Turma Formadores Certform 66

Wednesday, August 31, 2016

Intimidades reflexivas - 757

"Os olhos do meu cão enternecem-me. Em que rosto humano, num outro mundo, vi eu já estes olhos de veludo doirado, de cantos ligeiramente macerados, com este mesmo olhar pueril e grave, entre interrogativo e ansioso? " - Florbela Espanca (1894-1930)

Tuesday, August 30, 2016

Intimidades reflexivas - 756

“O homem é o homem e as suas circunstâncias.” – José Ortega y Gasset (1883-1955)

Rituais infernais!...

No local onde alimento o cachorro e os gatos, é costume haverem alguns rituais macabros. Conheço esse fenómeno desde o tempo que por lá trabalhei, vai para vinte anos. Sobretudo em sexta feira 13, é usual ver-se algumas coisas menos agradáveis. A ignorância do ser humano não tem limites. Mas mesmo fora dessas datas, volta e meia lá nos confrontamos com algo desagradável. Hoje foi o caso. À primeira vista parece um desperdício, mas não é. E este, meus amigos, foi a coisa menos desagradável que já vi nesse local. Longo caminho ainda tem a Humanidade para trilhar para saber conviver com os outros seres, que têm o mesmo direito à vida como todos nós, que sofrem e têm dores como nós. Até quando tudo isto?...

Como é isto possível?...

Quando vou alimentar o cachorro e os gatos, passo inevitavelmente por uma habitação que fica no caminho. A única que existe. Desde há já algum tempo tenho visto por lá um cavalo. Provavelmente para trabalhar no terreno anexo. Nunca o vi a trabalhar, mas o estado de magreza do animal é tal que impressiona. Como é isto possível? Este animal apareceu por aquelas bandas há relativamente pouco tempo. Há dias que não o vejo lá. Hoje lá estava a tentar alimentar-se de algum pasto que por lá existe.

Como vem sendo normal!...

Como já vem sendo habitual, nada existia para alimentação do cachorro e dos gatos. Nem ração nem comida húmida. (ver foto). A disposição dos recipientes diz tudo, sem que sejam precisos mais comentários. Logo a gata apareceu e veio comer até não mais lhe apetecer. Pelo menos ela ficou saciada. Não deixei ração porque não tinha. Se alguém lá passar e levar alguma agradeço. Obrigado.

Monday, August 29, 2016

Fim de férias

Aí está aquilo de que ninguém gosta, o regresso ao trabalho, depois de umas merecidas férias. Mas é assim, ano após ano, e felizes daqueles para quem o trabalho ainda existe. É sempre uma altura em que nos sentimos mais abatidos, depois de momentos de lazer. Fica apenas a ideia de que para o ano há mais, e ainda os feriados e pontes que por aí onde vir. Bom regresso a todos. Bom trabalho.

Intimidades reflexivas - 755

"Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto: os trinta seguintes, o comentário." - Arthur Schopenhauer (1788-1860)

Sunday, August 28, 2016

Igual!...

Ontem quando fui ao local do cachorro que alimento, vi que havia muita comida seca que o Bruno Alves Ferreira lá deve ter deixado. Da húmida nada e nada ficou porque o Bruno me informou que ia capturar os gatos. Hoje quando voltei ao local o espetáculo era igual ao que venho assistindo ultimamente. (Ver foto). Nada de húmida, o que seria de esperar, mas da ração só o pó restava e, seguramente, que não foi o cão que a comeu. Lá abasteci os recipientes como habitual e para minha surpresa a gata logo apareceu, esfomeada, para comer. Pensei que tinha sido resgatada, mas pelos visto não foi possível. Seja como for, pelo menos ela comeu o que quis. Fiquei lá até ela se ir embora. Não deixei ração porque parece que o cão dela não usufrui. Para minha surpresa, apareceu-me uma raposa ainda muito jovem a correr assustada quando me viu. Nunca tinha visto por lá nenhum animal desses e já lá ando a quase vinte anos. Não a consegui fotografar porque ela foi muito esquiva e eu não estava a contar com tal. Fica para a próxima.

Intimidades reflexivas - 754

"Coragem... Os teus livros são as tuas armas." - Edmondo de Amicis (1846-1908)

Saturday, August 27, 2016

Intimidades reflexivas - 753

"As pessoas só fazem connosco aquilo que permitimos que façam. O inconsciente cria as condições para que você receba aquilo que você acha que merece." - Andréa Beheregaray in 'Psicologia e Poesia'.

Hoje é dia de jejum!...

