Friday, March 31, 2017
Thursday, March 30, 2017
Wednesday, March 29, 2017
Começou o Brexit
Hoje é o primeiro dia do resto da ligação entre a União Europeia (UE) e a Grã-Bretanha. Um processo que será seguramente doloroso para ambas as partes. Ao accionar o artigo 50, a Grã-Bretanha começa um período de dois anos até ao divórcio definitivo. Algo para que nenhuma das partes está preparada e com consequências que não são possíveis avaliar nesta altura. Desde logo para aqueles que fazem desse país o seu país de acolhimento. E Portugal tem lá muitos, gente altamente qualificada que não sabe o que vai acontecer, o que lhes vai suceder, que direitos e obrigações lhes serão exigidos. Os empresários já a perspetivar um novo período onde verão as taxas a aumentarem os custos sobre as suas empresas. Enfim, um mar de incertezas com muitas interrogações à mistura. Um dia triste para a UE mas também um dia triste para quase metade da população da Grã-Bretanha que queria continuar ligada à Europa. Confesso que estou preocupado como preocupados deverão estar todos aqueles que acreditam numa Europa unida e mais solidária. Talvez este abanão sirva para corrigir a trajetória que a UE tem vindo a traçar nestes últimos anos. Se isso vier a acontecer, talvez haja algo de positivo com esta situação. O futuro dirá o que sucederá. Até lá, apenas as especulações e as preocupações estão na primeira linha.
Tuesday, March 28, 2017
Monday, March 27, 2017
Ecumenismo versus radicalismo
Temos vindo a assistir a uma série de comentários sobre pessoas oriundas de outras paragens, senhores doutras culturas, religião e modo de pensar. E tal faz-me alguma confusão. Sei que anda por aí muita gente a tentar infiltrar-se para minar a nossa forma de vida, a nossa maneira de olhar o mundo, enfim, os valores superiores duma Europa que está muito à frente, - mesmo quando comparada com os EUA -, embora para muitos possa parecer estranho. Mas acho que, dentre o mau, (que há e muito), e aquelas pessoas que vêm buscar apenas uma forma de vida melhor para si e para os seus, vai uma grande distância. Nós somos bem o exemplo disso. Um povo da diáspora, espalhado pelos quatro cantos do mundo, não seremos, na minha modesta opinião, o melhor exemplo para criticar e estigmatizar outros, que fazem afinal, aquilo que nós vimos fazendo à séculos. Sempre fomos um povo ecuménico, e não é por haver um ou outro - ou um grupo de pessoas diferentes - que se pode ferrar um povo. Ainda na semana passada assistimos a dois crimes hediondos, muito violentos com diversas vítimas, num espaço de um dia. E isso não pode ser visto como o paradigma do homem português ou, para os mais fundamentalistas, um sinete de um povo. Aliás, acho que esta nossa maneira mais ancestral de olhar o mundo - um pouco diferente daquela que vemos hoje em dia - traduz aquilo que nos dias que correm é a visão oficial da Igreja. O Papa Francisco tem olhado para o problema da exclusão, da não aceitação de refugiados, da desconfiança para com o próximo, duma forma muito clara e sem tergiversões. Poder-me-ão chamar ingénuo! Talvez até tenham razão. Mas isso não modifica a minha maneira de ver e olhar o outro. Aquilo que está a acontecer noutras paragens, já aconteceu na Europa num passado recente. Basta lembrar as duas guerras mundiais com o cortejo de mortos e refugiados que gerou, alguns dos quais se acolheram em Portugal. Penso que muitas vezes, o radicar de posições está no desconhecimento do outro, da sua cultura, religião, enfim, na sua maneira diferente de olhar o mundo. Mas se fizermos um esforço para nos tentarmos conhecer melhor talvez consigamos pensar de maneira diferente. Temos sempre receio do que não conhecemos muitas vezes ampliado por informação pouco rigorosa que acicata as diferenças. Ainda me recordo como alguns dos nossos primeiros emigrantes que abalaram para França (por razões económicas ou para fugir à guerra colonial) eram recebidos e vistos por lá. Conheço o relato de muitos sobre o muito que por lá passaram, das dificuldades que tiveram, da maneira como eram olhados. (Disso até sou testemunha das muitas vezes que visitei esse país e vi coisas que não me agradavam sobre os meus compatriotas e não só). Talvez