Turma Formadores Certform 66

Friday, September 30, 2016

Intimidades reflexivas - 787

"O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância." - Buda

Thursday, September 29, 2016

National Geographic - "A Mecânica Celeste" - Laplace

Venho aqui, de novo, para vos dar nota de mais uma edição especial da prestigiada revista National Geographic. Na sua série dedicada à ciência, este número é dedicado ao cientista francês, Pierre-Simon de Laplace. Com o título "A Mecânica Celeste" e o subtítulo "Este Universo funciona como um relógio!", a National Geographic proporciona-nos mais uma viagem aos meandros da ciência com um nome muito prestigiado que passou pelos terrenos da física, matemática, astronomia e política. Vivendo no período conturbado da Revolução Francesa, Laplace soube sempre sobreviver com um certo 'jogo de cintura' que lhe era tão peculiar. Viu alguns dos seus pares seres guilhotinados, passou pelo período do Terror, acabou ao lado de Napoleão, e viria a juntar-se à monarquia restaurada de Luís XVIII, - irmão de Luís XVI que tinha sido guilhotinado juntamente com a sua mulher Maria Antonieta, - a quando da Revolução. Essa sua atitude de estar sempre de bem com quem detinha o poder no momento, granjeou-lhe enormes inimizades, para além, do seu feitio truculento, querendo sempre impor a sua vontade, que também não lhe foi favorável. Nascido a 23 de Março de 1749 em Beaumont-en-Auge, viria a falecer Arcueil nos arredores de Paris, a 5 de Março de 1827, (cem anos depois de Newton que tanto admirou), que tinha falecido a 20 de Março de 1727. Laplace é um dos 62 cientistas que têm o seu nome numa placa comemorativa que se encontra afixada na Torre Eiffel, que ainda hoje pode ser vista. Este número, tal como os anteriores, desenvolvem muito do que foi o seu trabalho científico, numa linguagem que pode ser descodificada por toda a gente. Uma revista, bem como toda a série dedicada à ciência, a merecer a vossa melhor atenção. (O 'fac-simile' da capa que publico é o da versão em espanhol, apenas porque não encontrei a equivalente em português).

Intimidades reflexivas - 786

"Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais do que o amor, o funeral mais do que o morto, a roupa mais do que o corpo e a missa mais do que Deus." - Eduardo Galeano (1940-2015)

Wednesday, September 28, 2016

Intimidades reflexivas - 785

"A violência número um, a raiz de todas as violências, é a miséria que, em cada ano, mata mais do que as guerras mais sangrentas e reduz a uma situação infra-humana mais de metade da população mundial." - D. Hélder Câmara (1909-1999), mais conhecido pelo 'Bispo das Favelas'.

Tuesday, September 27, 2016

Intimidades reflexivas - 784

O que diabos faz o Teu Corpo quando não está encostado ao Meu ?!?
Ausência... 
"Eu deixarei que morra em Mim o desejo de Amar os Teus olhos que são doces... Porque nada Te poderei dar senão a mágoa de Me veres eternamente exausta... No entanto a Tua presença é qualquer coisa como a luz e a Vida... E eu sinto que no Meu gesto existe o Teu gesto e na Minha voz existe a Tua voz.
Não Te quero Ter... porque em Meu Ser tudo estaria terminado... Quero só que surjas em Mim como a fé nos desesperados... Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada, que ficou sobre a Minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... Tu irás ...e encostarás a Tua face em Outra face... Os Teus dedos enlaçarão outros dedos e Tu desabrocharás para a madrugada, mas Tu não saberás que quem Te colheu fui Eu... porque Eu fui o grande íntimo da Tua noite... Porque Eu encostei a Minha face na face da noite e ouvi a Tua fala amorosa... Porque os Meus dedos enlaçaram os Teus dedos da névoa suspensos no espaço. E Eu trouxe até Mim a misteriosa essência do Teu abandono desordenado... Eu que ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.... E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas...Serão a Tua voz presente, a Tua voz ausente, a Tua voz serenizada..."
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Amar-Te-ei para sempre... e o sempre Somos Nós ... No hoje e no amanhã.
Margarida Ferreira

Intimidades reflexivas - 783

"O que sabemos é uma gota de água; o que ignoramos é o oceano." - Isaac Newton (1643-1727)

Monday, September 26, 2016

Intimidades reflexivas - 782


"Conhecemos muito pouco; ignoramos imenso... O homem só persegue quimeras." - Pierre-Simon de Laplace (1749-1827)

Sunday, September 25, 2016

Intimidades reflexivas - 781

"Durante a nossa vida:
Conhecemos pessoas que vem e que ficam,
Outras que, vem e passam.
Existem aquelas que,
Vem, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que
vem e se vão com uma enorme vontade de ficar..."


Charlie Chaplin (1889-1977)

A desfaçatez dum ladrão!...