Hoje é dia de jejum! Fui avisado pelo Bruno Alves Ferreira para não deixar comida porque vai proceder ao resgate da gata e dos filhotes que ainda restam. Quando soube da notícia já estava muito perto e não deixei de ir lá ver o que tinha acontecido. Nada existia, apenas a ração que o Bruno lá terá deixado. (Ver foto). Valha-nos isso. Ainda lá estava. A gata logo apareceu para comer e ficou um tanto atónita ao ver-me dar a volta e não deixar comida. Lamento por ela, mas é para o seu bem.

Friday, August 26, 2016

Intimidades reflexivas - 752

"Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." - Abraham Lincoln (1809-1865)

Thursday, August 25, 2016

Sempre igual!...

Começa a ser recorrente esta situação que envolve este cachorro e os gatos a quem dou de comer. De novo tudo roubado. Os recipientes estavam todos vazios como se tivessem sido lavados. Se alguém lá passou a deixar alguma ração, pois nem essa escapou. Apenas a gata logo apareceu para comer. (Ver foto). Visivelmente com fome saciou-se até não querer mais. Fiquei lá ainda bastante tempo. Soube que o cachorro por lá continua a aparecer na hora de almoço, como habitualmente, mas quando chega parece que encontra pouco ou nada para comer. Todos os outros gatos e os filhotes desapareceram. Devem ter sido levados ou mortos. Ninguém no local me soube informar. Desde que lá tenho ido com mais afinco, vai para duas semanas, nunca encontrei as coisas como era habitual encontrá-las noutro tempo. Nitidamente alguém anda a tentar afastar-me do local, fazendo desaparecer os pobres infelizes, ou então, vai destruindo a comida, ou a leva para os seus. Seja como for, a situação mantém-se sem fim à vista. 

Intimidades reflexivas - 751

"A água que não corre forma um pântano; a mente que não trabalha forma um tolo." - Victor Hugo (1802-1885)

Wednesday, August 24, 2016

À memória da Tuxa - Dois anos depois

Dois anos passaram sobre a tua morte. Quinze anos de amor e carinho nos deste. Hoje é tempo de homenagem. Justa e sincera. De lágrimas nos olhos e coração aberto. Hoje foi o dia em que, há dois anos atrás, nos deixaste. Um vazio imenso ficou. Afinal eras mais um membro da nossa família, que já foi numerosa como sabes. Tudo se vai esvaindo na ampulheta do tempo. Hoje é dia de memória e recordação. De ti, daquilo que representaste para nós, da forma como interagimos ao longo de quinze anos. Desde o dia que foste abandonada à nossa porta, e foste sofredora. Assistimos a quase tudo. Quando te trouxemos para a nossa família, vieste contente e feliz como se advinhasses que tinha chegado a tua redenção. Foste acostumando-te à nova vida, foste crescendo forte e saudável, mais tarde foste mãe adotiva do teu companheiro de sempre o Nicolau. Ele que tanto sofreu com a tua partida. Várias semanas ia à tua sepultura logo pela manhã, como para ver se estavas bem. Em jeito de homenagem. Foste uma mãe ternurenta face às suas travessuras de jovem macho. Connosco foste a grande companheira em bons e maus momentos. Sempre juntos até ao fim. Tiveste uma vida longa, sofrida no início, resgatada ainda em jovem. Nunca o esqueceste. Sempre estiveste grata para connosco. Amor que sentimos e que retribuímos. Amor grande. Amor imenso. Sempre presente e atenta ao que te rodeava. Sempre aflita com momentos em que apresentávamos tristeza. Companheira de jornada, duma jornada longa e intensa. Que essa ponte de arco íris feita, te tenha conduzido a um sítio melhor, alegre e feliz, como alegre e feliz foste em vida. Estás sepultada junto da família que tanto amaste. Sempre te prestamos homenagem, a ti, e aos outros teus companheiros de jornada com quem ainda viveste. Todos resgatados como tu, à rua, aos maus tratos, ou a ambos. Todos solidários. Agora só o teu filho adotivo existe. Para nos ajudar na caminhada final da nossa vida, até àquele dia em que nos havemos todos de reencontrar. E que grande festa faremos, então! Até lá, esperamos que estejas em paz. A tua memória Tuxa, jamais será esquecida, porque um amigo e companheiro nunca se esquece, nunca se deixa para trás. Descansa em paz, Tuxa!

Tuesday, August 23, 2016

Intimidades reflexivas - 750

Ninguém pode construir em teu lugar
as pontes que precisarás passar,
para atravessar o rio da vida
- ninguém, exceto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem números,
e pontes, e semideuses que se oferecerão
para levar-te além do rio;

mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho
por onde só tu podes passar.

