Artur Rubinstein - 120 após o seu nascimento

Completam-se hoje 120 anos sobre o nascimento de Artur Rubinstein, nascido a 28 de Janeiro de 1887 na cidade de Lodz, na Polónia, oriundo duma família judaica. É considerado um dos maiores pianistas do século XX, e um verdadeiro virtuoso na música de Chopin e Brahms. Foi um verdadeiro cidadão do mundo, tendo vivido em Londres e nos Estados Unidos. É célebre a sua recusa em tocar na Alemanha durante o regime nazi. Viria a falecer a 20 de Dezembro de 1982, em Geneve na Suíça, com 95 anos de idade. Existem um série de discos verdadeiramente históricos com as interpretações sublimes de Rubinstein. Também existem DVD's onde se pode apreciar esta figura incontornável do século passado. Aqui fica a nota para os interessados.

La Fête Sauvage - Vangelis

Evángelos Odysséas Papathanassíu, em grego Ευάγγελος Οδυσσέας Παπαθανασίου, é mais conhecido como Vangelis (Βαγγέλης) (Vólos, 29 de Março de 1943) é um músico grego de renome internacional nos estilos neo-clássico, progressivo, música eletrónica e ambiente. As suas composições mais conhecidas são o tema vencedor do Óscar de 1981, com o filme "Chariots of Fire" (Momentos de Glória), a Banda sonora do clássico "Blade Runner", e mais recentemente, do filme bibliográfico sobre a vida de Cristóvão Colombo, “1492 - Conquest of Paradise”, com a música instrumental do mesmo nome que alcançou grande sucesso entre nós, bem como, no resto do mundo. Entre as suas composições, há o tema da Campeonato do Mundo de Futebol de 2002. Mas tudo isto tem a ver com uma questão que gostaria de colocar a todos vós. Em meados dos anos 70, Vangelis editou um disco fantástico chamado "La Fête Sauvage", que era, nem mais , nem menos, do que a banda sonora dum documentário com o mesmo nome sobre os comportamentos dos animais. Filme gravado em África, chegou a ser exibido pela RTP1 nessa altura, motivado talvez, pelo grande sucesso da música que o suportava. Tenho tentado procurar esse filme sem sucesso, até existe muita gente que desconhece a sua existência, o que não admira, visto só ter sido exibido em Portugal uma única vez, tanto quanto me lembro. Assim, gostava de saber se alguém conhece o filme e, em caso afirmativo, como o poderei adquirir. É algo que procuro à muitos anos. Vamos lá, dêem uma ajudinha...

Um pensamento para minha avó

Cumprem-se hoje 18 anos do falecimento de minha avó materna, Margarida da Silva Duarte, a "Guidinha", como era conhecida. Foi uma avó maravilhosa, a quem devo muito daquilo que hoje sou. Costuma-se dizer que avó é mãe duas vezes, e neste caso até o foi. Esteve sempre a meu lado nos momentos difíceis que a vida nos reserva, sempre com uma palavra de incentivo e de coragem. Era uma pessoa muito positiva, talvez até optimista, encarando sempre com muita força e determinação as agruras da vida, e incentivando os outros a assumirem com coragem e firmeza aquilo que a vida nos reserva, especialmente, aqueles momentos menos bons, porque todos passamos. Quando desapareceu à 18 anos atrás, deixou um grande vazio em mim, e em todos aqueles que a rodeavam, porque tínhamos a certeza que uma força vital se tinha extinguido. O seu marido, meu avô, foi um desses, que partiria um ano e meio depois para, como lhe ouvi muitas vezes dizer, "se lhe juntar". Estavam casados à cerca de sessenta anos, numa relação de muita proximidade e equilíbrio, com muito amor à mistura. Minha avó, com muita saudade, desejo que estejas em paz, aquela paz e tranquilidade que soubeste dar-nos a todos e que jamais esquecerei.

A vida é bela...

