Misteriosa!

O dia começa a fazer-se sentir. Uma neblina fresca que nos envolve. Montanhas difusas. Ondas pequenas que te beijam os pés. Mar sereno, mar calmo, mar chão. O areal ainda com cor indefinida pela bruma da manhã. E tu caminhas firme e altiva. Despojada e liberta. As marcas dos teus pés a imprimirem-se na areia que logo as ondas apagam como se quisessem eliminar o teu rasto mantendo-te misteriosa e diáfana. E tu caminhas só numa praia ainda deserta. O teu corpo a ficar humedecido pela frescura da manhã que só agora começa. Tu segues indiferente sem te aperceberes de quem caminha atrás de ti. Não percebes quem te segue ou simplesmente ignoras. Vais firme e segura de ti. Afinal que te importa que te siga. Queres ser livre sem compromissos e assim serás. Tudo o resto não passam de fantasias e memórias passadas. Em breve a neblina recuará. O sol fará a sua aparição. E tu estarás na praia ostentando o teu corpo perfeito.

"A Mais Breve História da China"- Linda Jaivin

À medida que avançamos pelo século asiático adentro, prestamos cada vez mais atenção à China - a superpotência económica, a sociedade em rapidíssima modernização, o jogador geopolítico crescentemente assertivo. Para irmos além dos chavões sobre esta antiga e prestigiada nação, devemos conhecer o seu passado vibrante e tumultuoso - uma história repleta de personagens fascinantes, de celeumas filosóficas e de golpes palacianos, de conflitos militares e de tumultos sociais, invenções artísticas e inovações tecnológicas. A Mais Breve História da China conta o caminho percorrido por este país, desde as suas origens tribais e eras imperiais até ao Partido Comunista liderado no presente por Xi Jinping - incluindo as pouco conhecidas histórias das mulheres chinesas que se distinguiram, e os espetros da corrupção e da desunião que continuam, ainda hoje, a ensombrar a República Popular. Uma talentosa escritora e historiadora rigorosa, a sinóloga Linda Jaivin resume, de forma magistral, o percurso desta civilização e o seu presente poder global num livro de leitura indispensável. A edição é da Don Quixote.

Intimidades reflexivas - 1645

"É claro que me zango com Deus porque permite o sofrimento, mas talvez os seus desígnios tenham tais profundezas que não atinjo. O sofrimento sempre me foi incompreensível porque nascemos para a alegria. A minha atitude em relação à religião é essa, não estou a falar de igrejas, estou a falar em relação a Deus e não acredito quando as pessoas dizem que são agnósticas ou ateias. Não estou a dizer que a pessoa não esteja a ser sincera, mas dentro dela e em qualquer ponto há algo... Uma vez perguntaram ao Hemingway se acreditava em Deus e a resposta foi às vezes, à noite." - António Lobo Antunes excerto de entrevista ao DN.

Mimetismo incendiário

Todos os anos temos uma espécie de série televisiva trágica refiro-me aos incêndios florestais. Sabemos que este estilo de jornalismo catástrofe é que vende mais, mas mesmo sabendo isso, penso que temos que repensar um pouco este circo mediático. Os media, especialmente televisivos, tornaram-se quase uma espécie de 'jornal do crime'. Anteontem era o mediatismo dum qualquer julgamento que antes de o ser já havia culpado condenado na praça pública, ontem era a covid, depois os incêndios, a seguir virá uma outra coisa qualquer. Esse expôr situações dramáticas duma forma explícita, quase despudorada, com emissões em direto como se de um jogo de futebol se tratasse, levará a um efeito de mimetismo que será sempre perigoso. Alguns dos incendiários detidos dizem que atearam o fogo porque gostam de ver tudo a arder, mas também pelo efeito de todo o aparato que as televisões mostram. (Não estou a dizer que são os media culpados pelos incêndios ou pela motivação dos incendiários, quero apenas dizer que por vezes se potenciam situações destas junto de pessoas emocionalmente mais instáveis). Isto para não falar de outro tipo de criminosos com motivos menos prosaicos. Não sei se alguém já se debruçou sobre este tema ou não, mas penso que seria um bom ponto de partida para uma análise - e uma abordagem - um pouco diferente da problemática dos incêndios. Como ponto de partida talvez se deve-se eleger um ano em que o mediatismo fosse mais contido - como experiência piloto - para no fim se contabilizar os resultados desta situação. Isto sem por em causa o nobre dever de informar. Se nada se fizer estaremos sempre a ter uma espécie de série televisiva (trágica) anual em torno desta matéria. E para o ano haverá (infelizmente) mais uma temporada com uns tantos episódios. Julgo que é altura de se pensar 'out of the box' e analisar os resultados no fim. Assim haja vontade política e jornalística para tal.

