Turma Formadores Certform 66

Saturday, August 31, 2024

Quando um homem beija os pés duma mulher

Há algum tempo atrás dei comigo na praia quando a minha atenção foi capturada para um jovem casal ali bem perto. Via-se que estavam muito apaixonados. Ela pediu-lhe para ele lhe aplicar creme protetor, coisa que ele de imediato fez. Foi-lhe percorrendo o corpo até ao pés. Quando os teve na mão depois de lhe aplicar o protetor, beijou-lhos. A princípio ela ficou surpreendida mas logo no seu semblante viu-se que gostou. Ele permaneceu calmo como se tudo não passasse dum ato natural. Ali á volta estavam mais pessoas que como eu tinham sido atraídos por este jovem casal e pela sua cumplicidade. Talvez todos pensassemos na juventude já passada e nas fantasias que então povoavam o nosso imaginário. Contudo, quando o jovem beijou os pés da mulher, vi rostos a fecharem-se desaprovando o gesto. Estas pessoas, apesar de já terem vivido alguns anos, parece que não perceberam que só um homem muito apaixonado é capaz de beijar os pés a uma mulher, namorada, amante, ou seja lá o que for. Um gesto de profunda paixão que não está ao alcance de todos. Sei-o por experiência própria porque também já o fiz. Sim, não tenho qualquer rebuço em afirmar aqui que já beijei os pés de mulheres que num estádio da minha vida me trouxeram a felicidade suprema. Acho até, e sei que com isto me arrisco a afetar mentes mais conservadoras, que todos os homens, pelo menos uma vez na vida, o deveriam fazer. Não só porque é um gesto supremo de amor, mas também o reconhecimento à mulher. Aquele ser donde todos somos oriundos. Aquela que nos trouxe nas suas entranhas até nos colocar no mundo. A mulher que é inicio da vida porque sem ela a Humanidade pura e simplesmente não existia. Se todos fossemos capazes em determinado momento de termos esta atitude suprema de amor mas também de humildade, talvez não exitisse no mundo tanta violência conjugal, tanta agressão, tanta violação, tanta humilhação como se vê por aí. Sei que o fenómeno não se encerra dentro das nossas fronteiras, mas até por isso, devíamos refletir sobre o tema, em vez de franzirmos o sobreolho, em vez de mostrar atitudes de reprovação. Esse jovem casal fez-me refletir. Não sei se eram casados, se namorados, amantes, e isso pouco me importa. Sei isso sim é que estavam profundamente apaixonados e não tiveram qualquer dificuldade em expor esse amor. E enquanto esta cena se desenrolava à minha frente, lá voltou à minha mente as palavras que já aqui trouxe muitas vezes, desse grande poeta francês, Louis Aragon, quando afirmou que 'la femme est l'avenir de l'homme'. Que palavras certas dum grande poeta e como elas se ajustam  ao momento que vivenciei. Cada um olhará para ele de diversa maneira, eu senti-o assim. Porque momentos destes elevam as pessoas a um nível de cumplicidade de que nem todos são capazes.

