Turma Formadores Certform 66

Friday, July 31, 2015

Boas Férias

E finalmente as férias vieram! Depois dum ano mais ou menos intenso, o ritual do calendário vai impondo as suas regras. Meio país está a banhos, agora tudo estará praticamente parado. Apesar disso, não deixarei de aparecer neste e noutros espaços, coisa que as tecnologias de hoje nos põe na palma da mão. É o repouso que antecede mais um ciclo de labuta para quem ainda tem trabalho, neste país onde jorra o leite e o mel, para usar uma imagem que todos os dias nos é passada pela governação. Afinal, até parece que não trabalha apenas quem não quer. Seja como for, vamos todos a banhos, um repouso merecido, até porque grandes decisões nos esperam no regresso. E para isso, temos que ter a cabeça bem disponível para não cometermos erros de novo. Boas Férias a todos!

Intimidades reflexivas - 358

"Nunca mais voltar é o que torna a vida tão doce." - Emily Dickinson (1830-1886)

Intimidades reflexivas - 357

"Deus é demasiado perfeito para poder pensar noutra coisa senão em Si próprio." - Aristóteles (385 a.C. - 322 a.C.)

Intimidades reflexivas - 356

"O verdadeiro amor é como a aparição dos espíritos: toda a gente fala dele, mas poucos o viram." - François La Rochefoucauld (1613-1680)

Thursday, July 30, 2015

A encruzilhada eleitoral

Finalmente estão marcadas as eleições legislativas. Será no já próximo dia 8 de Outubro. Muita gente clamou por elas, outros pretenderam que elas viessem o mais tarde possível. Mas, e agora? Portugal e os portugueses estão numa encruzilhada eleitoral sem memória nos 41 anos de democracia. A coligação de direita no poder, já todos sabemos o que fez. Foi destruindo passo a passo o país vendido a retalho e a preço de saldo. Como se não bastasse, no seu programa eleitoral apresentado há dias, deixa transparecer duma forma sibilina o fim do estado social porque não nutrem nenhuma simpatia. Basta ver a subtileza com que é apresentado o plafonamento da Segurança Social. Os mais apressados dirão que o assunto está resolvido. Há que votar à esquerda no Partido Socialista. Mas aqui uma outra questão se levanta de não menor monta. Deste o golpe palaciano, sob a capa democrática, que António Costa protagonizou contra António José Seguro, as coisas ficaram mais complicadas. Face à transparência de Seguro, o oportunismo de Costa foi por demais evidente. E isso não escapou a muitos eleitores do campo socialista. Daí que muitos já mostraram a intenção de não votarem PS. A incapacidade de Costa descolar nas sondagens da coligação de direita é uma evidência, contrariando a visão deste, que achava que tinha uma passadeira vermelha para o poder. Numa altura em que o primado da economia faz escola, Costa não está confortável para percorrer esse terreno. Depois acabou por arregimentar muita gente afeta de Sócrates cuja imagem está degradada. E como se não bastasse, nem sequer foi capaz de unir o partido com a ala segurista. Basta ver a formação das listas e a polémica que elas têm trazido. Como se não bastasse, Costa aparece ao lado de gente que se afastou do PS quando Seguro definiu a limitação de mandatos. Na sua ânsia de manter os "tachos" renegaram o partido pelo qual foram eleitos, vindo agora, a correr, filiarem-se de novo e colarem-se a Costa que não se soube, ou não quis, distanciar-se de tais "salta pocinhas" que só desprestigiam a política. Tudo isto somado, ajudado por um vazio de ideias, ou o ocultar do que pensa sobre matérias sensíveis no Portugal futuro, estão a deixar fortes interrogações nos eleitores, mesmo naqueles que tradicionalmente votam PS. Por isso, estou convencido que iremos assistir a um voto de protesto claro, fora das forças do chamado "arco da governação". O PCP tem vindo a crescer, e sobretudo, os pequenos partidos mais à esquerda, que proliferam por aí, e que só vêm diminuir a concentração, tão desejável, de votos na esquerda. Isto já para não falar no mais que presumível aumento da abstenção. E aqui uma outra questão problemática se agiganta no horizonte. Caso não haja maioria absoluta, como tudo parece indicar que será o caso, com que partidos se coligará o PS. A direita já está coligada naturalmente. Quanto à esquerda é uma incógnita. Até se pode dar o caso da coligação de direita vir a perder as eleições e continuar a governar. Desde que Cavaco Silva anunciou que não dá posse a um governo minoritário, tal pode fazer que a coligação de direita continue no poder, mesmo perdendo, por mais 6 meses, até à marcação de novas eleições. Enfim, um cenário político confuso que a situação do país não merecia. Com as férias à vista, o período eleitoral vai coincidir férias adentro, o que não será bom para esclarecimento do eleitorado. Mas estou convencido que isso até será ideal para alguns, cujas propostas simplesmente não existem, ou então são uma amálgama de intenções das quais se diz que o inferno está cheio. Este poderá vir a ser, politicamente, um Verão quente como já à muito não se vi-a por cá.

