Intimidades reflexivas - 1125

"Ninguém reconhece o momento mais feliz das suas vidas na altura em que o está a viver. Até pode ser que, num momento de alegria, se possa acreditar sinceramente que se está a viver o momento de ouro «agora», mesmo que se tenha vivido um momento desse tipo antes, mas, não importa o que digam, num lugar do seu coração ele ainda acredita que um momento ainda mais feliz há-de chegar..." - Orhan Pamuk

Intimidades reflexivas - 1124

"Renunciei à carne quando era jovem, e tempos virão em que os homens condenarão, como eu, o assassino de animais como se condena o assassino de homens." - Leonardo Da Vinci (1452-1519)

Intimidades reflexivas - 1123

"Verdadeiramente, o homem é o rei dos animais, pois a nossa brutalidade supera a destes. Na verdade, a nossa vida é formada pela morte de outros." - Leonardo Da Vinci (1452-1519)

Intimidades reflexivas - 1122

"O homem que planta árvores, sabendo que nunca se sentará  à sombra delas, começou a entender o significado da vida." - Rabindranath (1861-1941)

Intimidades reflexivas - 1121

"A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, se matam por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam." - Erich Hartman (1922-1993)

De coração cheio

Ontem a nossa afilhada resolveu vir cá para casa passar a tarde. Da alegria esfuziante à brincadeira sem fim, tudo faz parte desta criança cheia de vida e de alegria. Mas a determinada altura, a Inês decidiu fazer uma homenagem aos seus amigos Nicolau e à mãe adotiva deste a Tuxa que tanto gostava dela. Começou a fazer e a desfazer, sem saber bem o rumo que as coisas deveriam ter, até que se resolveu dispo-las sob a forma de coração. No passeio entre as duas sepulturas para assim homenagear cada um deles como ela disse. E até colocou mais uma flor em cada um deles. Um sentimento muito nobre duma criança que desde sempre tem convivido com animais por quem tem um carinho especial. Ficamos de coração cheio como é natural, e ela ficou feliz. Aquela felicidade que irradia à sua volta que enche a nossa casa e preenche as nossas vidas.

Intimidades reflexivas - 1220

"O que se tem que dizer é que a pessoa nasce em determinadas circunstâncias, sem se dizer se elas são boas a olho. É um defeito muito grande que nós temos, aquele de dizer que tal pessoa tem tais qualidades e tem tais falhas, tais defeitos. O que se tem que dizer de qualquer pessoa, ou de qualquer situação no mundo, é que tem determinadas características. Porque muitas vezes o que nós verificamos é que são os defeitos que fazem as boas obras, e as qualidades aquelas que muitas vezes as abatem." - Agostinho da Silva (1906- 1994)

Ano Novo Chinês - Ano do Rato (de Metal)

O ano-novo chinês inicia-se no primeiro dia em que a lua está na fase nova. Este ano 2020, o início do ano ocorre hoje 25 de janeiro, dando início ao Ano do Rato (de Metal), cujo término acontece em 11 de fevereiro de 2021. O rato é o primeiro animal do zodíaco chinês. Os 12 signos do horóscopo chinês são utilizados para representar os anos. Como o ciclo se repete a cada 12 anos, 2019 encerrou um ciclo representado pelo porco, e em 2020 um novo ciclo se inicia, com o rato. Este ano, o ano será do signo de rato com o elemento metal. Desta maneira, segundo as tradições chinesas, espera-se a chegada de novas oportunidades, concretização de objetivos e crescimento profissional. O ano-novo chinês é comemorado com uma grande festividade. Já que é o Ano do Rato, sugere-se comer nozes e queijos durante a comemoração, alimentos preferidos desse roedor. Apesar de não ser bem-visto no ocidente, o rato tem muitas qualidades. É um animal inteligente, hábil, desbravador e procriador. Esse ser sociável, gosta de estar entre amigos e assumir posições de liderança. Para o rato, o importante é ter poder, influência e prestígio. Pelo fato de o rato ser o primeiro dos 12 animais que compõem o calendário chinês, esse representa o ano dos começos. Por isso, os astrólogos acreditam que para quem está a planear casar-se, iniciar um projeto ou investir em algo, esse é um bom momento. O rato, na cultura chinesa, é considerado o portador da prosperidade. Já agora, se tem amigos chineses, que cada vez são mais entre nós, não deixem de lhes desejar um bom Ano Novo.

