Turma Formadores Certform 66

Sunday, June 30, 2019

13 anos depois

Uma saudação a todos estes grandes companheiros que formaram um grupo verdadeiramente top, não só pelo seu saber, mas pela sua camaradagem. 13 anos depois aqui os trago de novo com a memória desse grupo da Certform. Mais jovens, mas não menos sábios e interessantes. E já agora, 13 anos deste blog criado pelo formador e a quem fui dando continuidade ao longo de todos estes anos.

Intimidades reflexivas - 1223

"Se todo o animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?" - Guimarães Rosa (1908-1967)

Saturday, June 29, 2019

Intimidades reflexivas 1222

"Falar muito de si mesmo pode ser também um modo de se esconder." - Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Friday, June 28, 2019

Entre a vida e a morte

Sempre me interroguei sobre o mistério da vida e, consequentemente, o desconhecido da morte. Desde criança que tal me apoquenta, o que levou a que, em determinado período da minha vida, trilhasse caminhos que poucos ousam percorrer na busca do conhecimento. Conhecimento que sempre me fugiu como de um Graal se tratasse numa demanda apenas conseguida para os eleitos. E eu não era um deles. À medida que a idade avança e que em termos de probabilidade o fim da vida é cada vez mais próximo, estas questões assumem sempre um papel importante. Recordo-me duma frase dum padre nas longínquas aulas de 'Religião e Moral' no então ciclo preparatório. Dizia ele que as pessoas não receavam tanto a morte, mas sim, o que estava para além dela. Esta frase retiniu nos meus ouvidos ao longo da vida. Hoje com mais acuidade do que nesse tempo de antanho de menino e moço. Se o mistério da vida é algo de grandioso que nos deve admirar, o da morte encerra em si o desconhecido, aquilo que estará para além dela ou o simples vazio, o buraco negro sem mais consequências onde tudo se funde. Aqui chegado penso que é mais no caminho da Fé que temos que prosseguir, visto o determinismo científico carecer de resposta no mínimo satisfatória. Ao longo da minha vida privei demasiadas vezes com a morte, seja de pessoas como de animais, para ter uma leitura própria sobre o tema. Mas aquilo que julgo estar certo pode afinal não ser mais do que uma ilusão. Como diria Mr. Scrooge no célebre conto de Charles Dickens, 'A Christmas Carol', 'se calhar foi algo que comi e me fez mal'. Mas mesmo pensando assim, não deixa de ser confrontado com a sua experiência paranormal de belo efeito no livro. Também já passei por algumas dessas experiências, e talvez por isso, não deixo de me interrogar num 'puzzle' sem solução evidente. E não pensem que tudo isto de que vos falo é algo tão estranho assim. Já Einstein tinha colocado questões deste perfil que emergem da sua Teoria da Relatividade, mas sobretudo, é muito mais claro na sua famosa Teoria das Cordas, em que o tempo linear não passa duma falácia como diria Walcott. Que serão esses mundos paralelos, esses portais, fendas do tempo-espaço, onde os viajantes do tempo passam dum mundo para outro quase num clique? Afinal estas teorias não são mais do que o empurrar para trás as fronteiras do impossível, onde este se torna mais possível e o outro vais-se esfumando à medida que o conhecimento avança. E afinal, como já muitas vezes aqui me questionei, se tudo isto que é a vida e a morte não passasse afinal de um 'matrix' onde uma e outra se cruzam e as fronteiras não existissem? Penso que todos já fomos questionando tudo isto à medida que a nossa existência se vais esgotando na ampulheta do tempo. Como costumo dizer, quando tivermos a resposta a todas estas questões já não estaremos cá para a transmitir aos nossos companheiros de jornada da vida. Esse é o terrível desiderato da busca do Graal mas é nesse mistério que também se encerra o seu encanto.

