Siza Vieira e o Portugal maior
Confesso que hesitei em escrever sobre tão triste assunto que mais me parecia uma brincadeira de Carnaval. Mas não era, tratava-se duma apreensão dum livro numa feira de livros que se realizava em Braga. Tenho dificuldade em rever, passados trinta e quatro anos sobre a instauração da democracia em Portugal, que os novos censores tenham regressado. Tudo tem a ver com um livro de seu nome "Pornocracia" um romance da autoria de Catherine Breillat tendo na capa a reprodução dum célebre quadro de Gustave Courbet de 1866 (!) (quem diria!) que viria a provocar tamanha polémica. Alguns papás de Braga ficaram, pelos vistos, muito ofendidos. Estão no seu direito, mas não podem obstar ao direito dos outros. Como é que estes pais explicam aos filhos o sexo? Qual a educação sexual que lhes fornecem? Será que ainda explicam que as criancinhas vêm numa cegonha de França, como acontecia no meu tempo? Isto vem pôr a nu (atenção censores!), a hipocrisia que ainda existe na nossa sociedade, mas também a ignorância, a iletracidade de muitos, o analfabetismo de alguns. Esta atitude só nos vem mostrar que Portugal, para além dos esforços das autoridades, ainda não foi capaz de dar a cultura suficiente a este povo que faz com que continuemos a ser a chacota da Europa. A ignorância do tema, a confusão do termo "pornocracia" com "pornografia", a ignorância dum quadro famoso do século XIX, enfim, convenhamos que é ignorância a mais. Já agora, e porque este espaço não é o da crítica pela crítica, mas um espaço que se pretende culturalmente activo, aqui fica a explicação do termo "pornocracia" que, por exemplo, está disponóvel na Wikipédia, basta apenas um clique:
Nem por ser sexta-feira 13 nos esquecemos que amanhã é o dia de S. Valentim. Festa que entrou no nosso roteiro muito recentemente, mas que vai fazendo o seu percurso entre os jovens e os menos jovens que também querem reviver o amor de outros tempo, hoje assumido duma forma diferente. Nem a crise desmobiliza aqueles que acham que devem dar um novo alento à vida, onde o amor acaba por assumir um lugar importante. Tudo isto vem a propósito do