Intimidades reflexivas - 355

"Se é incerto que a verdade que vais dizer seja compreendida, cala-a." - in O Duplo Jardim, Maurice Maeterlinck (1862-1949)

Intimidades reflexivas - 354

"(...) e Zacarias deveria ficar em silêncio, embora ele fosse são e nada houvesse que o impedisse de falar." - Alcorão 114:873

Intimidades reflexivas - 353

"Agora as Sereias têm uma arma ainda mais fatal do que o seu canto, ou seja, o seu silêncio... Talvez alguém pudesse ter escapado ao seu cantar; mas ao seu silêncio, certamente nunca." - in Parábolas, Franz Kafka.

Intimidades reflexivas - 352

"A vida não é triste. Tem horas tristes." - in Jean-Christophe, Rolland Romain (1866-1944)

Wednesday, July 29, 2015

Intimidades reflexivas - 351

"Eis que ele derriba, e não se pode reedificar; ele encerra na prisão e não se pode abrir." - O Livro de Job 12:14

"Ser Português" - Rainer Daehnhardt (O papel de Portugal após o colapso mundial)

"O papel de Portugal surgirá após a grande crise mundial que se avizinha a passos largos. Quando já não houver dinheiro, quando todos os “ismos” políticos tiverem tombado, quando as próprias maçonarias se acusarem mutuamente de serem as culpadas disso tudo, quando houver fuzilamentos em massa à procura dos culpados de toda a situação catastrófica mundial que se criou, quando uma parte substancial da população mundial desaparecer em consequência de tudo isso, vai surgir um período de uma aflição medonha. E nesse período de aflição medonha vão-se tornar necessárias algumas pessoas com capacidade de aguentar essa situação e de encontrar soluções “macacas” para guiar os sobreviventes de uma situação de catástrofe geral. E o único povo que eu vejo que pode dar uma liderança a nível espiritual a esses sobreviventes é, de facto, o português." in "Ser Português", Rainer Daehnhardt.

Intimidades reflexivas - 350

"Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo." - Voltaire (1694-1778)

Intimidades reflexivas - 349

"A saudade diminuiu ou fomos nós que envelhecemos?" - Millôr Fernandes (1923-2012)

Tuesday, July 28, 2015

Intimidades reflexivas - 348

"O objetivo da guerra é a Paz." - Aristóteles (385 a.C - 322 a.C.)

Intimidades reflexivas - 347

"Foges em companhia de ti próprio: é de alma que precisas de mudar, não de clima." - Séneca (4 a.C. - 65 d.C.)

Intimidades reflexivas - 346

"Uma vez que o meu coração está morto, vivi mais do que o suficiente." - Victor Hugo (1802-1885)

Intimidades reflexivas - 345

"Pedir desculpa é pior do que não ter razão." - Fernando Pessoa (1888-1935)

Outros tempos, os mesmo desígnios

"Que os Estudos de Coimbra se desfação por serem prejudiciaes ao Reyno, e a renda se applique para a guerra, e quem quizer aprender vá a Salamanca, ou a Pariz, e não haverá tanto letrado sobejo, nem tantas demandas." - Capítulo 24º das Resoluções das Cortes de 1562-1563. Outros tempos, os mesmos desígnios. A cultura e o saber sacrificados no altar da guerra. Decorria a regência de D. Catarina, avó do futuro Rei D. Sebastião.

Intimidades reflexivas - 344

Por mais que o ser humano se detenha no tempo, para perceber e entender, que as forças do Universo trabalham a seu favor, e que tudo depende de suas escolhas para mudar e evoluir, sempre chegará para ele, o dia de se encontrar e a hora certa de ser Feliz!... Essa é uma Lei da Vida!!

