Turma Formadores Certform 66

Monday, May 25, 2009

João Bénard da Costa - A morte ao 74 anos de idade


Morreu a semana passada João Bénard da Costa, contava 74 anos de idade, e era sobretudo conhecido pela sua paixão imensa pelo cinema. Foi, entre outras coisas, o director da Cinemateca Nacional. Pela sua mão, muitos de nós tiveram encejo de ver alguns filmes que doutra maneira nunca teriam acesso a ver. Participou também em filmes como actor, e teve um programa de rádio de divulgação de cinema. Para homenagear o homem que dirigiu os destinos da Cinemateca mais de 20 anos, o filme “Johnny Guitar”, um filme de eleição para ele, foi exibido neste fim de semana, tudo pelo “Senhor Cinema Português”. Em “Amor de Perdição” e em outros filmes em que participou, Bénard da Costa adoptou sempre o pseudónimo Duarte de Almeida. Trabalhou sobretudo com Manoel de Oliveira – até fez de Papa João XXIII num encontro com o Presidente soviético Nikita Khrushchov (Michel Piccoli), numa curta-metragem integrada no filme “Cada um o seu Cinema”, que está em exibição em Lisboa, mas também com João César Monteiro “Recordações da Casa Amarela” e António-Pedro Vasconcelos (Aqui d’El-Rey!). Aqui fica o registo da sua memória, um vulto ímpar da nossa cultura que desaparece. Que esteja em paz.

Thursday, May 21, 2009

69º aniversário de António Vitorino d'Almeida


António Victorino Goulart de Medeiros e Almeida nasceu em Lisboa a 21 de Maio de 1940, celebrando-se hoje o seu 69º aniversário. É um grande compositor, maestro, pianista e escritor português. Depois de ter concluído os seus estudos no Conservatório de Lisboa com a nota de 19 valores, obteve uma bolsa para ir estudar em Viena, na Áustria. Acabou por lá fixar residência, onde viveria duas décadas. Após o 25 de Abril de 1974, António Vitorino d'Almeida foi nomeado adido cultural da embaixada portuguesa na Áustria. Tornou-se mediático no início dos anos 70, com uma série televisiva chamada "Histórias da Música" que a RTP transmitiu e que fazia uma simbiose perfeita entre a música, os compositores e a política. Sempre desassombrado na sua postura, na sua crítica política, viria a integrar, após os 25 de Abril de 1974, formações políticas mais radicalizadas à esquerda. Dedica-se, ainda hoje, à realização de programas de televisão sobre música. É pai das actrizes Maria de Medeiros e Inês de Medeiros. É uma figura incontornável da cultura portuguesa, que merece a nossa atenção. Aqui ficam os meus parabéns ao compositor, que esta data se repita por muitos e bons anos.

Tuesday, May 19, 2009

Chegaram as matrículas electrónicas


Foi ontem publicada a legislação que regulamenta a introdução dos "chips" nas matrículas, a que se convencionou chamar "matrículas electrónicas". Quem tiver "via verde" vai poder reconverter-se para esta nova modalidade, quem não tiver terá que implementar algo semelhante. Como ainda não foi regulamentada a sua implementação, bem como, a definição da empresa que vai coordenar esta situação, a sua obrigatoriedade será para 2010. Até lá, será definida a regulamentação, e só depois é que se torna obrigatória a sua implementação. À que nos mantermos atentos, para não acontecer o que aconteceu com a "lei dos poços".

Saturday, May 16, 2009

Ainda em torno dos Direitos dos Animais


Meus amigos, o debate em torno dos Direitos dos Animais, que a SIC exibiu na passada quinta-feira, dia 14, confesso que me soube a pouco. Contudo, é sempre importante trazer ao grande público esta temática, e por isso aqui fica um bem haja à SIC e ao seu programa "Aqui e Agora". Nestes programas aparecem por vezes pessoas que parecem viver noutro planeta fora da realidade. A representante dos veterinários das autarquias era uma delas. Quando se diz que os canis tratam bem os animais, é só ver como eles são captaurados. Não sei se já viram, mas podem crer que é uma imagem que fica para sempre. A desumanidade é muita nesses locais, quem lá está, na maioria dos casos, são pessoas que não gostam de animais e que não têm qualquer pejo em matá-los. Veja-se o polémico exemplo de Gondomar, que foi tornado público pelo JN com declarações de moradores, que diziam que os cães, para além de passarem fome e sede, eram abatidos à paulada. A autarquia perante o clamor público, decidiu mudar de local, e será que mudou de métodos? O assunto esqueceu, e porventura os pobres animais continuam a sofrer as investidas desapiedadas dos humanos. A outra senhora que clamava pela legislação que protegia os animais bastava para isso ir à PSP ou GNR, também não tem os pés bem acentes na terra. Como dizia o representante da Associação Animal, depende do humanitarismo de quem temos pela frente, caso contrário, nada se resolve, até porque maltratar um animal é, para muitos, um sinónimo de masculinidade, e atender a estes pedidos é sinal de fraqueza. Os pobres animais lá continuam a sua caminhada, por vezes penosa, beneficiando aqui e além da caridade de alguns que felizmente existem e cada vez em maior número, diga-se em abono da verdade. Ao fim e ao cabo, como está consagrada na nossa lei, um animal é uma "coisa", e não se pode ser penalizado por fazer mal a uma "coisa". Por mim, sei de que lado estou da barricada, e tentarei, sempre que possível, contribuir de alguma maneira para aliviar o sofrimento destes pobres infelizes que não pediram para vir ao mundo.