Em torno do que é corrupção

Fala-se muito de corrupção e temos bastas razões para isso. Mas por vezes fica-se com a sensação de que se chama corrupção a coisas comezinhas que não trazem mal ao mundo. Era prática corrente à um par de anos, que perante uma determinada situação houvesse um agradecimento sob a forma dum presente, normalmente inócuo, como forma de agradecimento. O mesmo se verificando no final do ano, quando o dar um presente pode ser um gesto de simpatia que nada tenha a ver com corrupção. Fruto da minha atividade profissional feita em empresas públicas e privadas, sempre vi gestos desses e nunca tal significou que estivéssemos perante uma qualquer forma de corrupção, com a qual nunca pactuei. Penso que se passa rapidamente do oito para o oitenta coisa que aliás é bem típica da nossa maneira de ser. O agradecer um serviço recebido era uma forma de respeitar a pessoa que o fez, mas hoje a esse simples gesto chama-se corrupção. Claro que isto é sempre questionável e abre linhas de pensamento que poderão até ser contraditórias. Mas esse simples gesto passou a ser mal visto. Deveria sê-lo quando quem presta o serviço insinua que pretende algo em troca, mas quando isso parte da pessoa que o recebeu como forma de agradecimento, pode ser questionável a classificação que se lhe atribui nos nossos dias. Porque assim, em vez de tornarmos as coisas mais transparentes, passamos a rotular tudo e tudo por qualquer coisa. Passamos todos a ser corruptos ou então vivemos num país ideal daqueles que lemos em utopias filosófico-literárias. Para quem conhece e gosta de ler a Bíblia trago aqui uma frase curiosa que se pode ler em Provérbios 18,16 e diz assim: "Os presentes que um homem dá abrem-lhe caminho e dão-lhe acesso junto dos grandes." O que significa que a olharmos com os olhos mais recentes, a corrupção é algo tão ancestral quanto o ser humano, talvez mesmo mais antigo do que a invenção da palavra. Seja como for, acho que a ponderação sobre determinadas situações que por vezes vemos por aí, caem mais na rigidez típica dum Código de Hamurabi dos dias que são os nossos. (É bom que se perceba que não estou a falar da grande corrupção que por aí anda, embora veja que quem mais clama contra ela, são os mesmo que, subservientes e de sorriso largo, veneravam os tais corruptos. Mas isso são outras histórias.) E que fique claro que não sou a favor, nem defendo qualquer tipo de corrupção. Acho contudo, que matérias como esta, devem ter um certo grau de latitude, caso contrário, queiramos ou não, no limite, somos todos corruptos.

Critico porque sim

Há pessoas que criticam tudo e nada como tudo e nada fossem uma e a mesma coisa. É o patrão porque sim, é um vilão a quem todo o mal é atribuído; é o líder do partido porque sim, mesmo que ele fale ao coração das pessoas tem sempre algo de irritante nem que seja na pose; é o Papa porque sim, atribuindo-lhe coisas de que ele não tem culpa, nem sequer conhecimento, certamente; critica-se o governo porque sim, por melhores medidas que implante, chegando ao ponto de elogiar algumas que não o mereciam em detrimento doutras que são bem vindas; critica-se o treinador do clube de futebol porque sim, embora ontem fosse um herói hoje passou a ser uma pessoa questionável só porque o clube de eleição perdeu um jogo não percebendo que ganhar e perder faz parte deste; critica-se o vizinho porque sim, talvez ele não esteja a seguir o nosso padrão de vida, sem que nos interroguemos se o nosso padrão de vida é o melhor; enfim, critica-se tudo porque o criticar está na massa do sangue, embora nunca se abram as linhas para quaisquer alternativas. Ficamos só pela crítica fácil e suez, e basta. Então nas redes sociais é um fartote. Sei que a maioria das pessoas que por elas passa não estarão tão disponíveis assim para analisar e aprofundar as situações, documentar-se antes de falar. A superficialidade é o mote. Vai daí a crítica sempre viperina é o resultado. Isto é um mal nacional, num país onde a cultura escasseia apesar da escolaridade aumentar, num processo maquiavélico que leva ao nada. Já o dizia Eça, Ramalho, até o distante Camões. Afinal não evoluímos tanto assim. A superficialidade, a pequena inveja, a maledicência mal contida são, afinal, um desígnio nacional. E assim vamos felizes e contentes porque sim.