Monday, July 27, 2015

"Tempestade de Poemas" - A vida num só dia

Chegou-me ontem às mãos o livro "Tempestade de Poemas" da autoria de Liliana Silva. Li-o de um trago, porque este é um livro que nos deixa agarrados do princípio ao fim. Sobretudo para quem como eu, conhece a Liliana desde que nasceu. E chegado aqui quero fazer a minha declaração de interesses. É que conhecendo a Liliana desde que veio ao mundo, não será fácil ter o distanciamento necessário para analisar a sua obra. Contudo, tentarei ser o mais imparcial possível. Como já por diversas vezes afirmei, a Liliana tem uma técnica de escrita muito boa. Conheço alguns dos seus textos que consolidam esta minha afirmação. Mas quanto à difícil arte da poesia, as coisas são bem diferentes. Daí a expectativa sobre o livro. Daí o literalmente devorá-lo dum trago. Porque era necessário não deixar perder o sentimento que dele emana logo desde o início. E para quem conhece o percurso da Liliana é ainda mais avassalador. É um verdadeiro livro autobiográfico, um daqueles livros que é um retrato fiel da sua autora. Com os desalentos da ainda sua tão curta vida - tem apenas 18 anos de idade - mas também com a ilusão de quem tem por limite o mundo e acalenta o sonho de o deter nos seus braços. A parte final do livro dá bem a ideia de como a vida em redor (mesmo que não diretamente a nossa) nos afeta, quando as opções nos levam a escolher de que lado da barricada devemos estar. "De mim e do pai / Ninguém te separa." escreve sobre um futuro filho. E isso não é fácil, só pensará o contrário quem não teve que fazer tamanha escolha. Daí que quando ia progredindo na leitura, ia assistindo ao desfilar de alguns episódios da vida da Liliana. E isso marcou-me muito a leitura. Este livro é um primeiro livro, com todas as inseguranças de quem começa, mas também, com a certeza da continuidade. A Liliana é, como já o afirmei por diversas vezes, uma espécie de diamante em bruto que começou a ser delapidado. À medida que for sendo mais e mais trabalhada, a Liliana deixará brilhar intensamente esse diamante que tem dentro de si. E estou certo que assim será. A Liliana sabe que pode contar sempre comigo para a ajudar a percorrer o trilho. Uma coisa já ela mostrou, que quer tomar o seu destino nas suas mãos. E agora, perdoem-me que fale diretamente para ela. Já que estás a trilhar o caminho nem sempre fácil das letras, e pretendes ocupar o difícil palco da poesia, deixa que te cite um poeta de que gosto muito, José Régio, no seu famoso "Cântico Negro", que no seu final diz: "(...) Não sei para onde vou / Não sei por onde vou / Mas sei que não vou por aí". Tu já fizeste a tua escolha. Mostraste que querias um caminho diferente do que aquele que seria mais natural, tiveste a coragem de assumir a tua escolha, agora só te resta percorrê-lo. Estás a viver uma euforia sentimental que te vai ajudar na caminhada. Nunca esmoreças. As rosas também têm espinhos, e a dor dos espinhos, por mais intensa que seja, é sempre abafada pelo seu aroma. À tempestade, uma esperançosa bonança aparece. À noite inexoravelmente se segue o dia. As dificuldades são também um aprendizado da vida. Obriga-nos a crescer, assim, o entendamos nós. E quando fizeres as "Pausas do Café", mesmo que penses "Nos altos e baixos que, / Na minha vida / Têm relevo" lembra-te sempre que para "As ultrapassar nunca se desiste". São palavras tuas. À que assumi-las. Só para terminar, queria lembrar-te uma conversa que tive com um homem da Igreja vai um par de anos. Dizia-me ele que quando morremos, a primeira coisa que nos perguntam quando chegamos ao Paraíso é "Que fizeste tu do amor?" Já passaram muitos anos sobre esta conversa, mas ela continua viva na minha mente. O teu livro será para ti a resposta. Porque ele é um ato de amor, que não escondes. É um ato de criação. É como se de um filho se tratasse. A este primeiro passo, outro terá que se seguir para que a estrada se cumpra caminhando. Fico a aguardar o próximo. Mais amadurecido, mas sempre vivenciado. Porque só assim ele será autêntico, será a voz do coração. Que a tua estrada seja luminosa é o que te desejo. Mas se, por qualquer altura alguma núvem encobrir o sol, não te esqueças que ela não ficará lá para sempre. Haverá sempre um vento redentor que a afastará de novo. Gostei deste teu primeiro trabalho, e sabes como sou exigente. Parabéns por este livro. Parabéns pela coragem de te expores publicamente. És uma mulher forte e determinada. Continua a fazer a tua estrada. Continua a assolar-nos a todos com a tua "Tempestade de Poemas". Um livro a ler e a reler. A guardar. Daqui a alguns anos, será falado como o primeiro duma grande poeta com uma grande obra, assim quero acreditar. Um livro importante com uma cuidada apresentação. Capa dura - coisa pouco habitual hoje em dia e logo em poesia - impresso em papel de qualidade. Nada ficou ao acaso. Até por isso, este é um livro a merecer a vossa atenção. A edição é da Artelogy.

Solidão

"Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isso é carência! Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isso é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isso é equilíbrio! Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza! Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância! Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma." - Texto atribuído a Chico Buarque da Holanda.

Sunday, July 26, 2015

Intimidades reflexivas - 343

"Uma criança não pode viver sem uma avó e sem uma aldeia. Se as não tiver, é preciso inventá-las." - Prof. João dos Santos, pedagogo.

O Dia dos Avós

Comemora-se hoje mais um dia de qualquer coisa. Desta feita, o Dia dos Avós. E apesar de não me sentir escravizado pelos dias de qualquer coisa, este tem um sentimento especial para mim. Já perdi os meus avós há muito tempo atrás, mas são estes pequenos fetiches que nos levam a abrir o baú das memórias e a recordar tempos passados e felizes. Fui criado pelos meus avós maternos até há minha juventude, e esses laços foram-se fortificando ao longo do tempo e ainda hoje permanecem. Porque como diz o povo "avós são pais duas vezes". Não sei se é assim, mas no meu caso, marcou-me duma forma indelével. Dou por mim neste dia a pensar nas traquinices, nas birras que eles me aturavam, no tudo que faziam para que eu fosse um criança feliz. Nessa época não haviam computadores, telemóveis, internet. Onde o brinquedo novo só aparecia no Natal e, talvez, no aniversário. Nada disso. Os afetos eram os reais, aqueles que resultam da relação entre pessoas, e não dum qualquer ser virtual. Era a voz, o toque, a fala, o gesto. Era a pureza do contacto que deve existir entre dois seres. Eram assim esses tempos. Em que à mesa se fazia, muitas vezes, o balanço do dia, ou o programar do seguinte. Onde se debatiam as dificuldades, os obstáculos que sentia que a vida me colocava no caminho, não aquele mundo isolado onde as crianças agarradas aos telemóveis, tablets ou computadores, acreditam mais no mundo virtual que têm perante os olhos do que o afeto do ser que está ali ao lado e que eles nem dão por isso. Hoje, apesar de tudo, dou comigo a pensar nesses momentos de meninice. Na educação rígida desses tempos, mas sempre pautada por um imenso amor e carinho. Carinho de quem me ia levar e buscar à escola, com calor ou frio, canícula ou temporal, a pé enfrentado os elementos, porque nessa altura eram poucos os privilegiados que tinham carro. Os ensinamentos em casa para que pudéssemos fazer boa figura no dia seguinte na escola, porque nesse tempo não haviam explicadores, ou salas de estudo. Tudo era fruto do esforço de todos. Do jovem e da família em redor que lhe tentava proporcionar um ambiente propício. E como eu fui feliz nesses tempos, sem as tecnologias, numa vida por vezes rotineira mas regrada, na felicidade dum passeio com estes meus avós e mentores. Por isso, por tudo aquilo que me proporcionaram, estou-lhes grato. E apesar de não ser um defensor dos dias de qualquer coisa, aqui estou a celebrá-lo, à minha maneira, mas de coração cheio. Obrigado Avós por tudo o que fizestes por mim. Jamais vos esquecerei. Feliz Dia dos Avós para quem ainda os tem e, sobretudo, para quem é avô ou avó, esse estágio duma certa maternidade e paternidade em estado mais evoluído. Feliz Dia dos Avós para todos os avós do mundo.

