Economia de guerra

A invasão da Ucrânia pela Rússia prossegue, mas não é disso que vou quero falar agora, mas sim do impacto possível desta guerra nas economias do mundo inteiro. Ontem discutiu-se a retirada de alguns bancos da Rússia da rede internacional de transações bancárias swift. (O swift é um registo, um código que leva a que um banco reconheça a transferência de quem o emite e a quem ele é destinado. Caso um país seja retirado, isso tem consequências graves, porque uma transferência que se faz no momento pode levar várias dias ou mesmo semanas para se efetivar. Por isso é conhecido entre os financeiros como a 'bomba atómica'). O ser parcial não deixa de ser importante - foram sete os bancos excluídos - a medida é uma coisa muito importante, não penalizando os bancos mais próximos do setor energético. O problema é que esta medida é muito importante mas terá o chamado 'efeito boomerang', isto é, essas restrições repercutir-se-ão nas economias ocidentais, visto que todo o mundo as usa nas relações internacionais. E para não falar no gás que é um dos bens mais importantes da negociação para a Rússia e do trigo que de lá vem também e do milho da Ucrânia. (Em Portugal os efeitos poderão ser bem mais significativos do que na Rússia, sendo previsível que o setor dos vinhos venha a ser um dos mais afetados). Mesmo assim, a Rússia pode sempre contar com o apoio - embora velado ou mais restrito - por parte da China que também não vai querer expor-se ao mundo no apoio à Rússia. Apesar disso, essa poderá ser uma maneira de contornar o efeito das medidas decretadas pelo ocidente. Mas mesmo correndo esse risco, não se pode ficar indiferente ao que está a acontecer na Ucrânia. (O desespero de Putin é enorme e ontem não hesitou em falar nas armas nucleares. Embora ele também perceba que o ocidente também as possui). Contudo temos todos que nos preparar - e disso estar consciente - que cairá sobre nós uma parte daquilo que se está a tentar fazer à Rússia. Afinal é a globalização no seu estado mais puro. Ainda não é conhecido o impacto que tudo isto terá no Orçamento de Estado para 2022 entre nós, mas que o vai ter, podem crer que vai. Mesmo quando tentarem dizer-nos que tudo está bem, podem crer que não será bem assim. Afinal quando se entra em algo com esta dimensão é como se estivéssemos a viver numa economia de guerra, mesmo quando ela está longe. Mas mesmo correndo esses riscos não se pode permitir que um ditador louco e assassino coloque o mundo em sobressalto e temos a obrigação moral de lhe mostrar que estamos todos muito zangados com tudo isto.

Intimidades reflexivas - 1555

"Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, pode estragar toda a nossa vida." - Mahatma Gandhi (1869-1948)

Da invasão da Ucrânia à confusão ideológica

Depois de ontem termos assistido à invasão da Ucrânia pelas tropas da Federação Russa, logo as redes sociais se agitaram, especialmente o Facebook e o Twitter. Passei os olhos por ambas e logo dei conta da confusão ideológica de muito o que lá li, ou simplesmente o torcer da verdade para dar cobertura ao interesses que cada um defende. Logo pela madrugada vi que apelidavam o regime de Putin de comunista para logo desfiar o mais básico e primário anticomunismo. Outros seguiam o mesmo diapasão só que em sentido contrário. Tudo isto não passa de ignorância pura ou de má fé, o que ainda é pior. É importante esclarecer que o regime de Putin não é um regime comunista, bem pelo contrário, é do mais puro nacionalismo, daquele mais profundo que foi utilizado pelos czars antes da revolução russa. E se Putin foi membro da sinistra KGB isso não faz dele um comunista. Quem ouviu a sua intervenção no dia anterior à invasão da Ucrânia perceberá isso facilmente. E esta foi uma de entre muitas outras intervenções de Putin nesse sentido. Sei que muita gente que defende o mais profundo nacionalismo entre nós, - verberando apoio a partidos da extrema direita mais retrógrada -, tenha dificuldade em aceitar o mesmo nacionalismo vestido por Putin. (Ainda existe o trauma da antiga União Soviética, mesmo por pessoas que não eram nascidas, ou seriam muito bebés, quando o comunismo ruiu). Por isso, o apontar Putin como comunista até dá jeito, mas não corresponde de todo à verdade. Este tipo de cenários de invadir partidos vizinhos é bem típico de regimes com esse diapasão. Se Putin o fez, Hitler também o fez e Mussolini. Dir-me-ão que os comunistas também o fizeram, mas essa invasão teve apenas o aproveitamento duma certa partilha que foi feita entre as várias potências no final da II Guerra Mundial. Apenas a área geográfica europeia era diferente. Tudo o resto é igual. Daí que acho que devemos estar atentos a esta deriva ideológica, seja ela motivada por ignorância ou má fé, não deixa de ser uma mentira. A contra informação é mais vasta do que se pensa e não é só produzida pelos beligerantes e seus sequazes. É também usada por alguns para dar cobertura aos seus interesses mais obscuros. Estejamos atentos a estas derivas e não nos deixemos arrastar para esses terrenos pantanosos onde alguns gostam tanto de viver.