Hoje levantei-me com o verbo afiado, qual erudito. Lembrei-me da velha frase de Sófocles (496 - 406 a. C.) que dizia "a vida é bela quando não se raciocina". E é verdade. Nos dias de hoje, muitas vezes seria bom que não raciocina-se-mos para evitarmos ver com clareza os males que nos rodeiam. Tinha um amigo que, nos bancos da faculdade me dizia, que a ignorância é a fonte da felicidade. Quase que diz o mesmo que o filósofo, embora ache que este meu amigo nunca se debruçou sobre Sófocles. Há quem diga que os portugueses sofrem por antecipação, talvez seja a nossa sina, tão bem traduzida pelo fado, canção nacional, por alguma razão, talvez esta. Seria bom que nos levanta-se-mos sem estar a anticipar as coisas menos agradáveis do nosso dia que começa, não estaríamos a sofrer por antecipação, e quiçá, poderia ser que o desenrolar dos factos não seguissem aquilo que temíamos. Mas enfim, nem sempre o conseguimos, restando-nos apenas a firme vontade de puder superar as dificuldades que o destino nos vai colocando no caminho, dificuldades essas, que segundo alguns, são para ser ultrapassadas de modo a que possamos crescer. Vêm, lá estou a filosofar de novo...

Fatucha Leite uma mulher com sabor a jazz 12

Amanhã, dia 12, vai ser apresentado no B Flat em Matosinhos, o disco "Para os Amigos", com Fatucha Leite e Juca Rocha. O espectáculo vai ter lugar pelas 23 horas, e toda a receita deste evento reverterá a favor do Juca Rocha. Como os amigos são para as ocasiões, contamos com todos vós. Para além dum excelente espectáculo a que irão assistir com a chancela de Fatucha Leite, também está subjacente a solidariedade para com quem dela precisa neste momento. Não deixem de aparecer. A campanha de solidariedade continua, assim, quem quiser comprar o cd, pode fazê-lo no local dos espectáculos ou, em alternativa, encomendá-lo através do e-mail solidariedadejucarocha@gmail.com , o cd está a ser vendido a um preço simbólico de 10 euros.

Corelli - 295 anos após a sua morte

Arcangelo Corelli (Fusogano, Ravena, 17 de Fevereiro de 1653 – Roma, 8 de Janeiro de 1713) foi um compositor e violinista italiano.
Viveu muito tempo na Alemanha e a partir de 1682 em Roma. Escreveu, entre outras obras, 48 sonatas em trio (para dois violinos e contínuo), cujo estilo se tornou representativo deste género, tocando-se muito ainda nos nossos dias.
Corelli escreveu ainda 12 sonatas para instrumento solista (para violino e contínuo) e 12 concertos grossos (grossi, em italiano), com os quais influenciou o estilo musical da sua época.

Passando hoje o 295º aniversário do seu falecimento, não será de mais ouvir esta música sublime. Existem reedições, que apareceram recentemente no mercado, com a recriação das célebres folias que ele tão bem soube eternizar. No seu tempo, foi chamado de Orfeu, o verdadeiro arcanjo Corelli, fazendo o trocadilho de seu nome Arcangelo Corelli.

Fatucha Leite uma mulher com sabor a jazz 11

E eis que apareceu o tão desejado cd! Fatucha Leite sempre acompanhada pelo seu pianista de eleição, Juca Rocha, apresenta o seu primeiro cd com o título "Para os Amigos". Como já referimos neste blog, o disco destina-se a apoiar o Juca, que está a passar por um momento difícil, do ponto de vista de saúde. Assim, este disco teve a solidariedade de vários artistas, atitude tão comum às pessoas das artes. O disco não está disponível no circuíto comercial pelo que deve ser encomendado directamente à artista, através do e-mail solidariedadejucarocha@gmail.com . É altura de também nos unirmos nesta corrente de solidariedade adquirindo o disco. Já agora, gostava que os senhores das rádios, que têm feito orelhas moucas à grande artista portuense, oiçam o disco, e tirem as suas ilações. Não vem mal ao mundo, se reconhecerem que estiveram distraídos, apesar dos vários apelos feitos, o grave é continuarmos a lavrar no mesmo erro, fazendo de conta que nada se passa de significativo. Numa altura em que se prevêm várias reedições de grupos e artistas dos anos 60, dentro da música portuguesa, porque não divulgar este disco, dos nossos dias, duma grande artista, que acabou de ser gravado em Dezembro de 2007. Vá lá meus senhores, oiçam e permitam com que muitos portugueses oiçam aquilo que de bom, também se faz, entre nós.