por isso, sempre tive um espaço para refletir sobre o tal radicalismo que rotula muitas dessas gentes, a esmo, sem critério, sem destrinçar o trigo do joio. Com certeza que bons e maus existem em todas as culturas. Já pensaram como um oriental olha para as cruzadas do ocidente que se fizeram em tempos idos e que espalharam o terror, o desespero e a morte de tantos inocentes? E isso não pode ser assacado como moeda de troca dos povos que participaram. Porque eles apenas representavam uma parte dessas gentes, com interesses mais materiais que religiosos, para a sua atuação. Hoje assiste-se ao inverso, mais refinado porque os tempos são outros, mas com a mesma finalidade. Mas um grupo dessas gentes, sem princípios, cheios de ódio ao nosso modelo ocidental de vida, não pode ser confundido com outros que, também eles, fogem desse radicalismo intolerante que assola os seus países deixando tudo para trás. E isso combate-se integrando e não fechando as pessoas em 'ghettos', olhadas de soslaios, apontadas a todo o momento. Estamos a passar por momentos difíceis da nossa História, mas temos que ter uma abertura de espírito para não nos deixarmos arrastar por um ódio radical igual àquele que pretendemos combater. Pensemos sobre a nossa História rica de muitos séculos e encontraremos a resposta a muitas destas questões. O que temos é que olhar para ela duma forma distanciada e imparcial. Talvez assim, cheguemos a uma conclusão para além da intolerância. Dizia Gilbert Chesterton que 'a intolerância pode ser aproximadamente definida como a indignação dos que não têm opinião'. Se calhar é isso mesmo que está a acontecer nos nossos dias. Da não opinião - e até desconhecimento - de uns, até ao aproveitamos de outros, há um mar de situações para as quais temos que olhar com atenção para não nos deixarmos arrastar na correnteza das massas amorfas que atuam irracionalmente, muitas vezes manobradas por interesses pouco claros. Isto não quer dizer que não estejamos atentos e vigilantes. Mas sem radicalismos tão caros aos fundamentalismos que pretendemos exorcizar.
Sunday, March 26, 2017
Outra vez!...
Tudo roubado de novo! Nem a comida da gata escapou. (Ver foto). Como dizia há dias a Paula Maia, para além do roubo é o desprezo com que se atiram as taças da comida. Gente sem escrúpulos, gente menor, sem ética, nem educação. Gente que não merecia sequer ter nascido. Mas é assim. Estava lá um carro de marca Audi estacionado junto do local. Mínimos ligados, ninguém dentro. Achei estranho, mas muitas coisas estranhas acontecem naquele local. Esta é apenas mais uma. Abasteci as taças com comida. Não sei se aqueles pobres infelizes irão comer dela. Apelo a quem puder lá passar, especialmente à Paula ou ao Bruno Alves Ferreira, se poderiam levar ração de gato e de cão. Já não tinha nenhuma comigo quando cheguei ao local. Obrigado.
Saturday, March 25, 2017
Mudança da hora
Domingo, dia 26 de março, o relógio será adiantado uma hora. A mudança da hora de inverno para a hora de verão é já no próximo domingo, dia 26 de março. Terá de adiantar o seu relógio 60 minutos, caso viva em Portugal continental ou na Região Autónoma da Madeira, quando os ponteiros marcarem 1:00. Passarão a ser, então, 2:00. Já nos Açores, a mudança é feita à meia-noite, com os relógios a passarem para a uma da madrugada.
A pressa!...
Quando cheguei ao abrigo para abastecer as taças de comida o aspeto era este. (Ver foto). Apenas comida de gato existia. A taça onde costumo deitar a ração estava atirada para longe junto a uma das empresas que opera no local. Ainda havia restos de ração espalhados pelo chão. Parece que surpreendi o ladrão, embora não o tenha visto. O que é mau. Porque seguramente estava escondido e logo que virei costas deve ter ido roubar a comida que lá deixei. Seja como for, abasteci tudo na esperança de que o cão e a gata apareçam. Senão, hoje ficam em jejum. A água continua a estar suja ainda não percebi bem porquê. Também lavei a bacia e deitei água fresca. Alerto para que no outro abrigo também se vá vendo o que lá se passa. A ração que lá vi hoje esta completamente ressequida e não havia água. Penso que será bom dar alguma atenção a isso. Veremos o que encontrarei no futuro.