Depois do susto...

Parece que o nosso "amigo" ou o seu familiar ontem apanhou de facto um grande susto. Hoje estava expectante em saber o que iria encontrar. Mas havia sinais de que nada de anormal se passou. (Ver foto). Da comida ainda lá restava alguma, o que mostra que, este cachorro ou outro que por lá passou, deve ter comido, e ainda alguma sobrou. Ontem, deixei algumas marcações que me pareceram não ter sido alteradas, exceto as normais depois da passagem do cachorro. Quando saí voltei a abastecer de novo os recipientes, desta feita, com mais fé e esperança. Os próximos tempos dirão se o "cavalheiro" aprendeu a lição ou se a recuperação não é de monta. Para já, e por hoje, estou contente. 

"Tempestade de Poemas" - Liliana Silva

E finalmente chegou o grande dia. É já hoje que a Liliana Silva fará a apresentação do seu primeiro livro "Tempestade de Poemas". Com apenas 18 anos de idade, a Liliana sempre gostou de escrever. Eu sou disso testemunha. Já li alguns dos seus textos e gostei. Poesia é uma novidade. Mas é assim que se começa. Desafiando os limites. Irreverente face aos obstáculos. E quando ainda se é muito jovem mais valor tem. Ela gostará de contar com vocês todos. É importante apoiar estes jovens que vivem num momento de futuro incerto. A Liliana está a passar um momento de grande euforia sentimental. Isso poderá ter ajudado. Mas a semente já lá estava. Foi necessário apenas regá-la e deixá-la crescer. Hoje veremos o produto desse seu esforço. Lerei com atenção o seu livro e depois aqui voltarei, a este e outros espaços, para fazer a minha crítica. Sempre construtiva, porque a Liliana merece, porque a juventude deve ser incentivada. Mas hoje é um dia especial. Concentre-mo-nos nele. A Liliana contará, com certeza, com muita gente. Vocês também estão convidados. Todos estão convidados. Boa sorte, Liliana!

Saturday, July 25, 2015

Uma novela sem fim à vista

Hoje quando cheguei ao local onde o cachorro anda, o aspeto era este que a foto documenta. Nada de novo numa situação que vem sendo recorrente nos últimos tempos. Limpei os recipientes e abasteci-os  de comida fresca. Mas desta vez fiquei lá mais algum tempo, e estacionei o carro numa outra zona do recinto. Para minha surpresa, ou talvez não, quando vinha a sair, apareceu o que julgo ser o nosso "amigo" ou o seu parente. Ficou muito surpreendido por me ver ali àquela hora. A surpresa foi tal que ficou como petrificado. Olhei bem para ele, para que visse que eu o não evitava, e saí. Voltei lá pouco depois e tudo estava igual. Ao que parece o sujeito ficou desconfiado e não apareceu. Como atrás disse, não sei se era ele ou o parente. Seja como for viu que alguma coisa se alterou à já costumeira rotina. Assim, e caso seja possível, pedia ao meu amigo Bruno Alves Ferreira, o favor de passar por lá e ver como as coisas estão. Talvez hoje elas permaneçam bem, por mais algum tempo. Sei que o cachorro tem por lá andado, por confirmação direta de gente que trabalha no local com quem estive há pouco. Veremos o que o futuro nos reserva. Pelo menos, hoje não ganhou para o susto.

