Intimidades reflexivas - 1644

"- Tenho saudades de minha casa, lá na Itália. - Também eu gostava de ter um lugarzinho meu, onde pudesse chegar e me aconchegar. - Não tem, Ana? - Não tenho? Não temos, todas nós, as mulheres. - Como não? - Vocês, homens, vêm para casa. Nós somos a casa. " - Mia Couto in 'O Último Voo do Flamingo'. Extrato de um diálogo entre o italiano e Deusqueira.

Porque...

Porque o dia em que deixares de tentar ser feliz, deixarás de viver... Muda o sentido e curva-te para dentro, é lá, na tua essência, que encontras a força que precisas para seguires em frente, sem medo da vida... Tenta, tenta sempre até que chores de alegria... Permite que o teu amanhã não seja só, e somente só, uma utopia...

Intimidades reflexivas - 1643

"A rotina não basta ao coração do homem. O grande desafio é, em cada dia, voltar a olhar tudo pela primeira vez, deslumbrando-se com a surpresa dos dias. É reconhecer que este instante que passa é a porta por onde entra a alegria." - José Tolentino Mendonça in 'Quotidiano'.

Sabe...

Sabe, "Sou feita disto. Dessas coisas que me comovem. Há tanto que as palavras não sabem traduzir, que às vezes acho que sou feita é desses silêncios tão absolutos, e tão cheios de significados..."

Férias e animais

Este é sempre o período nobre de férias entre nós e concomitantemente é o período onde existem mais abandonos. As 'merecidas' férias são sempre um inferno para os animais que são descartados como lixo. Não suporto isso, nunca o fiz, e desejo sempre as piores férias a esse lixo humano que o faz. E estou à vontade para o fazer porque depois de ter feitos férias de sonho durante muitos anos deixei de as fazer vai para 23 anos, isto é, desde o momento que minha mãe partiu para outra dimensão. A razão foi que ela me deixou três cachorrinhas e nunca fui capaz de as deixar, muito menos delas me descartar, em nome das tão 'merecidas' férias. Depois do meu último cão morrer, o Nicolau como muitos se lembrarão, pensei que era agora que iria ter direito a algum descanso, mas o destino tinha outros planos para mim. No fim da vida do Nicolau, começou a andar por cá uma gatinha ainda bebé que pensamos ser abandonada. Estou a falar da famosa Rosita. Mais tarde viemos a saber que tinha donos mas ela foi-se insinuando por cá até que começou a vir para casa, a dormir e comer por cá, embora diariamente fosse duas vezes visitar a irmã à sua casa. Hoje já nem isso faz, assumiu definitivamente que é aqui que quer estar. E de novo me vejo na mesma situação. Sei que um gato quer mais liberdade que um cão, mas esta gata, para além de dormir dentro de casa, segue-me como um cão para onde for. E novamente me vejo na mesma situação. Não consigo sair para as tão 'merecidas' férias em nome deste meu amor incondicional pelos animais. Não o fiz, nem o farei, porque para mim um animal é um ser muito importante para ser deixado para trás. Era como se fosse deixar um filho, ou um neto, para ir para a farra. Continuo a não entender aqueles que o fazem, como não entendo aqueles que me dizem para o fazer. Não sou elitista, mas neste assunto, sinto-me muito a cima de muita gente. E podem crer que tenho muito orgulho nisso. Boas férias a todos os que não descartam os animais ou os levam consigo. Todos os outros só vos desejo o pior porque não merecei sequer o ar que respirais.

"Salazar Confidencial - A História Secreta da Rede de Cunhas e Favores do Estado Novo" - Marco Alves