Já passaram 30 anos

Passam hoje 30 anos sobre o falecimento da minha avó materna e madrinha, Margarida. Apesar do longo tempo já decorrido, lembro-me bem dela. Ela foi a minha mentora e a minha segunda mãe. Vivi com ela até quase à idade adulta e dela guardo sempre a ternura com que me apoiava, mas também a força indomável que punha em tudo o que fazia. Dizem que é uma caraterística das Margaridas. Pela parte que me toca acho que sim. Sempre recebi dela aquela força adicional, quando as minhas fraquejavam; a crença em torno dum determinado objetivo, quando me desfocava dele; a fé profunda, quando a minha era abalada. Dela guardo tudo isso porque a ela devo muito do que foi o meu percurso de vida. Passados 30 anos, recordo com saudade, aquela senhora já velha e gasta pelos anos, mas ainda com aquela força que animava os demais. Foi uma referência para mim. Foi com ela que estive nos momentos mais complicados da minha então jovem vida, e dela recebi essa vontade de ir em frente. Ao fim de 30 anos resta a memória. Para ser justo, mais do que a memória porque pessoas assim, que nos marcam para a vida, são sempre mais do que memória. Neste dia, que é o dia do seu falecimento, aqui a quero recordar e publicamente homenagear. Na foto que publico ela aí está junto do seu marido, o meu avô e padrinho José, um casamento que durou mais de seis décadas. Ela que tem um lugar privilegiado na minha galeria de ausentes. Lá aonde estiveres, avó Margarida, espero que estejas em paz!

Oito meses depois

Passaram já oito meses desde que partiste. Tenho contado cada mês, cada dia, cada hora, desde o teu desaparecimento. As saudades vão subindo à medida que o tempo entre mim e ti, meu velho companheiro Nicolau, se vai alargando. É assim que nós humanos reagimos a quem amamos muito. E tu foste muito amado desde o dia que te trouxe para casa até àquele em que me deixaste. Oito meses é tanto tempo e simultaneamente tão pouco. Entretanto, sofrido pela ausência, vou continuando a contar o tempo. Aquele tempo que nos separou e que um dia, estou certo, nos há-de unir de novo. Até lá, resta apenas a saudade, aquela palavra que é um eufemismo para a dor. Que estejas em paz, meu nobre e velho amigo, Nicolau!

Intimidades reflexivas - 1219

"Mas nós precisamos dos livros que nos afectam como um desastre, que nos atormentam profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser atirado para uma floresta isolada, como um suicídio. Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós." - Franz Kafka (1883-1924)

Intimidades reflexivas - 1218

"Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa." - Fernando Pessoa (1888-1935) in 'Livro do Desassossego'.

Encontros enriquecedores

Cruzei-me hoje de novo com Frei Fernando Ventura. De novo me interpelou sobre a religião. Dizia-me ele: "Jesus não veio criar uma religião, veio mostrar um modo diferente de nos relacionarmos uns com os outros. Veio propormos olharmos para nós mesmos." Depois, a título de despedida disse: "Um dia havemos de compreender isto. Quando o cinzento vira rosa, o arco íris é uma aberração." E logo se foi. Um encontro sempre enriquecedor pela mão dum dos maiores biblistas do mundo. Para muito, é mais conhecido por ser comentador televisivo. Eu tenho o privilégio de o conhecer pessoalmente. E tanto tenho aprendido com ele.