Um criminoso atacou a Europa

Ontem a Europa foi assolada por um criminoso da KGB russa que decidiu invadir um país vizinho na sua sede de restaurar o defunto império soviético. Pode provocar destruição, muitas mortes, muita dor e sofrimento mas um dia há de pagar por isso. Embora não seja a Ucrânia que mais o incomoda, mas sim, uma Europa democrática e livre que ele não suporta. Força Ucrânia independente e livre!

A tirania russa

Abrimos este dia com a notícia (esperada) da invasão da Ucrânia pela Rússia. Coisa que não é admissível no século XXI e muito menos na Europa. Mas a Rússia tem uma tradição secular de ser um país agressor dos seus vizinhos, tradição essa que já vem de longe. Todos os povos têm direito à sua independência e à inviolabilidade do seu território. Mas para a Rússia isso é um direito que se espezinha como outros que tem perpetrado ao longo da sua história, quer dentro que fora das suas fronteiras. Antigamente, na então União Soviética, também o fez e criou o seu enorme império. Hoje falo de novo, na vã tentativa de recriar o seu império, - entretanto perdido -, liderada por um ditador com as mãos manchadas de sangue. O mesmo ditador que foi membros do KGB - a sinistra polícia política do regime comunista que se perpetuou após a queda deste - que, como todas as polícias políticas são assassinas e sanguinárias. Mas a História acabará por julgar estes criminosos. Como aconteceu com Hitler ou Mussolini, com Pinochet ou os sicários militares brasileiros do tempo da ditadura, como aconteceu com Vilela ou Mao. todos eles cairão no caixote do lixo da História, esse lugar reservado a gente deste jaez. Dirão os defensores de Putin - que também os tem naturalmente - que ele é uma espécie de 'grande timoneiro da Rússia' (onde é que eu já ouvi isto?) - mas isso só servirá para aumentar a sua culpa. Gente desta é sempre apoiada pelas populaça - normalmente não muito instruída e sobretudo mal informada - mas mais cedo ou mais tarde tudo mudará. Vimos como Hitler foi idolatrado, como Mussolini foi aplaudido, mas também sabemos como acabaram. Mais cedo que tarde a Ucrânia se erguerá. Contudo até lá, o preço do gás ira´subir - afinal já estava a subir a algum tempo na antecipação destes acontecimentos - e a turbulência financeira também andará por aí. Economias mais débeis como a nossa, irão sofrer um forte abalo que poderá vir a alterar algumas medidas orçamentais que estavam pensadas para este ano. Algo que não se pode controlar de todo. Mas também será interessante ver o posicionamento da China. Forças que sempre se opuseram na ONU embora cooperem à socapa. Agora terá que tomar medidas mais efetivas, ou talvez se fique pela corda bamba bem ao estilo de Mao. Muito das guerras de hoje jogam-se na finança e no ciberespaço. Neste último já a Rússia vinha atuando, na finança veremos. Para já retirou-se dos mercados porque começou a sofrer um forte abalo provocado pela Europa e EUA, mas também pelo Japão. O mais grave neste momento para a Europa é o fornecimento do gás russo e o impacto que daí advirá. A Europa não tem alternativa à Rússia para as quantidades que necessita. E como sempre acontece, assistiremos ao movimentar da geopolítica, esse imenso tabuleiro de xadrez onde quem ganha será sempre quem for capaz de antecipar as jogadas do adversário. Tudo está em aberto. A partir de agora tudo é possível. 

