Beethoven - 180 anos depois

Hoje comemora-se o 180º aniversário da morte desse grande génio da música que foi Ludwig von Beethoven. Foi a 26 de Março de 1827 que este génio nos deixou, cansado de anos de miséria e de afrontas. Com uma terrível doença para um músico, como é a surdez, que ele tanto tentou esconder dos outros, esse grande compositor nunca escutou algumas das suas composições. Elas apenas se desenrolavam na sua cabeça e daí para a partitura, dando algumas das mais belas páginas da música clássica que chegaram até nós. Quem não conhece a 5ª sinfonia! Ele foi ao longo da sua vida um paladino da liberdade, não tivesse sido ele sempre tiranasado pelos seus semelhantes. Quando escreveu a sua 3ª sinfonia, estava-se em plena aplicação das teses saídas da revolução francesa, Napoleão era o seu símbolo, a quem ele dedicou esta partitura. Mas quando soube da sua auto-coroação de imperador, que fazia prever o prenúncio de mais um tirano, ele de imediato rasgou a dedicatória, tendo-a dedicado "à memória dum grande homem". O mesmo princípio se verificou na abertura Coriolano, em que questionava se o herói tinha o direito de se sobrepôr à lei. A sua ópera Fidélio, é mais um exemplo do seu apego à liberdade, normalmente espesinhada pelos poderosos. E como corolário, a 9º sinfonia, com o famoso poema de Schiller dedicado à liberdade, que se transformou no "hino à alegria"(!), mais uma vez, por imposição dos poderosos de então. Esses poderosos de quem ninguém se lembra, apenas ficando a figura soberba do homem que tentaram silenciar, de seu nome Ludwig von Beethoven. Como diria o poeta "triste a vã glória de mandar"... E aí começou o "romantismo" na música.

Alda Lara - Angola - 1930 / 1962

Ainda a propósito do dia da poesia que se celebrou em Portugal no passado dia 21 do corrente, proponho-vos uma passagem sobre uma poetisa pouco conhecida entre nós, trata-se de Alda Lara, uma angolana que viveu entre 1930 e 1962. É uma proposta da lusofonia, um pequeno contributo para que se fortaleça a ponte entre Portugal e os paises africanos de expressão portuguesa. Para aqueles que não conhecem Alda Lara, deixo aqui o poema "Testamento" que marcou muito da poesia africana. Reza assim:

TESTAMENTO

À prostituta mais nova

Do bairro mais velho e escuro,

Deixo os meus brincos, lavrados

Em cristal, límpido e puro...

E àquela virgem esquecida

Rapariga sem ternura,

Sonhando algures uma lenda,

Deixo o meu vestido branco.

O meu vestido de noiva,

Todo tecido de renda...

Este meu rosário antigo

Ofereço-o àquele amigo

Que não acredita em Deus...

E os livros, rosários meus

Das contas de outro sofrer,

São para os homens humildes,

Que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,

Esses, que são de dor

Sincera e desordenada...

Esses, que são de esperança,

Desesperada mas firme,

Deixo-os a ti, meu amor...

Para que, na paz da hora,

Em que a minha alma venha

Beijar de longe os teus olhos,

Vás por essa noite fora...

Com passos feitos de lua,

Oferecê-los às crianças

Que encontrares em cada rua...

Primavera, Bach e poesia

Ontem, como sabem, verificou-se o equinócio da Primavera. Mas perguntar-me-ão, que tem isso a ver com Bach e com poesia? Tem tudo a ver. É que ontem, celebrou-se o dia da poesia, e também ontem, se verificou mais um ano sobre o nascimento de Johann Sebastian Bach. Penso que tudo isto está ligado. A Primavera, com o prenúncio de melhor tempo, dias mais luminosos, é um quadro ideal para a celebração do dia da poesia, ela também, a celebração do belo, na maioria dos casos. E porque não, tudo isto, sublinhado com a bela música de J. S. Bach, que nos transporta, inexoravelmente, para outras dimensões. Assim, vos convido a celebrar a Primavera, se possível lendo um bom livro de poesia, com a música de Bach a sublinhar este idílio. Que proposta tentadora, para nos alegrar a vida, neste mundo cinzento em que vivemos...

Porquê? (Em defesa dos animais)

Não podemos ficar insensíveis a estas horrendas imagens. Vejam o vídeo no site que a seguir se apresenta. Façam-no circular por e-mail para todos os vossos contactos, e quando tiverem 500 assinaturas enviem-no para PETA2@peta.org . Que mundo é este em que vivemos? Estamos no século XXI e ainda existe esta barbárie, em prol do luxo de alguns, indiferentes ao sofrimento dos animais. Talvez lhes fizesse bem ver esta imagens.

>http://www.petatv.com/tvpopup/video.asp?video=fur_farm&Player=wm&speed=_med><http://www.petatv.com/tvpopup/video.asp?video=fur_farm&Player=wm&speed=_med>>

Não deixe este assunto ficar por aqui. Não compre roupas que utilizem peles de animais, mesmo que sejam de marca. Por trás desses objectos, está o sofrimento horrível de muitos animais. Se tiverem dúvidas, vejam o filme... mais uma vez, enquanto a coragem não vos abandonar. Não apoiem ou participem em desfiles de estilistas que, na confecção das suas roupas, utilizem as peles dos pobres animais. Uma famosa estilista portuguesa, afirmou a algum tempo, que continuava a utilizar as peles, porque gostava delas, e que os animais eram criados para esse fim. É contra esta estupidez que todos devemos lutar. Estas afirmações, bem como as imagens do vídeo que vos proponho, são bem o exemplo da menor idade da raça humana, contrariamente à opinião de muitos. Enquanto não formos capazes de respeitar os animais, não seremos capazes de nos respeitar a nós próprios e aos nossos semelhantes. "Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos cães", frase sábia de Victor Hugo, em pleno século XVIII. Chegados ao século XXI parece que nada aconteceu, parece que afinal não fomos capazes de evoluir assim tanto, se é que evoluímos alguma coisa. Porquê tudo isto? Que mundo é este afinal, em que vivemos...

