Tuesday, December 31, 2024
Feliz Ano Novo 2025!
Como vem sendo habitual o fim de ano é sempre um tempo de balanço e de reflexão. 2024 não foi exceção. Este ano que está a findar foi um daqueles anos que se pode chamar de 'annus horribiles' porque na sua essência foi um ano de perdas. Mas também de separações que mostraram bem a essência do ser dito humano, muitas vezes travestido de hipócrita amizade. Quando um novo ano começa é sempre tradicional pensarmos que este é que vai ser aquele ano por que tanto esperávamos, mas nem sempre é assim. Foi o que se passou com este de 2024. No primeiro trimestre tive aquilo que parecia impensável. Fruto de atitudes lamentáveis que me escuso aqui de explicitar por tão sórdidas que são, levaram a uma perda valiosa e irreparável para a minha querida afilhada Inês. Ela sempre acaba por ser o elo mais fraco e é sobre ela que tudo acaba por cair. Nunca pensei ter que tomar a atitude que tive que tomar, mas não havia alternativa. E isso dói porque a Inês não tinha culpa, mas arcou com a culpa alheia e pagou bem caro por isso. É um daqueles casos em que a esperteza saloia levou a melhor sobre a inteligência desanuviada. E quem paga é sempre quem nada tem a ver com isso. Mas seja como for a Inês contará sempre com o enorme amor dos seus padrinhos mesmo que mais nada reste e isso é o mais valioso de tudo. Isso deixou-me prostrado porque sempre fui avesso a injustiças e aqui foi uma injustiça que foi feita embora nada mais pudesse ser diferente. Mas quando pensei que o ano já me tinha dado o pior, porque inesperado, o destino achou que ainda haveria de ter que enfrentar mais provações. E não tardaram. Em Maio fui surpreendido, ou talvez não, com a perda duma grande Amiga, uma grande Senhora, muito dedicada à causa animal. Foi nesse meio que nos cruzamos e daí veio a surgir uma grande e profunda amizade. Teve um problema de saúde grave que, em determinado momento, pareceu debelado, mas as coisas complicaram-se e a Paula Maia, é dela que falo, partiu para outra dimensão. Tínhamos agendado uma conversa telefónica, como aliás fazíamos diariamente, e quando a chamada chegou, pensei que era a Paula, mas não, era o seu irmão a dar-me a triste notícia. E mais uma vez me senti prostrado porque a Humanidade tinha perdido uma grande pessoa e os animais uma grande benfeitora e eu uma grande Amiga. Mas como diz o jargão popular 'não há duas sem três' e isso foi o que se veio a verificar. Em Agosto veio-me a notícia inesperada duma jovem e querida Amiga a Sofia Flor Rocha que viria a perder a vida num acidente de viação. Foi ainda mais brutal do que a situação anterior. A minha menina da Foz tinha-me deixado. Tinha falado com a Sofia no dia anterior por volta das 23,20 horas, não prevendo que poucas horas depois, ela também deixava este plano astral. Com uma vida ainda com muito por viver, ela também uma amiga dos animais, mas com outras valência que a força e a determinação da sua juventude lhe impunham, foi mais uma perda irreparável para mim. Tínhamos agendado uma conversa para esta altura, Novembro ou Dezembro, sobre algo que ela tinha em vista no seu regresso ao Porto, depois de vários anos a trabalhar em Lisboa. Mas esta conversa não aconteceu porque o destino assim o determinou. Ficamos sempre com uma sensação estranha de algo que faltou dizer quando estas situações acontecem que vão corroendo a alma. Mas as coisas são assim e contra isso nada podemos fazer. Por tudo isto, este foi uma daqueles anos para esquecer. Já há muito que não passava por tal, em boa verdade, nem me lembro de ter tantas perdas num só ano, o que torna ainda mais este como um dos mais aziagos dos últimos tempos. Mas a vida é o que é, e contra isso não há determinismo que se imponha. Mas a essência da vida leva-nos sempre a esperar que o próximo seja melhor, tal qual pensava que este o seria quando aqui vim falar, à um ano atrás, sobre o início de 2024. Mas não foi assim e apenas a intenção de ser diferente para melhor nos move. E aqui estou como à um ano, a desejar que o próximo de 2025 seja bem melhor do que este que findou. Sempre com aquela vã expectativa de que este será aquele ano, nunca esperando que tal não se concretize. E é com estas ideias sombrias que venho aqui desejar um Feliz Ano Novo de 2025. Que este ano que se aproxima sejam bem melhor do que aquele que ora finda. Para pior já basta assim. Feliz Ano Novo!