Onde leva? Não perguntes, segue-o.

Nietzsche (1844-1900)

Mais do mesmo!...

Voltou a acontecer. Mais do mesmo! Quando fui alimentar o cachorro nada existia. Nem ração, nem comida húmida. (Ver foto). O ladrão ainda foi ver se tinha ração, mas nada. (Basta ver a posição das asas do recipiente azul à esquerda da foto). Dos gatos e do cão, nem rasto. Um dos trabalhadores que estão a fazer trabalhos de manutenção numa das empresas, disse-me que já não vê os gatos vai para duas semanas. Que provavelmente já lá não estão. Quanto ao cão, aparece lá por volta da hora de almoço, como habitual, para ver se os trabalhadores lhe dão algo. Só que os trabalhadores estão de férias e a comida que levo - que é bastante - é retirada antes de ele por lá passar. E ele diz-me que acha curioso nunca ter visto lá a pessoa em causa. (Quanto aos gatos, sobretudo os filhotes, gostava de perguntar ao Bruno Alves Ferreira, se chegou a retirá-los de lá, Se não, eles parece que já desapareceram. Só espero que não estejam por aí em sofrimento). Uma iniquidade sem fiz à vista e para a qual não tenho solução. 

Monday, August 22, 2016

Intimidades reflexivas - 749

"Meu Senhor... Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos débeis. Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás êxito, não me tires a humildade. Se me dás humildade, não me tires a dignidade. Ajuda-me sempre a ver a outra face da medalha, não me deixes culpar de traição a outrem por não pensar como eu. Ensina-me a querer aos outros como a mim mesmo. Não me deixes cair no orgulho se triunfo, nem no desespero se fracasso. Mas antes recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo. Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza. Se me tiras o êxito, deixa-me forças para aprender com o fracasso. Se eu ofender a alguém, dá-me energia para pedir desculpa, e se alguém me ofende, dá-me energia para perdoar. Senhor... se eu me esquecer de ti, nunca te esqueças de mim!" - Mahatma Gandhi (1869-1948)

Sunday, August 21, 2016

Como de costume!...

Voltou tudo ao habitual. Hoje a comida do cachorro tinha desaparecido toda. Nem ração, nem húmida. Tudo lavado. Para não termos dúvidas do que está a suceder, vejam a posição do recipiente azul à esquerda da foto. A posição de ontem e de hoje. (Notem bem na posição das pegas). Dá para perceber que foi lá colocado com cuidado à espera de nova dose. Deixei ficar a comida húmida, a ração, - embora tendo alguma comigo -, não deixei lá nenhuma, porque vai toda sem que os animais a vejam sequer. O ladrão seletivo, cansou-se de o ser, ou outro tomou-lhe o lugar e não olha a quê. Do cão e dos gatos nem rasto. Os filhotes também não apareceram. Já lá não estão de certeza. Espero que não estejam em sofrimento. Nada mais posso fazer. Confesso a minha impotência. Faço o que posso e o que posso é muito pouco como se vê.

Intimidades reflexivas - 748

"Às vezes não conseguir o que queremos é uma tremenda sorte." - Dalai Lama

Saturday, August 20, 2016

Intimidades reflexivas - 747

"A Cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos." - António Lobo Antunes

Mais uma vez!...

De novo o inevitável aconteceu. Tudo roubado. Nem ração nem comida húmida. (Ver foto). Tenho ido lá com regularidade e nada resiste. Hoje quando lá cheguei a gata logo apareceu. Nitidamente com fome, mas mesmo assim não se aproximou. Esperou que abastecesse os recipientes e logo foi comer. Deixei-me lá ficar até ela se saciar. Quando já não lhe apeteceu comer mais foi-se embora. Mas sempre a olhar desconfiada e sobressaltada. Os filhotes desapareceram na totalidade. Nenhum se vê por lá. Não sei o que foi feito deles. Tal como um outro gato que também vinha comer da comida que levo. Já não o vejo vai para dois meses. Quanto ao cão nem sinais. Ele já deve ter percebido que ninguém anda por ali devido às férias do pessoal e não aparece. Afinal, nada lá deve encontrar. Chamei ao ladrão seletivo há dias atrás. Parece que falei depressa porque afinal continua a ir tudo a esmo. A menos que não seja só um. Já nem sei o que pensar. Enfim, é esta a saga de quem anda nesta demanda de apoiar animais desprotegidos.