Friday, May 15, 2009

A crise financeira e a recessão V


Foram conhecidas hoje as novas projecções do Banco de Portugal, que foram acompanhadas pelo Governo. Daqui se pode extrair que a economia portuguesa está em situação pior do que aquela que achavamos, embora eu já em anteriores comentários desta série o dissesse. A crise veio para ficar e, infelizmente, não irá passar tão rapidamente como se pensa. O desemprego irá continuar a aumentar, com o inevitável cortejo de miséria e de instabilidade social que daí advirá. Mesmo os pequenos sinais que por vezes a economia dá, a nossa e as restantes, não significam que estamos a chegar ao fim deste ciclo infernal. O próprio governo português o disse hoje, porque não vale a pena esconder o que todos já viram, embora eu ache bem que, as autoridades tendam a desdramatizar a situação para não tornar as coisas mais penosas e conduzirem a que as populações baixem os braços e parem de lutar. Mas nunca percam de vista que a retoma quando existir será sempre antecipada nas bolsas cerca de um ano a um ano e meio para só depois ser percepcionada pelas populações. É o ciclo da economia que assim o determina, e nesta crise não será diferente. Assim, à que arregaçar as mangas, lutar por dias melhores, com a consciência de que estes não existirão ali à frente, eventualmente no fim deste ano. Desenganem-se, a crise veio para ficar, e irá continuar ainda por mais algum tempo.

Wednesday, May 13, 2009

Os Direitos dos Animais em debate II


Meus caros Amigos, de novo a SIC, através do seu programa "Aqui e Agora", vai debater de novo os Direitos dos Animais. O debate terá lugar na próxima quinta-feira, dia 14 de Maio, e será emitido logo a seguir ao Telejornal, como habitualmente. Desta vez, será sobre os animais domésticos, nomeadamente os cães e os gatos, que são deixados ao abandono, por carências económicas ou simplesmente por que se pensa que são um objecto que é bonito em pequeno e que quando cresce se deita fora. Outros pensam que as férias permitem tudo, e no Verão, o cenário trágico repete-se ano após ano. "O desenvolvimento dum país mede-se pela maneira como trata os seus animais" dizia Gandhi, e parece que apesar de termos aderido a um espaço importante como é a União Europeia, um espaço que se pretende de desenvolvimento e de paz, ainda estámos muito longe das metas desejadas. No entretanto, os animais vão-nos dando, cada vez mais, sinais da sua capacidade de sofrimento. Mais uma vez lembro o vídeo que indico na mensagem anterior (abaixo - Cão herói ou a nobreza do animal), para dele retirarmos aquilo que de bom e nobre existe dentro dum animal, no caso concreto, nos cães. Aqui fica esta nota, e um apelo à participação de todos aqueles que defendem os Direitos dos Animais. Vamos participar fortemente, como aconteceu no primeiro debate, para ver se com a nossa força possamos melhorar a condição de tantos pobres animais que não têm quem lhes dê voz.

Saturday, May 09, 2009

Cão herói ou a nobreza do animal


Isto ultrapassa tudo o que achava possível! Realmente, numa época em que cada vez mais, o ser Humano (falando no geral), se torna mais egoísta, os animais cada vez surpreendem mais pela positiva!!!! Se ainda têm dúvidas clickem no endereço que lhes indico e tirem as vossas próprias conclusões, http://sorisomail.com/email/3575/cao-heroi.html , isto é bem o exemplo que contraria aquilo que se diz sobre os animais, sobretudo as polémicas em torno das touradas e dos circos. Isto vem a propósito de hoje se ter chumbado na Assembleia da República a lei que proibía a utilização de animais no circo. Fiquei triste com o que vi, e ainda por cima vindo da esquerda, que por norma tende a ser mais humanista. Isto também é uma resposta a alguns que passaram pelo recente programa da SIC "Aqui e agora". A nobreza dum animal contrasta cada vez mais com a fealdade do ser humano. Embora existam excepções, mas a maioria pensa que os animais não têm direitos. É triste que assim seja, sobretudo neste século XXI que pressupunha um melhor crescimento do ser humano enquanto tal, mas parece que não é assim, afinal saímos das cavernas, mas elas estão aí tão perto, que tenho dúvidas do percurso que ainda temos que fazer. Como nota final, e como ouvirão no vídeo, o cão que estava em perigo salvou-se. Valha-nos isso.