Salazar dizia que "há que regular a máquina do Estado com tal precisão que os ministros estejam impossibilitados de fazer favores aos seus conhecidos e amigos." Marcello Caetanos afirmava que "estava-se habituado a falar facilmente com os  ministros (...) Substituído o sistema parlamentar pela ditadura, a prática continuou". Durante quatro décadas, António de Oliveira Salazar recebeu milhares de cartas de amigos, familiares, ministros, padres e figuras ilustres da elite do Estado Novo. Mendigavam ao presidente do Conselho favores, ajudas e cunhas para obterem um cargo, uma promoção, uma casa em Lisboa ou uma palavra de Salazar para intervir em todo o tipo de problemas, incluindo em processos judiciais e em casos de crime, violência e adultério envolvendo figuras notáveis da sociedade. É a primeira vez que toda a correspondência particular enviada a Oliveira Salazar é tratada para um livro, numa investigação exaustiva sobre 2446 processos individuais, de onde se analisaram 70243 páginas de cartas, relatórios, currículos e fotografias. Os documentos mostram os surpreendentes bastidores do Estado Novo, expondo a intimidade de um regime sustentado em cunhas e favorecimentos pessoais. Para aqueles que acham que a corrupção impera em democracia será bom que leiam atentamente este livro. Talvez percebam bem melhor o que era o 'antigamente' e o que é 'hoje'. Apenas uma perspetiva. Quanto ao autor Marco Alves é jornalista, nasceu em 1977 e vive em Lisboa. Está desde 2011 na revista SÁBADO, onde atualmente escreve sobre política nacional e temas relacionados com o exercício de cargos políticos: corrupção, endogamia, contratação pública, peculato e tráfico de influências. É autor de vários artigos sobre António de Oliveira Salazar e o Estado Novo. Escreve semanalmente sobre livros no Jornal de Negócios. A edição é da Ideias de Ler. Um livro a merecer uma atenção bem atenta e cuidada.

Andarei pelo mundo...

Andarei pelo mundo removendo muros e construindo pontes. Retirando pedras e semeando flores. Andarei, mesmo cansada, caminharei. Mesmo no meio da ingratidão, persistirei. Andarei pelo mundo espalhando amor, esperança e gratidão, andarei, mesmo no meio do ódio persistirei, mesmo no meio do caos, da confusão e da maldade, não desistirei. Andarei, mesmo com dores, andarei. Mesmo no meio do desprezo e da indiferença não me deixarei contagiar. Andarei até Deus querer, mas andarei.

Ana Silvestre

9 anos depois...

Passam hoje 9 anos sobre o falecimento da minha querida Tuxa - para quem segue de perto estas minhas indicações, a Tuxa foi a mãe adotiva do Nicolau - e dela guardo uma eterna saudade. Abandonada ainda jovem em frente à casa onde então vivia na Maia, esta boxer veio a ser adotada e preencheu durante muitos anos a nossa casa. Sempre alegre, muito forte, e resiliente, a Tuxa rapidamente se adaptou a nós e à Bebé (uma outra cadela abandonada também à minha porta). Depois da Bebé partir, a Tuxa ficou pouco tempo sozinha, o Nicolau viria ocupar esse espaço e ela criou-o com um amor ilimitado, sempre presente e atenta. Foi uma grande companheira, por isso, dela guardo uma enorme saudade. 9 anos volvidos ainda me recordo daquela tarde de sábado, bem quente, e do relvado para onde quis ir, e onde passava muito do seu tempo, onde esteve abrigada por um guarda sol até à hora de partir. Pediu água que logo lhe dei. Bebeu sofregamente e caiu lentamente na despedida da vida. O Nicolau assistiu a tudo e depois de a ver sepultada no dia seguinte, por lá ia todos os dias durante cerca de um ano, junto da sepultura se deitava como se rezasse. Foi comovente assistir a tudo isto. Ambos já partiram, ambos já são memória. Mas é aquela recordação intensa que, embora triste, não deixa de aquecer o coração. Que estejas em paz, Tuxa!

Intimidades reflexivas - 1642

"Não digas nada, dá-me só a mão. Palavra de honra que não é preciso dizer nada, a mão chega." - António Lobo Antunes

Intimidades reflexivas - 1641

"Não podemos exigir que os outros sejam como queremos, pois nem nós somos." - Lao Tsé (604 a.C.-517 a.C.)

Intimidades reflexivas - 1640

"Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar as minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro." - Mia Couto

Intimidades reflexivas - 1639

"Quando um amigo parte em viagem e me pergunta se desejo que me traga alguma coisa, respondo sempre o mesmo: “Traz-me uma história." É através das histórias que melhor vemos o mundo e nos deixamos surpreender por ele. Uma história é um presente magnífico, porque é um fragmento de vida, não apenas de paisagem." - José Tolentino Mendonça

Intimidades reflexivas - 1638

"O segredo, querida Alice, é rodeares-te de pessoas que te façam sorrir o coração. É então, e só então, que estarás no país das maravilhas." - Lewis Carroll (1832-1898) in 'Alice no País das Maravilhas'.