Friday, August 19, 2016

Dia Mundial da Fotografia

A primeira fotografia. Hoje comemora-se o Dia Mundial da Fotografia. Para o celebrar publico aqui aquela que é considerada "a primeira fotografia permanente do mundo" mesmo que seja anterior ao ano que se considera da invenção desta arte (1839). A imagem que acompanha este texto foi tirada por Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) em 1826 nas traseiras de sua casa. Não podemos também esquecer Louis Jacques Mandel Daguerre (1787-1851) autor do célebre daguerreótipo, tendo sido a primeira patente do processo fotográfico, William Fox Talbot, (1800-1877) inventor do calótipo e de Antoine Hercule Romuald Florence (1804-1879) com os seus estudos sobre o nitrato de prata e tavez o primeiro a usar a palavra "photographie" em todo o mundo. Esta data marca o dia em que o governo francês considerou a invenção de Daguerre como um presente "grátis para o mundo", a 19 de Agosto de 1839. Mas agora, para festejar este dia, peguem nas vossas máquinas fotográficas e toca lá a fotografar!

Fontes: Wikipédia e Calendarr

A chuva que chega

Rasgando a madrugada lá vou eu palmilhando estrada. Hoje com uma companhia inesperada e agradável. Aquela chuva miudinha - que depois até foi engrossando - que comigo quis fazer todo o trajeto. Chuva bendita, calma e lenta, sem brisa, (aquela que não faz mal algum), ia caindo sorrateira como quem não quer a coisa, mas que nos deixa encharcados até aos ossos. É abençoada nesta terra coberta de cinza, para arrefecer os solos tão castigados de fogo, para limpar a atmosfera, para fixar poeiras. O único senão é que incómoda para quem usa óculos - ainda não inventaram uns com pára brisas - o que dificulta a visão para quem deles não se pode separar. Mas enfim, não podemos nunca ter sol na eira e chuva no nabal. Temos que nos contentar com o que temos e até já é bastante. Mas confesso que foi agradável sentir este fresco matutino. Aquela chuva leve e terna como a beijar o rosto. Aquele cheiro a terra que as primeiras regas vão deixando no ar. Um ar mais puro, mais saudável. Um agradável começar de dia.

Intimidades reflexivas - 746

"Se a única coisa que oferecerem às pessoas for tele-lixo e omitirem que existem outras coisas, elas acreditarão que não existe mais nada para lá do lixo. Nestes momentos, a audiência é a rainha e por causa dela é lícito uma pessoa até matar a avó. Os meios de comunicação têm grande parte da responsabilidade nisto, embora seja necessário perguntar quem move os seus fios. Por detrás há sempre um banco ou um governo. Um jornal independente? Uma rádio livre? Uma televisão objectiva? Isso não existe. Essa mistura, o tele-lixo e os meios de comunicação dependentes, provoca que a sociedade esteja gravemente doente." - José Saramago (1922-2010), in 'El Diario Montanés (2006)'

Thursday, August 18, 2016

"Prometo Perder" (excerto) - Pedro Chagas Freitas

"O mais doloroso nem é saber que levas outra pessoa para a cama. Estou-me, se queres que te diga, realmente nas tintas para isso. O mais doloroso é saber que tens outros ombros para pousar a cabeça.

Fomos felizes tantas vezes, já te disse. E no entanto quando olho para trás entendo com nitidez que o que mais fica, o que mais nos fica, é a dificuldade e o que fizemos com ela. E foi aí, quando algo faltava, que nunca nos faltou nada. Quando dói o que não se consegue é só o amorque consegue.

O que junta as pessoas é aquilo que se consegue quando dói o que não se consegue.

Amar é também uma questão de confiança: da confiança que nos dá. Alguém que se sente amado, verdadeiramente amado, é alguém indestrutível. Sente em si uma força imparável, um herói por dentro de si. Contigo nada temia, contigo tudo era ultrapassável. Até que chegou a preguiça.

O que junta as pessoas é conseguir reagir quando chega a preguiça.

Fomos desaparecendo. Cada vez mais confortáveis e cada vez mais distantes. O conforto afasta, repele: integra. E o amor não é para ser integrado. E agora és de outra pessoa e eu não sou de ninguém. Talvez um dia consiga voltar a dormir com alguém, voltar a entregar o meu corpo a alguém. Mas as minhas lágrimas dificilmente deixarão de ser tuas."

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in "Prometo Perder", o meu novíssimo livro

Pode encontrar a obra nos locais habituais ou encomende imediatamente o seu exemplar autografado aqui:

Mais seletivo!...