Intimidades reflexivas - 342

"Nunca deixes para amanhã, o que não podes fazer depois de amanhã." - Mark Twain (1835-1910)

Friday, July 24, 2015

"Os Arquivos Secretos do Vaticano - O maior acervo de documentos secretos do mundo" - Sérgio Pereira Couto

Este não é o livro que parece ser pelo seu título. É um registo cronológico e sério, nada especulativo, sobre os arquivos mais secretos existentes à face da Terra. É um livro sobre a verdade escondida pela História. Lê-se na sinopse do mesmo: "Tudo o que é oculto, reservado, proibido, parece atrair-nos de uma forma especial e, de facto, uma aura de mistério envolve o Archivum Secretum Vaticanum. É um imenso repositório de informações que se espraiam ao longo dos seus 85 quilómetros de prateleiras plenas de livros, documentos, papéis e imagens - cerca de dois milhões de registos - que a Igreja Católica acumulou durante oito séculos. Mas o que há aqui de tão secreto? Com grande parte do seu repositório vedada à consulta pública, os Arquivos não se resumem a um simples depósito de dados. São, antes de mais, uma espécie de zona proíbida, guardadora de informação considerada "intocável", que desafia a realidade tal como a conhecemos."  Quando comecei a ler o livro veio-me à memória a primeira vez que estive no Vaticano, já lá vão um bom par de anos. Era então Papa, João Paulo II. Fui a Roma e não vi o Papa porque este estava na sua estância de Verão em Castelgandolfo. Ia com uma missão bem definida, a de visitar a biblioteca vaticana, pensava eu na minha santa ignorância. Quando lá cheguei, e depois duma visita demorada àquilo que o comum dos turistas pode visitar, lá me dirigi para a biblioteca. Qual não foi o meu espanto quando me disseram que não a poderia visitar. Tinha então um amigo que trabalhava num organismo oficial em Roma a quem pedi ajuda. Depois de muitos telefonemas, troca de missivas e alguns dias na expectativa, lá consegui uma espécie de salvo-conduto para a tão desejada visita. Mas a minha surpresa não terminaria aí. Depois de me ter sido dado acesso ao local, por três funcionários mal encarados que mostravam que aquilo ia contra tudo o que estava estabelecido, foi-me logo dito que apenas poderia olhar alguns livros. Folheá-los ou sequer tocar-lhes não seria permitido. Foi-me determinado um tempo para a visita, necessariamente curto, mas que até se veio a verificar excessivo. Porque, para além do apressar dos funcionários que me acompanhavam, apenas me era dado ver, literalmente ver, as lombadas num pequeno circuíto, que representaria cerca de 1% ou menos do que é a biblioteca vaticana. Não sabia que era assim, mas apesar de tudo, saí com um certo sentimento de agrado. Porque estive, afinal, num local tão secreto e hermético que não pensava antes que existisse. Depois vim a saber através deste amigo que me ajudou a fazer esta pequena e histórica visita, que havia um conjunto de livros que apenas eram conhecidos do bibliotecário e do Papa que estivesse em funções no momento, e de mais ninguém. Comecei então a perceber, que para além da bela Basílica, das famosas estátuas de Bernini, há muito mais do que a imaginação humana é capaz de perceber. Este livro também serviu para isso, para um viagem às memórias de muitos anos atrás. Quanto ao autor, Sérgio Pereira Couto, é jornalista, investigador, escritor e um grande interessado pelos mistérios da História. Foi editor e repórter das publicações Ciência Criminal e Discovery Magazine, editor-assistente de diversas revistas e redator em várias outras, entre as quais a Galileu, a Planeta e a Leituras da História. A edição é da Marcador. Um livro muito interessante, não tanto pelo que revela, mas pelas pistas que dá com vista a um aprofundamento da matéria versada.

Intimidades reflexivas - 341


"Não há impossíveis o que há são impossibilidades." - Jorge Angel y Braga (escritor ítalo-argentino).

Thursday, July 23, 2015

Intimidades reflexivas - 340

"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender." - Alexandre Herculano (1810-1877)

Wednesday, July 22, 2015

Intimidades reflexivas - 339

"Amo essa gente que tem a leveza na ponta dos dedos, e sai por ai, respingando beleza nos dias da gente..." - Karla Tabalipa.

Tuesday, July 21, 2015

Carcasonne - Uma cidade histórica e trágica ao mesmo tempo

Esta é a cidade de Carcasonne, no Languedoc-Roussillon, em França. É uma cidade com uma grande tradição histórica, sobretudo a sua parte antiga muralhada. Nela se travaram grande batalhas. O sangue escorreu a rodos pelas sua ruelas. Nela se traçou o destino duma certa forma de encarar o catolicismo, face a uma outra visão mais afastadas dos cânones tradicionais. Em nome dela se matou e se morreu. Nesta região há, ainda hoje, um forte culto a Maria Madalena. Aquela que os o Congresso de Niceia tornou proscrita. Mas disso falarei numa outra altura. Aqui vos quero trazer a bela cidade encimada pela muralha. Quem tiver oportunidade de lá passar no 14 de Julho - dia nacional de França - verá um impressionante fogo de artifício que simula a "muralha a arder" conforme dizem os naturais da região. Ao fim e ao cabo, um recordar de tempos idos, que nunca esquecidos duma certa barbárie em nome de Deus.

Intimidades reflexivas - 338

"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo." - Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900)

Monday, July 20, 2015

Intimidades reflexivas - 337

Escravos - um retrocesso civilizacional. Na Roma antiga, um senador propôs que se pusesse nos escravos uma braçadeira para que eles fossem mais facilmente reconhecidos. "Não!", disse-lhe um colega senador mais esperto, "desse modo eles aperceber-se-iam do seu grande número e logo se revoltariam contra nós".