Friday, August 30, 2024

No sétimo dia do falecimento da Sofia

Passam hoje sete dias sobre o falecimento da minha querida amiga Sofia Flor Rocha. Uma mulher de caráter forte e guerreiro, 'uma mulher do norte' como gostava de dizer, que eu aqui apelidava muitas vezes de 'a menina da Foz'. Esta grande mulher também era uma amiga dos animais como todos os seres nobres dignos desse nome. Com ela senti a alegria duma mulher que soube lutar contra as adversidades da vida. Todas as manhãs lá tinha a mensagem de bom dia com uma imagem quase sempre engraçada para alegrar o momento, e à noite as boas noites lá vinham acompanhadas  de uma imagem sempre de cariz espiritual. (Esse outro lado da Sofia, que face a uma certa força de viver, não esquecia o seu lado mais etéreo). E assim foi na última mensagem que me enviou na sexta feira passada. Muitas vezes brincava com o seu 'mau feitio' que ela dizia ter, embora o seu interior fosse duma doçura a toda a prova. Curiosamente na última mensagem que publicou no Facebook nessa sexta feira, estava no Bom Jesus em Braga mas, longe de saber o que ia acontecer, notei nessa mensagem alguma alegria pelo triunfo duma mulher que contra tudo e todos triunfou e levava a sua vida em frente, mas também alguma tristeza duma mulher que olhava para trás e não gostava do muito que vi-a daquilo com que a vida a brindou. Nunca a tinha visto assim. Horas depois vim a saber do trágico desfecho. A Sofia tinha deixado de estar entre nós, deixando um enorme vazio e uma tristeza profunda junto de todos aqueles que eram seus amigos. Curiosamente, a sua página foi apagada poucas horas depois. Embora percebendo a dor dos seus familiares, confesso que não percebi a pressa de o fazer. Muitos dos seus amigos nem sabem o que aconteceu, apenas que a Sofia desapareceu sem dizer nada a ninguém. Tenho notado isso em muitas das mensagens que tenho recebido a perguntar por ela. Embora não concordando com a atitude só tenho que respeitar naturalmente a decisão da família. Esta notícia abalou-me porque tínhamos algo pensado para breve. Íamo-nos encontrar no Porto e tal já não irá acontecer. Estou certo que num outro plano astral talvez nos venhamos a cruzar e acabemos por falar de tudo aquilo que agora ficou suspenso. E foi tanto. Perdi uma grande amiga, que sempre me respeitou e com quem travei conversas muito interessantes. Admiradora, tal como eu, de Pedro Abrunhosa e dos Calema, muitas vezes brincávamos a dizer, - parafraseando a canção de Abrunhosa -, 'Que fosse ter comigo aos Aliados'. Não foi nem irá. Jamais te esquecerei pela grande mulher que conheci e que aprendi a respeitar. Ficarás para sempre no meu coração. Descansa em paz, Sofia!

Thursday, August 29, 2024

O Amor...

O AMOR está escondido nas pequenas coisinhas do dia-a-dia. Está escondido nas pequenas gentilezas que fazemos uns pelos outros. Sente-se amado, quem se sente ouvido, porque o amor também está em ouvir o outro com atenção. O AMOR está nos pequenos gestos. Está na confeção de um prato. Está no coser de uma peça de roupa. Está no engomar de uma camisa. Está na marcação de uma consulta. Está no alívio que proporcionamos ao outro, por exemplo, deixando-lhe mais tempo livre para fazer aquilo de que mais gosta. O AMOR pode estar escondido nuns lençóis lavados, numa cama feita por nós. O AMOR está escondido onde só os atentos e gratos o veem. É por isso que há tanta gente a dizer que não tem AMOR. Porque precisa dos óculos da GRATIDÃO para o conseguir VER.
Ana Silvestre

Wednesday, August 28, 2024

Apanha um pouco de ar

 Apanha um pouco de ar fresco

Entre o céu e o mar
Perde-te para te encontrares
Porque não o outro lado
Necessidade de espaço vital
O mundo tal como é foi fatal.

Tuesday, August 27, 2024

Intimidades reflexivas - 1813

"As mulheres não precisam de rituais para festejar a vida. Elas são a festa da vida." - Mia Couto in 'O Fio das Missangas'.

Monday, August 26, 2024

Intimidades reflexivas - 1812

"Libertemos os nossos falcões dourados que possam encontrar-se no céu, onde o meu espírito e o teu pertencem, seduzindo-nos um ao outro como dois jovens apaixonados." - Hafiz (século XIV) (1310/1337-1390)

Sunday, August 25, 2024

O 'Cabeçudo'

Mais um gato para alimentar. Chamo lhe 'cabeçudo' por ter uma cabeça grande. Já o conheço vai para 3 anos. Últimamente tem vindo comer a minha casa. Parece ser vadio e anda sempre à procura de comida. Na minha casa encontra a menos que outro passe primeiro. Mas tenho o cuidado de ter sempre as taças abastecidas. É sempre bem vindo.