Intimidades reflexivas - 1554

"O Sol e a Lua deixaram de brilhar quando viram o brilho das tuas flechas e a luz brilhante da tua lança." - Habacuc 3:11

Intimidades reflexivas - 1553

"O segredo que o rei quer entender, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos são capazes de o revelar." - Daniel 2:27

Intimidades reflexivas - 1552

"Não é o tempo ou a oportunidade que determinam a intimidade, é apenas a disposição." - Jane Austen (1775-1817) in «Razão e Sensibilidade».

Intimidades reflexivas - 1551

"Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras com tal arte que elas reflitam as sombras e a luz, não sou pintor... Mas consigo fazer tudo isso com a música..." - Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Intimidades reflexivas - 1550

"Quem é esta que aparece como a aurora, bela como a Lua, brilhante como o Sol, terrível como um exército preparado para a batalha?" - Cântico dos Cânticos 6:10

Intimidades reflexivas - 1549

"Tanto jornal, tanta rádio, tanta agência de informações, e nunca a humanidade viveu tão às cegas. Cada hora que passa é um enigma camuflado por mil explicações. A verdade, agora, é uma espécie de sombra da mentira." - Miguel Torga (1907-1995) in 'Humanidade às Cegas'.

Intimidades reflexivas - 1548

"O amor é como a febre: nasce e passa sem a menor intervenção da vontade." - Stendhal (1783-1842)

A Democracia fundamentalista à violência de género

Estamos a enfrentar tempos estranhos em que a Democracia pode ser confundida com outros regimes menos abertos. Em tempos idos um singelo presente de Natal - coisa habitual entre as empresas - passou a ser considerado corrupção! Alguém de ar severo de cima da sua onipresença irá decretar que assim é. Um simples gesto de afeto dum homem para com uma mulher (ou vice versa) será logo apontado por uma forma de violência de género e não faltarão pessoas que assumam tal postura. E assim vamos aceitando estas posturas como naturais. Não sou dos que fazem dos 'reality shows' a sua preferência televisiva, mas não pude ficar alheio ao que se passou no passado domingo no BB Famosos. Não assisti à gala - coisa que não me interessa - mas não fiquei indiferente ao muito que se tem escrito sobre o tema no ciberespaço. Depois fui ver alguns vídeos que por aí andam e nem precisei de ver muitos. Era conhecida a paixão de Bruno (de Carvalho) por Liliana (Almeida). Pareciam imparáveis em direção à final, mas um grupo de pessoas - de certeza mal resolvidas - resolveu alterar tudo. Bruno foi informado de que tinha uma queixa por assédio no MP por atitudes pretensamente violentas para com a sua namorada minutos antes da gala começar. Confesso que ao ver esses vídeos não detetei nada. Os outros concorrentes da casa negam tal coisa e a pretensa vítima também. Estou certo que tudo isto não vai dar em nada, mas que incomoda, incomoda. Mas o pior - se tal é possível - ainda estava para vir. Quando este homem é confrontado com os apresentadores e comentadores do programa, era nitidamente um homem acossado, quebrado na sua vontade. Mas, se não lhe queriam dar um apoio em tão inacreditável momento, também tenho que afirmar que não deveriam esmagar um homem já sem a sua habitual capacidade de reação. O que se passou foi mau de mais e é preciso que alguém pense sobre isso. Antes que me acusem de tomar partido, digo já ao que venho. Não conheço o Bruno de lado nenhum, só o conheci das questões que à alguns anos o envolveram as claques do Sporting, e a Liliana também não, apenas de pertencer a um grupo que também à já algum tempo fez o seu furor com o nome de Nonstop. Por isso sinto-me à vontade para falar sobre isso. Não vi nada de que acusar o Bruno, quando visualizei alguns vídeos que circulam na internet, e sim, assisti a um assassinato de caráter dum homem que tem família, e que foi esmagado, humilhado e ofendido em praça pública. Parece que tudo isto é pouco relevante, mas não o é. Para além destas questões existem sinais duma certa forma de fundamentalismo - quem pensa que este é só religioso engana-se - que corrói a democracia e as suas instituições. Não podemos passar ao lado destas questões que, aparentemente menores, são bem o sinal dos tempos que vivemos. Haverá sempre alguém disponível para apontar o dedo - qual santa inquisição - embora nem sempre estejamos atentos à sujidade que esse dedo trás consigo. E enquanto existirem pessoas que o fazem despudoradamente, sabendo que nada lhe vai acontecer, que ninguém as interpelará, que gozam de impunidade total, acreditem que estamos a começar a percorrer um longo caminho de pedras que no fim não nos trará nada de bom. Como já por diversas vezes aqui disse, quem escrutina os escrutinadores? Quem analisa este comportamentos desviantes? Quem no fundo vai para além do óbvio? E depois não digam que ninguém avisou.