Sunday, July 19, 2015

Parar para viver

Diz o velho ditado da sabedoria popular: "Parar é morrer". E entende-se que seja assim quando parar significa apenas dar-se por satisfeito ou por vencido, e desistir da luta, do trabalho e dos esforços necessários para alcançar outras metas ou vencer contrariedades. Mas quando parar significa uma pausa para o necessário descanso e restauração de energias, ou para olhar e avaliar o rumo e qualidade do nosso viver, ou para prestar uma atenção mais profunda às pessoas e às situações que nos rodeiam, então deve-se mesmo parar se queremos, de facto, viver e fazer viver. Em Eclisiastes 3 lê-se: "Debaixo do céu há momentos para tudo e tempo para cada coisa". Tempo para refletir e projetar, tempo para agir e realizar, tempo para o esforço e tempo para o descanso, tempo para rever e avaliar. É preciso respeitar este ritmo que a vida nos marca e dar tempo a cada tempo. Até um outro tempo, o do descanso, que nesta época faz a sua aparição com mais visibilidade.

Intimidades reflexivas - 336

"Os poderosos exigiram aos derrotados que aceitassem termos que não tinham o direito de exigir, e os derrotados aceitaram compromissos que não tinham o direito de aceitar." - John Maynard Keynes (1883-1946) acerca do Tratado de Versalhes e que Yanis Varoufakis, ex-ministro das finanças da Grécia, citou no parlamento grego a quando da votação de um terceiro resgate e de mais austeridade.

A limpeza radical

Hoje quando cheguei para dar de comer ao cachorro, tudo estava limpo como vem sendo habitual nos últimos tempos. Tudo não é bem, o nosso "amigo" ainda lá deixou uns restos para não dizerem que leva mesmo tudo. Quando de lá saí deixei muita comida (ver foto) para ver se ele deixa lá pelo menos alguma. A luta pelo defesa dos animais é uma luta desigual, que nunca termina, por cada sucesso, muitos fracassos se somam. É assim, e quem entra nesta saga, tem que vir preparado para tudo, até para ver coisas que nunca pensou ver. É por isso que costumo dizer, a defesa dos animais é uma missão para quem dela faz rotina. Este caso, como outros, por vezes fazem-nos desanimar, mas também nos motivam a continuar. Só gostava de saber o que motiva esta pessoa. Já lhe ofereci ajuda através deste espaço, e através de pessoas do local, sem sucesso. Nada mais posso fazer. Esta situação nem sempre existiu. Começou a notar-se há alguns meses, e volta e meia termina, para recomeçar de novo. Enfim, é o pior do ser dito humano que vem ao de cima.

Portugal perdeu a soberania

"Portugal Continental perdeu o direito à independência porque foi integrado numa organização internacionalista e, face a toda essa situação, vemos que a população portuguesa só pouco a pouco se vai apercebendo dessa realidade: quem é que está por detrás de tudo isso e quem é que são as pontas de flecha dos interesses estrangeiros aqui dentro do nosso país?… A maioria dos chamados “governantes” dos países-membros da “União Europeia” não passam de caseiros, que recebem ordens de origem distante. Com alegria e algazarra estão a cerrar o galho em que se encontram sentados. Onde se situa a linha que separa ingenuidade/mediocridade de alta traição?" in Rainer Daehnhardt, "Ser Português - uma honra, um privilégio merecido, ou um acaso assumido?"

Mais um texto para reflexão das Projecto Apeiron - Apeiron edições. Recomendável.

Saturday, July 18, 2015

Ser Português (Com imagem de S. Miguel, padroeiro de Portugal)

«Sabe-se que os Christãos dos primeiros tempos olhavam aquelle santo como um dos génios tutelares da medicina, e é pois natural que a designação de S. Miguel succedesse à de Endovellico.»  José Leite de Vasconcelos em "Religiões da Lusitânia" -  Vol. II.


"Há uma orientação, vinda do exterior para confundir a população portuguesa e, em seguida, impedi-la de ter acesso aos conhecimentos históricos do seu próprio passado. E a forma mais fácil de anular a identidade de um povo é impedir o acesso à sua própria História. Temos primeiro que descobrir nossa própria identidade, temos de descobrir quem é que nos enganou, temos de descobrir quem é que está a colocar esta cortina de fumo à nossa volta que não nos permite ver a realidade na sua nudez, na sua crueldade. É preferível ver a nudez e a crueldade da verdade, mas saber o que é que se passa à nossa volta, do que continuar a ser enganado diariamente." - in Rainer Daehnhardt, "Ser Português - uma honra, um privilégio merecido, ou um acaso assumido?"

Dois livros muito interessantes do Projecto Apeiron - Apeiron edições. Recomendáveis.

Intimidades reflexivas - 335

"Fazer o pior parece a melhor decisão." - Aristóteles, (385-322  a.C.)

Para quê mais comentários!...

Voltei ao local onde alimento o cachorro de que venho dado notícias regulares. O aspeto quando lá cheguei era desolador como se pode ver pela foto. Nada existia, apenas um pouco de água fétida. As visitas do nosso "amigo" parecem ter-se tornado regulares. Trabalhadores da zona disseram-me há momentos que ontem quando saíram já nada lá estava. Acrescentado: "Ultimamente, nada pára aqui!" Quando de lá saí, deixei água limpa e um bom fornecimento de alimentos. Veremos no futuro. O que sei é que a saga continua. Afinal, para quê mais comentários! Tenho que viver com isto ou abandonar o cachorro à sua sorte. Para já, tenho optado pela primeira hipótese. Não sei até quando.