Saturday, August 24, 2024

Descansa em paz, Sofia!

Fui surpreendido à minutos pela notícia do falecimento da minha querida amiga Sofia Flor Rocha. Uma mulher de fibra, uma verdadeira mulher do norte. A ironia é que ainda ontem mostravamos interesse num encontro pessoal logo que possível porque a Sofia estava a trabalhar em Lisboa. Agora já não será neste plano astral. Mas estou seguro que numa outra dimensão isso acontecerá. Aproveito para enviar as minhas condolências à sua família e amigos. Descansa em paz, Sofia!

Friday, August 23, 2024

Eu amo esta imensidão

Eu amo esta imensidão

Onde o meu olhar se perde.
acabo por me sentar
No banco à minha frente.
Deixei-me seduzir
Pelo som das ondas,
Pela brisa suave
Acariciando o meu rosto.
Deixei-me ir por um momento,
Saboreando este doce momento
O que a vida me oferece no presente.

Thursday, August 22, 2024

Só uma reflexão...

Só uma reflexão....Você não perde uma mulher quando ela vai embora, você a perdeu antes, quando ela estava ao seu lado e você não ligava que ela se sentisse sozinha, que ela não se sentisse valorizada, que ela não se sentisse desejada. Antes de ir embora, ela sempre chamava sua atenção, mas você nunca percebeu.

Wednesday, August 21, 2024

O Perninhas voltou!

Lembram-se do Perninhas? Um daqueles gatos que andam por aí que nunca sabemos se tem dono ou não? Pois aconteceu, o Perninhas apareceu por cá de novo passados quase dois anos depois de ter desaparecido da minha casa! Veio no sábado passado com os seus estridentes miaus roçar-se nas minhas pernas e comer uma boa dose de ração. No domingo voltou para comer a sua ração e depois foi-se embora como se tudo isto fosse normal. Para ele certamente que é, para mim nem por isso. Mas o interessante é que ele voltou. Apareceu bastante magro mas com uma pelagem bem tratada. Continuo na dúvida se ele tem dono ou não, até porque quando vai embora, segue sempre na mesma direção, o que pode indiciar que tenha dono. Não sei se é assim ou não, mas estou feliz por tê-lo visto regressar à minha casa e bem, sem mazelas aparentes. Bem vindo, Perninhas! Terás cá sempre o aconchego necessário que sempre te dei.

Tuesday, August 20, 2024

Morreu Alain Delon

Morreu anteontem, domongo, o ator e empresário francês Alain Delon aos 88 anos de idade. Figura icónica da cultura francesa também passou pela música. Devem lembrar-se que à dias publiquei a letra da canção 'Paroles, paroles' em que Dalida fazia dueto precisamente com Alain Delon. Mais um ciclo se fecha na memória de alguns de nós que seguiram o fantástico percurso desta grande figura da cultura e das artes francesas. Como grande defensor da causa animal é seu desejo ser sepultado no castelo onde vivia junto dos seus animais. Informação divulgada pelo canal francês TV5 Monde.

Monday, August 19, 2024

Nos 88 anos do assassinato de Lorca

Passam hoje 88 anos sobre o assassinato do grande poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca. Brutalmente fuzilado depois de ter sido obrigado a cavar a sua própria sepultura. Mas o mais irónico nisto tudo é que os seus algozes ninguém os conhece, caíram no lixo da História e Lorca é conhecido e celebrado em todo o mundo. Este é o paradoxo que nenhum carrasco conseguiu resolver nem irá consegui-lo. Seja em que parte do mundo for.

Sunday, August 18, 2024

Intimidades reflexivas - 1811

"Os tristes, os deserdados, os pobres, os oprimidos, quando tudo lhes falta, o pão, o lume, o vestido, têm sempre, no fundo da alma, uma cantiga pequena que os consola, que os aquece, que os alegra. É a última coisa que fica no pobre. E então a cantiga vale mais do que todos os poemas." - Eça de Queirós (1845-1900)

Saturday, August 17, 2024

Vamos?