Aí está o equinócio da Primavera

Eis-nos chegados à Primavera. As árvores que começam a florir, os campos que se vão pintando de verde, os pássaros que vão chilreando com mais intensidade. É o início dum novo ciclo de nascimento da mãe natureza. Que este novo dealbar sirva também para nos alegrar, para nos fazer entender a vida duma forma mais aberta, com um novo espírito de renovação. Alguém dirá, é apenas mais uma, mas porque não tornar esta diferente, e sermos capazes de encher a nossa vida de novas perspectivas face aos outros e a nós mesmos. Em breve, os dias ficarão mais alargados, com mais luminosidade, que essa nova luz penetre as nossas vidas. E não nos esqueçamos de amanhã saudar, mais uma vez, a prima... vera!!!

Fatucha Leite uma mulher com sabor a jazz 7

"Fatucha Leite Overacting Quartet, uma voz feminina, de características tímbricas fora do comum e uma "performance" de grande valor estético, como argumentos para uma formação que se dedica à recriação de grandes temas da música afro-americana, com um trio clássico cujo swing desperta a paixão pela dança". Este é um comentário do semanário Sol sobre a Fatucha. Palavras para quê? Está tudo dito...

Salário de pobreza - O outro lado da América

Barbara Ehrenreich é uma escritora e jornalista que decidiu mergulhar na América profunda dos trabalhadores de baixo salário. Deixou tudo para trás e durante algum tempo decidiu vestir a pele dessa gente que (sobre)vive com seis ou sete dólares por hora. Decidiu aceitar qualquer emprego que lhe surgisse, assim, passou pela limpeza doméstica, pelo trabalho num lar, servir às mesas e dobrou roupa num supermercado. Desta odisseia escreveu este livro, onde relata o lado oculto do trabalho na América. Chegou à conclusão que, muitos americanos ganham menos do que o necessário para viver, isto é, obterem rendimento para comerem e pagarem um alojamento. Sobre a leitura que Democratas e Republicanos fazem da situação, diz " o momento político favorece igualmente aquilo que parece quase uma 'conspiração de silêncio' sobre a pobreza e os pobres". Um livro a não perder, sobretudo para aqueles que não querem ficar com a imagem de postal ilustrado que nos chega através dos operadores turísticos. Quem conhece um pouco da América, e leu este livro, poderá chegar à conclusão de que afinal, nós na nossa pequenez acabamos por viver melhor do que outros, em países que, teoricamente, deveríam ter melhores condições do que o nosso. Talvez não sejamos tão ricos, mas seguramente, não seremos tão pobres. Apesar da tão propalada crise!

Última hora

O espectáculo de Fatucha foi adiado por motivo de doença do seu teclista Juca Rocha. Foi pena, mas estamos certos de que em breve puderemos ver esta dupla de peso da nossa música. Ao Juca endereçamos os votos de rápida recuperação. Logo que tenhamos mais dados sobre a nova data do espectáculo informaremos.

Fatucha Leite uma mulher com sabor a jazz 6

Atenção meus amigos, hoje sábado , pelas 00,30 horas não percam a actuação de Fatucha Overacting Duo no Indústria. Mais uma oportunidade de ver-mos esta grande artista, numa das suas incomparáveis interpretações. Não deixem de assistir a mais este evento, desta "mulher com sabor a jazz".

Aquecimento global

A iniciar este mês de Março, trago-vos um tema que todos já ouvimos falar, o do aquecimento global. Isto a propósito do DVD que foi posto à venda no nosso país com o título "Uma verdade inconveniente". Este é um tema que nos deve preocupar muito. Todos os dias vemos sinais de que algo está a acontecer. É normal ouvir-mos dizer que agora "o tempo parece que está diferente", que "já não existem primavera e outono", e outras fases do mesmo jaez. Contudo, é lícito perguntar que fazemos todos nós para que isto mude? Será que ficamos com a sensação de que não devemos fazer nada, só porque os outros também não fazem? Deixo-vos este repto, será que daqui a alguns anos não estaremos numa viajem sem regresso (se é que não o estamos já), a caminho duma nova era glaciar? Não deixem de ver este filme, ele pode fazer a diferença. A apresentação de Al Gore é muito interessante e apelativa. Não façamos disto, apenas mais um tema da moda, mas pensemos que uma atitude diferente da Humanidade pode significar a subsistência da espécie humana. Hoje temos conhecimento, de que noutros tempos, o planeta Terra já passou por períodos de eras glaciares, aprendamos com a História, e com o passado longínquo, à escala da espécie humana, mas seguramente curto, face à idade do nosso planeta. Já agora, e para que tenham algum orgulho no nosso país, vos digo que a Universidade de Évora preparou um aparelho que vai medir o aquecimento global ao nível dos polos. Será um contributo, provavelmente diminuto, dirão alguns, mas não deixemos de pensar que nesta nave que habitamos, se não a preservarmos, pereceremos com ela, todos... inexoravelmente.