Intimidades reflexivas - 1637

"É curioso ver que quase todos os homens de grande valor têm maneiras simples; e que quase sempre as maneiras simples são tomadas como indício de pouco valor." - Giacomo Leopardi (1798-1837)

Intimidades reflexivas - 1636

“Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada.” - Sigmund Freud (1856-1939)

Intimidades reflexivas - 1635

"A sabedoria é o conhecimento da nossa insignificância diante da vastidão do Universo." - Giacomo Leopardi (1798-1837)

Intimidades reflexivas - 1634

"Por todas as razões e mais uma. Esta é a resposta que costumo dar-te quando me perguntas por que razão te amo. Porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém. Porque não pode haver nem há só uma razão para te amar. Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga. E porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras. Amo-te porque quero amar-te e porque tenho necessidade de te amar e porque amar-te é uma aventura. Amo-te porque sim mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões. Mas há mais uma: porque não pode existir outra como tu." - Joaquim Pessoa (1948-2023)

Intimidades reflexivas - 1633

"A sabedoria é mesmo feminina. Correndo o risco de me repetir ou citar a mim mesma, direi que a «sophia» é feminina. A sabedoria é feminina e a filosofia é masculina. O homem enamora-se da sabedoria, mas nunca chega lá." - Natália Correia (1923-1993)

Intimidades reflexivas - 1632

"Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem." - Miguel Esteves Cardoso

Não sou uma mulher qualquer

Não sou uma mulher qualquer. Sou a mulher a quem a vida ensinou o sabor amargo de escolher o que estava errado. Já não tenho tempo para meias palavras, nem para sonhos coloridos pela ilusão. O que quero é ter a ousadia de caminhar de cabeça erguida pelas ruas do mundo que não me sabe compreender.

Sofia Flor Rocha

Conheces alguém...

Conheces alguém que se sinta feliz com a sua própria vida e que infernize a vida dos outros? Não, pois não? Claro que não. Porque quando as pessoas estão felizes com o que são e com o que têm, deixam de ter tempo ou disposição para serem más ou mesquinhas. Então é isto que eu te desejo: amor-próprio, amizades sinceras, coração puro, paz e muito amor por todos.

Ana Silvestre

Um dia ela se encheu. Se encheu das brigas. De ficar madrugadas, a derramar lágrimas no travesseiro. Da falta de cuidados e carinhos. Das mentiras. Das palavras ditas, também das não ditas. De viver cheia de quase nada, no fundo vazia. Não quer mais migalhas. Quer o amor e o respeito que merece. E não quer pouco! Percebeu que felicidade, não se recebe de alguém. Vem de dentro. Disse a si mesmo: "Sou filha do Sol, repleta de luz. E a única dona da minha vida."

Centenário de Mário Cesariny

No centenário de Mário Cesariny, mestre do surrealismo português.

poema

Faz-se luz pelo processo

de eliminação de sombras

Ora as sombras existem

as sombras têm exaustiva vida própria

não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela

intensamente amantes loucamente amadas

e espalham pelo chão braços de luz cinzenta

que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz

não ilumina realmente os objectos

os objectos vivem às escuras

numa perpétua aurora surrealista

com a qual não podemos contactar

senão como amantes

de olhos fechados

e lâmpadas nos dedos e na boca

Mário Cesariny

Intimidades reflexivas - 1631

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro." - Clarise Lispector (1920-1977)