Intimidades reflexivas - 1217

"Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efémero. Na verdade, a velocidade com que vivemos impede-nos de viver. Uma alternativa será resgatar a nossa relação com o tempo. Por tentativas, por pequenos passos. Ora isso não acontece sem um abrandamento interno. Precisamente porque a pressão de decidir é enorme, necessitamos de uma lentidão que nos proteja das precipitações mecânicas, dos gestos cegamente compulsivos, das palavras repetidas e banais." - José Tolentino Mendonça in 'O Aqui e o Agora'.

Intimidades reflexivas - 1216

"O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma." - Fernando Pessoa (1888-1935) in 'Livro do Desassossego'.

"As sombras de Leonardo Da Vinci" - Christian Gálvez

Aqui está um daqueles romances históricos que merecem uma atenção especial. Como se diz no livro, 'todos admiram o génio, mas poucos conhecem o homem'. O que é mesmo verdade. Poucos são os que verdadeiramente conhecem o homem Leonardo Da Vinci. Este livro tenta dar um contributo para que o conheçamos melhor abrindo, quiçá, uma nova linha de investigação sobre o génio florentino. Lê-se na sinopse da obra: 'Século XVI. Os conflitos pelo poder nos Estados Italianos crescem ao mesmo tempo que as artes prosperam. A Igreja e famílias como os Médici e os Sforza detêm o domínio do território e das riquezas. Savonarola ganha seguidores. Verrocchio, Botticelli, Miguel Ângelo e Rafael são artistas respeitados. Florença é casa dos Médici e berço desta ebulição cultural. O criativo e genial Leonardo da Vinci finalmente começa a criar nome, tem o seu próprio atelier e clientes e liberdade para desenvolver a sua arte e as suas invenções. Mas uma acusação anónima de sodomia obriga-o a abandonar os seus planos e a cidade das artes. Invejas e medos, ignorância e corrupção, sofrimento e perseguição. Quando Leonardo percebe que nada do que parece ser é e que os inimigos podem estar em qualquer lugar, debate-se entre a vontade de triunfar e o desejo de vingança, entre o homem pecador e o génio inventivo, entre o passado e o futuro. Este é um romance histórico com uma extensa pesquisa por trás, em que as descrições e os grandes nomes da época criam o ambiente perfeito para conhecermos melhor o homem por trás de toda a genialidade.' De facto, este livro abre caminhos para uma análise mais interessante sobre Leonardo Da Vinci para além dos clichés habituais. Uma obra muito interessante que revela aspetos da personagem que vão muito para além dos que até hoje conhecíamos. Sobre o autor, Christian Gálvez nasceu em Madrid, em 1980. Licenciado em Filologia Inglesa, é um dos rostos da televisão espanhola, onde conduz com êxito um concurso cultural. É também diretor de uma produtora direcionada para potenciar o talento de jovens promessas. Desde 2009, divide-se entre o trabalho em televisão e a investigação sobre Leonardo da Vinci, vivendo entre Madrid e a Toscana. É um dos mais conhecidos especialistas internacionais do artista. Além deste livro, é igualmente autor de 'Rezar por Miguel Ângelo', 'Leonardo da Vinci: cara a cara', entre outros. Recomendo vivamente este livro a quem quer saber mais sobre a figura do grande mestre de Florença. A edição é do Clube do Autor.

Intimidades reflexivas - 1215

"E como nasci? Por um quase. Podia ser outra. Podia ser um homem. Felizmente nasci mulher. E vaidosa. Prefiro que saia um bom retrato meu no jornal do que os elogios.Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo." - Clarice Lispector (1920-1977)

Intimidades reflexivas - 1214

"A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas." - Marcel Proust (1871-1922)

A beleza do despertar

Esta madrugada quando fui fazer o meu habitual 'jogging' deparei-me com uma forte geada. Temperatura a rondar os zero graus, ideal para se fazer exercício. Sempre um deleite ver a noite serrada a transfigurar-se numa alvorada esperançosa e luminosa. O nascer do dia sempre foi algo que me fascinou. Este foi mais um destes dias em que a beleza da natureza, qual milagre a prolongar-se dia após dia, é fascinante. O romper de alva é um verdadeiro evento que me fascina. Quem nunca passou por isto, aconselho que o façam. Vão ver que jamais o esquecerão.