Monday, December 30, 2024
Incoerências (da Meta)
Confesso que me sinto cada vez mais perplexo e incomodado com esta gente do Facebook. Que são gente com cultura rasteira já à muito que percebi. Mas agora revelam uma nova faceta a da incongruência. Ontem publiquei um vídeo que me foi disponibilizado pelo Google fazendo uma espécie de resumo do ano 2024. Esse vídeo vem acompanhado com uma música que nem sei de quem é, mas que lá foi colocada pelo Google e não por mim. Por estranho que parece silenciaram o vídeo por ir contra uma coisa qualquer, sem sentido. Se têm que reclamar é ao Google e não a mim que apenas o partilhei. Será que esta gente anda mesmo bem, ou precisa de alguma atenção clínica? Não compreendo, nem quero compreender esta barafunda. Não costumo chafurdar no pântano que alguns habitam. Isso não. Sou seguramente mais do que isso.
Sunday, December 29, 2024
Saturday, December 28, 2024
Friday, December 27, 2024
Thursday, December 26, 2024
Intimidades reflexivas - 1858
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!" - Florbela Espanca (1894-1930)
Wednesday, December 25, 2024
Tuesday, December 24, 2024
Feliz Natal!
E eis-nos chegados de novo ao Natal. Mais um ciclo que se encerra, mais uma ano retirado à nossa existência. Sempre me confronto com um sentimento agridoce em todas as grandes celebrações do calendário porque: ou são pautadas pela hipocrisia, ou pela maldade, ou pela ignorância. O Natal, infelizmente, não foge a esta regra. Este deveria ser um tempo solidário, ou melhor dizendo, mais solidário, mas não é assim. Quem se lembra do seu semelhante atirado para as veredas da vida, por culpa própria ou não isso agora não é o mais importante, mas que ignoramos na nossa sobranceria de quem tudo ou cause tudo tem e acha que nada pode mudar na sua vida. Quantos velhos abandonados nos hospitais sem que os familiares se lembrem se quer deles, podem alegrar-se com o Natal? Quantos velhos abandonados nos lares acham que esta época é mais amistosa para eles? Quantos jovens presos nas garras da ignorância, droga e tantos outros males, pensam do Natal? E nós, o que fazemos para que seja tudo diferente? E se somos assim para os nossos semelhantes, que dizer dos animais que andam por aí. Escorraçados, com fome e frio, sem abrigo para as intempéries, e já agora, dos outros a quem sacrificamos a vida em troca duns minutos de prazer á mesa? E também a natureza terá razões de queixa, especialmente pelo sacrifício de tantas árvores que servirão de ornamento por algumas semanas para logo serem jogadas ao lixo ou para serem queimadas nas lareiras? Será tudo isto Natal? Afinal a que reduzimos o Natal? A um conjunto de prendas, quase sempre inúteis, a uma mesa farta para alimentar a gula, duns ornamentos naturais que podiam ser substituídos por outros artificiais. Onde está a espiritualidade que o Natal encerra? Quem se lembra disso e quem ainda a cultiva? Afinal transformamos o Natal num comércio e nada mais do que isso. Como já aqui disse algumas vezes, esse não é o meu Natal. Nunca o foi em boa verdade. Embora aqui e ali me penaliza por ter cedido em alguns items devido a visitas que pensam de maneira diversa. Mas mesmo rodeado de gente, sempre consegui abstrair-me um pouco para aquela espiritualidade que tão importante é para mim. Ultimamente tem sido assim porque sem essa vertente reflexiva o Natal é apenas mais um dia como outro qualquer. Fiquem lá com a vossa mesa recheada de vidas tiradas em prol da gula, fiquem lá com os vossos presentes inúteis, fiquem lá com a vossa falsa alegria. O meu Natal não é esse. Porque o Natal é tudo menos isso. É o tal tempo de espiritualidade, de rever aqueles que estão ausentes do nosso convívio, de refletir naquilo que foi, ou tem sido, a minha vida. Esse é o meu Natal! Poderão achar estranho, bizarro até, mas pensem que o mesmo penso eu do vosso. Feliz Natal!
