Equivocos da democracia portuguesa - 50
Quem os viu e quem os vê. Esta afirmação tão banal quando popular aplica-se seguramente àquilo que vimos a semana e meia atrás. Todos sabemos que Sócrates e Alberto João nunca morreram de amores um pelo outro. Agora, na Festa da Flor que se realizou na Madeira no era só charme de parte a parte. Sou dos que defendem que se devem cultivar o mais possível as boas relações institucionais, senão mesmo pessoais, entre os vários orgãos de soberania. Mas todos conhecemos a teimosia de José Sócrates, bem como, a célebre frontalidade, diria mais, a falta de educação de Alberto João Jardim. Mas como dizia o próprio, bem como, alguns madeirenses, à males que vêm por bens. E na reconstrução da Madeira, depois dos dias difíceis que passou, o dinheiro é importante quanto necessário. E no reino da finanças, tudo é possível, desde que dê alguns dividendos. Assim, assistimos ao impensável. Quem dizia de José Sócrates, aquilo que Alberto João disse, nunca imaginaríamos que pudéssemos assistir a tal coisa. Vamos a ver quanto tempo vai durar este amor tardio entre os dois políticos, mas Alberto João, como velha raposa, já foi lançando o repto para dentro do próprio PSD de Passos Coelho, - de quem o líder madeirense nem quer ouvir falar -, de que apoiaria o governo de Sócrates "naquilo que ache justo, mesmo que tal significasse ir contra o seu próprio partido". Todos percebemos o significado destas palavras que, com toda a certeza, fazem rir José Sócrates. Estes são os caminhos ínvios da política, que nos deixa, por vezes, desconcertados, embora saibamos que é assim mesmo, sobretudo quando os euros andam por aí a tapar alguns erros, - que todos dizem existir -, de algumas opções feitas pelo governo regional, quanto à política de solos e de construções.