatos que viajaram por favelas, campos de refugiados, hospitais e prisões. Aqueles que se cobriram de lama em Lampedusa, aqueles que caminharam pela terra sagrada de Ur buscando a paz entre as religiões, aqueles que caminharam em silêncio pela Praça de São Pedro vazia, rezando por um mundo ferido. Esses sapatos conhecem a poeira da estrada e o peso do coração. Elas se desgastam pelo uso, pela dedicação, pela pressa de ir ao encontro de quem sofre. E não há melhor sudário para um pastor do que as pegadas de sua caminhada. Francisco não queria uma despedida solene; ele queria uma que falasse do caminho, da proximidade, do Evangelho vivido. Assim como Jesus, ele não deixou monumentos, ele deixou pegadas. E como Jesus, quis que ao olhar para o seu túmulo, não se visse o poder, mas o amor que se esgota, que se gasta, que se doa. Porque naqueles sapatos gastos está a alma de um pontífice que sempre optou pela simplicidade, que não quis tronos, mas portas abertas. Um Papa que não se esquivou da poeira da estrada, que viveu o Evangelho sem enfeites e que agora descansa como caminhou: com os pés cansados... e o coração cheio."

Padre Carlos Quiva

Tuesday, April 29, 2025

Apagão! Afinal o que se passou?

Ontem fomos todos confrontados com um apagão generalizado no nosso país, que muitos prejuízos causou. A aflição das pessoas era evidente e mostra a dependência que todos temos deste nosso mundo moderno. Dei por mim a pensar que quando era menino e moço se tal acontecesse não implicaria nada de monta porque as pessoas estavam formatadas para uma vida mais simples, mais salutar, bem longe das tecnologias. Se os meus maiores tivessem vindo cá assistir a tudo aquilo, não compreenderiam e até achariam alguma graça. Mas os tempos são outros e as vontades também como diria o poeta. Mas mais preocupante do que o apagão é o saber-se o que lhe deu origem. Fomos todos vendo as informações cruzadas que nos vinham de diferentes origens, logo corrigidas, para serem de novo corrigidas. No fundo, acho que o que os portugueses querem saber é o que de facto de passou. Porque uma não resposta ou uma resposta enviesada só aumentará a desconfiança em torno da questão. Não sou adepto de teorias de conspiração, mas desde a informação que dizia tratar-se dum fenómeno atmosférico raro, até um possível problema em Espanha, a latitude é grande e carece de ser detalhada. Ainda ontem um ex-membro da REN afirmava que tal poderá vir a acontecer de novo embora duma forma mais leve. Isto quer dizer o quê? Em que se baseia? Até agora confesso que me sinto confuso e gostaria de saber com o que posso contar. Sem sofismas nem contornos de semântica. E isso penso é o que todos nós pedimos aos responsáveis deste país.

O testemunho de Mário Augusto

Um dia tive a sorte de estar em Roma com o Papa Francisco numa conversa breve, alegre e simples. Sabendo da sua partida, fiquei triste e voltei a lembrar-me dessa conversa sorridente.

O homem que cultivou a simplicidade marcada por esse sorriso desarmante, volta hoje à terra confiando no céu, completando assim o seu ciclo da vida.
Quando morre um homem bom, o mundo desfaz-se em elogios, os discursos são bonitos, sublinham-se frases e ideias que deixou. Bem sabemos que não passa de um minuto de pausa na agonia desta sociedade desequilibrada e sem valores .
Se pararmos para pensar, concluirmos que aquilo que se diz no mundo de hoje é retórica, saí da boca para fora, o ser humano não tem remédio para a suas idiossincrasias, a ambição sem limite o egoísmo sem um pingo de reflexão e a vontade de guerrear.
Ainda agora ouvi Mark Rutte, secretario geral da NATO gritar aos quatro ventos da necessidade de comprar armas, sempre mais letais e complexas. Todos os dias os homens matam inocentes. Dizem eles que é preciso reforçar a defesa contra os perigos dos devaneios de uns loucos que por aí andam.
Amanhã (sábado) estão todos lá em Roma em homenagem a um homem simples que implorava a paz. Muitos dos que lá vão são senhores da guerra. Muitos dos que lá chegam com lugar reservado, nunca ouviram leram ou ouviram um desabafo triste do Papa Francisco. Confesso que não sou muito da igreja instituição que respeito, mas não vou à missa, tenho bons amigos padres com quem converso e explico quanta inveja boa tenho por esse seu chamamento do ritual da celebração, da oração em voz alta e coletiva. Acredito e pratico uma certa espiritualidade interior que me leva refletir cada momento, cada decisão em consciência.
O mundo não é nosso, as fronteiras são desenhos dos homens e como se tem vistos nas várias geografias, são linhas que servem de pretexto para a subjugação e domínio pela força.
Para onde terá ido Francisco não sei, amanhã desce à terra e a sua centelha talvez ilumine a esperança. Reparem que entre as muitas frases e ideias que deixou e que por estes dias foram citadas há uma que todos bem poderíamos gravar em tatuagem na mão para poder ler sempre que cumprimentamos alguém. Disse ele um dia em contexto de pandemia: “Ninguém se salva sozinho”.
mario.augusto@rtp.pt