Intimidades reflexivas - 1547

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem." - Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)

Intimidades reflexivas - 1546

"Você é precioso, não precisa de validação para isso." - Anónimo

Dia dos namorados

Sempre achei curiosa a celebração do Dia dos Namorados, dia dedicado a São Valentim. O porquê é simples, porque este dia devia ser celebrado durante todo o ano. Afinal a celebração do amor é algo de muito importante e não apenas num dia. Se assim fizéssemos a violência doméstica sairia do nosso vocabulário, bem com as agressões e violações como forma de estar. O Dia dos Namorados leva-nos sempre para algo de idílico, de superior, de etéreo. Mas também devemos olhar para o outro lado, talvez a motivação maior da criação destas celebrações, que é o lado comercial, dos objetos, adereços, enfim, tudo aquilo que faz girar a roda do dinheiro. Depois de gastarmos algum dinheiro com esses adereços e duma noite possivelmente tórrida, tudo volta ao normal. E amanhã tudo será como foi nos outros dias. E de novo voltaremos a ouvir falar do assédio, violações, violência doméstica, naquele cortejo infindável que ocupará os nossos dias e as páginas dos 'media'. E assim se virará a página de mais um dia, para o que resta do calendário e do fim das nossas vidas.

Intimidades reflexivas - 1545

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas." - José Saramago (1922-2010)

509 anos da Biblioteca da Universidade de Coimbra

Comemoram-se hoje os 509 anos da Biblioteca da Universidade de Coimbra. Mas é bom recordarmos aqui aquilo que é uma das maiores e mais importantes bibliotecas universitárias do mundo. Num país onde a cultura sempre foi algo desprezível, nestes tempos de crise que até a ignoram por acharem que é algo de irrelevante, a biblioteca da Universidade de Coimbra aí está, um bastião de cultura que já passou por muitos momentos difíceis, mas foi resistindo, ciente da sua importância para a identidade dum povo. Hoje passam 509 anos, mais de meio milénio de avanços e recuos, de dificuldades e tempos mais amenos, mais aí permanece. A efeméride não me parece ser celebrada por muitos. Afinal a cultura parece ser o parente pobre, neste país pobre, de gente pobre de tudo, sobretudo de cultura. Aqui quero deixar o registo e o convite a que visitem a Biblioteca porque vale a pena, pela beleza do edifício, pela grandeza das obras que acolhe no seu seio, naquilo que se pode associar a um banho de cultura, num país tão carente dela.

Intimidades reflexivas - 1544

"Não há nada pior do que dizer adeus. É um pouco como morrer." - Marjane Satrapi

Intimidades reflexivas - 1543

"(...) encontrei aquele que a minha alma ama. Agarrei-me a ele e não o largarei mais, até que o tenha introduzido na casa de minha mãe, no quarto daquela que me concebeu." - Cântico dos Cânticos 3:4

Intimidades reflexivas - 1542

"Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão." - Benjamin Franklin (1706-1790)

Intimidades reflexivas - 1541

"Embora sempre só, o Sol nunca deixou de brilhar." - Anónimo

Tem pão velho?

Vou contar um fato corriqueiro, que inesperadamente me trouxe uma grande lição de vida.

Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de nove anos, dizendo:

- Moça, tem pão velho?

Essa coisa de pedir pão velho, sempre me incomodou, desde criança.