Thursday, June 27, 2019

"A Dançarina do Templo" - John Speed

Este é um belo livro de aventura, romance, traição e assassínio na Goa do século XVII. Estamos na Índia no ano de 1657 altura em que os holandeses tentam dominar a cidade de Goa. A poderosa família dos Dasana, de origem portuguesa, tentam a todo o custo agradar ao vizir Wali Khan. Muito perto da ruína, compram a mais cara prostituta de Goa, Maya, para oferecer ao herdeiro de Bijapur. Na caravana que transporta tão exótico presente viaja também um eunuco muçulmano algo perverso, um príncipe envolto em mistério e a jovem herdeira Lucinda Dasana. Tendo nascido numa das famílias mais abastadas de Goa, Lucinda sonha em conhecer o Mundo e aventurar-se para além do mundo conhecido que pouco mais é do que o local onde nasceu sendo o seu próprio país na sua vasta imensidão também ele desconhecido. Carlos Dasana, tio de Lucinda acossado pela ameaça constante das tropas holandesas decide oferecer ao vizir Wali Khan um exótico suborno: uma devadasi ou bailarina do templo de nome Maya (ou seja a prostituta mais cara de Goa). Ao ser vendida como escrava a jovem é levada de caravana até às terras do vizir. A viagem adivinha-se longa e conturbada. Lucinda no seu impulso aventureiro e caprichoso decide acompanhar o tio nesta viagem onde o insólito e o inimaginável acabam por acontecer: Maya e Lucinda, que provavelmente nunca se cruzariam, pois viviam em mundos muito diferentes, acabam por se tornar amigas. Um amor proibido acaba por nascer e muitas perguntas se levantam: Poderá uma portuguesa amar um indiano? Poderá uma escrava escapar à servidão? Poderá esta viagem mudar o rumo destas pessoas? Quanto a John Speed, o autor, visitou diversas vezes a Índia e envolveu-se profundamente com a história de Shivaji. A partir daí começou um tempo considerável em grutas, fortalezas, túmulos, templos e mesquitas daquele período histórico. Durante muitos anos, o seu interesse fê-lo explorar o misticismo hindu e islâmico e estudar com um certo número de mestres  espirituais, entre eles o Yogi Bhajn e o Swami Muktananda. Este romance é pautado por perigos inesperados e descobertas fantásticas, a viagem resulta num encontro entre culturas, religiões e vivências, e acabará por conduzir cada personagem ao seu destino. A edição é do Círculo de Leitores.

Wednesday, June 26, 2019

Intimidades reflexivas - 1221

"É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são encantadoras ou são aborrecidas." - Oscar Wilde (1854-1900)

Tuesday, June 25, 2019

Intimidades reflexivas - 1220

"A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores." - Mia Couto

Monday, June 24, 2019

Intimidades reflexivas - 1219

"Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância." - Socrates (469 a.C.-399 a.C.)

Homenagem ao meu velho amigo Nicolau feito pela minha amiga Helena Almeida

Um belo texto da minha amiga Helena Almeida sobre o Nicolau que quero aqui deixar para que todos o possam ler. Obrigado, Helena por tão belo texto.

"Querido Nicolau,
Durante todos estes anos e, passaram 17 anos, muitas pessoas passaram por ti. Mas somente algumas delas, ficaram para sempre guardadas no teu é nosso coração. A essas pessoas Nicolau tu chamaste de verdadeiras amigas e que levaste contigo no coração, assim como os teus incansáveis donos, Pais. Só pelo simples facto de terem-se cruzado no teu caminho, de terem dito uma única palavra de conforto quando sempre mais precisaste. Às vezes por terem-te dado um minuto da tua atenção, ouvindo a ti e aos teus verdadeiros país falar das angústias, medos, vitórias, derrotas e da tua doença. Às vezes é muitas por termos confiado em ti, o nosso guerreiro de luz, contando-te os nossos problemas, angústias e vitórias... Isso foi a maior prova de amor, amizade carinho que todos te deram e sabemos que na ponte do arco íris, estas nos nossos corações, assim como as pegadas na alma, que são indestrutíveis. Hoje, ontem fizeste um mês da tua partida da vida terrena, mas Nicolau, um dia vamos todos estar juntos. Meu grande guerreiro de luz descansa em paz."