Monday, April 28, 2025

Mensageiros da Luz & Esperança


Papa Francisco não foi apenas o chefe de uma instituição religiosa. Aos olhos espirituais, ele foi um daqueles raros espíritos que aceitam a missão de vir à Terra não para conquistar o mundo, mas para lembrar o mundo do que realmente importa.
Sua partida recente não encerra sua missão — pelo contrário, abre um novo capítulo, agora do lado espiritual da vida. Deixa para trás um legado vivo, plantado em cada gesto de compaixão, em cada palavra de acolhimento, em cada atitude de humildade profunda.
Não foi por acaso que escolheu o nome Francisco. Não para se engrandecer com a memória do santo, mas para carregar nos ombros a cruz do mesmo ideal: viver em simplicidade, amar os pobres, servir com humildade. Seus sapatos gastos, seu sorriso sereno, seus abraços silenciosos nos leprosos modernos – moradores de rua, refugiados, doentes esquecidos – foram mais que gestos: foram preces vivas. Foram atos que falaram com a alma.
E quando ele disse: “Quem sou eu para julgar?”, ele não quebrou apenas um paradigma dentro da Igreja. Ele lembrou ao mundo que o verdadeiro espiritualista não aponta dedos, mas estende mãos. Que a santidade não está no altar, mas na compaixão. Que o Evangelho é muito mais ação do que discurso.
Sob a ótica espírita, Francisco é visto como um desses espíritos missionários que aceitaram o chamado silencioso do Cristo para reencarnar em um tempo conturbado. Não veio para converter ao catolicismo, mas para lembrar da essência do Cristo: amar sem distinções. Veio como servo, não como dono da verdade. Como irmão entre irmãos.
Quantas vezes não o vimos se curvar diante dos que ninguém via? Quantas vezes não deixou a lógica institucional para agir com o coração? Francisco escolheu morar com os simples, comer com os trabalhadores, lavar os pés dos prisioneiros. Ele poderia ter vivido cercado de luxo e adulação. Preferiu o silêncio das periferias, a oração com os invisíveis.
E hoje, com sua volta ao mundo espiritual, muitos de nós sentimos um vazio. Mas se fecharmos os olhos e silenciarmos por dentro, talvez possamos senti-lo mais perto do que nunca. Porque o espírito que viveu como Francisco não parte… ele se expande. Agora, livre das limitações do corpo, ele pode continuar sua obra em planos mais sutis, inspirando ainda mais consciências.
Divaldo Franco, médium respeitado, relatou um momento espiritual marcante em que, diante do Papa, viu as figuras de São Francisco e Santa Clara ao lado dele, e ouviu de Joanna de Ângelis: “Ele é um dos 200.” Espíritos elevados convidados por Jesus para reencarnar voluntariamente, em missão, nesta fase crítica da evolução humana. Francisco teria sido um dos primeiros a aceitar.
Essa revelação não busca mitificá-lo. Busca lembrar que a espiritualidade maior continua chamando corações comprometidos com o bem a servirem onde for preciso. E ele atendeu ao chamado. Não viveu para ser adorado, mas para amar. Não quis aplausos, quis coerência. Não pregou santidade, praticou humildade.
Sua morte física nos entristece, mas sua vida espiritual se acende ainda mais luminosa. Ele é agora uma presença sutil, a inspirar cada um de nós a seguir o mesmo caminho. Porque ele nos mostrou, com atos silenciosos e profundos, que a evolução espiritual se faz no chão da vida, e não nos palcos do mundo.
Francisco nos ensinou que é possível estar no centro do poder e, ainda assim, manter-se livre dele. Que é possível liderar multidões com ternura, não com imposição. Que é possível ser um gigante espiritual vivendo como o menor dos homens.
Seu legado não está nos documentos que assinou, mas nas lágrimas que enxugou. Nos rostos que tocou. Nos olhos que olhou com verdade. Na coragem de se manter fiel àquilo que o Cristo pregou: misericórdia.
E se há algo que precisamos aprender com ele, é isso: que a espiritualidade verdadeira não está em templos suntuosos, mas no olhar com que tratamos o outro. No silêncio com que escutamos. No amor com que abraçamos até quem nos fere.
Papa Francisco partiu, mas sua missão não acabou. Porque almas como a dele não passam pela Terra para serem lembradas… passam para transformar.
Que sua vida nos inspire. Que sua simplicidade nos desconstrua. Que seu amor nos cure.
E que, ao final de tudo, possamos olhar para trás e dizer: aprendi com Francisco que ser grande é, sobretudo, ser pequeno diante do amor.
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Sunday, April 27, 2025