O ladrão está mais seletivo! Agora só tem levado a ração e a comida de lata que lá deixo. A que me dão tem ficado. (Ver foto). Seja como for, ainda bem, porque assim o cão e os gatos poderão ter alguma coisa para comer durante este período de férias do pessoal das empresas do local, sendo alguns desses elementos que lá trabalham que cuidam deles durante a semana. Será apenas esta comida que lhes levamos que eles comem porque mais nenhuma lá vai ter. Sendo assim, e por irónico que pareça, até fico agradecido a quem lá vai roubar a comida. Do cão e dos gatos nem rasto. Quanto aos filhotes, julgo que foram todos levados dali, porque nenhum se vê por lá.

Wednesday, August 17, 2016

Intimidades reflexivas - 745

"As pessoas são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons." - Cícero (106 a.C.-43 a.C.)

Tuesday, August 16, 2016

Bill Evans (1929-1980)

William John "Bill" Evans nasceu em Plainfield a 16 de agosto de 1929 - passam hoje 87 anos - e morreu em Nova Iorque a 15 de setembro de 1980. Foi considerado um dos mais importantes músicos de jazz da história, sendo até hoje uma das referências do piano de jazz pós-50. Era um pianista famoso, pela mão do qual eu viria a entrar nas coisas do jazz, juntamente com um outro grande pianista, Chick Corea. O seu uso da harmonia impressionista, as suas interpretações inventivas do repertório tradicional de jazz e as suas linhas melódias sincopadas e polirrítmicas influenciaram toda uma geração de pianistas, incluindo Herbie Hancock, Denny Zeitlin, Chick Corea e Keith Jarrett. O seu trabalho continua a influenciar jovens pianistas como Fred Hersch, Esbjörn Svensson, Bill Charlap e Lyle Mays, e músicos que tocam outros instrumentos, como o guitarrista John McLaughlin. Como atrás disso, com ele entrei no universo jazzístico donde nunca mais saí. O álbum que me convenceu da sua arte maior chama-se 'You Must Believe In Spring' e foi editado em 1977. A partir daqui, os meus gostos musicais nunca mais foram os mesmos.

No aniversário de António Nobre (1867-1900)

António Pereira Nobre nasceu no Porto a 16 de agosto de 1867 - passam hoje 149 anos -  e viria a falecer na Foz do Douro a 18 de março de 1900, mais conhecido como António Nobre, foi um grande poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua principal obra, Só (Paris,1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu com apenas 32 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose. 

Intimidades reflexivas - 744

"Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas." - António Lobo Antunes in 'Livro de Crónicas', 1998

Mais do mesmo!...

Quando cheguei ao local onde alimento o cachorro ia sem expectativas. E é melhor assim. Como vem sendo hábito, nada existia. Nem ração, nem comida húmida. Logo a gata apareceu, mas mantendo uma distância respeitável. Miou como a saudar a minha presença, mas manteve-se afastada. Enquanto abastecia os recipientes, ela aproximou-se mas logo fugiu. Anda visivelmente assustada. Depois de colocar a comida nos recipientes, fui à sua procura. Estava mais à frente a ver o que acontecia. Fui chamando-a para o local e ela foi-se aproximando. Estava com fome nitidamente. Lá veio comer, mas para isso, tive que me afastar um pouco. (Ver foto). Comeu até que uma camioneta chegou, provavelmente para deixar lixo, e ela fugiu. Ficou mais à frente, talvez ainda volte, se a comida não tiver sido roubada entretanto. Dos filhotes nem vê-los. Penso que já foram retirados dali. Talvez por isso, o seu receio das pessoas. O outro gato também deixou de andar por ali. O cão não apareceu. Veremos nos próximos dias o que acontece.

Monday, August 15, 2016

Intimidades reflexivas - 743

"Um dos problemas do nosso tempo é que perdemos a capacidade de fazermos as perguntas que são importantes. A escola nos ensinou a dar respostas: a vida nos aconselha a que fiquemos quietos e calados." - Mia Couto 
...

Sunday, August 14, 2016

Roubo pela metade!...

Desta vez o ladrão apenas roubou metade! Problema de consciência, talvez não; não teve tempo, é provável; não lhe interessava a restante comida, talvez a razão principal. Desta feita, foi a ração que quis levar. Ontem quando lá cheguei, havia muita ração que o meu amigo Bruno Alves Ferreira lá terá deixado. Hoje ela tinha sido toda retirada. Basta olhar para a disposição do recipiente azul  - à esquerda na foto - para que não restem dúvidas (Ver foto). Mas valha-nos isso. Alguma comida ficou para que quem passasse não deixasse de se alimentar. Nem os gatos nem o cão apareceram. Os filhotes parece que já de lá desapareceram. Não tenho a certeza, mas não os vejo, vai para um par de semanas, o que não deixa se ser estranho. Não tinha ração comigo, assim apelo a quem puder lá passar, que deixe alguma. Mas pouca, porque se o ladrão passar antes, ela desaparece sem que os animais sequer a vejam. Obrigado.