Friday, March 24, 2017
Thursday, March 23, 2017
Uma anedota chamada Jeroen Dijsselbloem
Num momento em que a Europa precisa de cerrar fileiras contra esse inimigo cobarde que atua na sombra como é o caso do terrorismo - ainda ontem o vimos de novo a surgir em Londres - parece que os políticos europeus (tal como os de cá do burgo) se interessam mais pelo chiste, pela chalaça, mesmo que rasteira, sexista roçando até uma certa brejeirisse que muitos pensavam não existir em países do norte. (Só quem não os conhece acreditaria em tal, mas adiante!). Tudo isto a propósito das infelizes afirmações dum tal Jeroen Dijsselbloem, holandês, e que circunstancialmente é o presidente do Eurogrupo. Confundir as dificuldades dos países do sul, com 'copos e mulheres' é no mínimo de muito mau gosto. Mas este senhor, membro do partido trabalhista holandês, é useiro e vezeiro em afirmações infelizes. Agora que o seu partido teve uma derrota enorme nas eleições da semana passado no seu país, ele que era o ministro das Finanças, vai deixar de o ser e, como é natural, também terá que sair de líder do Eurogrupo. E ao sair, não verá aplicada uma das medidas por que tanto se bateu como foi a de aplicação de sanções aos países do sul, em especial, a Portugal. Apesar deste cavalheiro representar uma certa esquerda europeia, tal nunca o impediu de ter uma atitude muito pouco solidária com os mais fracos, tal nunca o impediu de ser mais pró-social, tal nunca o impediu de obstar a que o fosso entre os países do norte e do sul se fosse alargando paulatinamente. Hoje contestado pelo próprio Partido Socialista Europeu, Dijsselbloem ainda assim, recusa-se a pedir desculpa aos países que insultou duma forma suez - para não dizer cobarde - porque se acha detentor do poder absoluto. Será que esse espécime conhece a história do seu país? Será que ele sabe o que a Holanda já foi - e por que passou - em tempos não muito longínquos? Provavelmente não. Aliás, ele é mais um daqueles políticos que dizem ter habilitações que depois se vem a verificar que nunca as possuiu, o que mostra bem o perfil deste energúmeno. (Se pensam que os Relvas são só um protótipo de político português, pois desenganem-se). Políticos como este só ajudam ao descrédito duma União Europeia (UE) que à tanto tempo anda sem rumo, desnorteada com o que fazer no futuro. A mesma UE que viu sair a Grã-Bretanha e que, a continuar a pisar estes terrenos, poderá vir a ver - a curto prazo - outros 'exit' venham eles donde vierem. Numa altura em que o serrar fileiras deveria ser a tónica, andam por aí uns projetos de políticos que só o são porque nada mais têm para fazer. É um drama que enfoca muito nos países do sul, mas não só, e este Jeroen é bem o exemplo disso mesmo. Se este Dijsselbloem - um controverso discípulo de Schäuble a caminho do desemprego - teve de mérito foi o de unir o Parlamento português tão pouco consensual que temos neste nossos dias. Vai mal a UE e tempos difíceis se avizinham - para além daqueles por que está a passar - e com agentes destes não é de esperar que as coisas se endireitem. Quando um político da UE - e com as responsabilidades que este tem - afirma que países como Portugal gastaram o dinheiro em "copos e mulheres" já tudo se pode esperar. Do deboche mais reles, ao brejeirismo mais serôdio, já tudo cabe nesta UE que, cada vez mais, é mais uma desunião do que uma união. Longe vão os tempos dos grandes políticos - aqueles a quem se costuma chamar de estadistas - que foram cedendo os lugares aos atuais amanuenses da política. Lá como cá, a mediocridade impera. E assim apenas o precipício será o destino que nos espera.
O que é ser um defensor dos animais? (por Lilian Rockenbach)
(por Lilian Rockenbach)
Hoje em dia a protecção animal virou uma moda. Muita gente acha giro dizer que é “Defensor de Animais”, mas o que é exactamente ser um “Defensor de Animais”?
Para começar gostaria de esclarecer que proteger animais não é chamar uma ONG ou ligar para um defensor independente quando um animal está a ser mal tratado. Proteger animais também não é ficar no computador apenas passando pedidos de ajuda, nem se sentir no direito de exigir e cobrar que pessoas ligadas à causa façam o que considera certo fazer. Estas são apenas formas de divulgar acções e necessidades ligadas à causa, e não a protecção na sua essência.
Em primeiro lugar é importante saber que defensores de animais são pessoas iguais a quaisquer outras, que trabalham, estudam, tem família, filhos, quintal pequeno, moram num apartamento em alguns casos, mas decidiram arregaçar as mangas e fazer a diferença. Um dia desses eu ouvi que ser defensor de animais é um “apostolado”, e isso significa dedicar sua vida, seu tempo e seu dinheiro a uma causa que muito provavelmente nunca lhe trará nenhum retorno material. Consiste também em mudar hábitos alimentares, hábitos de diversão, hábitos de consumo e hábitos em geral.
O “defensor de animais” muda a sua visão em relação a vida, passa a respeitar toda forma de vida, passa a lutar pela defesa dos direitos dos animais, pela castração, pela adopção, por leis mais rígidas e que os defendam, pela consciencialização da população, etc.