"Dirty Diana - Apaixonada" - Jen Besser e Shana Feste

Ao viajar para Paris, Diana Wood reencontra alguém do seu passado, um homem que assombra as suas memórias e desperta a sua imaginação. Será que esta viagem a vai ajudar a reencontrar a mulher selvagem e sensual que outrora foi? Depois de anos a assistir ao desmoronar do seu casamento aparentemente estável, Diana e Oliver decidem separar-se. Mas enquanto Oliver embarca numa nova aventura profissional e numa aparente vida amorosa satisfatória, Diana janta uma taça de cereais, na sua cozinha vazia. Agora, Diana tem a sua liberdade - não era isso que ela queria? Quando surge o convite para viajar até Paris, Diana não pensa duas vezes e decide agarrar a oportunidade, para mais tarde perceber que Jasper, um homem sedutor e enigmático do seu passado, poderá lá estar também. Em tempos, Jasper aqueceu a sua vida, em todos os sentidos…, mas será que a sua luz fraca e quase extinta voltará a acender-se ao reencontrar Jasper na Cidade do Amor? Em Paris, Diana satisfaz todos os seus desejos - desde os culinários, aos artísticos, aos sensuais. Mas nenhuma viagem dura para sempre e, ao regressar a Dallas, Diana tem de enfrentar o que ainda sente por Oliver e decidir de uma vez por todas: é possível ser a mulher espontânea, criativa e cheia de vida que recentemente descobriu ser? Este é o segundo volume da trilogia 'Dirty Diana', baseado no podcast protagonizado por Demi Moore. A edição é da Planeta.

Saturday, April 26, 2025

Quando se está sozinho...

 "Quando se está sozinho, é-se sempre a companhia mais interessante."