"Prometo Perder" (excerto) - Pedro Chagas Freitas

(carta de uma criança ao mundo)

Quando leres estas palavras provavelmente já eu estou na casa do Zé, o do 11º andar, aquele que está sempre com macacos no nariz mas não deixa de ser o meu melhor amigo. Os adultos ligam a coisas ridículas como macacos no nariz. Dizem que fica mal e essas tretas todas. Ainda bem que eu já passei essa fase. Agora gosto é de brincar.

Acho que gostar de brincar é uma prova de maturidade (é assim que se diz, não é?).

Quanto mais se brinca mais se ri. E se estivermos aqui para rir mais vale não estarmos, digo eu, que sou apenas uma criança e ainda não sei nada da vida. Hoje já me ri muito, e só por isso já valeu a pena acordar. Eu adoro acordar. É uma das melhores coisas do mundo. Estamos ali parados, de olhos fechados, e tudo está a acontecer lá fora. Há a escola toda para aprender, os amigos todos para falar, o recreio inteiro para correr, os pais inteiros para abraçar. E nós ali, quietos, de olhos fechados. Sem apreciar nada daquilo. Que seca. Eu gosto é de acordar.

Acho que gostar de acordar é uma prova de maturidade (é assim que se diz, não é?).

O mais incrível nesta coisa de viver é que acontece todos os dias.

Acho que gostar de viver todos os dias é uma prova de maturidade (é assim que se diz, não é?).

Sou o mais rápido abraçador cá de casa. Fizemos o teste há uma semana e eu ganhei. Demorei menos de três segundos desde a cama até ao abraço da minha mãe. O meu mano demorou mais dois segundos. Também é bom, claro, até é normal que demore mais, ele já está a ficar velhote, vai fazer dez anos em Novembro. Às vezes penso na velhice e acho que deve ser uma coisa fixe. Os velhotes sabem tanta coisa e já não precisam de ir à escola. Podem passar o dia a brincar, e se isso não é uma das maiores sortes do mundo então eu não percebo nada de vida nem de sorte.

O avó Manel é o velhote mais lindo de todo o universo. Vai comigo ao parque e nem se chateia que eu fique lá duas ou três horas. Só fica a olhar para mim, com um sorriso que não passa, e vai-me acenando com uma mão e limpando com a outra uma ou outra lágrima que lhe cai. Parece que as memórias fazem chorar, e os velhotes têm mais memórias do que sonhos. Deve ser essa a parte pior de ser velho, mas tem de ser. Se não existissem coisas que têm de ser nunca aconteceriam coisas que nós adorámos que fossem. Por exemplo, se eu não tivesse de ir para a escola nunca teria conhecido os melhores amigos do mundo, já viste?

Acho que gostar do que tem de ser é uma prova de maturidade (é assim que se diz, não é?).

Quando leres estas palavras provavelmente já eu estou na casa do Zé, o do 11º andar, aquele que está sempre com macacos no nariz mas não deixa de ser o meu melhor amigo. E tu: com quem vais estar a rir?

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in "Prometo Perder", o meu novíssimo livro

Pode encontrar a obra nos locais habituais ou encomendar imediatamente o seu exemplar autografado aqui:
http://www.pedrochagasfreitas.com/livros/prometo-perder/

(imagem: Jake Olson)

Saturday, August 13, 2016

Intimidades reflexivas - 742

"A loucura, longe de ser uma anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido. Ter consciência dela e ela ser grande é ser génio." - Fernando Pessoa (1888-1935)

Normal!...

Tudo estava normal no local onde alimento o cachorro. Havia muita comida seca, o que significa que o meu amigo Bruno Alves Ferreira por lá passou. Mas os recipientes estavam muito sujos e a água suja e fétida. (Ver foto). Se lá vão deixar comida, também podiam lavar os recipientes de vez em quando. Não que me importe de o fazer, mas se todos nos ajudar-mos uns aos outros tudo é mais fácil. Seja como for, lavei os recipientes e abasteci-os de novo. E água fresca também. O cão não apareceu, os gatos também não. Quanto aos filhotes não vi nenhum. Não sei se lhes aconteceu algo. Espero que não.