Larga tudo,

v a m o s
f u g i r !
Desligamos os telemóveis
e partimos ao sabor do vento.
Leva-me sem destino certo
não precisamos de hotel 5 estrelas,
só precisamos de uma noite clara
recheada de estrelas e luar.
Eu levo o meu amor
e tu o teu,
para nos vestirmos com ele.
Quero que me faças esquecer
do mundo e de tudo o que me paralisa
os sentimentos e me faz travar
o que sinto quando estamos juntos.
Quero sentir em ti,
tudo o que me faz desnortear
e me faz querer-te ainda mais!
Vamos?

Friday, August 16, 2024

Intimidades reflexivas - 1810

"Não nos julguem, vocês que se gabam de serem puros. Ninguém vos condenará pelos peados dos outros." - Hafiz (século XIV) (1310/1337 - 1390)

Thursday, August 15, 2024

"Leonor Teles - A Rainha que desafiou um Reino" - Isabel Stilwell

Três de rubi. Três de diamante. E, o maior de todos, de esmeralda. Sete anéis, símbolos de poder, que passariam, um a um, das mãos do rei D. Fernando para os dedos da sua adorada mulher, como prova do seu amor e do seu desejo de a proteger. Leonor Teles não esquecia que haviam pertencido ao assassino de Inês de Castro. Mas, não, apesar de partilharem o mesmo cabelo cor de fogo, a mesma paixão pela vida e a mesma ambição pelo poder, não, Leonor não teria o mesmo destino da sua prima. Seria rainha em vida. Teria o poder nas suas mãos. Casada, mãe de um rapaz, Leonor não se deixa ficar presa nem à vida num paço perdido, nem ao senhor de Pombeiro, seu marido. Parte para Lisboa, onde a sua beleza, inteligência e artes de sedução conquistam o coração de D. Fernando e o ódio das gentes e da nobreza que a apelidam de adúltera. O tom das críticas sobe ainda mais quando corre o rumor de que se tornou amante do Conde Andeiro. Mas Leonor tem um plano e não olhará a meios para o concretizar, nem que para isso tenha de desafiar todo um reino. A autora best-seller Isabel Stilwell traz-nos a fascinante história de Leonor Teles, maltratada pela História, que a apelidou de Aleivosa. Entre as guerras com Castela, intrigas e conspirações familiares, Isabel Stilwell traça o retrato desta mulher, sem medo, que lutou por aquilo em que acreditava. Sobre a autora, Isabel Stilwell é jornalista e escritora. A sua grande paixão por romances históricos revelou-se em 2007, com o bestseller D. Filipa de Lencastre, a que se seguiram D. Catarina de Bragança, ambos traduzidos para inglês, e D. Amélia, sempre com crescente sucesso. Em abril de 2012, foi a vez de publicar D. Maria II, que mereceu uma edição especial para o mercado brasileiro. Em outubro de 2013 lançou Ínclita Geração – Isabel de Borgonha, em 2015, a história da mãe do primeiro rei de Portugal, D. Teresa e em 2017 um romance sobre a vida da Rainha Santa, Isabel de Aragão, eleito o 2º melhor livro de ficção, no Prémio Livro do Ano Bertrand. Desde o Diário de Notícias, onde começou aos 21 anos, que contribui de forma essencial para o jornalismo português. Fundou e dirigiu a revista Pais & Filhos, foi diretora da revista Notícias Magazine durante 13 anos e diretora do jornal Destak até ao final do ano de 2012, entre muitos outros projetos. Atualmente escreve para a revista Máxima, tendo uma das suas peças sobre a adoção em Portugal («Não amam nem deixam amar», em conjunto com a jornalista Carla Marina Mendes) sido distinguida com o 1º Prémio de Jornalismo «Os Direitos da Criança em Notícia». Continua a colaborar mensalmente com a revista Pais e com o Jornal de Negócios, quando não está a escrever, vira diariamente os «Dias do Avesso» em conversa com Eduardo Sá, na Antena 1. Um livro muito interessante como todos o que esta autora nos tem trazido, a merecer a vossa atenção. A edição é da Planeta.