Estamos contigo, Pedro!

Na passada semana o cantor e compositor portuense Pedro Abrunhosa mostrou o seu desagrado para com o que está a acontecer na Ucrânia e para com o mandante deste genocídio, o presidente Putin. Isto que Pedro Abrunhosa verbalizou não é nem mais nem menos o que muitos já verbalizaram pelo mundo fora, o mundo democrático, bem entendido. E o impensável aconteceu. A embaixada russa achou que devia intervir e ameaçar (!) o artista português no seu próprio país. Isto é duma ignomínia afrontosa para a qual não existem palavras para o justificar. Essa gente russa que não conhecemos de lado nenhum com que direito faz uma ameaça a um cidadão português em Portugal? Onde pensam que estão? Será que se julgam senhores do mundo, duma Rússia onde se prendem e assassinam todos aqueles que ousam afrontar o poder intituído, e que Portugal se coloca a este nível civilizacional? Será que pensam que a liberdade de expressão é uma fantochada como no seu país? Será que pensam que podem mandar em toda a gente? Se Pedro Abrunhosa os incomodou, como se sentirão com aquilo que ouvem doutros países a começar pela Ucrânia que eles invadiram? Sabemos que para a Rússia falar em democracia, liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdades individuais, são coisas que não entendem porque nunca as tiveram. E não é só agora com o pequeno Putin, mas sempre assim foi ao longo da sua História. Basta passar os olhos pela História desse grande país para percebermos o que digo. A Rússia sempre foi um país tiranizado e o seu povo, como ou sem comunismo, com czars ou sem eles, sempre foi esmagada e a população aceita esse desiderato pelo simples facto de que nunca conheceu outra realidade, e aquela que lhe é vendida internamente, é bem distorcida. Assim até será fácil entender o que lá se passa, mas esta gente não pode generalizar para o mundo, aquilo que se passa intra muros. Parece que esse sonho megalómano de superpotência ainda por lá tem seguidores, mesmo num tempo em que a Rússia deixou de ser uma superpotência mundial para passar a ser uma mera potência regional. E já agora, com que direito uma embaixada interfere nos assuntos internos de outro país? Portugal não é a Ucrânia, nem nenhum dos satélites da antiga União Soviética. Uma terra com a grande cultura que detém, os grandes artistas que faz passear pelo mundo, os grandes cientistas que buscam o conhecimento para bem da Humanidade, não pode ficar à mercê dum pequeno ditador chame-se Putin ou não. A Federação Russa é bem maior do que os seus dirigentes de ocasião, que um dia sairão pela porta do fundo da História. E não pensem que é com KGB's ou quejandos, que alterarão o evoluir dum povo. A vossa hora chegará. Esperemos que não demore muito. Força Pedro, estamos contigo!

Dia dos Avós

Já há muito partiram mas a memória foi ficando. Os avós paternos praticamente não os conheci. O meu avô não o conheci de todo, a minha avó morreu era eu ainda criança e dela guardo uma memória difusa. E como nesse tempo já longínquo não se faziam fotos como hoje, nem deles tenho essa recordação. Quanto aos meus avós maternos a situação é diferente. Vivi sempre com eles desde que nasci até à idade adulta. Simultaneamente meus padrinhos a eles devo tudo o que sou: a minha formação, a minha educação, a maneira como olho para o mundo. Foram os verdadeiros 'influenciadores', como hoje se diz, da minha personalidade. Já há muito partiram, mas as memórias são muitas, acumuladadas num somatório de momentos que jamais esquecerei. Não necessito deste dia para me lembrar deles ou para os homenagear, mas também não fico indiferente ao momento. A todos eles, os paternos e os maternos, desejo que estejam em paz. Aquela paz que se adquire por uma vida reta e por obras gratificantes. E estou certos que todos eles terão isso no seu espólio terreno. É com este sentimento que a todos desejo um Feliz Dia dos Avós!