Sunday, June 23, 2019

Intimidades reflexivas - 1218

"Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem." - Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Saturday, June 22, 2019

Um mês depois fica a enorme saudade

Um mês volvido e as recordações são avassaladoras. Estas aumentam na razão inversa do tempo que se esvai. Um mês passou e parece que foi à pouco que o Nicolau se desprendeu da vida e da nossa convivência. Um mês pode ser algum tempo, mas não o suficiente para um luto por um ser muito amado. O Nicolau está presente nas nossas vidas. Em pequenos ruídos, em gestos, em odores, é como se ele ainda por cá andasse. Pode parecer estranho esta imensa dor por um animal. Mas o Nicolau não era um animal qualquer, era um membro da família, e como tal é lembrado e venerado. Um mês ainda não é o tempo suficiente para que a memória atire para a poeira do esquecimento um ser nobre como ele era.  O Nicolau foi um ser fiel e amigo, nos bons e maus momentos, sempre ao nosso lado com aquela boa disposição que transparecia do seu sorriso, daquele sorriso que ostentava como um símbolo. Foram dezasseis anos e meio de convívio, especialmente os últimos dois, com a proximidade inerente à sua dependência fruto da doença que o corroía. E isso faz toda a diferença. Ainda me recordo com dor acrescida, daquele momento em que o Nicolau chorou. Uma lágrima enorme rolou pela sua face e que eternizei em foto que disponibilizei neste espaço. Foi um momento que me marcou para a vida. Já tinha assistido à partida de muitos animais, alguns que me morreram nos braços e nunca tinha visto nada assim. E isso fixou-se em mim como um ferrete, aquela dor da partida, de deixar aqueles que dele sempre cuidaram e o amaram e que ele amava também, porventura o medo do desconhecido longe da nossa companhia. Tudo isto me atravessa a memória dia após dia e já trinta passaram. Como noutros tempos em que ele visitava a sepultura da sua mãe adotiva, agora sou eu que o faço. Dou por mim a visitá-lo diariamente como uma espécie de ritual. Tenho necessidade disso, preciso disso. Tive animais praticamente desde que tenho memória de ser vivente, todos eles foram muito amados. A todos distribui o meu amor e carinho. Mas o Nicolau era especial. A sua vida começou com um infortúnio e então cruzamo-nos. A sua vida mudou e a minha também. Sempre estivemos juntos ao longo da sua extensa existência. Sempre. Dias, meses, anos, num somatório de tempo que nos levou a conhecermo-nos bem um ao outro. Sempre caminhamos lado a lado. Em nenhum momento o Nicolau ficou para trás. Ele sabia disso e tinha a sensação do muito amor que o envolvia. O amor agora continua sob uma outra forma, a sua presença é que deixou de existir, também ela assumindo uma forma diversa. Um mês passou e a memória não se cansa das muitas recordações que esta vida nos deixou. O Nicolau foi de facto um ser muito especial. Porque há seres assim, que têm o condão de nos amarrar para a vida e para além dela. Com o seu amor, a sua dedicação, o seu carinho. Ele foi tudo isso, reunido num único ser, belo e poderoso nos seus melhores dias, frágil mas digno na sua velhice. Jamais o esquecerei. Sempre estaremos juntos. Espero que esteja em paz, feliz  a brincar com os seus semelhantes no país do Arco Íris. Descansa em paz, Nicolau!

Friday, June 21, 2019

Solstício de Verão

O solstício de verão de 2019 ocorre hoje, 21 de junho (sexta-feira), mais precisamente às 16h54 em Portugal. Este momento marca oficialmente o início do verão. No hemisfério norte, o dia do solstício do verão é o dia mais longo do ano.

Thursday, June 20, 2019

20 de Junho, Dia de Corpo de Deus

A Solenidade do Santíssimo Corpo e sangue de Cristo, vulgarmente conhecida por Corpo de Deus, foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264 e acontece 60 dias depois da Páscoa. É normalmente celebrada à quinta-feira, em referência à Quinta-feira Santa.