Friday, July 17, 2015

Intimidades reflexivas - 334

"A maior desgraça dum país pobre não é produzir riqueza, mas produzir ricos." - Mia Couto.

Thursday, July 16, 2015

Requiem pela Europa unida

Temos assistido a atitudes que em nada dignificam a União Europeia (UE). Uma UE que impõe à Grécia um brutal plano de austeridade, apenas e só, para tentar derrubar o governo do Syriza. Vemos o primeiro-ministro desse país, a dizer que não acredita no plano traçado e a pedir a sua aprovação no parlamento. Constatamos que se pede à Grécia para vender património para realizar 50 mil milhões de euros, coisa que não é exequível. (Portugal que vendeu meio país, realizou pouco mais de 10 mil milhões de euros!) Um Fundo Monetário Internacional (FMI) - instituição norte-americana - que acha que, afinal, se deve - agora, e só agora - reestruturar a dívida, caso contrário, não participa no fundo. Vemos uma Hungria de tendência fascista a construir um muro para impedir emigrantes de entrarem no seu território. Assistimos a uma Bulgária a construir outro pelas mesmas razões. A Itália que apela ao problema da emigração clandestina, e que ameaça com um plano B - que ainda não foi revelado - caso a UE não faça nada. Toda esta conflitualidade diz bem do desnorte que hoje assola a Europa. Toda esta confusão, vai minando toda a estrutura europeia e põe a nú a sua fragilidade. Estou convicto que muitos dos ministros que se sentam em volta da mesa para definir o futuro da Europa, já não acreditam no euro, quiçá até, já nem acreditam na união. A Europa que se abriu como espaço de paz e tolerância, agora constrói muros, transforma-se em fortaleza. Vemos os responsáveis pelos países a divulgarem via twitter as informações para fora da sala de reuniões. Enfim, isto mostra bem que esta Europa está a ser regida por um grupo arrapazado, sem sentido de Estado, como se estivessem a participar em algo em que já não acreditam. Por tudo isto, que constatamos diariamente, penso que é fácil verificar que estamos a caminho da derrocada. O fim da linha está já aí, e parece que ninguém vê, - ou finge que não vê -, e no entretanto, tudo se desenrola como se nada se passasse. Aquele que foi um projeto de paz, um projeto aglutinador de várias gerações - a minha incluída - está a transformar-se num espaço vazio de ideias, já sem conteúdo, onde a lei do mais forte - ou dos mais fortes, leia-se, ricos - é que determina o rumo. A situação da Grécia, por mais irónico que pareça, pode ser o que faltava para que essa derrocada se efetive. Numa Europa carente de estadistas, onde o radicalismo ultraliberal domina, não se pode esperar nada de efetivamente construtivo. Se ainda existissem dúvidas, a realidade aí está para a desmentir. O sonho europeu, a evolução para uma moeda única que aprofundasse mais a união dos países, parecia que era uma estrada alcatroada. Agora, com estes líderes, ela foi transformada num caminho de pedras. A Grécia poderá ser o início do fim, senão mesmo, o canto do cisne europeu. A Europa está gravemente doente. Este espaço de paz poderá vir a transformar-se num território de conflitualidade como foi no passado, e a que a UE pretendeu pôr fim. O sorriso hipócrita, amarelo, dos responsáveis europeus, com abraços à mistura, já não escondem a fragilidade do modelo e a incapacidade de traçar novos rumos. Afinal, é o requiem pela Europa que aí está.

Wednesday, July 15, 2015

Intimidades reflexivas - 333

Senhor… Me ensina a esperar pelo Teu tempo. Segura firme minha mão e aumenta minhas forças na caminhada da vida. Me conduz pelo melhor caminho guiando meus passos. Me protege de todo mal. Aumenta minha fé e renova cada dia a minha confiança em Ti.

Tuesday, July 14, 2015

Intimidades reflexivas - 332

A vida com o perfume duma rosa, mas também com os seus espinhos...

Intimidades reflexivas - 331

“Somos irrelevantes na decisão sobre a Grécia, afinal também vivemos na rua dos pobres”. - Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto.