Olhei para aquele menino tão nostálgico, e perguntei:

-Onde você mora?

- Depois do Zoológico.

- Bem longe, hein?

- É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer.

- Você está na escola?

- Não. Minha mãe não tem dinheiro para comprar material.

- Seu pai mora com vocês?

- Não, ele sumiu.

E o papo prosseguiu, até que disse:

- Vou buscar o pão. Serve pão novo?

- Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, e isso é suficiente.

A resposta caiu em mim, como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e falta de amor daquela criança, daquele menino de apenas nove anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga.

Quantas lições podemos tirar dessa resposta: "Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, e isso é suficiente".

Que poder mágico, tem o gesto de falar e ouvir com amor. Alguns anos já se passaram, e continuam a pedir "pão velho" na minha casa... e eu, dando pão novo, mas procurando, antes, compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem.

Este pão de amor, não fica velho porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse:

"Eu Sou o pão da vida!"

Fique atento a quantas pessoas podem estar esperando uma só palavra de acolhimento da sua parte.

Tem pão velho?

Intimidades reflexivas - 1540

"A verdade não está com os homens, mas entre os homens." - Sócrates (470 a.C.-399 a.C.)

Intimidades reflexivas -1539

"Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são." - Bernardo Soares in 'Viajar? Para viajar basta existir'.

34 anos volvidos (Será a dia 12 e não a 5)

Passaram 34 anos sobre aquele dia fatídico em que recebi a notícia da morte do meu Pai. Inesperado ou talvez não, o certo é que nunca estamos preparados para um dia assim. Homem de horizontes largos, - coisa que dele herdei -, um andarilho do mundo, o meu Pai teve uma vida relativamente longa. Vitimado pela diabetes, que o acompanhava desde os 30 anos, (doença com que ele aprendeu a conviver). 34 anos volvidos e sempre aquela sensação de que acabou de acontecer agora mesmo. Hoje é o dia de aniversário do seu falecimento. O dia da entrada num novo plano astral. Lá onde estiveres meu Pai, que estejas em paz!

Intimidades reflexivas - 1538

"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que têm as trevas por luz e a luz por trevas." - Isaías 5:20

"Inês de Castro" - Isabel Stilwell

A história de Inês de Castro como nunca ninguém a contou. Inês de Castro tremia na sua presença. Afonso IV era o rei que levara à morte o meio-irmão, Afonso Sanches, o seu adorado tio que a havia recebido como uma filha. O homem que tirara tudo à sua família. O homem que a expulsara sem dó nem piedade da corte para a afastar do seu único filho, acusando-a de ser uma perigosa espia. O homem que humilhava o seu Pedro que, tropeçando nas palavras, não conseguia impor-se ao pai e afirmar o amor por ela. O homem que nascera sob a estrela de Algol, como a avisara repetidas vezes a sua querida Zulema. Algol, a estrela do demónio. Quando Inês ouviu o galope dos cavalos e viu o estandarte real caiu de joelhos e implorou, olhando os sete anéis de Afonso IV que a hipnotizavam. Mas o seu destino estava traçado. Mais uma vez Pedro lhe falhara, cobarde, frágil, não estava ali para a defender, para gritar que ela era sua mulher, casados perante Deus, mãe dos seus filhos legítimos. Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos Inês de Castro, protagonista da maior história de amor de Portugal. Imortalizada nos espantosos túmulos de Alcobaça, contada em livros, quadros e lendas. Entre Portugal e Castela, entre intrigas, traições e casamentos reais, Isabel Stilwell traça, ao som do alaúde, o seu retrato de Inês de Castro, uma ágil espia que moveu as peças no tabuleiro do poder, amante apaixonada que enfeitiçava com os seus olhos verdes e, por fim, rainha de Portugal. Uma história que ficou para sempre gravada em pedra. Um livro a merecer a melhor atenção. A edição é da Planeta.