No rescaldo da JMJ 2023

Terminou ontem as JMJ 2023 com um tremendo sucesso. Portugal foi mostrado ao mundo através das imagens da RTP - a quem dou os meus parabéns - que abriram os telejornais por aí fora. Mas apesar deste sucesso há ainda quem pense em denegrir tamanho evento - há sempre alguém que o faz - pessoas que, talvez, nunca tenham tido capacidade de construir seja o que for. Com certeza que o mundo olhou para o que se passava entre nós e não ficou indiferente. Agora, há que fazer o inevitável balanço para se saber qual foi o retorno financeiro de tudo isto e se o ouve. Mas enquanto se vai apurando essa análise não posso deixar de tecer algumas linhas sobre o tema. Ontem causei incómodo quando disse que o Papa Francisco (que muito admiro por sinal) teria sido uma lufada de ar fresco. E foi-o sem dúvida. Todos sabemos que a resignação de Bento XVI se deveu, entre outras coisas, quando teve a noção do tsunami que aí vinha. Bento XVI era um intelectual e não exatamente um homem de ação. O Papa Francisco é precisamente o contrário. Que o digam os defensores LGBT que viram a maneira como os casamentos homossexuais foram olhados e o que foi dito. Que o digam os seus pares da Cúria, quando se tornou pública a questão da pedofilia da Igreja e o modo duro como Francisco tratou do caso. A maneira como lidou com a crise do Banco Ambrosiano quando outros o tentaram ocultar. Francisco fez sair muitos dos esqueletos que existiam nos armários do Vaticano e que não lhe trouxeram popularidade entre os seus. De facto, ele tem feito a diferença. Mas há sempre alguém capaz de ir buscar assuntos colaterais só porque sim. O caso de trazerem a questão animal para o meio das Jornadas, é bem evidente. Toda a gente conhecia o propósito e a agenda das JMJ 2023 há muito tempo. Todos sabiam que este tema não estava lá. Não porque não devesse, apenas não era tema desta altura. Pois logo apareceram algumas pessoas a tentar atirar lama sobre alguém. Só mostraram que a sua intenção era bem outra. Falar mal da Igreja neste momento virou moda e, para alguns, sinónimo de inteligência. Que pobreza intelectual anda por aí. A questão animal - que me é muito cara - não pode ser olhada com histerismos, gritaria, insulto. Porque nada disso beneficia a causa e os seus destinatários finais, os animais. Faz-me lembrar uma situação que se passou comigo há um par de meses. Fui convidado para almoçar na casa dum amigo. Um grande defensor da causa animal com obra feita e reconhecida por muitos de vós. Só que na mesa estava uma valente peça de carne assada. Questionei-o sobre isso, e ele disse-me apenas que a causa dele era para com cães e gato. (Pelos vistos os outros não eram animais dignos de serem defendidos). Casos destes de verdadeira estultícia existem muitos e talvez alguns de vós também conheçam. Nestes 'defensores de animais' não me revejo. Não venham com argumentos mais ou menos convincentes porque para esse peditório não dou. Até vi argumentos sobre a não ida à Ucrânia! Todos os argumentos serviram para apontar o dedo (tal como aqueles que queriam apedrejar a mulher adúltera). Mas deixe que vos diga o seguinte. O conflito entre a Ucrânia e a Rússia tem vindo, tanto quanto me é dado saber, a ser conduzido pela sua diplomacia. Não aquela em que os jornalistas são avisados para aparecer, mas a diplomacia discreta, invisível. Disso me chegou ecos dum conhecido vaticanista que muitos de vós veem variegadas vezes nos canais de televisão generalistas. Deixem-me que aqui faça um pequeno desvio para dizer que há uns tempos atrás alguém me questionou da posição da China e dos EUA. Na altura informei quem me contactou que a questão política fica muita vezes relegada para segundo plano face à questão económica. E neste caso é claro, a China detém uma parte substancial da enorme dívida americana neste momento. Só que a China quer dominar o mundo e não faz segredo disso, enquanto o Vaticano não, porque sabe que não o pode fazer, embora também detenha alguma dívida de alguns países. O Vaticano é um estado sem armas, a sua arma preferencial é a diplomacia e essa, podem crer, é muito eficiente. Há muita documentação para os interessados sobre este assunto. E, como me dizia alguém, nem sempre o caminho mais curto entre dois pontos é uma linha reta. O texto já vai longo e estes temas que aqui trouxe davam um livro com muitas páginas. Daí o falar apenas superficialmente e não aprofundar cada um deles, coisa que me agradaria fazer. Mas a título de conclusão, posso dizer que me senti muito satisfeito com as JMJ 2023. Como cristão, católico, defensor de animais e das minorias, vegetariano, sinto-me orgulhoso com o que vi. Não me senti incomodado com nada porque tudo decorreu 'à la lettre' conforme programa à muito conhecido. Foi um momento alto e Portugal saiu prestigiado deste evento. Parabéns aos jovens e à organização. Se alguns não se reviram nas JMJ 2023 pois terão sempre o campo fértil da crítica, do argumento fácil, terão no limite, a sua própria incongruência. Mas como diz o jargão popular 'temos pena'!

Silêncios...

Todos ouvem teus barulhos. Alguns, tua voz. São raros os que ouvem teu silêncio.