Novas da minha Amiga

De novo trago aqui o tema da minha Amiga. Sem que para tal me tenha alcandorado, pareço uma espécie de porta voz dela, não o sou, mas sempre me sinto honrado pelas mensagens que me chegam a questionar o seu estado de saúde e a quem devo respostas. Felizmente tudo está a correr bem. Pode-se dizer que está curada, (não sendo médico é isso que sinto e os médicos lhe digam isso mesmo), - embora ela tenha dúvidas -, acho que só ela é que não acredita nisso. Até se compreende pela situação por que passou. Contudo, a sua recuperação continua, aos poucos vai retomando a sua vida normal. Eu quase que poderei afirmar que ela voltou ser aquilo que era, voltou a ser a mulher que conheci já lá vão alguns anos. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que pelos mais diversos meios me têm contacto para saber a sua evolução de saúde. Sempre que se justificar aqui virei dar notícias. Obrigado a todos.

Dedicado a Quem resgata Animais

 

 Dedicado a Quem Resgata Animais 

"Tu és a diferença entre a vida ou a morte de um ser vivo, tu és a diferença entre sobrevivência na dor e medo ou na vida, entre carinho e cuidados.

Homens e mulheres, jovens e adultos, até mesmo alguma criança com genes animalistas herdados, estudantes, trabalhadores, ou aposentados, és invisível como os seres vivos que salvas.

Não, tu não és louco, ou pelo menos a tua loucura não é perigosa; sacrificas muitas coisas, por ver um Cão/Gato/Porco/Galinhas etc etc recuperar a confiança perdida, por ver um Animal voltar a brincar, por descobrir no olhar de um Animal não o medo senão a esperança.

Nossas despesas são muitas e nosso pagamento... nosso pagamento não enche o bolso mas sim o Coração!!!

Posso não te conhecer, mas a única coisa que sei sobre ti é que tens a alma tão pura quanto os seres pelos quais lutas; só sei que somos humanos, sim! Humanos mas com alma de um Animal irracional, com um interior puro e nobre.

Peço-te que nunca abandones esta linda missão, enquanto continuares a fazê-lo com o Coração." 

Encontrei esta Pedra na rua e resolvi trazer para casa e colocar para adoção, porque ela é a mascote ideal para algumas pessoas que querem ter um cão ou gato, mas não querem gastar nada e não ter compromisso com ele. A Pedra é ideal para você que quer ter um cão ou gato mas não quer gastar para isolar ou fechar a sua casa ou apartamento, porque a Pedra não consegue saltar o muro. Ela não vai incomodar os vizinhos. Não vai incomodá-lo porque não mia, não ladra, não chora, não vai morder ou arranhar as coisas em casa. Inclusive tudo vai continuar igual como deixou. A Pedra é super educada. Ela também é fitness, não come e nem bebe água. Então não precisa gastar dinheiro em ração de qualidade, nem “poupar" comprando ração a granel ou dando as sobras da sua comida. Ela também não faz xixi e nem o número 2. Ela é super independente e obediente. A Pedra só tem um problemazinho para quem gosta de raças, é que eu não sei dizer qual é a raça da Pedra e ela também não é peludinha. Mas compensa em tudo o resto: ela é de pequeno porte, não cresce, não precisa tomar banho, não precisa de ser tosquiada, não precisa ser castrada, nem vacinada. A Pedra também não adoece, não envelhece, portanto não terá doenças crónicas que são características da idade e não precisa levá-la ao veterinário. A maior vantagem em adotar a Pedra é que se tiver que se mudar de casa, casar, engravidar, viajar, cair um meteoro e se arrepender de ter adotado a Pedra, não importa se for depois de um mês ou daqui 10 anos, poderá colocá-la para adoção, porque ela é igual ao seu coração, uma pedra. Ela não vai sofrer, não vai sentir a sua falta, não vai se sentir abandonada, não vai sentir nada. E for difícil arranjar um adotante para a Pedra, pode abandoná-la na primeira esquina, que ninguém vai criticá-lo por isso. Porque diferente de um cão ou um gato, a Pedra não vai passar fome e nem sede, não vai sentir frio, não vai sentir dor ou ficar doente. Se alguém colocar veneno, pontapear, atropelar a Pedra, não há problema porque ela não vai sentir nada. Resumindo, se você não tem compromisso emocional, responsabilidade financeira e a paciência para ter um cão ou gato, tenha uma pedra.