Ninguém muda estes hábitos facilmente, nenhuma pessoa que conheço acordou e disse: a partir de hoje sou um defensor de animais e vou deixar de fazer tudo o que fiz a vida inteira. A vontade de ajudar impulsiona a levantar e ir, com o tempo criamos cada vez mais a consciência em relação aos assuntos relacionados à causa, nossos hábitos são mudados aos poucos e gradualmente. É uma luta pessoal contra nós mesmos e, em alguns casos, contra nossos familiares que não conseguem entender e aceitar essa mudança.
Ser um “defensor de animais” é ter responsabilidade social de maneira totalmente independente da caridade. Promover a consciencialização em relação ao respeito pelos animais é uma das bandeiras mais importantes da causa, fazer com que as pessoas percebam que o animal tem uma vida que precisa ser respeitada, é uma batalha constante. Os animais existem da mesma maneira que todos nós, possuem suas individualidades.
Os defensores dos animais devem ser felizes com sua bandeira, devem-se orgulhar do que fazem. Se defender animais trouxer algum tipo de angústia, talvez seja a hora de repensar e mudar de causa. Os animais precisam de pessoas sensatas, que estejam sempre empenhadas em aprender, que estejam dispostas a tentar mudar o mundo, mas se conseguirem mudar apenas a pessoa que está ao seu lado, já fizeram muito mais do que 99% da população. Os animais não se podem defender, eles só têm a nós, seres humanos, para defendê-los, e exactamente por isso temos que nos manter equilibrados para fazê-lo, e fazer com prazer, paixão e de maneira optimista. Pessoas agressivas e desacreditadas, não apenas na causa animal mas em todas as causas, geralmente não conseguem atingir seus objectivos na sociedade, pois não conseguem desenvolver o potencial necessário para valorizar a causa que defendem.
Tenha sempre como referência, pessoas inseridas na causa e que desenvolvam um trabalho baseado na seriedade e, acima de tudo, idoneidade. Fuja dos falsos defensores, pessoas que estão inseridas na causa tentando tirar benefícios materiais ou prestígio. Acredite em si e nos seus objectivos, arregace as mangas e faça, não tenha projectos alimentados apenas pela esperança, estabeleça objectivos e metas, faça você também a diferença. Pense qual a melhor forma de ajudar os animais, quais os seus pontos fortes, se gostaria de trabalhar com resgates, com adopção, com maus tratos, com educação, etc. Acredite em si, e dê o seu melhor.
Abrace uma causa, qualquer causa, mas faça-o com responsabilidade e de coração aberto. Mude seus conceitos, abandone os preconceitos e faça a diferença.
Existem 3 tipos de pessoas: as que fazem acontecer, as que deixam acontecer e as que perguntam - o que aconteceu?
Wednesday, March 22, 2017
Tuesday, March 21, 2017
Monday, March 20, 2017
Intimidades reflexivas - 937
"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo." - Vinicius de Moraes (1913-1980)
Equinócio da Primavera
Em 2017 o Equinócio da Primavera ocorre no dia 20 de Março às 10h29min. Este instante marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,79 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Junho às 05h24min. Os instantes estão referenciados à hora legal. O Equinócio é instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), pois nestas datas dia e noite têm igual duração, tal é a ideia que permeia a sociedade.
Sunday, March 19, 2017
Dia do Pai
Hoje este tipo de celebrações assume uma relevância que não tinha na minha meninice. Lembro-me da celebração do Dia da Mãe, - na altura, era em dezembro, a 8, - mas não do Dia do Pai. Era uma celebração menor quase um apêndice no calendário de então. Mas acho bem que estas novas gerações o celebrem. Afinal o conceito familiar fica assim mais ajustado, se o praticarmos na sua essência, senão, será apenas mais um dia. Todos sabem como defendo o conceito de família hoje tão adulterado. Quanto a mim, este dia apenas releva uma memória. O meu Pai já à muito que partiu, e dele apenas a saudade vai fazendo o seu percurso. Mas isso não significa que ignore o dia. É a memória sobrevinda que regressa pujante, com toda a força. Quero aqui desejar um Feliz Dia do Pai a todos os pais. Que esta celebração sirva para muscular esse essência maior que é a família. Se assim for, já valeu a pena. Feliz Dia do Pai.
Novas condições!...
