Sunday, June 30, 2024
Saturday, June 29, 2024
Friday, June 28, 2024
Thursday, June 27, 2024
Há amigos e amigos
Há amigos e amigos. Há os amiguinhos e os amigalhaços. Há aqueles que fazem da amizade um negócio com o qual querem lucrar. Amizade de ocasião. Há aqueles amigos de conveniência, que só nos procuram quando não há mais ninguém ou quando precisam de favores. Os amigos da onça, que ronronam pela frente e nos atacam pelas costas. E não vêm todos de Peniche. Há quem venha de mais perto. Há os amigos virtuais, que nos fazem um pedido de amizade e não nos cumprimentam na rua. E depois há os amigos verdadeiros. Aqueles que, mesmo longe, nos guardam no coração. Aqueles que ficam felizes com a nossa felicidade e tristes quando estamos tristes. Aqueles que nos dizem a verdade quando não a queremos ver. Os que nos dão a mão para nos ajudar a levantar e os que nos largam a mão quando precisamos de cair. A amizade verdadeira não desbota com o uso. Não usa. E, por isso, não deixa de servir. A amizade verdadeira não se cansa. Os velhos amigos são aqueles cuja amizade está sempre no início.
Wednesday, June 26, 2024
Tuesday, June 25, 2024
Homenagem à Paula Maia
Hoje fui cumprir o último ato de homenagem à Paula Maia. Tinha necessidade de o fazer. Fui visitá-la no gavetão de família nº 46 no cemitério de Águas Santas na Maia onde se encontram depositadas as suas cinzas. Deixei lá uma vela em sua homenagem e duas rosas brancas símbolo daquilo que nos unia. Foi um momento íntimo e muito gratificante. Quis a vida que só estivesse junto dela depois da sua morte, é uma daquelas ironias do destino. Mas mesmo assim, senti-me bem. Sei que ela estava ali junto de mim quando lhe agradeci a amizade que ela teve comigo ao longo destes anos, da cumplicidade que nos unia, das confidências que fazíamos um ao outro. Vim para casa melhor, mais leve. Descansa em paz, Paula Maia!
Monday, June 24, 2024
Sunday, June 23, 2024
Saturday, June 22, 2024
Um mês depois...
Cumpre-se hoje um mês sobre o desaparecimento da minha querida amiga Paula Maia. E que saudades que tenho dela. Essa enorme defensora dos animais. Aquela que sempre ia madrugada fora alimentar os seus protegidos. Aquela que todas as madrugadas me contactava a dizer que se sentia bem em sair para os alimentar. Aquela que todas as manhãs falava comigo sobre tudo e nada apenas porque se sentia bem a fazê-lo. Que saudades me deixaste, Paula. Sem o sentir a tua voz sempre alegre e feliz, duma felicidade transbordante, que a ninguém faria acreditar que ias partir tão prematuramente. Foste uma grande Mulher enquanto percorreste a estrada da vida. Foste uma grande Senhora pela maneira como ajudaste tantos seres desafortunados. Foste uma grande fonte de inspiração para todos os que dedicam a sua vida à causa animal. Por isso te recordo. Por isso derramo lágrimas sofridas de dor. Por isso jamais sairás do meu coração. Foste um exemplo, mesmo quando a saúde te foi faltando. Conseguiste ser sempre uma pessoa aglutinadora. Que saudades tenho de ti, aquela saudade que corrói porque sabemos que nunca mais te verei neste plano astral. Um mês volvido já estás seguramente numa dimensão de luz, rodeada por todos os que mais amastes, onde certamente os teus queridos animais não faltarão. Eu aqui te quero recordar publicamente porque, para além da dor que sinto, proclamo o meu orgulho de um dia as nossas vidas se terem cruzado. Foi através dos animais, da famosa matilha de Rio Tinto. Sempre os animais como força convergente. E essa fortuna do destino ficou para sempre. Porque conhecer pessoas como tu é um privilégio apenas de alguns e eu fui um afortunado. Hoje te recordo como sempre te recordarei enquanto pisar este espaço que também já foi teu. Hoje é o dia da saudade, o dia da memória, o dia de te venerar. Lá onde estiveres, que estejas em paz, Paula Maia!