Intimidades reflexivas - 1213

"O beijo fulmina-nos como o relâmpago, o amor passa como um temporal, depois a vida, novamente, acalma-se como o céu, e tudo volta a ser como dantes. Quem se lembra de uma nuvem?" - Guy De Maupassant (1850-1893)

Intimidades reflexivas - 1212

"Dezenas de nações gastam biliões em campanhas para promover a paz mundial, mas ela poderia ser alcançada de maneira barata, começando no nível básico com os pequenos cidadãos." - Mia Couto

Intimidades reflexivas - 1211

"Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos." - Cora Coralina (1889-1985)

Intimidades reflexivas - 1210

"A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos." - Marcel Proust (1871-1922)

Um aliado problemático

Os EUA foram uma referência da minha geração. Comecei a olhar com olhos um pouco mais claros quando comecei a frequentar essas paragens. Muita coisa era bem diferente daquela que eu tinha por adquirida na minha juventude. Ainda me lembro do que o ditador Salazar insinuava sobre este país. Na altura achava estranho, hoje dou-lhe alguma razão. Os acontecimentos recentes só vêem consolidar o que penso. A morte de Soleimani não deixa de ser estranha. Este general tinha sido aliado dos EUA na luta contra o Daesh. O mesmo Daesh que foi apoiado em algum momento pelos americanos. Os mesmos americanos que puseram Saddam no poder, os mesmos que formaram as milícias afegãs, os talibãs, contra os russos. Os mesmos que apoiaram Bashar al-Assad. Os que defenderam Kadaffi em determinado momento geo-estratégico. Todos eles tiveram o mesmo fim ou para lá caminham. Os EUA consideram amigos os que são úteis em determinado momento. Quando deixam de o ser e se tornam incómodos são simplesmente banidos. Coisa estranha esta da diplomacia política. Contrariando algumas afirmações que tenho ouvido por cá, acho que se está num momento perigoso. O ser aliado dos EUA pode ser complicado visto o seu comportamento ser errático. E não me refiro só ao atual momento. Afinal isso só veio consolidar a imagem que tenho dos americanos quando comecei a conhecê-los melhor, mais diretamente no seu 'habitat', e não só nas fantasias que a juventude engendra. E o mundo que sempre foi um lugar perigoso através dos tempos, tornou-se assim, ainda mais perigoso.

Intimidades reflexivas - 1209

"Pois de amor andamos todos precisados! Em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente! Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando." - Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Intimidades reflexivas - 1208

"Era uma chuva regular, dessas que vêm para muitas horas, caindo e encharcando tudo, chegou e não se vai, e quando a terra não puder mais com tanta água, não valerá a pena saber se é o céu quem nos molha, ou se é a terra que nos espalha." - José Saramago (1922-2010) in 'Levantado do chão'.

Epifania

"Quem ama não permanece nas trevas". A história dos Magos é uma explicação magnífica da caminha da Fé: dos passos e atitudes que a Fé implica e exige. Eles souberam captar os sinais de Deus e os seus apelos; e para lhes responder: Souberam desinstalar-se e abandonar os horizontes habituais e os seus esquemas de vida... Souberam pôr-se a caminho e procurar... Souberam enfrentar dificuldades, crises e dúvidas... Souberam interrogar-se e interrogar... Souberam dialogar, ouvir, confiar... Souberam refletir e decidir... Souberam recomeçar... Souberam ultrapassar preconceitos, libertar-se dos cenários que sonharam e acolher os que Deus lhes propôs... Por isso foram capazes de descobrir o divino no humano e de reconhecer, respeitar, amar e servir a Deus em todo o ser humano... No princípio de mais um ano, saibamos nós também captar os sinais de Deus, as esperanças que Ele e os outros têm de nós... E, como os Magos, saibamos nós, igualmente, responder-lhes com determinação e generosidade.

Feliz aniversário, Paula Maia!