Já ontem tinha sido informado pelo Bruno Alves Ferreira dum novo espaço que fez para colocar a comida. Acho que ficou bem, embora o local não é o melhor. É ali que encostam os camiões cisterna que trazem o gás. Porque eles encostam muito à parede para que as mangueiras cheguem aos depósitos, temo que o abrigo não dure lá muito tempo. Além de que está mais exposto à intempérie como sabe. Não leve a mal isto que aqui lhe digo. Admiro o seu esforço e empenho, apenas quero contribuir para que tudo fique o melhor possível. Talvez se, de novo, se conseguisse melhorar o espaço que tem servido para abrigar a comida não fosse a pior das ideias. Está mais abrigado do tempo sem dúvida nenhuma. E quer os ratos, quer a pessoa que rouba a comida, tanto vão a um lado como ao outro. Quanto aos ratos, sempre lá existiram e muitos, mas o desaparecimento da comida não é obra dos ratos. Alguns poderão ir lá comer. Sabemos disso, você já os viu como eu, e até mais recentemente, a Paula Maia me deu relato disso. Mas a maneira como as coisas estão deixadas a esmo não é obra dos ratos. Será obra dum outro rato, bem mais humano. E o meu amigo sabe bem disso. Aliás basta ver a disposição dos recipientes quando lá chego. (Ver foto). E os ratos têm alguma relutância em comer ração. E ela desaparece quase de imediato. Sabemos todos disso. Conhecemos as causas. Mas também temos conhecimento da inevitabilidade da situação. Seja como for, apenas aqui quero deixar um contributo e não uma crítica. Porque a quem faz o que o meu amigo tem feito, só temos todos, que lhe agradecer.
Saturday, March 18, 2017
Não tenho a certeza!...
Fiquei na duvida. O aspeto do abrigo quando lá cheguei era este. (Ver foto). Apenas havia comida seca de gato. Abasteci os recipientes. A gata logo apareceu. Está grávida segundo me parece. Mais uma ninhada que vem para desaparecer de seguida como aconteceu com a outra. Entretanto um carro preto, marca Fiat, chegou com dois sujeitos dentro. O condutor cumprimentou-me e estacionou no parque habitual da Copesmal. Não conhecia as pessoas. Ainda lá fiquei 45 minutos, mas ninguém da Copesmal chegou e o carro com os sujeito lá permanecia. Acabei por me vir embora. Não sei se eram pessoas para roubar a comida ou apenas trabalhadores. Verifiquei que o abrigo já não tem quase oleado nenhum. Se chover a comida vai ficar toda molhada. Não tenho nenhum em casa, senão levava. É uma pena. Amanhã verei o que sucedeu.
Friday, March 17, 2017
Feliz Dia de São Patrício
Comemora-se hoje o Dia de São Patrício. Dia de São Patrício (em inglês: Saint Patrick's Day, em irlandês: Lá le Pádraig ou Lá Fhéile Pádraig), é a festa anual que celebra a morte de São Patrício, padroeiro da Irlanda, e é normalmente comemorado no dia 17 de Março pelos países cujo inglês é o idioma oficial. As pessoas vestem-se de trajes verde, laranja e branco, saindo às ruas numa longa caminhada festiva. O primeiro "Saint Patrick's Festival" foi realizado no dia 27 de Março de 1997. Em 1999, tornou-se um evento de três dias, e em 2000 foi um evento de quatro dias. Em 2006, o festival durou 10 dias. No passado, o Dia de São Patrício era apenas uma celebração da Igreja. Tornou-se um feriado público no ano de 1903. Na Inglaterra, foi introduzido no Parlamento pelo irlandês James O'Mara. Mais tarde, O'Mara introduziu a lei que proibia que os pubs fechassem no dia 18 de Março, uma providência que só foi mudada nos anos 70. A primeira manifestação ocorreu em Dublin, no ano de 1931, e foi criticada pelo ministro Fitzgerald. Quero aqui desejar a todos os meus amigos de origem anglo-saxónica, especialmente, aos irlandeses, um Feliz Dia de São Patrício.