Intimidades reflexivas - 1217

"A arte existe para que a verdade não nos destrua." - Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Wednesday, June 19, 2019

Intimidades reflexivas - 1216

"A vida é uma caravana e dormimos em muitas tendas diferentes." - Maomé (571-632)

Tuesday, June 18, 2019

Curiosidades do Nicolau

Numa altura em que está quase a completar-se um mês sobre o falecimento do meu velho amigo Nicolau, é sempre bom e gratificante, recordar algumas peripécias em que ele se envolveu. Recordo um dia em que cheguei a casa para almoçar e pouco depois tocarem à campainha do apartamento que então habitava na Maia. Era um senhor que vinha reparar a máquina de lavar que se tinha avariado. Até aí tudo normal. Só que enquanto eu fui abrir a porta, o Nicolau e a sua mãe adotiva, a Tuxa, começaram a ladrar como se não houvesse amanhã. Quando abro a porta o senhor recusa-se a entrar com medo dos cães. Mesmo depois de lhe ter assegurado que enquanto estivesse junto deles eles nada lhe fariam, o senhor não queria arriscar e até encetou a sua retirada. Depois de muito diálogo, pautado pelo ladrar desenfreado dos dois, lá consegui que ele entrasse. Após um sinal meu, eles começaram a rosnar mas pararam de ladrar. O senhor lá foi ver a máquina. (O engraçado disto é que ele ia a raspar na parede de acesso ao local onde o equipamento estava, com uma mala enorme, que lhe emprestava um ar engraçado). Lá foi reparando a máquina mas sempre de olho nos cães que, deitados, o fitavam a alguns metros de distância com aquele rosnar indiciador que a retirada ia ser difícil. Apesar de estar um dia frio, o técnico suava abundantemente e sempre que algum lá deixava sair algum latido ele estremecia como se fosse o seu derradeiro folgo. (Para o final da estória tenho que dizer que a Tuxa era uma boxer muito forte e resistente que se deixava alguém entrar, mesmo que a contragosto, não deixava sair ninguém a menos que fosse por nós acompanhada). O Nicolau como seu fiel amigo, - e filho adotivo -, seguia-lhe os passos. Depois de reparada a máquina, o técnico recolheu os materiais da reparação e os dois levantaram-se com olhar ameaçador. O senhor transpirava cada vez mais. Quisemos pagar-lhe mas ele disse que só recebi fora de casa e que queria sair rapidamente. O Nicolau logo se ergue de cima dos seus 40 quilos de peso e tamanho imponente a tentar barrar o caminho. A Tuxa percebendo que ele ia embora, logo se postou à porta para obstruir a saída como sempre fazia com estranhos. O senhor entrou em pânico, apesar de lhe dizermos que o acompanhávamos e que nada acontecia. Mas ele tinha dúvidas. Depois de muitos ensaios ele lá voltou a dirigir-se para a porta a raspar pela parede, agora em sentido contrário, enquanto nós íamos dando indicações aos dois cachorros para se afastarem. Foi uma odisseia para o retirar. A Tuxa sempre tão obediente, não cedia. Viu o medo nos olhos dele e sentiu que controlava a situação. O senhor descontrolado e nós a lidar com os dois cães não era uma situação cómoda. Depois de darmos coragem ao sujeito, ele lá conseguiu sair apressadamente. Esperou no patamar para receber. Dentro os cães mostravam a sua fúria. Ele lá recebeu o dinheiro e com as mãos a tremer deu-me o recibo. E já quando se afastava ainda me disse que nunca mais o chamasse porque ele nunca mais ali viria. De facto, não foi preciso porque a reparação parece que foi bem feita e a máquina nunca mais avariou. Entretanto, quando entro em casa, vejo os dois ainda a dar os últimos latidos, mas agora abanando as caudas - como a gabarem-se do susto que lhes tinham pregado -, e o Nicolau, com aquele ar sorridente que sempre teve, parece que se estava a rir do sucedido. O técnico é que não deve ter ganho para o susto e, seguramente, não achou graça nenhuma...