Monday, December 23, 2024
Para refletir neste Natal
Com tanto brilho de luzes, com a ansiedade dos presentes esperados, com a mesa farta até dizer basta, quem se lembra da essência simples do Natal, aquele do presépio que teimamos em esquecer na fúria consumista que nos avassala. Quem, nesta época especial, recorda o Natal dos simples? O Natal dos desafortunados, dos animais maltratados, da natureza vilipendiada? Pensem bem nisto quando amanhã estiverem sentados à mesa para celebrar a noite de Natal.
Sunday, December 22, 2024
Um Natal solidário
Neste Natal que se aproxima é altura de lembrar aqui duas grandes amigas que desapareceram da minha companhia este ano. Refiro-me às minhas queridas amigas Paula Maia e Sofia Flor Rocha. Com o espaço de três meses, estas duas grandes amigas partiram deste plano astral. Já muito falei de ambas ao longo deste ano que se aproxima do fim, mas quero aqui também englobar as suas respetivas famílias. Porque este será o primeiro Natal feito destas ausências e eu sei por experiência própria o quanto isso é duro. Por isso, aqui me quero solidarizar com as famílias destas duas grandes mulheres porque este será para elas um Natal diferente, mais vazio, um Natal de ausentes como lhe costumo chamar. Até para mim, este Natal terá a pairar a memória destas duas grandes amigas. Porque ser amigo também é ser solidário, é sofrer ao lado e com o outro, é chorar a sua ausência. Estas situações também servem para nos lembrar a fragilidade da vida, o quanto ela é fugaz, embora na nossa ignorância achemos que somos eternos até que o infortúnio nos bata à porta. E a vós Paula e Sofia espero que estejais bem, que lá onde estiverdes estejais em paz!
Saturday, December 21, 2024
Chegou o Inverno
O inverno tem início hoje dia 21 de dezembro de 2024 (sábado), às 09h21. Esse é o momento exato em que ocorre o Solstício de inverno, evento astronómico que marca o início dessa estação. O inverno é chamado de "inverno boreal" no hemisfério norte, enquanto é chamado de "inverno austral" no hemisfério sul. É a estação mais fria e desconfortável de todas.
Friday, December 20, 2024
Thursday, December 19, 2024
Como um postal de Natal / Like a Christmas postcard
COMO UM POSTAL DE NATAL
Nesta caminhada em direção ao Natal quero lembrar todos os animais que sofrem duma forma ou de outra às mãos do ser humano. Deixo aqui algumas fotos de animais que foram meus, mas também de outros que são de ninguém. Para além destes outros existem embora não tenha fotos deles. Para eles que também seja Natal lá onde estiverem. Eles foram muito importantes na minha vida e tornaram-me um ser melhor. Feliz Natal para todos vós!
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LIKE A CHRISTMAS POSTCARD
On this journey towards Christmas I want to remember all the animals that suffer in one way or another at the hands of humans. I leave here some photos of animals that were mine, but also of others that belonged to no one. In addition to these, others exist although I don't have photos of them. May it also be Christmas wherever they are. They were very important in my life and made me a better being. Merry Christmas to all of you!