"As Cidades Invisíveis" - Italo Calvino
'A cidade para quem passa sem entrar nela é uma, e outra para quem é tomado por ela e já não sai; uma é a cidade a que se chega pela primeira vez, e outra a que se deixa para nunca mais voltar; cada uma delas merece um nome diferente; talvez eu já tenha falado de Irene sob outros nomes; talvez não tenha falado senão de Irene.' Ao projetar a sua própria voz nos relatos de cidades que pontuam o diálogo entre Marco Polo e Kublai Kan, Calvino reencontra essa capacidade dos antigos construtores de fábulas, e sabe transmitir o prazer que aquele que conta tem de suscitar no ouvinte, que é o próprio leitor. Italo Calvino nasceu em Santiago de las Vegas, a 15 de outubro de 1923 e viria a morrer em Siena, a 19 de setembro de 1985. Foi um dos mais importantes escritores italianos do século XX. Nascido em Cuba, de pais italianos, a sua família retornou à Itália logo após o seu nascimento. Formado em Letras, participou na resistência ao fascismo durante a Segunda Guerra Mundial e foi membro do Partido Comunista Italiano até 1956, tendo se desfiliado em 1957. A sua carta de renúncia ficou famosa em 1957 . A sua primeira obra foi 'Il sentiero dei nidi di ragno' (O atalho dos ninhos de aranha), publicada em 1947. Uma de suas obras mais conhecidas é 'Le città invisibili' (As cidades invisíveis) - a que aqui faço referência -, de 1972, tendo como personagens Marco Polo e Kublai Khan. Este livro apareceu nas bancas numa parceria entre o grupo Leya e a RTP, fazendo parte duma coleção - este é o décimo dessa coleção - que esta última está a publicar sobre o nome de Coleção Essencial. A um preço mais barato do que os livros editados diretamente pelas editoras, aqui vos deixo este que tem um particular significado na literatura dos nossos dias.
Thursday, March 16, 2017
Intimidades reflexivas - 935
"Sou fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual." - Fernando Pessoa (1888-1935)
Wednesday, March 15, 2017
Recordações vs. memórias
Porque, por vezes, acordamos com aquela sensação de nostalgia que nem sabemos explicar. Saudades de tempos idos, de pessoas que passaram pela nossa vida e nos ajudaram a crescer, por animais que abrilhantaram a nossa existência e cuja memória continua a iluminar o nosso caminho, pela natureza tão bela e tão frágil que vai colorindo e perfumando a nossa vida. Hoje acordei assim, e nem sei explicar bem porquê. Trago-vos por isso uma imagem que fala disso, de memórias passadas, de recordações vivenciadas, servida por belas fotos. Que sirva para alegrar o vosso início de dia. Porque aos meus amigos dou sempre o melhor.
Tuesday, March 14, 2017
No 4º aniversário do papado de Francisco
Cumprem-se hoje 4 anos sobre a nomeação do Papa Francisco. Homem que se tem pautado pelas denúncias dentro da própria Instituição e por um comportamento simples, bem longe do habitual dos seus antecessores. Um homem que tem trazido de volta à Igreja muita gente, sobretudo jovens. Que continue a sua obra regeneradora é o que todos os católicos esperam. E estamos certos que assim será. Parabéns, Papa Francisco.
Monday, March 13, 2017
Sunday, March 12, 2017
Voltou a acontecer!...
Voltou a acontecer de novo! Tudo tinha sido roubado, e a comida de gato, como não lhe interessava, estava virada. (Ver foto). A maldade humana não tem ímpar. Ainda não percebi porque isto acontece. Embora tenha dúvidas de que foi este sujeito que destruiu o abrigo. Afinal este 'negócio' interessa-lhe e só se fosse muito tolo acabaria com ele. Já agora, informo que coloquei a comida do cão em cima da palete. Sei que ele não gosta de ir ali comer, mas como o abrigo está mais estreito, estava a chover nos recipientes que lá estavam. Sei que não é fácil, e até desmotivador, mas se o abrigo pudesse ser reparado, sobretudo na parte de cima, seria bom, para evitar a chuva cair na comida. Sei que estou a pedir demais. Já muito fazem as pessoas que estão envolvidas neste caso. Espero que o cão e a gata apareçam enquanto a comida lá está. Caso contrário, ficam sem refeição. Como vem sendo habitual.
Saturday, March 11, 2017
Não sei!...
De facto não sei se roubaram ou não a comida. Depois da destruição havida a semana passada, o abrigo foi improvisado. Quando cheguei nada havia. (Ver foto). Deixei ração de cão no recipiente do gato, e nos outros dois a restante comida que levo. Deixei-a em cima da palete. Aí o cão talvez não coma porque tem receio. Mas como o abrigo está mais pequeno, se a deixasse em baixo ficaria à chuva que parece ameaçar. Pedia a quem pudesse - a Paula Maia ou o Bruno Alves Ferreira - se tinham um recipiente de plástico para deixar a comida. Tinha um de ferro que hesitei em deixar no local, - e acabei por não o deixar -, pelo receio de que pode ser utilizado como arma de arremesso e atingir alguns dos animais. Se não tiverem, amanhã, deixarei o de ferro. Já agora, se puderem passar por lá, levem ração de gato. Não havia nenhuma e eu não tenho. Obrigado.