Celebra-se neste dia o aniversário da minha querida amiga Paula Maia. Simultaneamente é o Dia de Reis. Aqui também não há coincidências. Porque há mulheres grandes e grandes mulheres. A Paula é uma dessas grandes mulheres com um coração enorme. Dedicada à causa animal, sempre vi na Paula aquela força e determinação que uma causa deste género sempre implica. Sei o muito que sofre quem anda a trilhar este caminho de ajudar seres que não têm voz. Sei que a Paula tem sofrido muito por eles, em nome deles. Mas sei que tem conseguido superar muitas batalhas com a sua força e determinação. Hoje celebra-se o dia do seu aniversário e não quis deixar de o trazer à colação. Sei o muito que ainda agora, - no momento em que alinho estas palavras -, lhe devo. A Paula continua a dar de comer a uma gatinha que deixei quando o Repinhas foi resgatado. Moro longe do local e pedi à Paula para continuar a ajudá-la. E ela prometeu-me e cumpriu. Ainda o faz. Como muitas vezes digo, a gratidão é um dos sentimentos mais nobres que o ser dito humano tem. Vai daí, aqui estou a mostrar este carinho e gratidão por isso mesmo. Há pouco dizia que não haviam coincidências e é verdade. A Paula celebra o aniversário no dia de Reis, uma rainha entre majestades, como deve ser para quem tem um coração enorme como ela tem. Aqui fica a minha pública admiração pela mulher que é, a minha gratidão pela protetora dos animais que teima em ser, porque pessoas como a Paula embora já vão aparecendo, (são mais do que à um par de anos atrás), mas ainda são poucas. Que a sua estrada da vida seja tão luminosa quanto o sacrifício que faz pelos mais frágeis. Todos juntos já fazemos uma pequena multidão, mas quantas multidões serão necessárias para que termine o sofrimento dos animais. Quero aqui deixar o meu voto de felicitações. Muitos parabéns e continue a ser aquela pessoa que sempre tem sido. Esse seu esforço e o bem que espalha junto dos animais serão o seu pendão, o testemunho da sua vida. Desejo-lhe um feliz aniversário, Paula!

Noite de Reis

E eis-nos chegado à noite de Reis. É o fim do ciclo natalício com a celebração da Epifania. (Epifania que significa 'revelação' está associada aos magos. Sim, magos, sejam eles reis ou não. Só no Evangelho de Mateus aparece referência aos magos, sem dizer se eram reis, como se pode ler no capítulo segundo. Muito menos se eram três ou mais, talvez o número advenha dos presentes oferecidos, segundo a tradição). Este dia, ou melhor, esta noite é a mais esperada pelas crianças de alguns países, - como é o caso da vizinha Espanha -, noite esta onde recebem os seus presentes. É mais celebrado em algumas latitudes do que o próprio Natal. Por cá, quase que passa despercebido para além dos ritos religiosos. Cada país tem a sua tradição e a nossa, definitivamente, não passa por aqui. Mas para quem a celebra, aqui deixo os meus votos duma feliz noite de Reis!

Intimidades reflexivas - 1207

"O espantoso não é que a inteligência artificial suscite medo, mas o contrário, que as pessoas não estejam aterrorizadas. Eu sou dos que se inquietam com a supertinteligência." - Bill Gates

Intimidades reflexivas - 1206

"O desenvolvimento da inteligência artificial completa poderá representar o fim da espécie humana." - Stephen Hawking (1942-2018)

Intimidades reflexivas - 1205

"As pessoas costumam dizer que o futuro é inerentemente imprevisível, mas na verdade os seus parâmetros são altamente previsíveis." - Ray Kurzweil

Recordando o meu velho amigo Nicolau

E começo o ano novo como terminei o velho, com a recordação sempre presente do meu querido amigo Nicolau, que me deixou o ano passado. Nunca te esquecerei. Estaremos juntos para sempre.

Bom ano de 2020

E já está. Mais um ano que passou, mais uma folha de calendário que se virou. E a expectativa de sempre. Que este seja o melhor possível. Os votos habituais de saúde, dinheiro e amor. Ao fim e ao cabo, o referencial da Humanidade. Bom ano para todos!