 Jean-Paul Sartre 

Friday, April 25, 2025

51 anos de Abril

Passam hoje 51 anos sobre aquela madrugada de Abril que devolveu a Liberdade ao povo português. Mais de meio século com muitos atropelos, com avanços e recuos, derivas inconsequentes, mas o saldo final é claramente positivo. Para quem é da minha geração que conheceu a ditadura, que nela vivei uma parte importante da sua vida, podemos olhar para o 25 de Abril com outros olhos, com aquele sabor de quem saiu da escuridão para a luz, de quem viveu uma parte da sua vida com uma mordaça face aos tempos que correm onde a liberdade de expressão é um facto. Quem conheceu um país que era uma espécie de aldeia face ao país que hoje temos, um país moderno que ombreia com os seus pares. Um país que era descriminado no estrangeiro face ao país que hoje é reconhecido internacionalmente. E disto sei bem porque comecei a viajar muito cedo e testemunhei muito do que se dizia sobre o nosso país ainda durante o tempo da ditadura. O 25 de Abril ultrapassou tudo isto. Claro que nem tudo foi simples e nem sempre se atuou da melhor maneira. Mas mesmo assim o país evoluiu duma forma clara e evidente por mais que os detratores do regime o tentem camuflar. E isso é o que fica deste 25 de Abril quando algumas forças saudosistas vão surgindo a reclamar o seu quinhão, muitas vezes iludindo quem não sabe o que é vier em ditadura. Quem nela vivei e a conheceu, não cai nesse canto da sereia que no seu seio transporta ideias bem perigosas. Mas a Democracia está consolidada ao fim destes 51 anos e compete a todos nós, aqueles que nela acreditamos, fazer valer os seus valores. Esta será a melhor homenagem que se pode fazer ao 25 de Abril e aos militares que o tornaram possível. Mas estejamos alerta porque nada é adquirido em definitivo. Viva o 25 de Abril!

Thursday, April 24, 2025

Testamento do Santo Padre Francisco

 Em nome da Santíssima Trindade. Amém.

Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena, e com viva esperança na Vida Eterna, desejo exprimir a minha vontade testamentária apenas no que diz respeito ao lugar da minha sepultura.
Confiei sempre a minha vida e o meu ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem à espera do dia da ressurreição na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena termine neste antiquíssimo santuário mariano, onde me dirigia para rezar no início e no fim de cada viagem apostólica, para confiar com confiança as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe a sua dócil e materna solicitude.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da citada Basílica Papal, como indicado no anexo.
O sepulcro deve ser de terra; simples, sem decoração especial e com a única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei para ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei as devidas instruções a Monsenhor Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo da Libéria.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuam a rezar por mim. O sofrimento que se tornou presente na última parte da minha vida, ofereço-o ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022

Wednesday, April 23, 2025

Dia Mundial da Terra

Hoje celebra-se o Dia da Terra. O Dia da Terra foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de Abril de 1970. Tendo por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. Mas parece que só um dia destinado a esta temática não é suficiente. O planeta está cada vez mais degradado, fruto da ganância da humanidade, e se nada for feito, podermos estar bem próximo de mais um cataclismo que alterará a vida na Terra, talvez mesmo, acabando com ela. Será este o novo Apocalipse? Sabe-se hoje, que situações destas já aconteceram em tempos passados, e que levaram ao desaparecimento duma parte da vida, e a que ressurgiu, apareceu de forma diversa. Estas são questões que não são de amanhã, mas de hoje, do nosso dia a dia, da nossa vida como a conhecemos e a entendemos e tem tudo a ver com o nosso futuro. Se é que ainda há espaço para um futuro. Cada vez mais o planeta aquece e isso poderá ser o maior indicador dum cataclismo iminente. Mesmo para os mais distraídos. Todos nós temos a solução nas mãos para evitar um cataclismo. Haja vontade para isso.

Os primeiros amores...

Eu nunca teria esperado experimentar este momento.

Os primeiros amores são para sempre.

Aqui estão eles, a reaparecer.

O inesperado desarma e reaviva os sentidos

Tuesday, April 22, 2025

Intimidades reflexivas - 1905

"Por irónico que possa parecer, a ideologia da felicidade tem disseminado de modo maciço a frustração, a tristeza e a infelicidade." - José Tolentino de Mendonça

Nos meus sonhos...

Nos meus sonhos... Mil vezes te despi.

Monday, April 21, 2025

Descansa em paz Papa Francisco!