Friday, March 10, 2017
Thursday, March 09, 2017
Wednesday, March 08, 2017
Dia Internacional da Mulher
Celebra-se hoje, dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher. Mais um dia de qualquer coisa como costumo dizer porque este dia, como tantos outros, deveriam ser dias da mulher. Quantos o celebram hoje - sobretudo nestes espaços porque até fica bem - e mais logo, quando chegarem a casa as espancam, as violam, as assassinam. Quantos! Quantos hoje, logo que chegam aos seus postos de trabalho, as escravizam, as assediam, as humilham. Quantos! Quantos as trocam, as mutilam, as impedem de evoluir, de estudar, de serem, enfim, seres de parte inteira. Quantos! E não pensem que são tão poucos assim. Ou que só acontecem essas coisas noutras zonas do planeta. Ou que isso era coisa dum outro tempo e não deste tempo moderno. Ainda há dias ouvimos um eurodeputado polaco dizer que "a mulher deveria ganhar menos do que o homem porque era (entre outras coisas) menos inteligente"! Pobre Europa que tais representantes tem. Mas também ouvimos em sentido contrário, a palavra sempre avisada e oportuna do Papa Francisco, quando disse no domingo passada que "a mulher representa o equilíbrio familiar e não deve servir apenas para estar na cozinha". Palavras avisadas e contrastantes que apenas servem para mostrar que ainda há um longo caminho a percorrer. Embora a mulher já se tenha imposto em algumas áreas, ainda muito trabalho existe para a paridade de género. E não é por decreto, por quotas, por seja lá mais o quê, que tal se atinge. É pelo afirmar constante das mulheres, pelo espaço que a sociedade lhes vai dado e, sobretudo, pelo mérito que tem que se lhes reconhecer em muitos casos, coisa que aqui quero dar testemunho porque conheço alguns desses casos. Mas hoje, porque é o Dia Internacional da Mulher, vamos assistir a mais um cortejo de boas intenções que não passam disso mesmo. E quem passará das bonitas palavras aos atos? Quem o fará hoje, mas também amanhã, e depois de amanhã e por aí fora. Mas hoje é o Dia da Mulher. Neste dia, ao homenagear as mulheres, não queria deixar de o simbolizar naquela que foi muito importante na minha vida. Aquela que me deu a vida. A minha Mãe! Nela pretendo homenagear todas as mulheres do meu país, as mulheres dos outros países, as mulheres de todo o mundo, enfim, as mulheres, simplesmente. Feliz Dia da Mulher!
Tuesday, March 07, 2017
Euclides - A Geometria - National Geographic
Mais um número especial da prestigiada revista National Geographic chegou às bancas. Desta feita, abarca a vida e a obra de Euclides, com o título "Euclides - A Geometria" e o subtítulo "A matemática implica figuras". Venho chamando a atenção para esta série de revistas de altíssima qualidade pelo valor científico e de conhecimento que encerram. Apresentado em papel também ele de muita qualidade - algo a que a National Geographic já nos habituou - esta revista pode servir para muita gente que gosta de matemática aprofundar alguns conceitos, mas também, para muitos jovens que não gosta desta ciência, passarem a olhar para ela com outros olhos e sem dramatismos. Toda a série de ciência tem muito valor (e aqui por diversas vezes) já fiz referência a isso e ao interesse que tem a aquisição da série completa. A National Geographic tem outras séries especiais (para além da revista científica mensal) que devem merecer a nossa melhor atenção. Por vezes compramos coisas com elevado custo que nos trarão pouco ou nenhum proveito. Aqui está uma coleção que - não sendo cara - justifica todo um investimento. Deixo-vos a nota. Revistas de grande qualidade e que encerram elevados conteúdos. Aconselho vivamente. (De novo vos proponho um fac-simile da mesma na versão da edição espanhola. Continuo sem perceber porque é tão difícil obter as versões em português).