Monday, June 17, 2019

Intimidades reflexivas - 1215

"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação ensina-nos a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las." - Santo Agostinho (354 - 430)

Sunday, June 16, 2019

Intimidades reflexivas - 1214

"Que é amar senão inventar-se a gente noutros gostos e vontades? Perder o sentimento de existir e ser com delícia a condição de outro, com seus erros que nos convencem mais do que a perfeição?" - Agustina Bessa-Luís (1922-2019)

Saturday, June 15, 2019

Intimidades reflexivas - 1213

"O humor compreende também o mau humor. O mau humor é que não compreende nada." - Millôr Fernandes (1923-2012), poeta e dramaturgo brasileiro.

Friday, June 14, 2019

Intimidades reflexivas - 1212

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam." - Santo Agostinho (354 - 430)

Thursday, June 13, 2019

Intimidades reflexivas - 1211

"A mulher não tem o sentimento de desespero que o homem tem. Porque a mulher completa-se em si mesma, na sua própria criação, como ser que se reproduz e dá vida a outro ser. Portanto, ela não se exprime pela desesperação. O homem sim." - Agustina Bessa-Luís (1922-2019)

Wednesday, June 12, 2019

Intimidades reflexivas - 1210

"O pior mal é aquele a que nos acostumamos. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo." - Jean-Paul Sartre (1905-1980)

Tuesday, June 11, 2019

Intimidades reflexivas - 1209

"Animais - eles são a medida da nossa paz com o mundo criado; eles são um dado de consolação porque não mudam para como quem tanto muda como nós, humanos." - Agustina Bessa-Luís (1922-2019)

Monday, June 10, 2019

Intimidades reflexivas - 1208

"Os animais são amigos tão agradáveis: não fazem perguntas, não criticam." - George Eliot (1819-1880)

Sunday, June 09, 2019

Intimidades reflexivas - 1207

"Ao estudar as características e a índole dos animais, encontrei um resultado humilhante para mim." - Mark Twain (1835-1910)

Saturday, June 08, 2019

Intimidades reflexivas - 1206

"Siga os seus sonhos, eles conhecem o caminho." - Kobe Yamada

Friday, June 07, 2019

Ainda a carta ao meu velho amigo Nicolau - Agradecimento

Como é do conhecimento geral, a quando da morte do meu velho companheiro Nicolau, escrevi uma carta a ele dirigida. Foi a maneira que encontrei para lidar com a perda que tinha e que estava, e ainda está, a ser insuportável. Após a sua publicação fui contactado pelo administrador duma página muito interessante no Facebook que tem por título 'A Ponte do Arco-Íris' para quem chamo a particular atenção em especial a quem gosta de animais. Pediu-me autorização para publicar essa carta coisa a que não me iria opor. Senti desde logo o aconchego de muitas palavras que ouvi. Confesso que me distanciei um pouco do assunto para ver se assim também fazia um esforço para amenizar a situação difícil porque estava a passar. Era o luto que se impunha. Contudo, hoje resolvi ir lá espreitar e li comentários que me encheram o coração. Não anulam a dor por que estou a passar mas atenuam-na em boa medida. Quero aqui publicamente agradecer desde logo ao administrador da página o me ter contactado, mas também quero agradecer a todos os que comentaram, e de que forma o fizeram. Estou agradecido a todos sem exceção as palavras amigas de conforto que me dirigiram. Elas só servem para elevar o meu pensamento ainda mais e mais para o meu velho amigo e companheiro Nicolau. Porque ele foi aquilo que muito ser dito humano gostava de ser e não é capaz. Ele foi amigo, leal, fraterno, companheiro de horas boas e doutras que não o foram tanto. Em todos os momentos ele esteve presente na minha vida e na da minha família. Ele que também sempre foi um membro da família como todos os outros que o antecederam. Face à sua partida só poderia pagar na mesma moeda. Estivemos com ele dia após dia, hora após hora, até ao desenlace fatal. Como disse nessa carta, o Nicolau olhou-me profundamente nos olhos antes do momento derradeiro, daquela forma sublime com que o fez no dia, em que ainda bebé, o resgatei à rua. Nunca esquecerei esse momento. Só espero que ele esteja em paz lá onde estiver. E a todos voz renovo os meus agradecimentos pelo muito que me ajudaram. Um obrigado a todos do fundo do coração.