Foi confirmado à pouco pelo Vaticano a morte durante a noite do Papa Francisco aos 88 anos. O 266º Papa, o primeiro de origem jesuíta. É um momento de profunda tristeza para a Igreja, sobretudo para aquela que se revê nos pobres, nos humildes, nos marginalizados, naqueles que no fundo não têm voz. O Papa que pôs fim à descriminação das mulheres, dos LGBT+, dos marginalizados e descriminados deste mundo. Este foi o Papa que afrontou os poderosos, denunciando o que se passa na Ucrânia, mas também o genocídio que está a acontecer em Gaza. O Papa Francisco foi o primeiro verdadeiro Papa a preocupar-se com  a ecologia e a condição do mundo em que vivemos. Vejam a carta que ele escreveu a todos nós sobre a forma de Carta Encíclica Laudato Si' publicada a 24 de Maio de 2015. Claro que no clero alguns estarão satisfeitos, sobretudo aqueles que foram obrigados a sair dos armários onde se ocultaram durante muitos e muitos anos. Os homossexuais, os que abusaram dos jovens, impondo o silêncio às suas vítimas. Aqueles que se serviram da Igreja em vez de a servirem. Esses estão neste momento muito satisfeitos. Mas tal gente já está arrastada na praça pública, é conhecida, e assim nada voltará a ser ao que foi no passado. Coube a ele de certo modo encerrar o Concílio Vaticano II que começou com João XXIII. O Papa Francisco foi o homem que quebrou as tradições sumptuosas dos que o antecederam. Um Papa simples, um Papa do povo, que até na morte, segundo o que está a ser veiculado pelo Vaticano, quer ser sepultado numa urna simples quebrando uma tradição de mais de 500 anos. Este foi o Papa de muitos de nós, aquele que reformou a Igreja Católica desde o seu interior, que teve a coragem de afrontar os poderosos do mundo e por a nu as suas intenções. Neste dia a Igreja Católica está de luto, não só porque o seu Papa morreu, mas porque perdeu um verdadeiro líder sem medo de assumir as suas posições. Descansa em paz, Papa Francisco!

Se a morte me levar primeiro...

"Se a morte me levar primeiro

Se eu morrer enquanto o meu cão ainda estiver vivo, por favor, deixem-no ver-me uma última vez. Que ele repouse o seu focinho na minha mão imóvel, que gema a sua tristeza no meu peito silencioso. Ele merece compreender.

Os cães conhecem a morte. Eles choram. Mas desaparecer sem explicação? Isto é crueldade. É um abandono. A incompreensão perseguia-o — esperando, observando, perguntando-se porque é que eu nunca voltava para casa.

Conheci a dor de ser deixado para trás. Não o infligirei ao ser que me amou com mais pureza. Que a minha morte seja real para ele, para que o seu amor encontre a paz.

Um último gesto de ternura: que saiba que não escolhi abandoná-lo."

Anónimo

Sunday, April 20, 2025

Feliz Páscoa!

Chegamos à festa maior do catolicismo, o domingo de Páscoa. Apesar da minha vertente de católico, esta celebração, como outras do nosso calendário, acabam por me dividir. Nos dias que a antecederam, verificou-se uma verdadeira matança para satisfazer a gula de muitos. E isso deixa-me triste, porque para além das vidas ceifadas, percebo que a dita Humanidade ainda não evoluiu assim tanto quanto julga. Tenho dificuldade em perceber como cada um de nós pode transformar o seu estômago num cemitério de animais torturados e mortos. Também já o fiz, porque é essa a cultura do ser dito humano, o maior predador da Terra. Mas fui capaz de evoluir e dar o salto para um outro patamar evolutivo. Hoje sou vegetariano e tenho dificuldade em rever-me nestas mentalidades a que, infelizmente, já pertenci. Não acho que assim se celebre seja o que for porque creio que o equilíbrio do Universo vem da preservação da Vida como algo sagrado, da Tolerância para com o outro, seja animal ou não, e sobretudo do Amor. Assim a minha Páscoa é bem diferente da de muitos neste planeta. Tem a ver com a crença da sacralidade da vida e não da morte como fim derradeiro. Boa Páscoa!

Pega-me na mão...

Pega-me na mão e leva-me até ao balcão. Sentamo-nos em dois bancos, as nossas pernas a tocarem-se. O seu braço roça no meu e ambos olhamos em frente, para o espelho atrás do bar.