Friday, May 08, 2009

A crise financeira e a recessão IV


A crise campeia, com cada vez mais extenso cortejo de desempregados. O perigo de deflação está cada vez mais à vista, o que nos deve deixar a todos muito preocupados. O Banco Central Europeu (BCE), baixou mais uma vez as taxas de juro, fixando-a em 1%, valor histórico que promete não ficar por aí. Existe uma necessidade urgente de reactivar a economia para evitar males maiores. Vejo com agrado a atitude dos EUA e da Grã-Bretanha de injectarem liquidez na economia, com emissão de grandes quantidades de moeda, atitude que não tem sido seguida pela UE que, neste assunto, tem assumido uma atitude mais conservadora. Teme-se um disparar da inflacção, mas temos que assumir que por agora esse receio é bem menor do que ter uma economia destroçada com níveis de desemprego inimagináveis com o impacto que este tem no tecido social. Penso que se não se tomarem atitudes rápidas, a sociedade caminhará para a vereda do caos, onde o elevado índice de criminalidade tende cada vez mais a aumentar. À que ser pragmático, nestes tempos de crise, onde a cura pode ser mais problemática do que a doença. Numa altura em que a banca tem lucros cada vez maiores, as empresas de maior dimensão também, (veja-se o caso da EDP, ainda hoje anunciado), onde os empregados são despedidos não por dificuldades das empresas, mas para que os níveis de lucro não baixem, temos que considerar que estamos na vereda da imoralidade que parece não incomodar ninguém, ou não haver força ou vontade política para pôr fim a este desaforo, que se não for travado porá em causa todos nós, e temo que o rompimento da cadeia social se dê a qualquer momento onde os valores civilizacionais como os conhecemos deixarão de existir com todo o impacto que daí advirá para a sociedade. À que tomar algumas medidas desde já, o não fazer nada, ou ter uma visão conservadora da economia, como tem sido o sinal dado pela UE, não me parece que ajude a resolver seja o que for.

Sunday, May 03, 2009

35 anos depois ainda existe intolerância


Ontem assistimos ao impensável, 35 anos depois da instauração da democracia em Portugal, ainda há quem pense que está no PREC. Os insultos e agressões de que foi alvo o candidato do PS às eleições europeias, Prof. Vital Moreira, significa bem que ainda existe uma cultura democrática por fazer, sobretudo nas forças que nunca aceitaram a democracia plural, a que chamam "burguesa". O não pedido de desculpas, quer por parte do PCP, quer por parte da CGTP, é bem o exemplo dessa intolerância e da falta de cultura democrática. Isto não é novo, e vindo do mesmo quadrante político. Todos nos lembramos do que aconteceu com o Dr. Mário Soares na Marinha Grande, quando era candidato presidencial, nos anos 80. Há pessoas que acham que só elas é que têm razão, e não são capazes de perceber que em democracia ninguém tem a razão toda. Por momentos, vi-me a relembrar o ano de 1975, onde o PREC fazia o seu percurso, e onde a intolerância ficou bem patente no período que passou à História como o do "gonçalvismo". Ficamos a saber que existem os saudosistas do "gonçalvismo", como existem os saudosistas do "fascismo", quer uns, quer outros, ainda não perceberam que a História moderna se escreve por outras linhas. A ironia de tudo isto, é que quando se insultava e agredia Vital Moreira, a RTP1 passava um excelente documentário produzido pela televisão de Cabo Verde sobre o Tarrafal. Todos se lamentavam sobre o que sofreram pela liberdade, mas depois têm este comportamento, bem digno da intolerância do regime anterior. Não está em causa o candidato, não está em causa o partido, isto é válido para qualquer candidato, para qualquer partido, porque acima de tudo está o respeito pela democracia, o respeito pela diferença, a tolerância e não o ódio. Fiquei triste, porque pensei que 35 anos depois, não voltaria a ver atitudes destas, que no fundo, só ficam com quem as toma.

Friday, May 01, 2009

1º de Maio - 35 anos depois

Hoje comemora-se o 1º de Maio dia do trabalhador. Entre nós nem sempre foi assim, neste dia, hoje de festa, eram frequentes as arremetidas da polícia sobre todos aqueles que o pretendiam celebrar. O 1º de Maio de 1974, o primeiro após a libertação do regime totalitário, foi uma festa grandiosa onde não se vislumbravam as diferenças que, logo no seguinte, se viriam a verificar. Foi uma manifestção sublime que percorreu todo o país, onde, para além de se celebrar a liberdade reconquistada, e o Movimento das Forças Armadas (MFA), o slogan que mais se ouvia era o de "nem, mais um soldado para a guerra". Esse slogan era empunhado, sobretudo, por jovens que não queriam ir matar ou morrer em África, em nome de uma causa que já nada lhes dizia. Hoje o 1º de Maio é mais uma data para o calendário, é mais um feriado que se banalizou, embora tenha sido usado como crítica às políticas do vários governos. Até nisso se standardizou. Este ano, com certeza, não irá escapar a crítica à crise, ao desemprego, e também servirá, em ano eleitoral, para afinar algumas estratégias e slogans para as próximas eleições. Será uma festa, como sempre o é em democracia, mas longe da unidade e do sentimento profundo que se viveu em 1974, em que para as gerações mais novas, era tudo novo, porque nunca tinham vivido em liberdade.