Autor desconhecido.

A mulher misteriosa

Pés nus a beijarem o chão como eu os beijaria se ela o permitisse. Um mulher a subir uma escada serena e silenciosa envolta em mistério. A busca de algo ou a simples curiosidade? Sobe fazendo um leve ruído quase inaudível no restolho que cobre o chão. Vestida de branco como para um cerimonial. Sobe determinada e lasciva. A luz que a penetra indica-lhe o caminho. Está quase a chegar com todo o seu esplendor. E eu estou aqui a aguardá-la ansiosamente.

Intimidades reflexivas - 1644

"Maravilhas nunca faltaram ao mundo; o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las." - Mário Quintana (1906-1994)

Intimidades reflexivas - 1643

"A liderança é a capacidade de fazermos com que alguém nos siga, mesmo que seja apenas por curiosidade." - Colin Powell (1937-2021)

Intimidades reflexivas - 1642

"O meu louvor a líderes  pioneiros: ou seja, aos que se deixam sempre ficar para trás e não se preocupam minimamente se alguém os segue. 'Onde quer que pare, encontram-me só: então, porque devo parar? O deserto é ainda tão vasto!' Esse é o sentimento do verdadeiro líder." - Friedrich Nietzsche (1844-1900) in 'Also Sprach Zarathustra'.

Em termos de liderança empresarial isto significa: 'Por outras palavras, elogio os que estão sempre olhar um passo à frente e não se preocupam se há mais alguém que concorde com eles ou os siga. "Há tanto para ver e fazer porque hei-de parar e esperar pelos demais?" É assim que pensam os verdadeiros líderes'.

Intimidades reflexivas - 1643

"Aquele que sabe quando pode combater e quando não pode sairá vitorioso." - Sun Tzu (544 a.C.- 496 a.C.) in 'A Arte da Guerra'.

Refletir em tempo de férias

Esta imagem varreu as redes sociais e eu também a partilhei. Um homem transporta aos ombros um cabrito ambos a fugir das chamas. No calor do momento assim fiz, depois refleti um pouco mais sobre a situação. Alguns dias para pensar é sempre bom. Um homem resgata esse animal, num gesto nobre, um animal em perigo, mas vai ficar com ele ou vai sacrificá-lo daqui a algum tempo para satisfazer a sua gula. Esta é a contradição forte do ser dito humano que reune em si, numa estranha simbiose, o bom e o mau em partes iguais. Algo para refletirmos e não nos deixamos embalar no calor do momento. Afinal o ser dito humano sempre se pautou por submeter todas as espécies que o rodeavam, sejam animais ou vegetais. O mal não está na natureza nem nos animais. O problema está sempre no ser dito humano e na sua ambição desmedida pelo poder.

Happy vacation!

A man alone. A chair waiting. The waves lapping at your feet. The twilight marking the sky. It's the holidays that have arrived. And this lonely man by the sea with the wide horizon waits anxiously for you. Good vacation!

...

Um homem sozinho. Uma cadeira esperando. As ondas batendo em seus pés. O crepúsculo marcando o céu. São as férias que chegaram. E este homem solitário à beira-mar com o horizonte largo espera ansiosamente por ti. Boas férias!