"Twisted Lies" - Ana Huang

Ele fará qualquer coisa para tê-la. . . inclusive mentir. Charmoso, mortal e inteligente o suficiente para escondê-lo, Christian Harper é um monstro vestido com os ternos perfeitamente ajustados de um cavalheiro. Ele tem pouca utilidade para a moral e menos ainda para o amor, mas não pode negar a estranha atração que sente pela mulher que mora apenas um andar abaixo dele. Ela é o objeto de seus desejos mais sombrios, o único quebra-cabeça que ele não consegue resolver. E quando surge a oportunidade de se aproximar dela, ele quebra suas próprias regras para oferecer a ela um acordo que ela não pode recusar. Todo monstro tem sua fraqueza. Ela é dele. Sua obsessão. Seu vício. Sua única exceção. Doce, tímida e introvertida, apesar da sua fama nas redes sociais, Stella Alonso é uma romântica que mantém p seu coração numa gaiola. Entre os seus dois empregos, ela tem pouco tempo ou desejo de um relacionamento. Mas quando uma ameaça do seu passado a leva aos braços - e à casa - do homem mais perigoso que ela já conheceu, ela fica tentada a se permitir sentir algo pela primeira vez em muito tempo. Porque, apesar da natureza fria de Christian, ele fala sentir tudo quando está com ele. Apaixonado. Protegido. Verdadeiramente desejado. O amor deles é distorcido com segredos e manchado por mentiras... e quando as verdades forem finalmente reveladas, elas podem destruir tudo. Twisted Lies é um romance de namoro falso fumegante. É o quarto e último livro da série Twisted, mas pode ser lido separadamente. Aviso: a história contém conteúdo explícito, violência, palavrões e tópicos que podem ser delicados para alguns leitores. Por favor, veja dentro do livro para uma lista detalhada. Ana Huang é autora de vários romances, líderes de vários top de vendas. 'Twisted Love' é o primeiro livro de uma série de quatro títulos que incendiou as redes sociais e transformou Ana numa das mais populares autoras de romances contemporâneos. Os direitos foram vendidos em 20 países.

O Repinhas morreu

Soube à minutos que o meu querido Repinhas morreu. Morreu no fim do mês passado tanto quanto fui informado. Veio-me logo à memória tudo aquilo que ele passou desde que nasceu, o muito que sofreu, as muitas lágrimas que chorei por ele e pelo resto da matilha que alimentei durante 17 anos. Lembro-me bem desse ser pequeno, frágil mas alegre na sua miséria e inocência. Sei o que ele passou, tal como os outros, quando roubavam a ração que lá deixava. Lembro-me da água adulterada com excrementos humanos em dias de canícula, só para que não bebessem. Sei das vezes que andou fugido quando pessoas sem coração chamavam o canil para o levar. Sei do que sofreu nas intempéries, como naquele dia em que o vi coberto de geada, ele e a sua mãe Sheila, a tiritar de frio em cima dum sofá velho. Lembro-me como lhe limpei as costas, a ele e à mãe, e do olhar agradecido que me enviaram. Lembro-me de tanta coisa que aqui nem quero recordar por tão doloroso que é. Lembro-me como, nas semanas que antecederam o seu resgate, ele me procurava e logo vinha a correr quando me via. Como deixava que eu o afagasse. Talvez só eu o fizesse, mas disso não tenho a certeza. Depois do resgate foi para à longínqua Bragança e depois para Macedo de Cavaleiros. Lá ficou com outros amigos vítimas do infortúnio como ele. E espero que tenha tido um fim de vida digno. Porque o merecia pelo muito que sofreu numa vida dura e desgraçada com que o destino o brindou. Na altura não podia ficar com ele. Quando tive condições para tal, já ele estava integrado num outro grupo em Macedo de Cavaleiro. Hoje o meu coração sofre. Hoje o meu coração chora. Dirão era apenas um cão. Para mim era muito mais do que isso. Gostaria de saber quantas pessoas teriam a resiliência para enfrentar o seu destino como ele teve. Aqui, bem longe do local onde terminou os seus dias, sofro. Só me resta a esperança de que tenha passado a ponte do arco-íris e esteja num lugar melhor. Junto da sua família, junto dos seus semelhantes. Aquela família que conheci e por que tanto lutei. Um obrigado à Margarida Ferreira por me ter ajudado a resolver este problema que me parecia insolúvel. Um obrigado à Cris Pinto pela adoção deste ser infeliz mas lutador e combativo. Hoje é um dia de luto para mim. Descansa em paz, Repinhas!

Intimidades reflexivas - 1630

"Facts get shares; opinions get shrugs." (Os factos geram partilhas; as opiniões geram um encolher de ombros). - Steve Bannon

Benvindo Papa Francisco!

Aqui está. Chegou finalmente para as cerimónias das Jornadas Mundiais da Juventude. Benvindo Papa Francisco! Tem Portugal definitivamente aos seus pés.

Intimidades reflexivas - 1629

"Não tens necessariamente que escrever para ser um poeta. Algumas pessoas trabalham em postos de gasolina e são poetas. Eu não me intitulo um poeta, porque não gosto da palavra. Eu sou um trapezista." - Bob Dylan