Noite de Reis - Último ciclo da Natividade

Hoje comemora-se a noite de Reis, segundo a tradição judaico-cristã, é a altura em que os Reis Magos teriam chegado à gruta para adorar o Menino Jesus então nascido. É o último acto da Natividade, que se encerra hoje. Embora a data passe quase despercebida entre nós, existem países onde ela tem um significado muito especial. É o caso da nossa vizinha Espanha, onde hoje é um dia de festa com mais impacto do que o próprio Natal. É o dia em que proliferam os cortejos de rua, onde são distribuídas gloseimas aos mais pequenos e não só, mas é sobretudo à noite, quando no aconchego das suas casas, se trocam presentes, que é o atractivo maior para os mais pequenos e mesmo para os mais graúdos. E já agora não se esqueçam, se tiverem um amigo que professe a religião ortodoxa, e existem muitos entre nós, sobretudo com as migrações do leste europeu, saibam que no dia 7, próxima segunda-feira, se comemora o dia de Natal. Caso tenham no vosso rol de amigos alguém deste quadrante, não deixem de, na segunda-feira, lhe desejarem um Feliz Natal.

Dietrich Buxtehude - Um marco de composição do Barroco

Está disponível no mercado português, sob a forma de DVD, um excelente momento musical de Dietrich Buxtehude, compositor do século XVII, contemporâneo de J. S. Bach. O concerto chama-se "Membra Jesu Nostri". Trata-se duma série de composições de índole sacra, que utilizam salmos da Bíblia para louvar Jesus Cristo. Dietrich Buxtehude, compositor do Baroco, organista teuto-dinamarquês, apesar de nascido provavelmente na cidade de Bad Oldesloe, em 1637, vira a falecer em Lubeck em 9 de Maio de 1707, na época pertencente à Dinamarca (hoje território alemão), Buxtehude era de ascendência alemã e é considerado um dos representantes mais importantes do período barroco alemão. O pai, organista e mestre de escola em Bad Oldesloe, muda-se para Halsingburg, na Suécia, quando Buxtehude tinha um ano. O pai, também seu único professor de música por toda a vida, ainda se mudará para Helsingor, na Dinamarca, onde morrerá em 1674. Esta havia sido a cidade na qual Buxtehude cursara a Lateinschule.
Buxtehude assume a função do pai, de organista na igreja em Hälsingburg em 1658 e, em 1660 vai para Helsingor, e, posteriormente, para Lubeck, na Alemanha, onde é nomeado Werkmeister (gerente geral) e organista da Mariekirche em 11 de Abril de 1668, após concorrido concurso para um dos cargos mais cobiçados do norte do país. Casa-se, em Agosto desse ano, com Anna Margarethe Tunder, filha de Franz Tunder, seu antecessor nesta igreja. Esse era o costume da época, no qual o sucessor do organista da igreja deveria se casar com a filha do seu antecessor. A partir daí, e nos 40 anos seguintes, Buxtehude entraria na parte mais prolífica de sua carreira, principalmente considerando que sua obra era praticamente nula até então.
Buxtehude ganha prestígio com a retomada da tradição dos Abendmusik, que eram saraus vespertinos organizados na igreja, idealizados por seu antecessor inicialmente apenas como entretenimento para os homens de negócios da cidade, previstos para ocorrerem em cinco domingos por ano, precedendo o Natal. Mas Buxtehude ampliou grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito, com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da poesia secular. Também dedicou-se a outros géneros, como solos para orgão (variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registos de que existiram.
Em diversas ocasiões, foi visitado por compositores promissores da época, como Haendel e Mattheson, que o procuravam principalmente quanto à sua fama de organista. De todas as visitas, a mais notável foi a de Bach, grande admirador de sua obra. Bach prorroga a estada de quatro semanas inicialmente planeadas para quatro meses.
Buxtehude, a despeito da importância para a música alemã e de sua origem também alemã (a família era de Buxtehude, uma cidade a sudoeste de Hamburgo), sempre se considerou dinamarquês. Esta é uma oportunidade de adquirirem um grande concerto para ver e ouvir, música que nos transporta aos céus, foi essa a sua intenção, como era normal nos compositores deste período, que se exprimiam essencialmente duma forma religiosa, para louvor a Deus.