Intimidades reflexivas - 1641

"Quando o poder do amor for maior que o amor pelo poder, o mundo encontrará a paz." - Jimi Hendrix (1842-1970)

Intimidades reflexivas - 1640

"O livro chama-se "Levantado do Chão" porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é no chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro." - José Saramago (1922-2010)

Intimidades reflexivas - 1639

"Ver o Brilho da nossa Luz. - Na mais escura hora de depressão, doença e culpa, permanecemos, não obstante, gratos ao ver que ouros beneficiam da nossa luz e nos usam como ao círculo da Lua. No carrossel que é a nossa vida, retiramos alguma luz da nossa própria capacidade de iluminar." - Friedrich Nietzsche (1844-1900)

"A Mais Breve História da Rússia" - José Milhazes

A breve história do país de que mais se fala. Nação de proporções colossais ou continente? Luz do mundo ou terra condenada? Aliado da Europa e do Ocidente ou seu adversário mortal? Território de santos, czares, poetas, pintores, revolucionários e músicos, a Rússia é um enorme mistério que importa desvendar. Esconde uma história tão rica, antiga e diversa quanto desconhecida. José Milhazes, o grande especialista português da Rússia, propõe neste livro uma viagem fascinante que atravessa séculos e séculos da história, cultura e civilização russas, que começa nos povos eslavos vários séculos antes de Cristo e acaba na actualidade, com Putin. Nesta edição que inclui dezenas de fotografias e mapas - além de uma cronologia e de bibliografia aconselhada para quem quiser saber mais - fique a conhecer a geografia, os povos, as grandes figuras, efemérides e feitos desta grande nação em permanente devir. Sobre o autor, José Milhazes nasceu e cresceu na Póvoa de Varzim. Em 1977, foi estudar para a União Soviética. Licenciou-se em História da Rússia na Universidade Estatal de Moscovo (Lomonossov) e estabeleceu-se naquele país enquanto tradutor de obras literárias e políticas. Em 1989 começou a fazer trabalho jornalístico na TSF e depois noutros media portugueses. Em 2008, doutorou-se. Regressou a Portugal em 2015 com um conhecimento incomparável no panorama português sobre a sociedade, a política e a história russas. É autor de vasta obra publicada, da qual destacamos As Minhas Aventuras no País dos Sovietes (2017) e Os Blumthal (2019). Em 2013 foi distinguido com a Ordem do Mérito da República Portuguesa. Um livro que recomendo até pelo período que todos estamos a atravessar. A edição é da Don Quixote.

Intimidades reflexivas - 1638

"Tudo o que a minha boca deseja só teus lábios podem dar." - Bia (Twitter)

Que terá acontecido ao Perninhas?

De facto, o que terá acontecido ao Perninhas? Ronda os dois meses que deixou de por cá ser visto. Será que o mataram? Será que foi atropelado? Ninguém me sabe, - ou quer -, dizer nada. O certo é que desapareceu. O Perninhas era um gato muito bonito, com uns olhos lindos, mas tinha o péssimo hábito de morder ou arranhar mesmo quem o alimentava. (Fui vítima dele por várias vezes). Isso tornou-o num gato muito impopular. Será que fez isso a alguém e essa pessoa o matou? Não sei. O que sei é que tenho muitas saudades dele apesar do seu feitio rebelde. Todos os dias vou ver se o vejo. As coisas que eram dele, estão guardadas para quando ele voltar. Essa é a ilusão que imponho a mim mesmo para minorar a incerteza em que vivo face à sua sorte. Só espero que não esteja a sofrer aí num qualquer sítio. Antigamente, na zona onde moro, os gatos eram todos envenenados por columbófilos. Agora não há columbófilos mas os seus descendentes andam por aí. E é isso que me angustia. Se morreu, será que sofreu muito? Todos os dias tenho um pensamento para ele porque me habituei a privar com ele e a tê-lo por cá. Nunca consegui tirar uma foto com ele porque ele nunca deixou. O Perninhas sempre foi um gato sofredor, por várias vezes,tratei dele, embora ele não gostasse muito. Há animais - tal como pessoas - que nascem para serem sofredores, infelizes. Essa é a sua estrada da vida. Talvez a dele também seja essa. Que será feito do Perninhas?

Intimidades reflexivas - 1637

"É pela palavra que nos fazemos, que nos criamos, que nos salvamos. Não temos outra coisa. Somos as palavras que usamos. A nossa vida é isso." - José Saramago (1922-2010) em entrevista ao Público, em Novembro de 2008.