Saturday, April 19, 2025

Sábado Santo

Na minha juventude o dia de sábado era chamado de Sábado Aleluia! E porquê? Porque a meio da manhã, já se dizia que Jesus tinha ressuscitado e havia alegria nas casas, música e sorrisos. Até os sinos já se faziam ouvir ao longe. Era o prenúncio do domingo onde se celebrava em família a Páscoa. (É preciso não esquecer que Jesus era de origem judaica onde o sábado era o 'Sabbath do Senhor', o dia maior. O domingo era, e continua a ser, um dia normal como tantos outros). Os tempos foram mudando e então o Sábado Aleluia passou a ser o dia do silêncio e da esperança redentora. Jesus estava morto no seu túmulo e só ressuscitaria à meia noite. (Coisas que o calendário litúrgico instaurou um pouco à revelia dos costumes de então). Contudo, e apesar destas alterações que a Igreja introduziu, o sábado que antecede o domingo de Páscoa sempre foi para mim um dia de recolhimento. Sentia-o assim e ainda hoje o sinto. Era o dia de introspeção, de meditar na minha caminhada na vida, do que fui até hoje e do que pretendo ser amanhã. Um dia de silêncio como aquele que se segue à morte de alguém muito próximo. O repouso de quem partiu, a dor de quem ficou. Era o dia em que as trevas ainda se mostravam vencedoras desde o dia anterior, embora em breve fossem substituídas pela luz redentora. A dor inimaginável, o sofrimento sem par, a ignomínia dum poder instituído que utilizou os mecanismos mais cruéis para aniquilar um justo. Como esses tempos de à mais de dois mil anos são replicados no nosso mundo atual! Quanta dor, quanto sofrimento infligido a uma pessoa só porque ela não alinha pelos padrões vigentes e temporais - por isso, efémeros - padrões que não aceitam a diferença de opinião ou outra. Talvez este sábado - o do silêncio mas também da esperança - seja um bom ponto de partida para uma introspeção. Se pensarmos bem, afinal a diferença temporal, embora larga, não mudou assim tanto as mentalidades. E os justos serão (quase sempre) as vítimas preferenciais. Mas no fim o túmulo estará vazio - e como sempre acontece - a luz destruirá as trevas. Mais cedo ou mais tarde a luz triunfa sempre.

Desejo...

 Desejo num só golpe.

Friday, April 18, 2025

Intimidades reflexivas - 1904

"Falar de amor é fazer amor." - Honoré de Balzac (1799-1850)

Sexta feira Santa

Sexta feira Santa o dia mais escuro. Aquele em que as trevas levaram a melhor, nunca esperando ser varridas em breve pela luz. A luz sempre afasta as trevas. E é neste dia que devemos pensar em tudo o que somos, o que fazemos, o que queremos. (Crentes ou não, nunca devemos esquecer o sofrimento horrível que um ser humano sofreu por nós). O suplício da cruz era a mais horrível punição para quem se opunha a Roma. Era a morte aviltante dada a crimes de sedição, crimes políticos contra a autoridade do Império. A morte era lenta por vezes durava até muitos dias. Uma morte que era causada pela asfixia quando o corpo já enxague não podia suster-se a si mesmo. Quando hoje olhamos para o que o mundo está a passar teremos a tentação de fazer o paralelismo. Altura para analisarmos quem temos sido até agora talvez busquemos inspiração para sermos diferentes para melhor. Com a paz no coração, o amor pelo outro e pelos diferentes seres vivos que connosco partilham este planeta, com a redenção dum caminho que queremos mudar para melhor. Esta é a hora das trevas que em breve serão rechaçadas pela luz. Que a nossa vida seja isso mesmo, a passagem dum estilo de vida para outro, mais sereno, mais pacífico, mais humano.

Thursday, April 17, 2025

Quinta feira Santa

Quinta feira Santa é o dia do lava pés, o dia da última ceia, o dia em que a traição se esboça. A traição, a que se seguirá a tortura e a morte sofrida por um Homem justo, um Homem corajoso. Em nome deste Homem se sacrificam nestes dias milhões de animais, que a coberto duma falsa tradição e religiosidade, apenas expõem a gula de muitos para quem a vida do outro nada vale. Será isto que este Homem justo de à dois mil anos queria? Certamente que não. O Homem que mais celebrou a Vida não aceitaria a morte como troféu. Esqueçam a tradição que apenas serve para apaziguar as consciências. Celebrem a Vida e não a morte.

Só porque...

Só porque é fofinho.