Thursday, June 06, 2019

Intimidades reflexivas - 1205

"Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar." - Hermann Hesse (1877-1962)

Wednesday, June 05, 2019

Intimidades reflexivas - 1204

"O menino que sofre e se indigne diante dos maus tratos infligidos aos animais, será bom e generoso com os homens." - Benjamin Franklin (1706-1790)

Tuesday, June 04, 2019

30º aniversário do massacre de Tiananmen

Celebra-se hoje o 30º aniversário do massacre da praça de Tiananmen em Pequim na China onde, segundo as fontes oficiais chinesas, terão morrido pouco mais de 400 pessoas. Contudo, fontes diplomáticas estrangeiras, apontam para mais de 10.000 mortos. Um assunto nunca resolvido pelo regime comunista chinês que continua a tentar fazer esquecer o sucedido. Afinal os estudantes chineses apenas queriam fazer uma primavera  ao regime com vista a mais democracia e liberdade. Para que a memória não se apague!

Comemorações dos 500 anos do Foral de Leça do Balio

A quatro de Junho do ano 1519, D. Manuel, Rei de Portugal, concedeu a Carta de Foral do Couto de Leça do Balio, perfazendo este ano 500 anos desse acontecimento. O Couto de Leça do Balio era constituído por cinco Freguesias: Leça do Balio, Custóias, S. Mamede Infesta, Barreiros e Gueifães. Atendendo ao significado e importância da data para a história local, decidiram a Junta da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões e a Câmara Municipal de Matosinhos promover as comemorações 500 Anos do Foral de Leça do Balio, cujo programa se inicia no dia 1 de Junho e termina no dia 10 de Junho.

Intimidades reflexivas - 1203

"Fim - o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa." - Agustina Bessa-Luís (1922-2019)

Monday, June 03, 2019

Homenagem ao Nicolau de novo

Ontem fomos almoçar fora com a nossa afilhada. No regresso paramos um pouco e ela apanhou uma flor e trouxe-a com ela. Quando chegou à nossa casa disse se podia colocar na sepultura do Nicolau. Esta criança brincou com o Nicolau durante sete anos e criou uma afeição enorme por ele e ele retribuía-lhe. A memória ainda está fresca mesmo na mente duma criança.

A pureza dum coração de criança

No passado dia 31 de maio assisti a um momento verdadeiramente enternecedor. A minha afilhada, anunciou da casa dela que queria vir à nossa para dar uma prenda à madrinha, a sua 'mamie'. Ficamos curiosos porque nenhuma celebração estava prevista, mas lá fomos abrir-lhe a porta. Entrou a correr a perguntar pela 'mamie' com um pequeno saco com algumas coisas dentro. Logo que a encontrou, tirou uma série de desenhos com muitos corações para mostrar o amor que lhe tem. E trazia um outro objeto, um porta chave com um cão semelhante ao Nicolau. Disse-lhe: 'Isto é para ti, para pores na tua carteira. Ele é muito parecido com o Nicolau e assim andas sempre com ele e não ficas triste.' Um gesto tocante que caiu fundo nos nossos corações. Contudo, as coisas ainda não ficaram por aqui. O objeto era algo que eu já teria visto mas não sabia onde. Mais tarde viemos a saber que aquele porta chaves tinha sido dado à Inês por uma pessoa que muito amor lhe tinha, dum país longínquo e que, infelizmente, já partiu. Como tivesse pedido à mãe para comprar um boneco de pelúcia parecido com o Nicolau e esta não o tivesse encontrado, ela abdicou dum seu presente para que a sua 'mamie' não andasse triste. Um gesto de pureza dum coração de criança. Um gesto com um enorme significado para nós. Como adoramos esta nossa afilhada que tantos gestos de ternura tem para connosco!