Intimidades reflexivas - 1636

"Toda a disrupção começa com introspecção." - Jay Samit

Intimidades reflexivas - 1635

"Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?" - François La Rochefoucauld (1613-1680)

Intimidades reflexivas - 1634

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas." - José Saramago (1922-2010)

As 'merecidas férias' e o abandono animal

Começou o chamado período nobre das férias. Sem dúvida que é gratificante para quem trabalhou um ano inteiro poder desfrutar deste período. Mas que o faça sem comprometer a vida de outros seres para os quais representa família. Nesta altura é ver o crescimento exponencial do abandono de animais. E sempre me interroguei como é possível ir gozar as tais 'merecidas férias' depois de teres descartado um outro ser que vivia contigo. Sim, abandonado na estrada à fome e sede, frio ou calor, com medo, muitos não passam do primeiro dia porque não estando habituados a andar na estrada logo são atropelados. E tu nem te lembras dele por isso o abandonaste. Porque não abandonas os teus filhos num sítio qualquer sempre em nome das tão 'merecidas férias'? Para de ser hipócrita. Tu és o pior da espécie humana. Se por um qualquer desígnio do destino desaparecesses da face da Terra nesse momento ninguém daria pela tua falta porque simplesmente és lixo social. Um tipo de lixo que nem para reciclar serve. Um animal é uma responsabilidade. Quando adquirimos ou resgatamos um animal será para a vida e a nossa responsabilidade para com ele é a mesma de qualquer outro membro da família. Por isso deixo aqui a nota. Pensa antes de adotar um animal para não teres de o abandonar no próximo Verão. É que 'merecidas férias' existem todos os anos.

Intimidades reflexivas - 1633

"Quem salva uma vida salva o mundo inteiro." - Talmude

No 31º aniversário do seu falecimento

Passam hoje 31 anos sobre o falecimento do meu avô materno e padrinho José. Dele guardo as referências da educação, do saber estar, típicos dum hoje daquela geração. Foi uma pessoa determinante na minha educação e formação. A ele devo tudo o que sou. Homem de fortes convicções, a mim as transmitiu. Coisas como o esforço, determinação, trabalho, empenho, tudo isto e muito mais, dele recebi. Hoje celebra-se o 31º aniversário do seu falecimento. Fisicamente ausente, mas sempre presente na minha memória, espero que lá onde estiveres que estejas em paz!

"Pessoa - Uma biografia" - Richard Zenith

Para quem gosta de Fernando Pessoa trago uma excelente biografia da autoria de Richard Zenith. Ao longo de mais de 1100 páginas é desfiado quase tudo sobre Pessoa e os seus heterónimos. Recomendo vivamente. A edição é da Quetzal.

Os problemas na saúde

Estamos a assistir a uma verdadeira (aparente) questão da saúde. Hoje são os obstetras e ginecologistas, amanhã os cardiologistas, depois os fisioterapeutas e por aí fora. Estas coisas vêm a estender-se à muitos  - demasiados - anos. Todos sabemos que há muita coisa a corrigir, mas também temos de ter consciência de que muito disto tem outras finalidades que não são o SNS ou o servir melhor o utente. O que se trata é duma contestação generalizada à ministra Marta Temido e, mais do que que isso, a uma certa política que se vem a seguir a alguns anos. Tudo isto bem orquestrado pelas ordens profissionais que vão agitando as águas e uns sindicatos que vão cavalgando a onda. O que é curioso é que alguns, senão todos, os dirigentes destas organizações já o são à vários anos. Por isso vos convido a ver o que se passava no governo de Passos Coelho e aquilo que diziam nessa época estas mesmas pessoas. Não será necessário nenhum curso superior para perceber o embuste, a armadilha que está montada e que os utentes vão a reboque sem disso se aperceberem. Meros instrumentos em algo bem maior que vai para além deles. Fica aqui a nota porque com a mediatização que estes factos estão a tomar diariamente - e isto também não é inocente - ainda pensamos que o rato é que pariu a montanha. Coisa da politiquice barata e serôdia que por cá existe. Já à mituo que Portugal perdeu os grandes estadistas, agora é o refugo. E isto não se aplica só aos governos.