Friday, June 21, 2024
É sim...
É sim. Tem dia que bate uma tristeza grandona, uma vontade de ficar bem quietinho onde os ruídos do mundo não possam encontrar a gente... É sim. Tem dia que dor antiga dá as caras, que lágrima desliza volumosa, que tudo nos parece mais difícil do que realmente é e as saudades parecem ocupar todo o território do peito... É sim. Tem dia que a respiração é áspera. Que o sorriso mingua. Que chove à beça por dentro. Que o coração fica todo apertado. Que a coragem cochila um pouco. É sim. Tem dia que a alma precisa de colinho.
Thursday, June 20, 2024
Chegou o Verão!
20 de junho, quinta-feira. Este é o dia do início do verão em 2024, cuja data é determinada pela ocorrência do solstício de verão. O solstício de verão corresponde ao momento em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador, em junho no hemisfério norte, e em dezembro no hemisfério sul. Assim, o início do verão europeu começa em junho, enquanto no hemisfério sul o verão só se inicia em dezembro. Este ano o solstício do verão acontece a 20 de junho às 20h51. Este é o dia mais longo do ano no hemisfério norte.
Wednesday, June 19, 2024
Intimidades reflexivas - 1789
"E, passaram 4 anos, tão depressa...Tantas coisas aconteceram... Já não tenho paciência para algumas coisas, não porque me tenha tornado arrogante, mas simplesmente porque cheguei a um ponto da minha vida em que não me apetece perder mais tempo com aquilo que me desagrada ou fere. Já não tenho pachorra para cinismo, críticas em excesso e exigências de qualquer natureza. Perdi a vontade de agradar a quem não agrado, de amar quem não me ama, de sorrir para quem quer retirar-me o sorriso. Já não dedico um minuto que seja a quem me mente ou quer manipular. Decidi não conviver mais com pretensiosismo, hipocrisia, desonestidade e elogios baratos. Já não consigo tolerar eruditismo selectivo e altivez académica. Não compactuo mais com bairrismo ou coscuvilhice. Não suporto conflitos e comparações. Acredito num mundo de opostos e por isso evito pessoas de carácter rígido e inflexível. Desagrada-me a falta de lealdade e a traição. Não lido nada bem com quem não sabe elogiar ou incentivar. Os exageros aborrecem-me e tenho dificuldade em aceitar quem não gosta de animais. E acima de tudo já não tenho paciência nenhuma para quem não merece a minha paciência." - José Micard Teixeira
Tuesday, June 18, 2024
Monday, June 17, 2024
Sunday, June 16, 2024
Saturday, June 15, 2024
"A Bíblia Tinha Mesmo Razão?" - Francisco Martins
“A Bíblia tinha mesmo Razão?”, pergunta-se o padre jesuíta e professor de Literatura Bíblica na Pontificia Università Gregoriana em Roma, Francisco Martins, em relação às “histórias de Israel e o Israel da história”. “A Bíblia tinha mesmo Razão? As histórias de Israel e o Israel da história” é a obra de sua autoria, na qual é reconstruída a história de Israel, através da Bíblia e de descobertas arqueológicas e epigráficas. “A Bíblia tinha mesmo Razão? As histórias de Israel e o Israel da história” é uma obra de reflexão historiográfica e resultado científico, da autoria do padre jesuíta Francisco Martins, que levanta questões importantes: "Abraão e Moisés existiram mesmo ou são apenas personagens de ficção?” “O Êxodo do Egito aconteceu nos moldes em que é celebrado na Bíblia?“ “E a conquista da ‘terra prometida’: facto ou mito?” “Quão gloriosos foram os reinados de David e Salomão?” “Como e quando nasceu o monoteísmo bíblico?” O padre Francisco Martins propôs-se a reconstruir a toda a história de Israel antigo, desde os primórdios até ao início do império romano, no século I a.C.. Diversos textos bíblicos – começando pelo livro do Génesis e terminando nos livros dos Macabeus – foram analisados, comparando com as descobertas arqueológicas e epigráficas. A Bíblia e a história andam de mãos dadas, havendo constantemente novas descobertas que alteram a visão dos acontecimentos e de determinadas personalidades. “Propõe-se uma nova perspetiva sobre eventos e personagens que povoam há séculos o imaginário da cultura ocidental”, afirma a sinopse da obra. Francisco Martins nasceu em Lisboa, é padre jesuíta e professor de Literatura Bíblica na Pontificia Università Gregoriana, em Roma. Licenciou-se em Filosofia e em Teologia, é mestre em Teologia Bíblica e em Filologia Semita e História Antiga, e doutorouse em Estudos Bíblicos. Já foi bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), é autor de diversos artigos de revistas científicas e membro da Associação Bíblica Portuguesa e da Society of Biblical Literature (EUA). Um livro muito interessante a merecer uma leitura atenta. A edição é da Temas e Debates uma chancela da Bertrand Editora, Lda.