A nova mulher aí está

Fiel ao compromisso de informar da situação evolutiva da minha Amiga que foi operada no IPO do Porto, trago boas notícias. Foi-lhe dito que ainda hoje voltará para casa, (para fazer a sua vida normal), embora com algumas limitações como é óbvio. Disse há dias que uma nova mulher iria emergir de tudo isto e a confirmação aí está. Em breve a veremos certamente em todo o seu esplendor com o glamour de sempre. Como disse antes da sua operação, as grandes batalhas são dadas aos grandes guerreiros. E ela é uma grande guerreira. Saiu de tudo isto com aquele brilho que só um ser de Luz é capaz. Agora é o usufruir duma nova vida. Os seus amigos assim o esperam e os muitos animais que protege assim o desejam. De novo quero agradecer a todos aqueles, - amigos ou conhecidos -, que estiveram ao seu lado, durante esta dura provação. Todos temos os amigos que merecemos. A minha Amiga não foi exceção. Seja bem vinda!

Carta aberta ao Sr. André Ventura

Viva senhor André Ventura!

Estou a convidá-lo para um encontro em Aljezur para esclarecermos e, oxalá, resolvermos em conjunto um diferendo que nos opõe. Oposição que se deve depreender da sua tomada de posição pública grave, certamente por desatenção ou falta de conhecimento ou intenção estranha, sobre um assunto importante e interessante, que eu farei por lhe tornar de fácil compreensão.

Fiquei com a convicção de que não tomou atenção ou não compreendeu do que se tratava, nem mesmo da motivação que nos moveu para apresentarmos uma moção sobre a possibilidade e as múltiplas vantagens de alimentação 100 % vegetariana de animais de companhia classificados de carnívoros. Essa moção foi apresentada e votada no último congresso do PAN, que teve lugar em 2021 na cidade de Tomar.

Além da oportunidade de conversarmos, está também convidado para uma refeição vegana (ouvi dizer que aprecia esta saudável alternativa alimentar, que é para mim exclusiva desde há cerca de 20 anos).

Não tomo a iniciativa de o procurar, por me sentir responsável perante 8 gatos e 3 cães, que apoio e que de mim precisam e são a minha adorável companhia. Gozam de liberdade, amizade, carinho.

A propósito, desde há 4 anos que são alimentados exclusivamente com ração seca vegana produzida por uma empresa de médicas veterinárias também veganas, professoras da universidade de Barcelona. Felizmente, os meus bichinhos estão muito saudáveis, satisfeitos, confiantes, comem com gosto e são amigos. Reagem assim ao agradável sabor, utilidade nutritiva, equilíbrio, qualidade desta ração. Pode o senhor ver, para crer!

Sou o Vasco Reis, médico veterinário prático. Durante alguns anos servi como médico veterinário municipal. Nasci em 1938 e estou perto de completar 84 anos. (A idade interessa imenso!) Após formação nas escolas de medicina veterinária de Lisboa e de Hannover (Alemanha) e 41 anos de actividade profissional intensa com espécies da criação, da pecuária, animais de companhia, destacado para touradas e concursos hípicos, trabalhando em matadouros, responsável clínico em transporte marítimo de longa distância de bovinos, estou aposentado desde 2008. Exerci na Suíça, na Alemanha, nos Açores, em Portugal continental e embarcado entre a Holanda e Angola. Vivi em proximidade a exploração de animais não humanos feita por humanos e apercebi-me do terrível sofrimento psicológico e físico que isso provoca. Por essa vivência e muito estudo, sensibilidade e empatia, tornei-me vegano. Foi uma das melhores decisões da minha vida.

Abomino tauromaquia, caça, pesca, circo, apanha de caracóis, etc. Não se vai proibir. Mas é preciso explicar que provoca sofrimento e pugnar pela evolução das mentalidades e das práticas e por soluções alternativas.

Nunca votarei em quem defenda tais actividades.

Genomas das espécies são em maior ou menor percentagem coincidentes com o genoma humano, Assim 15 da rosa planta; 40 do rato; 99 do gorila são a percentagem do que coincide com o humano. Por isso, cientistas pensam que as espécies provêm de um ser pluricelular primitivo que as originou por mutações, adaptações, etc.

SOMOS TODOS FAMÌLIA COM MUITAS SEMELHANÇAS. Especismo arrogante distanciador não se justifica.

Este mundo podia/devia ser mais justo e menos cruel se a humanidade fosse mais educada, culta e empática.

Vamos a isso???

Cá o espero!

Com os melhores cumprimentos!