Monday, March 06, 2017
"Contos" - Miguel Torga
Tenho vindo a desfiar um grosso volume de Miguel Torga dedicado aos seus "Contos". Normalmente a edição dos contos, vem separada em vários volumes. Aqui aparece num único e grosso volume que reúne todo este estilo dos escritor. Com mais de 730 páginas este livro reúne os contos das compilações "Pão Ázimo" (1931), "A Terceira Voz" (1934), "Bichos" (1940), "Contos da Montanha" (1941), "Rua" (1942), "Novos Contos da Montanha" (1944) e "Pedras Lavradas" (1951). Esta magnífica edição - já com alguns anos - percorre toda uma série temporal do escritor. Miguel Torga que nasceu em Sabrosa em 1907 e que morreria em 1995 em Coimbra, viria a percorrer vários géneros literários, tais como: a de dramaturgo, poeta, ensaísta, contista e sei lá mais o quê, sempre com a elegância que se lhe conhece, nunca deixando de retratar o povo em que residia a sua origem. Em determinada altura, Torga acabou por ser um proscrito do Estado Novo - um entre tantos outros - e até um dos seus livros mais polémicos - que faz parte desta coletânea - refiro-me aos "Bichos" - sofreu forte contestação do regime de então com consequências para o autor. (Como me recordo nas aulas de português na altura em que passei pelo secundário, alguns professores menos identificados com o regime de então, o aconselharem e até empestarem a alguns alunos, face à dificuldade em obtê-lo nas livrarias, muitas vezes vendido "por baixo do balcão" e só a pessoas que eram conhecidas). Outros tempos duma certa menoridade intelectual que já há muito deixaram de existir. Agora, sem quaisquer restrições, esta e outras obras de Torga podem ser obtidas sem constrangimentos. Esta edição conjunta viu a luz do dia em Janeiro de 2001 - já lá vão 16 anos - mas ainda é possível encontrá-la em novas edições revistas. A feliz edição é das Publicações Dom Quixote. Aqui fica a nota para os mais interessados nestas temáticas que poderão, num só volume, ter acesso a toda a obra contistica de Miguel Torga. Recomendável a todos os títulos.
Sunday, March 05, 2017
A nostalgia dum domingo chuvoso de março
Hoje deu-me para a nostalgia. Talvez fruto do tempo chuvoso que se faz sentir. Nunca fui grande admirador dos ABBA, mas sei da sua importância para a música, nomeadamente para a pop. E aqui vos trago um grande momento deste grupo sueco duma outra geração, baseada numa frase duma geração anterior proferida por Martin Luther King. Mas é também de nostalgia o momento que aqui quero celebrar. No final do ano escolar, no ano transato, na escola da minha afilhada Inês, a educadora fez uma excelente adaptação do tema para celebrar a partida de três meninos que a iam deixar rumo à escola básica. Foi um momento intenso que comoveu até a educadora. Como vêem demasiadas memórias para uma só canção. É caso para dizer que a nostalgia anda no ar. Tal como o tempo que hoje faz por aqui. Bom domingo a todos... (Podem visualisar o tema em questão clicando aqui: https://vimeo.com/5337191 ).
Intimidades reflexivas - 926
"Este é um daqueles dias de Março em que o o sol brilha quente e o vento sopra frio: quando é verão à luz do dia e inverno na sombra." - Charles Dickens (1812-1870)
...
"It was one of those March days when the sun shines hot and the wind blows cold: when it is summer in the light, and winter in the shade." - Charles Dickens (1812-1870)
Mais uma vez!...
Voltou a acontecer. Tudo roubado. Não sei se a Paula por lá passou ontem, mas em caso afirmativo, digo-lhe que tudo foi roubado. (Ver foto). Desta vez, nem a comida de gato escapou. Abasteci os recipientes e logo a gata apareceu para comer. Primeiro foi à sua ração. Viu que nada existia e resignou-se a comer a comida que levei. Fiquei lá cerca de meia hora até ela comer. Pelo menos ela hoje tem a barriga cheia. Quando me vinha embora, cruzei-me com o Repinhas no Forno, mas este nem parou. Ia atrás duma cadela e só tinha olhos para ela. Se demorar muito, hoje não comerá nada. Pedia à Paula se por lá fizer intenção de passar, que leve ração de gato porque não tinha nenhuma comigo. Desculpe estar sempre a pedir-lhe apoio, mas é a única pessoa com quem posso contar e ainda por cima mora perto do local do abrigo. Obrigado do coração.
Saturday, March 04, 2017
Mais uma vez!...
Voltou a acontecer. Toda a comida que ontem a minha amiga Paula Maia lá deixou desapareceu toda. A taça cheia de água da chuva e nada mais. Nem a ração de gato ficou. (Ver foto). Abasteci as taças e logo o gato veio. Cheirou a comida e ainda comeu alguma, pouca. Estava mais interessado num possível rato que por lá andaria. Como não conseguiu apanhá-lo foi-se embora. Ainda lá fiquei bastante tempo para ver se aparecia o funcionário que faz a manutenção numa das empresas e que me vai dando informação sobre o cachorro, mas não veio de novo. Acabei por me vir embora com a firme convicção que a comida que deixei não ficará lá muito tempo. A saga continua sem fim à vista.
Friday, March 03, 2017
Thursday, March 02, 2017
Amizade Segundo Vinicius De Moraes. Dedique Este Texto Aos Seus Amigos!
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vinicius de Moraes