Friday, June 14, 2024
Thursday, June 13, 2024
Wednesday, June 12, 2024
E esta, heim!
Vejo alguns por aí a falar contra aquilo que chamam de subsidio dependência. Curiosamente esses também acham que Camões deve ser celebrado invocando o seu sentido nacionalista. E aqui chegado fico confuso. Como é sabido Camões sempre gostou de viver acima das suas possibilidades. Acabaram por lhe atribuir uma tença. Isto quer dizer que Camões foi um subsídio dependente!!! E esta, heim!
Tuesday, June 11, 2024
Monday, June 10, 2024
Sunday, June 09, 2024
Saturday, June 08, 2024
Friday, June 07, 2024
Thursday, June 06, 2024
Wednesday, June 05, 2024
Intimidades reflexivas - 1780
“Sabe, Sancho(…) todas essas tempestades que acontecem connosco são sinais de que em breve o tempo se acalmará; porque não é possível que o bem e o mal durem para sempre, e segue-se que, havendo o mal durado muito tempo, o bem deve estar por perto.” - Miguel de Cervantes (1547-1616) in 'Dom Quixote de la Mancha'.
Tuesday, June 04, 2024
Em louvor das crianças
Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso. A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue. O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.
Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário' (1979)
Monday, June 03, 2024
Sunday, June 02, 2024
Em torno da memória da Paula Maia
Este tem sido um tempo de reflexão desde que a Paula Maia nos deixou. Da fragilidade da vida até ao determinismo da mesma, tudo isso me tem ocupado a mente. Todos sabemos que a vida é um palco e que mais cedo ou mais tarde saímos de cena para dar lugar a outro. Sabemos que é assim mas nunca estamos preparados para essa hora derradeira. Mas hoje quero falar-vos duma curiosidade que muitas vezes foi comentada por mim e pela Paula. Sem sabermos tínhamos um amigo comum que foi importante nas nossas vidas. Trata-se da figura veneranda do abade Ramiro Ferreira já desaparecido. O abade Ramiro foi pároco no Mosteiro de Águas Santas. Um mosteiro histórico que pertenceu à Ordem de Cristo. Foi o abade Ramiro que celebrou o meu casamento e que veio a tornar-se amigo da família e a frequentar a minha casa. Um belo dia falei à Paula sobre ele e ela logo que me disse que o conhecia bem, desde criança. Era também amigo da sua família, sobretudo do seu pai, e que até costumava chamar-lhe carinhosamente de 'Maiainha'. Depois foi um desfilar de estórias de parte a parte em torno do velho abade. Tínhamos um velho amigo em comum e que só o soubemos por um daqueles acasos que a vida nos proporciona. Hoje já ambos no percorrem a estrada da luz. Talvez até se tenham encontrado, quem sabe. De tudo isto fica apenas a memória, das pessoas, das conversas, enfim, do desiderato da vida.