Monday, July 13, 2015

A Europa que humilha

Hoje, aparentemente, todos respiram de alívio. Mas será mesmo assim? Nestes últimos dias, depois de muito se ter falado do "Grexit" - inclusivé se falou de uma suspensão temporária da Grécia da zona euro por 5 anos! - lá se foi chegando a um acordo. Mas este não é um acordo qualquer. Temos 18 países que impuseram a um outro, uma das mais terríveis humilhações na história da União Europeia (UE). Tudo começou com a eleição do Syriza. As sirenes de alerta da UE tocaram a rebate. Depois Tsipras (e sobretudo, Varoufakis) tentaram mostrar que a Grécia, apesar das dificuldades, era o berço da Democracia, não daquela mais básica de colocar um voto numa urna de 4 em 4 anos, mas duma outra, mais direta, em que os cidadãos são chamados a dizer o que pretendem para o seu futuro. Esta Europa, adepta das democracias formais, não poderia acatar tal afronta. O Banco Central Europeu (BCE) fecha a torneira, o povo geme mas resiste. Depois, deixa-se passar mais algum tempo para que a agonia seja completa, aí o povo já se começa a interrogar e a dividir, a seguir, vem a imposição. FMI dentro do esquema, medidas mais duras das que estavam desenhadas na semana anterior, depois de muita humilhação de Tsipras e do seu povo. (Matteo Renzi o primeiro-ministro italiano foi o primeiro a denunciá-lo em público. Martin Schutz, o presidente do parlamento europeu disse o mesmo. O desconforto em algumas pessoas era evidente). As velhas alianças nazis, nem sequer apareceram disfarçadas. Foi ver o ministro das finanças finlandês ao lado do ministro das finanças alemão, parecendo que o primeiro era uma espécie mensageiro do segundo, dizendo o que este não podia dizer em público. (A velha aliança duma Finlândia ocupada com os nazis de Hitler. A história a repetir-se duma outra forma, com as mesmas consequências). A Grécia vergada à necessidade do mais básico, os senhores duma Europa o mais anti-solidária possível, a humilhar, a ofender um povo que idealizou a democracia, que serve a esta gente que hoje ocupa a Europa. Até o primeiro-ministro português se assume como o mentor duma solução para desatar o nó! O ridículo a que uma pessoa chega! Como bem diz Rui Moreira: "Devíamos falar menos sobre a Grécia porque também vivemos na rua dos pobres". No fundo, quiseram dar um sinal aos outros países onde existe grande desconforto com esta Europa. Desde logo, a Espanha com o fenómeno do "Podemos". Quiseram dizer que não permitem tergirvações, apenas a corrente ultraliberal dominante é que conta. Afinal, convidam os seus membros a viverem numa certa forma de democracia condicionada. Não a verdadeira, aquela em que acreditamos. Mas de tudo isto, fica a sensação amarga duma Europa que não foi capaz ainda de se federalizar, onde os nacionalismos vão falando mais alto, onde a humilhação duma nação, a chacota de um povo, são consideradas coisas menores. Esta não é a Europa que defendo. Esta não é a Europa dos seus fundadores. Esta não é a Europa dos estadistas. Embora sendo europeísta e federalista por convicção, esta não é a minha Europa. Esta não é a Europa em que acredito. Esta não é a verdadeira Europa.

"A Estrada do Esquecimento e Outros Contos" - Fernando Pessoa

Este é um livro muito interessante e até surpreendente. Muitos de nós apenas conhecem Pessoa como poeta, ignorando que ele também passou a fronteira da prosa, nomeadamente, sob a forma de conto. E isso só por si, já é uma novidade. Mas depois, existe uma série de textos, que nos fazem refletir sobre outros escritos do autor, mesmo quando pisava terrenos bem diversos. Alguns deles, dentro dum estilo "non-sense" muito ao gosto britânico, que Pessoa apreciava, não tivesse ele vivido em terras de Sua Majestade. Lê-se na apresentação do livro que "A presente edição, que tem o título de 'A Estrada do Esquecimento e outros contos', reúne um conjunto de narrativas de Fernando Pessoa das quais 20 se encontravam ainda inéditas. Pretende-se, deste modo, dar continuidade à anterior edição, 'O Mendigo e outros contos', e contribuir para o conhecimento de uma área da obra do autor que se tem revelado mais vasta do que inicialmente se imaginou". Um livro muito interessante, que nos dá a conhecer a obra de Fernando Pessoa, numa outra vertente, seguramente, bem menos conhecida do grande público. Um livro que merece a nossa melhor atenção. A edição e a tradução é da responsabilidade de Ana Maria Freitas e a publicação é da Assírio & Alvim na sua coleção "Obras de Fernando Pessoa com o nº 28". Um livro altamente recomendável para todos os que se interessam pela obra superior de Fernando Pessoa.

“O Grexit é a pior solução Portugal” diz Rui Moreira

'O autarca da cidade do Porto critica Passos Coelho e Cavaco Silva por fazerem “demasiados comentários acerca da Grécia” e pelo que caracteriza como a postura portuguesa de sermos “o pobrezinho mais sério”. Para Rui Moreira, “o Grexit é a pior solução Portugal”. E explica os riscos que podemos esperar caso os gregos abandonem a zona euro: “em termos da dívida, passamos a ser os mais pobres da rua. Como já não há o pobre-ladrão [Grécia], há apenas o pobre sério [Portugal]. O pobre-sério tem no final a mesma sorte que o pobre-ladrão”, defende. A posição é manifestada numa entrevista ao jornal Público, onde o presidente da Câmara Municipal do Porto sugere ainda que “todos devíamos falar menos da Grécia” já que a posição de Portugal é frágil. “Somos irrelevantes na decisão”, diz, acrescentando que “também vivemos na rua dos pobres”. Sobre um eventual alívio das políticas de austeridade, Rui Moreira remete o futuro para “a Europa dos diretórios”, que irá “determinar se vai haver austeridade”. O que é certo é que “não vai ser decidido pelo Governo português”, defende, recordando que ele próprio já escreveu anteriormente sobre o que temia relativamente ao poder deste diretório. “Os países europeus, principalmente os da nossa dimensão, perderam e abdicaram dessa soberania quando entraram para o euro e ao mesmo tempo não construíram uma soberania federal”, daí que um executivo português tenha menos poder, mesmo em decisões essenciais para Portugal.' . In Notícias ao Minuto online.

Sunday, July 12, 2015

Intimidades reflexivas - 330

"O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não." - Fernando Pessoa (1888-1935)