Intimidades reflexivas - 741

"O futuro pertence ainda mais aos corações do que aos espíritos. Amar é a única coisa que pode ocupar e encher a eternidade. Ao infinito é necessário o inexaurível." - Victor Hugo (1802-1885) in 'Os Miseráveis'

Friday, August 12, 2016

Intimidades reflexivas - 740

"Se tiveres a impressão de que és pequeno demais para poder mudar alguma coisa neste mundo, tenta dormir com um mosquito e verás qual dos dois impede o outro de dormir." - Dalai Lama

Thursday, August 11, 2016

Um país em cinza

A manhã apareceu lenta, como se o dia se recusasse a aparecer e ver a desolação que enfrentaria. Nuvens de poeira cobrem quase tudo. Uma certa neblina feita de fuligem obscurece a luz. Um cheiro acre a queimado, a cinza, não deixa dúvida do que se está a passar. A respiração é por vezes difícil. Apesar de temperaturas mais baixas, apesar de um vento mais fresco, as chamas que incendeiam Portugal recusam-se a ceder. Depois de terem devorado tudo à sua passagem assassina, depois de destruírem pessoas, bens duma vida, animais indefesos - porque foram apanhados na fuga, ou porque os seus donos os deixaram para trás, amarrados ou encurralados e deles nem se lembraram -, depois da natureza carbonizada, o fogo volta mais e mais uma vez a reaparecer. Homens que lutam contra a besta numa luta desigual, bombeiros treinados, populares indefesos que apenas tentam proteger tudo o que lhes resta, enquanto tudo isto anda por aí, Portugal continua a arder. Trágica sina esta, dum país que ciclicamente se vê devastado de forma tão definitiva. Pessoas inconscientes que não limpam os terrenos que são seus. Pirómanos assassinos que depois do crime cometido e, (quando são apanhados e apresentados à justiça), logo saem em liberdade em nome duma qualquer fragilidade, - seja o álcool, demência ou outra -, para recomeçar de novo. (Uma justiça que ninguém percebe que assim se comporta). De tudo isto se vão fazendo estes trágicos verões que há muitas décadas são mais de tragédia do que de lazer. Enquanto nos lamentamos, Portugal continua pasto de chamas. Homens continuam a lutar até à exaustão. Olhos húmidos do fumo e da emoção. Desespero, que é companheiro de muitos, nestes dias apocalípticos que vivemos. Discussões e acusações inconsequentes. E, entretanto, o meu país continua a arder. A impotência no rosto de muitos são bem o exemplo do cansaço, mas não do baixar de braços. As cinzas que cobrem tudo, - arrastadas por ventos que potenciam mais e mais incêndios -, vão tornando o ar irrespirável. Dias de provação estes, que são os nossos. E enquanto o nosso olhar é cada vez mais triste e vazio, a nossa angústia é mais profunda, enquanto tudo isso acontece, o meu país é um mar de chamas e de cinza. 

Intimidades reflexivas - 739

"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." - Pitágoras (570 a.C. - 495 a.C.)

Wednesday, August 10, 2016

Intimidades reflexivas - 738

"A covardia é a mãe da crueldade." - Michel de Montaigne (1533-1592)

Tuesday, August 09, 2016

De coração a transbordar!...

Estou feliz. Estou de coração a transbordar de alegria. Tudo correu pelo melhor. A minha bela Inês ultrapassou mais uma provação. Com direito a diploma e tudo. O Diploma da Coragem, aquela coração que faltou ao seu padrinho que se emocionou e teve que vir embora para casa quando a estava a visitar na sua onde já está bem e determinada como sempre. Sou assim e nada a fazer. A noite anterior quase não dormi a pensar na operação que ia fazer sendo ela ainda tão pequena. Depois foi a emoção do dia, gradativa como é suez dizer-se. Foi uma manhã de coração apertado face à incerteza, depois de coração mais alegre à medida que ia sabendo que as coisas estavam a correr pelo melhor e a minha apreensão não tinha razão de ser. Agora foi o extravasar de muitas emoções. Não aguentei. Pieguice de padrinho que tens minha querida Inês. Mas piegas ou não aqui proclamo, mais uma vez, e como se tal fosse necessário, o meu enorme amor que sinto por ti. Agora estou de coração alegre, com aquela alegria de quem te vê a superar mais um obstáculo. Como se nada se tivesse passado. Comendo gelados de que tanto gostas. Brincando com os novos brinquedos que recebeste. Inês coragem aqui estou despojado como sempre perante ti. Desculpa, Inês. Afinal o único que não aguentou fui mesmo eu! Lá se foi o meu diploma, ... enfim!...

De coração mais alegre!...