Wednesday, August 14, 2024

Intimidades reflexivas - 1809


Nenhuma ave de rapina conhece aquele trilho secreto,

Nenhum falcão o viu.

Nenhum animal majestoso o pisou,

E o leão não ronda por al.

(...)

Onde estará a sabedoria?


Livro de Job 28:7-12

Tuesday, August 13, 2024

Intimidades reflexivas - 1808

"Mais belo que o canto de um pássaro é o seu voo, pois nem todo o canto é de alegria, mas todo o voo é de liberdade." - Mia Couto


Monday, August 12, 2024

Hoje, fiz um acordo comigo

Hoje, fiz um acordo comigo,

Não temer o barulho das correntezas,
aprender a esperar um pouco mais
Falar com mais sutileza,
Hoje, fiz um acordo com meu coração
Não dou mais lugar à tristeza.
E o lindo é que amanhã
quero repetir tudo isso.

Sunday, August 11, 2024

Intimidades reflexivas - 1807

"Paris é uma verdadeira festa ambulante." - Ernst Hemingway (1899-1961)

Saturday, August 10, 2024

Verdades inconvenientes

Estamos em tempo de Jogos Olímpicos e também o futebol está por aí a começar, por isso decide vir a terreiro apenas e só para falar sobre algumas verdades inconvenientes. Todos temos visto algumas das atividades dos Jogos Olímpicos, e para surpresa de alguns, vemos atletas de vários países a confraternizarem uns com os outros, temos visto atletas a aplaudirem adversários de outros países reconhecendo-lhes o mérito, mesmo de países que infelizmente se digladiam nos areópagos internacionais. Esta realidade não é só para as câmaras, é bem real, conforme um antigo atleta olímpico  português me disse à dias. Estes jovens quase que pagam para treinar, sem ordenados chorudos e mesmo assim dão tudo para representarem condignamente os seus países. Em sentido inverso vemos aquilo que acontece no futebol. Raramente se ouve um elogio a um adversário, mesmo quando este provou ser melhor, e a boçalidade e má educação, aliada a muita ignorância, são regra. Ainda me recordo de há muitos anos atrás, um jornal da especialidade ter publicado uma entrevista com uma 'estrela' desse tempo pertencente a um dos grandes da bola. A páginas tantas o jornalista pergunto-lhe se ele não equacionava tirar um curso, visto a carreira de futebolista ser demasiado curta. O sujeito puxando de toda a sua ignorância, afirmou que não tinha tempo porque treinada de manhã e à tarde, depois tinha que ir jogar bilhar e à noite via a telenovela. Por isso, tinha todo o tempo ocupado! Que coisa mesquinha é esta? Que jovens são estes? Ganhando fortunas que na maioria das vezes desperdiçam rapidamente, em mulheres ou outras coisas quase sempre inúteis, pouco se importam se o seu clube ganha ou não desde que no fim do mês o grande ordenado caia na conta. Isto é a realidade que nos cerca. Dir-me-ão que não é só entre nós. É verdade. Mas com o mal dos outros posso eu bem. Por isso, e porque conheci a realidade dos bastidores do futebol desde bem jovem, onde convivi com muitas promessas que não passaram disso mesmo, é que me afastei deste mundo. Não sou adepto, não frequento estádios, não colaboro com dinheiro para alimentar parasitas. Isto pode ser desagradável, quiçá uma verdade inconveniente, mas que as coisas são assim, não tenham dúvidas. Já  vi muitos jovens perderem-se para ficar indiferente. Poucos são os que mostram as mãos calejadas e cheias de bolhas no esforço para honrarem o seu país. E esses não são os atletas que ganham milhões. Esses têm outras prioridades.