Wednesday, December 18, 2024
"A Metamorfose" - Franz Kafka
«Quando uma manhã Gregor Samsa acordou de sonhos inquietos, viu-se na sua cama transformado num monstruoso inseto.» Nesta que é uma das obras mais influentes da ficção literária do século XX, Kafka parte da terrível e inesperada transformação de Gregor para refletir sobre os temas que caracterizam toda a sua obra: a solidão, o comportamento do ser humano e a sua impotência quando confrontado com o absurdo, sem esquecer a frustração perante uma sociedade cada vez mais burocrática, opressora e desumanizada. Com tradução irrepreensível da língua alemã por Álvaro Gonçalves, que assina também o prefácio, e ilustrações por mão de mestre de André Carrilho, esta é uma edição de excelência deste clássico. Sobre o autor, Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, no seio de uma família da pequena burguesia judia de expressão alemã. Começou a escrever os seus primeiros textos em 1904. Em 1906, terminou os seus estudos universitários, doutorando-se em Direito. Em vida, publicou apenas sete pequenos livros e alguns textos em revistas. De entre estes livrinhos e textos, destaca-se A Metamorfose, que veio a lume em 1915. Esta pequena novela viria a afirmar-se como uma das suas obras de referência. A 3 de junho de 1924, não resistindo à tuberculose diagnosticada em 1917, morre em Kierling, a poucos quilómetros de Viena, deixando três romances fragmentários, que seriam publicados postumamente pelo seu amigo e testamenteiro Max Brod: O Processo (1925), O Castelo (1926) e América (1927), a que se seguiram volumes com contos, cartas e diários. A sua obra, centrada no homem solitário moderno, refém de uma vida absurda, tornar-se-ia uma das mais influentes do mundo literário do século xx. Um livro muito interessante a merecer leitura obrigatória. Esta edição conta com as ilustrações de André Carrilho. A edição é da Bertrand Editora.
Tuesday, December 17, 2024
Feliz aniversário, Papa Francisco!
O Papa Francisco celebra hoje o seu 88º aniversário. Uma vida longa para um homem que tem sido uma lufada de ar fresco no seio da Igreja Católica. Muitos dos esqueletos escondidos nos armários do Vaticano e não só, foram obrigados a sair e a exporem-se perante as gentes pela ação do Papa Francisco. Ele representa hoje aquilo que de melhor a Igreja tem para nos dar. Feliz aniversário, Papa Francisco!
Feliz aniversário, avô José!
Celebraria hoje 121 anos o meu avô materno e padrinho José. Com ele e a minha avó fui educado com aquela educação típica de pessoas do início do século XX ainda com influência do século XIX. Com muito rigor e disciplina, mas também com muito amor. A ele devo tudo aquilo que sou. Desde a formação do caráter, educação, trato, até aos meus estudos superiores. Não sei se ele fez um bom trabalho, mas não renego aquilo que sou e naquilo que me tornei. Hoje é com saudade que lembro aqui o seu aniversário. Há muito que me deixou, mas a memória, essa fica para sempre enquanto por cá andar. Feliz aniversário avô José!
Monday, December 16, 2024
Feliz aniversário Margarida Ferreira!
Celebra-se hoje mais um aniversário da Margarida Ferreira. A Margarida celebrizou-se por ser uma grande cuidadora de animais. Conseguiu construir o seu próprio abrigo a expensas próprias onde guarda mais de três dezenas de animais. Já salvou mais de dois mil da morte. Esta grande Senhora precisa do apoio de todos nós para continuar a sua obra em prol dos animais. Quem a quiser ajudar pode ter a certeza de que os seus donativos são aplicados corretamente. Ajudar a Margarida pode ser também uma forma de lhe desejar um feliz aniversário. Que a Luz sempre a acompanhe, ela bem merece. Feliz aniversário, Margarida!
Sunday, December 15, 2024
"Metamorfose necessária" - José Tolentino de Mendonça
Num mundo em crise, José Tolentino Mendonça propõe-nos a redescoberta de um dos pensadores fundamentais do Ocidente, São Paulo. O novo livro de José Tolentino Mendonça é uma viagem pela história intelectual do cristianismo: um ensaio sobre São Paulo e o seu contributo para os tempos presentes. Todos ouviram falar de São Paulo, mas quase ninguém o conhece: os seus textos são um clássico não só da religião, mas também da civilização ocidental, e a sua figura é apresentada de forma luminosa neste livro, com o subtítulo Reler São Paulo: «A teologia paulina não só não surgiu como um cogumelo no contexto do cristianismo das origens, mas também não se deixou confinar num esplêndido isolamento. Paulo nunca foi um pregador solitário ou um one man show. Viveu toda a vida num ritmo comunitário, cultivou uma finíssima rede de relações pessoais, tinha um conjunto de colaboradores que partilhavam o seu quotidiano e o seu pensamento, operava numa verdadeira rede social que é parcialmente reconstruível.» Um livro para retomar o prazer de ler os grandes textos da civilização — e de verificar a sua atualidade. Fundamental. Sobre o autor, José Tolentino Mendonça é poeta, sacerdote e professor. Nasceu na ilha da Madeira. Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018, onde foi responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto do Vaticano e é atualmente Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Em 2019, foi elevado a Cardeal pelo Papa Francisco. Para José Tolentino Mendonça, «a poesia é a arte de resistir ao seu tempo». Os seus livros têm sido distinguidos com vários prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio PEN Clube de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para obras ensaísticas (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2015), o Grande Prémio APE de Crónica (2016), prestigiado Prémio Capri-San Michele (2017), o Prémio D. Diniz (2022), Francisco de Sá de Miranda (2022) e o Prémio Pessoa (2023). A edição é da Quetzal Editores.