Sunday, June 02, 2019

"Os Herdeiros da Terra" - Ildefonso Falcones


Trago aqui um livro que reputo de grande qualidade. Trata-se do "Os Herdeiros da Terra" de Ildefonso Falcones. Este é um daqueles livros que merecem atenção pela qualidade que encerra, pela visão histórica duma Barcelona medieval, pela urdidura do enredo que nos prende até ao fim. Este livro é a continuação do não menos famoso com o título "A Catedral do Mar". Lê-se na sinopse do mesmo: "Dez anos depois de A Catedral do Mar, Ildefonso Falcones regressa com OS HERDEIROS DA TERRA, a continuação da história que apaixonou milhões de leitores em todo o mundo. Um romance histórico impressionante que volta a situar-nos na Barcelona do século XIV, três anos depois do fim de A Catedral do Mar, e que combina o rigor histórico com a mestria da trama. OS HERDEIROS DA TERRA recupera a trama e o cenário do maior sucesso de Ildefonso Falcones, que neste livro volta a presentear-nos com o seu melhor: aventura trepidante, amor e vingança, paixões universais e um herói lutador que desafia o destino. Todos os ingredientes para uma história que enredará o leitor página após página. BARCELONA, 1387. Os sinos da igreja de Santa Maria do Mar ainda soam para todos os moradores do bairro de La Ribera, mas há um que ouve o carrilhão com especial atenção… Hugo Llor, filho de um marinheiro já falecido, com doze anos, trabalha nos estaleiros, graças à generosidade de um dos notáveis mais apreciados da cidade: Arnau Estanyol. Mas os seus sonhos juvenis de se tornar construtor naval serão destruídos pela dura e implacável realidade quando a família Puig, inimiga ferrenha do seu mentor, aproveita a sua posição diante do novo rei para executar uma vingança que vem arquitetando há anos. Um romance magistral que recria na perfeição a efervescente sociedade feudal, submissa a uma aristocracia volúvel e corrupta, ao mesmo tempo que narra a luta de um homem para sobreviver sem sacrificar a sua dignidade." Quanto ao autor, Ildefonso Falcones, autor natural de Barcelona, formado em Direito, seguiu uma antiga paixão: a da História. Das primeiras memórias de infância, em que encontrou refúgio na Catedral da cidade, à decisão de escrever um romance que revelasse a verdadeira origem daquele lugar de culto, o autor dedicou-se a uma intensa investigação sobre a sociedade catalã do século XIV. Da prosperidade da cidade às gentes que ali viviam e cruzavam, dos escravos aos artesãos, dos judeus à condição da mulher, o autor traça um fabuloso e vivo quadro da Barcelona medieval. Um livro muito interessante com a edição da Suma de Letrass uma chancela da Penguin Random House Grupo Editorial.

Saturday, June 01, 2019

Os eufemismos do ser dito humano

Sempre achei estranhos os eufemismos que alguns seres ditos humanos usam quando têm que matar um animal. Se são caçadores, amam os animais e a natureza e só os assassinam para o equilíbrio cinegético; se são amantes da tauromaquia, dizem que o animal não sofre porque uma bandarilha que rasga a carne a um touro é como uma picada de agulha para nós, e só os matam no fim, ou na arena, ou nos matadouros depois de muita tortura mesmo com a tourada terminada, e depois de tantas picadas, apenas para lhe evitar mais sofrimento, afinal em que ficamos(?). Se são os ditos amantes dos animais, daqueles que andam a auto promover-se nas redes sociais e são incapazes de sujar as mãos para os ajudar, estão a adormecê-los para evitar males maiores. Porque será que o ser dito humano usa tantos eufemismos para justificar uma coisa comum a todos que é provocar a morte dum outro ser que não tem voz nem é chamado a dar a sua opinião? Coisa estranha esta!...