Friday, August 09, 2024

Intimidades reflexivas - 1806

"Todos os homens quando estão aflitos querem a mãe, tenham a idade que tiverem. Vi morrer tanta gente nos hospitais e nunca vi um homem chamar pelo pai. É espantoso. Velhos e doentes com mais de cem anos: “quero a minha mãezinha”. Com mais de cem anos continuam a chamar pela mãe. É extraordinário." - António Lobo Antunes excerto de entrevista à Visão (16/12/2015)

Thursday, August 08, 2024

Intimidades reflexivas - 1805

"A única coisa é a vida. A única coisa é a vida de cada um. Sem vida, nada feito. Viver não é a melhor coisa que há: é a única coisa. Cada momento da vida não é único. Mas há momentos únicos. A nossa felicidade não é passá-los como quisermos. É dar por ela e aproveitarmos." - Miguel Esteves Cardoso in 'Amores e Saudades de Um Português Arreliado'.

Wednesday, August 07, 2024

Quando penso...

Quando penso em ficar triste eu me lembro como sou afortunada. Então entendo que ser infeliz me faria ingrata. São tantas bênçãos que chegam diariamente à minha vida que não me permito afastar a felicidade de mim. A verdade é que não tenho nem como agradecer tudo o que já recebi de bom, que reclamar chega a ser um desaforo. Dos grandes.

Tuesday, August 06, 2024

Se tu viesses ver-me...

 


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

Monday, August 05, 2024

Intimidades reflexivas - 1804

"Gatos são politicamente incorretos, seres de ninguém, amantes da noite, boémios e independentes… A mistura perfeita para muitos dos escritores que marcaram um antes e um depois no mundo da literatura." - Jorge Luís Borges (1899-1986)

Sunday, August 04, 2024

Salve-me...

 

Salve-me...

Salve-me não apenas com suas mãos, mas também com seu coração.
Salve-me não só por pena, mas por amor.
Eu vou amar você sempre.
Salve-me não com arrogância, mas com compaixão.
Eu aprenderei o que você ensinar.
Salve-me não simplesmente para me socorrer, mas para me dar uma nova vida.
Eu vou valorizar seu presente.
Salve-me não apenas com mão firme, mas com tolerância e paciência.
Eu vou agradar você.
Salve-me não para se tornar respeitado pelos outros, mas porque você me quer.
Eu nunca vou deixar você pra baixo.
Salve-me com um desejo de me ensinar a confiar. Eu vou ser leal e verdadeiro.
Salve-me não para ser acorrentado ou para brigar, mas para ser seu companheiro.
Eu ficarei sempre ao seu lado.
Salve-me não para substituir alguém que você perdeu, mas para confortar seu espírito.
Eu vou tratar você com carinho.
Salve-me não para ser seu animal de estimação, mas para ser seu amigo.
Eu lhe darei meu amor infinito."

(Poema de Terri Onorato)

Saturday, August 03, 2024

Essas Marias...

Maria é aquela pessoa que gosta de gostar, que tem inocência no peito, ilusão na boca, e uma certa incoerência no olhar... Maria é aquela pessoa que acredita em palavras, que se apega e quer ir até o fim. Maria é aquela pessoa que acha que o passado dita a moda do presente, que não pensa antes de falar - e age como dá na telha. Maria é impulsividade, calor, vontade... Maria é a pura falta de vergonha de se expor.... Maria é Maria e ponto final.

Friday, August 02, 2024

Não cortes as asas ao coração


Não te feches ao amor
Não te negues outra oportunidade
Só porque alguém te causou dor
porque alguém pisou na tua dignidade
É compreensível o receio
De voltar a acreditar numa pessoa errada
De te entregares por inteiro
E saires de novo magoada
Mas as pessoas não são todas iguais
E há quem muito também já tenha sofrido
Fica, apenas, mais atenta aos sinais
E, talvez, encontres um novo ombro amigo
A vida não tem de ser sempre sinónimo de sofrimento
Cair e levantar faz parte da caminhada
Escuta o chamamento
E volta a amar e a ser amada!
Às vezes, temos que nos perder
Para nos voltarmos a encontrar!

Thursday, August 01, 2024

Intimidades reflexivas - 1803

"O maior impedimento para viver é a expectativa. Na expectativa do amanhã, perde-se o hoje." - Séneca (4 aC-65 dC)