Vasco Reis

Intimidades reflexivas - 1537

"A roda da fortuna gira incessantemente, e quem pode dizer a si mesmo 'Hoje estarei por cima?' " - Confúcio (circa 551-478 a.C.)

A minha Amiga Paula está em franca recuperação

Respondendo aos muitos contactos que tenho tido sobre a cirurgia à minha Amiga, cumpre-me dizer que ela está a recuperar bem. Ainda estará uns dias no IPO do Porto mas podemos dizer que a cirurgia foi um sucesso. Já falei com ela ao telefone e vê-se que do outro lado está uma pessoa como me habituei a ver. Tudo está a correr pelo melhor. Agradeço aos muitos que me contactaram para saber como ela estava, mas também é de justiça um público agradecimento a uma amiga comum, a Maria Eugénia, que muito ajudou. Agradeço também aos muitos que se me juntaram um pouco por todo o mundo numa corrente de solidariedade profunda. A todos um muito obrigado.

Nova maioria absoluta do PS

Mais uma maioria absoluta se verificou nas eleições do passado domingo. A segunda para o PS igualando assim o PSD. PSD que sofreu uma estrondosa derrota que terá consequências inevitáveis na liderança. (Embora não seja eleitor do partido, confesso que gostava de ver Rio durante algum tempo à frente do partido). Como já aqui disse, Rui Rio é um homem que conheço bem, vai para quatro década, meu colega de curso, apesar do seu autoritarismo é um homem muito sério e honesto. Talvez já não vá a tempo de mostrar essas suas qualidades, infelizmente. Mas o mais relevante é que estas eleições foram uma eleições de protesto à esquerda e à direita. A queda do BE e do PCP era esperada porque os portugueses responsabilizam-nos pela queda do governo anterior e pela inevitável crise política num tempo bem difícil como este que vivemos com a pandemia. E disso beneficiou o PS. À direita aconteceu o mesmo. O grande beneficiado foi o Chega com a fuga de eleitores do CDS que não se reviam na liderança e mesmo do próprio PSD, gente que nunca esteve com Rui Rio. (Conheço gente destes dois partidos que me disseram isso mesmo). Só nas próximas eleições saberemos se o Chega teve um aumento do votos consolidado ou circunstancial. Basta para isso haver um novo rearranjo do PSD e do CDS que leve os eleitores desertores a regressarem aos respetivos partidos ou não. O mesmo fenómeno acabou por beneficiar a IL. No fundo estes são claramente votos de protesto que podem ou não confirmar-se em próximas eleições. Mas por agora, temos a maioria absoluta do PS que garante a estabilidade governativa para os próximos quatro anos. E isso é importante para fazer face à grande crise que a pandemia trouxe e que agora será cada vez mais visível - porque só agora chegam os seus impactos mais profundos, sobretudo, no plano económico - que serão contrabalançados com os fundos que Bruxelas pôs à disposição dos países. E para a aplicação da famosa 'bazuca' será necessária uma estabilidade política durante algum tempo que leve ao criar de situações que potenciem o crescimento económico. Este é o benefício da maioria absoluta e esperemos que o PS saiba entender e aplicar essa força que os eleitores lhe deram. Costa prometeu. Agora veremos se 'a palavra dada é palavra honrada'.

Ano Novo Chinês - Ano do Tigre

O Ano Novo chinês 2022 inicia-se em 1 de fevereiro de 2022, entrando-se neste dia no Ano do Tigre, e encerra-se em 21 de janeiro de 2023. É o momento de dizer adeus a 2021, Ano do Boi (Búfalo), e olá a 2022, sob o signo do Tigre, que corresponde ao ano 4720 no calendário chinês. No horóscopo chinês, cada ano lunar é regido por um animal e o Tigre, sob influência do elemento água, irá apoderar-se do ano 2022, dando-lhe as suas características. Trata-se do terceiro signo do zodíaco, associado ao dinamismo e determinação. 2022 é o ano regido pelo Tigre, assim como aconteceu em 1914, 1926, 1938, 1950, 1962, 1974, 1986, 1998 e 2010. É altura de saudar os amigos chineses, - e há muitos entre nós -, no início de mais um novo ano. Feliz Ano Novo!