Tudo parece ter corrido bem segundo os clínicos. A minha guerreira Inês aí está forte e determinada assim espero. Neste momento está no recobro. Tudo está a correr pelo melhor. Estou de coração mais aliviado. Confesso que esta manhã foi de apreensão. Mas o pior já passou, graças a Deus. Espero vê-la a brincar alegre e feliz muito em breve. Obrigado a todos pelo vosso carinho e apoio. Voltarei ao contacto logo que possível. 

De coração apertado!...

Hoje estou de coração apertado. A minha afilhada vai ser operada dentro de minutos. Dizem que é uma intervenção cirúrgica simples. Sempre dizem isso. Até acredito que seja dentro daquilo que é a minha ignorância das coisas da medicina. Mas mesmo assim, estou de coração apertado. Uma criança de apenas 4 anos a passar por esta provação. Contudo, estou confiante. Ela é jovem e determinada. As crianças recuperam facilmente. Ontem na minha casa, a Inês falava da operação como se fosse algo sem importância. A inocência duma criança. Ou a determinação face ao inevitável. Quem sabe! Seja como for, o meu coração está apertado apesar de ele me dizer que vai tudo correr bem. E eu confio...

O inferno continua

O dia amanheceu mais fresco. No ar ainda se faz sentir o cheiro a fumo. Uma película fina espalha-se pelo céu, encobrindo o sol. O meu país continua a arder. Os incêndios não param. Espero que hoje tudo melhore. Os bombeiros estão exaustos. Estes são os verdadeiros heróis. Sem nome. Sem rosto ocultado pelas máscaras de proteção. Mais de 4.000 estão a combater os incêndios. Heróis anónimos. Heróis do povo. Heróis, simplesmente. 

Intimidades reflexivas - 737

"Não há diferença fundamental entre o Homem e os animais nas suas faculdades mentais (...) Os animais, como o Homem, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento." - Charles Darwin (1809-1882)

Monday, August 08, 2016

O inferno aqui tão perto

Um cheiro intenso. O céu coberto de fumo. Um calor abrasador. 40ºC no Porto. O Porto cercado de fogo. 124 incêndios em Portugal neste momento. Floresta destruída. Animais carbonizados. Casas ardidas. Os bombeiros lutam contra a besta. Isto é o inferno, meus amigos!...

'Templários' - Canal História

O Canal História tem-nos habituado a grandes documentários sobre factos, pessoas ou situações que muito influenciaram o curso da Humanidade. Depois da excelente série Espano-portuguesa sobre os 'Templários' é tempo de esta ser tratada em livro. E é precisamente este o livro que vos proponho hoje. Rezar, lutar e obedecer. A oração e a guerra alicerçadas numa disciplina férrea foram os pilares que possibilitaram que a Ordem do Templo, a primeira ordem militar da história, atingisse o auge e se tornasse uma referência da Idade Média. As condições políticas, económicas e religiosas na Europa do século XI, a juntar à ignorância e subserviência da esmagadora maioria da população constituíram a chave para o aparecimento de uma nova espiritualidade que procurava restaurar a honra de Deus e recuperar os Lugares Santos que tinham caído sob a alçada dos muçulmanos. Ao mesmo tempo que se converteram na elite da cavalaria, os Templários adquiriram um peso político e uma influência económica crescente. Qual a origem dos Templários? Como era a organização e o dia a dia dos cavaleiros mais temidos da Idade Média? Qual foi o seu papel na Península Ibérica e influência na Reconquista? De que valiosas relíquias era composto o tesouro dos Templários? O que provocou o seu desaparecimento definitivo? Estas são apenas algumas das questões abordadas nesta obra, baseada na série do Canal História, produzida integralmente em Espanha e em Portugal com o objetivo de cobrir a ampla presença dos cavaleiros da Ordem na Península Ibérica. Um livro rico de material histórico e de documentação que nos abre horizontes sobre este período da História. Uma edição do Canal História que aqui recomendo vivamente.

Intimidades reflexivas - 736

"Tenho a tendência de gostar de pessoas que se sentem sozinhas. Creio que é por eu me sentir só também. Contudo, a solidão não me assusta. O que me assusta é a distância. Tenho medo de um dia, queira afastar-me de todos e refugiar-me num lugar bem longe onde não seja encontrado. Tenho a certeza que apenas o farei por desilusão. Com os diabos, desilusão é o que eu tenho medo que me venha a matar".
...
"I have a tendency to like people who feel alone. I believe that in fact I too feel alone. However, the loneliness doesn't scare me. What scares me is the distance. I'm afraid of one day, I want to get away from everyone and take refuge in a place very far away not to be found by anyone. I am sure that if I do it will only be for disappointment. Of all evils, disappointment is that what I'm afraid that kills me".

José Micard Teixeira