Saturday, December 14, 2024
Intimidades reflexivas - 1856
DEIXE-ME ENVELHECER!
Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,
Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.
Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,
Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,
Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.
Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,
Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,
Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,
Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,
Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!
Concita Weber
Friday, December 13, 2024
Intimidades reflexivas - 1850
"O verbo ler, como o verbo amar e o verbo sonhar, não suporta o modo imperativo. Eu aconselho sempre os meus alunos que se um livro os aborrece o abandonem; que não o leiam porque é famoso, que não o leiam porque é moderno, que não o leiam porque é um clássico. A leitura deve ser uma das formas da felicidade e não se pode obrigar ninguém a ser feliz." - Jorge Luís Borges (1899-1986)
Thursday, December 12, 2024
Wednesday, December 11, 2024
Tuesday, December 10, 2024
Monday, December 09, 2024
Sunday, December 08, 2024
"Tao Te Ching" - Lao Tzu
O Tao Te Ching está para o taoismo como por exemplo a Bíblia está para o cristianismo, ou o Alcorão para o islamismo. Originalmente escrito como instrução para aqueles que pretendiam seguir uma via espiritual, está dividido em capítulos curtos onde são descritas as características do Caminho, uma senda de equilíbrio, harmonia e comunhão com o curso natural dos acontecimentos. O Tao é o imensurável, o insondável, eterno e absoluto, impossível de ser abarcado pela consciência humana terrena que não tem começo nem fim. Dele nasce tudo aquilo que existe, as dez mil coisas, o esplendor, a virtude, a perfeição. A essência do taoismo é o regresso a um estado de graça inicial. Um estado de sublime integração com a vida e com o universo. O Tao Te Ching, também conhecido como O Livro do Caminho Perfeito, é uma das obras mais importantes da literatura espiritual. A sua escrita é atribuída a Lao Tzu (que significa «Velho Mestre») e estudos recentes apontam que tenha sido escrito entre 460 a.C. e 380 a.C. Leitores de diferentes religiões, e até ateus ou agnósticos, têm encontrado aqui ensinamentos que se adequam perfeitamente às suas próprias crenças, pois não são dogmáticos nem se procuram impor sobre os demais, o que demonstra a riqueza do Taoísmo, tanto em termos de filosofia universal como intemporal. Quanto ao autor, assim como a maior parte das figuras míticas dos fundadores de religiões, a vida do escritor do Tao Te Ching, Lao Tzu, também é envolta em lendas. Segundo a tradição, Lao Tzu nasceu no sul da China, tendo sido superintendente judicial dos arquivos imperiais em Loyang, capital do estado de Ch'u. Desgostoso pelas intrigas da vida na corte, Lao Tzu decidiu afastar-se da sociedade, seguindo para as Terras do Ocidente. Montado numa carroça guiada por um boi, seguiu viagem, mas, ao atravessar a fronteira, um dos seus amigos, o guarda Yin-hsi, reconheceu-o e pediu-lhe que escrevesse os seus ensinamentos antes de partir. Lao Tzu, então, escreveu o pequeno livro conhecido posteriormente como Tao Te Ching e partiu em seguida. Segundo a história, morreu em 517 a.C. e foi canonizado pelo imperador Han entre os anos 650 a.C. e 684 a.C. Um livro importante que deve ser lido com profundidade. A edição é da Alma dos Livros.