Fiquei de coração cheio

No domingo passado, - domingo de ramos -, fiquei de coração cheio com a minha querida afilhada Inês. Como ela sabe que não queremos prendas a Inês resolveu trazer algo de seu cunho pessoal. Ela resolveu dar-me, aquilo que diz ser o 'seu primeiro livro'. Tem por título 'Diário duma aventura inesperada'. Achei que seria mais uma das suas habituais brincadeiras, mas não, tratava-se duma estória duma jovem e da sua aventura. Desde a apresentação, à pontuação, ao arrumar das ideias e à elaboração da trama, tudo estava quase perfeito, (embora aqui o 'quase' seja excessivo, visto se tratar duma jovem de 13 anos, com pouca vivência ainda). Nitidamente a estória era influenciada por leituras que fez, o que é ótimo. A Inês tem vindo a desenvolver a sua capacidade de leitura, o que a faz melhorar o vocabulário, e evitar alguns erros. Fico feliz por ver a minha afilhada a aproximar-se das letras, algo que me agrada muito e para o qual a venho incentivando. A Inês sempre teve uma grande capacidade imaginativa que era já nítida ainda com tenra idade. Penso que mais à frente, a área de Letras deverá ser aquela que a vai preencher os seus desejos, quando iniciar os seus estudos universitários. Julgo que será por aí o seu caminho e isso deixar-me-á muito satisfeito. O curioso é que a Inês está a começar tal qual eu comecei à muitos anos atrás. Da mesma forma, com as mesmas dúvidas, mas com os incentivos que eu lhe dou tal qual outros fizeram comigo em tempos de antanho. Foi a melhor prenda que ela me poderia ter dado, não só pelo seu cunho pessoal, mas também, porque aponta numa direção que muito me agrada. Espero que continue a exercitar a sua imaginação e eu aqui estar para a ler, corrigir e apoiar. Fiquei, verdadeiramente, de coração cheio. Parabéns, Inês!

Wednesday, April 16, 2025

Intimidades reflexivas - 1903

"Quando eu saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, sabia que se não deixasse a minha amargura e o meu ódio para trás, acabaria na prisão." - Nelson Mandela (1918-2013)

Intimidades reflexivas - 1902

"A solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz." - José Saramago (1922-2010) in 'O Ano da Morte de Ricardo Reis'.

Tuesday, April 15, 2025

20 anos da Casa da Música

Passam hoje 20 anos após a inauguração da mítica Casa da Música no Porto. Ela era para ser o verdadeiro símbolo da Porto 2001 Cidade Europeia da Cultura. Mas não o foi. Sei das muitas dificuldades, discussões, avanços e recuos. Nessa altura estive ligado à Porto 2001 e acompanhei bem de perto todas essas derivas. Mas, embora tarde, aconteceu e isso é que importa. Um equipamento muito interessante e necessário para a cidade do Porto que tem vindo a tornar-se um verdadeiro ex-libris teve como seu autor o arquiteto holandês Rem Koolhaas. Por ela têm passado grandes artista mundiais das mais variadas áreas. Sim, porque a Casa da Música é uma casa de toda a música e não direcionada apenas a um segmento dela. Hoje passam 20 anos. Se não a conhece ainda, não deixe de a visitar porque merece bem a pena.

Intimidades reflexivas - 1901

"Se a tua dor te aflige faz dela um poema." - Eça de Queiroz (1845-1900)

Monday, April 14, 2025

Compreendi...

"Compreendi que toda a infelicidade dos homens advinha do facto de não falarem claramente. Assim, decidi falar e agir com clareza."

Albert Camus, A Peste (1947)

Sunday, April 13, 2025

Domingo de ramos

Chegamos ao domingo de ramos, aquele que é, se assim o posso dizer, o dia dos padrinhos. Os meus infelizmente já partiram à muito. Nunca os esqueço porque sempre foram o meu pilar a quem devo tudo, literalmente tudo. Agora sou eu que ocupo esse lugar. Porque sou padrinho duma bela jovem que está a caminho da sua adolescência. Falo da Inês naturalmente, que muitos já conhecem. Neste dia de saudade, mas também de alegria, aqui estou, juntamente com a minha mulher, a aguardar a tão ansiosa visita da nossa afilhada. Ela que sempre nos tem tratado com todo o respeito e carinho, é o farol da nossa vida que ainda nos resta. Neste dia que, biblicamente, é o da entrada de Jesus em Jerusalém, é agora o dia da nossa expectativa face à jovem que daqui a pouco virá. Com ela estamos em comunhão. O seu sucesso é o nosso sucesso, a sua alegria é a nossa alegria, mas também, quando houver momentos mais aziagos eles também serão os nossos. Porque o amor é assim, e aquele que sentimos pela Inês ocupa o infinito. Hoje é o dia dos padrinhos mas também dos afilhados, o dia de comunhão entre aqueles a quem só o amor interessa. Feliz domingo de ramos!

Saturday, April 12, 2025

Tenho um corpo...

Tenho um corpo à tua espera para te seguir

Dos Portões do Amanhecer aos Portões da Sombra

Um corpo para passar a vida a amar-te

Paul Éluard

Friday, April 11, 2025

Intimidades reflexivas - 1900

"Não há arma que possa se opor a uma gentileza." - Provérbio Japonês

Thursday, April 10, 2025

Há silêncios...

"Há silêncios que dizem muito, como palavras que não significam nada".

Edith Piaf

Wednesday, April 09, 2025

Intimidades reflexivas - 1899

"O mar é grande porque não despreza os riachos." - Provérbio Japonês

Tuesday, April 08, 2025

Passam 24 anos...

Passam 24 anos sobre a morte da minha Mãe, Maria Odette. Quase um quarto de século e parece que foi ontem. Naquela manhã solarenga de Abril ela desmaterializou-se e a noite mais profunda caiu sobre mim. Por vê-la desaparecer com a terrível doença que a vitimou, mas também pela impiedade humana que seres dito humanos podem ter para com outro, num cocktail que se viria a revelar fatal. E ainda com a agravante de ela ter tanto ajudado quem lhe viria a morder a mão. Coisas da vida que tenho que perdoar, mas que não posso esquecer. Já lá vai muito tempo. Quase um quarto de século é, de facto, muito tempo. Mas a memória vivenciada recusa-se a esquecer, a apagar esses dias de dor que simbolicamente, eram também os dias duma Páscoa anunciada. Nesse dia de Abril de à 24 anos atrás era domingo, mas não um domingo qualquer, era domingo de Ramos, o que marca ainda duma forma mais profunda o que então sucedeu. Hoje à distância de tanto tempo só a memória resta, tudo o que sobeja a poeira do tempo já levou ou há de levar. "És pó  e em pó te tornarás" como esquecemos isto tão presente duma forma tão ligeira. Mas o que interessa neste dia é acentuar que se trata de um dia de memória para mim, aquele distante em que perdi a minha Mãe. Lá onde estiveres descansa em paz! 

Monday, April 07, 2025

Intimidades reflexivas - 1898

"Rápido é devagar. Mas sem pausas." - Provérbio Japonês


Sunday, April 06, 2025

Uma mulher é bela...

Uma mulher é bela quando ela ousa ser quem é, quando ela se atreve a dançar a sua vida e quando ela ousa expressar os seus sentimentos. Ela revela então a sua sensualidade natural, simplesmente sendo ela própria, perfeita, na sua perfeita imperfeição.

Bárbara Gardénia

Saturday, April 05, 2025

Intimidades reflexivas - 1897

"Uma mulher como você e um homem como eu não se esbarram muitas vezes na face da Terra." - Joseph Conrad (1857-1924) in 'Dentro das Marés'.

Friday, April 04, 2025

Cor vermelho paixão...

“Cor VERMELHO PAIXÃO”

** A paixão leva ao erro
O amor ilumina. **
Montaigne

Thursday, April 03, 2025

Intimidades reflexivas - 1896

"Mesmo nos momentos mais difíceis da Humanidade, a cultura acabou por nos salvar." - Wim Wenders

Wednesday, April 02, 2025

A viagem...

"A viagem é curta. Vamos tentar fazê-la em primeira classe."

Philippe Noiret

Tuesday, April 01, 2025

Intimidades reflexivas - 1895

"Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira." - Johann Goethe (1749-1832)