O inacreditável aconteceu. Depois de ontem vos ter dado notícia duma mensagem deixada no local ao ladrão da comida do cão e dos gatos, este voltou a atacar. Teve o cuidado de roubar tudo e deixar, inclusive, um dos recipientes abandonado no local para mostrar o seu desagrado. Ainda colocou tudo no sítio, mesmo a mensagem que a ele era dirigida. Impensável aquilo que está a acontecer. Enquanto abastecia os recipientes, logo a gata apareceu e veio comer com muito avidez. Comeu até não lhe apetecer mais. (Ver foto, apesar da fraca qualidade). Ainda o dia não tinha aberto quando lá cheguei. Tinha curiosidade em ver o que tinha acontecido depois da mensagem deixada. E também, tento ir a horas diferentes para ver se surpreendo algo, mas nada. Deixei comida húmida e ração. Assim, informo o meu amigo Bruno Alves Ferreira de que não precisa de ir lá hoje. Embora seja temerária esta minha afirmação porque se calhar à hora em que escrevo estas linhas já a comida foi roubada. A desfaçatez humana é incrível. Já não basta ser ladrão, ainda por cima sem vergonha! Confesso que são atributos a mais para tão rasteira personalidade. Mas enfim, as coisas são como são e parece que não conseguimos alterar seja o que for.

Saturday, September 24, 2016

Intimidades reflexivas - 780

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata..." - Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Um recado para o ladrão!

Quando cheguei ao local onde alimento o cachorro fui surpreendido por uma mensagem ao ladrão da comida. Julgo saber quem a lá o colocou. O importante era que a desordem dos recipientes era muita. (Ver foto). Ou devido a algum animal que passou, ou então o ladrão deixou as coisas assim por represália. Porque a mensagem está debaixo do recipientes da ração, e esta, contrariando o habitual, ainda lá estava pode ser indiciador disso mesmo. Talvez o sujeito tenha percebido a mensagem, ou porque, por um qualquer inconveniente não a consegui levar. Seja como for a mensagem está dada. Quanto ao cão e à gata nem rasto. Um dos funcionários do local onde vou e com quem costumo estar ao sábado, disse-me que o cão vai lá sempre, todos os dias, já os gatos não. Desapareceram todos mesmo a ninhada que, segundo o mesmo funcionário, já não é vista à muito. Uma das trabalhadoras dessa empresa, que também os alimenta, já percebeu que eles desapareceram todos sem deixar rasto. Espero que não estejam em sofrimento. Nada mais podemos fazer.

Friday, September 23, 2016

"O Espião do Vaticano" - Luther Blissett (Avanço)

"Quase às cegas. O que tenho de fazer? Gritos nos meus ouvidos, já rebentados pelo fogo dos canhões, corpos que esbarram em mim. Pó, sangue e suor a fechar-me a garganta, a tosse rasga-me. Terror nas caras dos fugitivos. Cabeças enfaixadas, membros esmagados... Olho sempre para trás: Elias segue-me. Abre caminho entre a multidão, enorme. Carrega Magister Thomas nas costas, inerte. Onde está Deus omnipresente? O Seu rebanho está no matadouro". Extrato do livro 'O Espião do Vaticano' de Luther Blissett. O livro anda em torno da Reforma e da Contra-Reforma. Em breve voltarei a este livro com uma apresentação mais cuidada.

Intimidades reflexivas - 779

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro." - Clarice Lispector (1920.1977), escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira.

Thursday, September 22, 2016

Aí está o outono!...

Mais uma estação está prestes a chegar. Depois do verão de canícula que tivemos é o outono que se perfila para entrar. Fá-lo-á hoje pelas 15,21 horas segundo os especialistas. Também conhecido pelo equinócio de outono assinala o instante em que o sol, tal como o vemos a partir da Terra, cruza o plano do equador celeste, o que se verifica em setembro no hemisfério norte e em março no hemisfério sul. O outono do hemisfério norte é o "outono boreal" enquanto o outono do hemisfério sul chama-se "outono austral". Esta é uma das épocas de que mais gosto. É no outono em que o espírito romântico é mais prolixo. Escritores, compositores ou mestres de outras artes, coincidência ou não, é nesta época que têm o seu maior poder criativo. Não que me compare a nenhum desses vultos das artes e da cultura mas, talvez pela minha índole mais romântica, é no outono que me sinto melhor. É também o tempo mais propício às depressões para quem delas tem sofrido, mas é no campo dos sentidos que ele é mais interessante. Tive um grande mestre nos meus tempos já longínquos de estudante que dizia que 'era no outono que a criatividade tinha maior expressão, foi nela que se criou aquele caldo que viria a dar o romantismo, nas suas mais variadas vertentes'. E dava como exemplo, Balzac ou Eça, Hugo ou Camilo, ou então, Beethoven, Schubert ou Schumann. Talvez por isso, por essa benéfica influência, ou pelo meu lado mais nostálgico, o outono assumiu sempre a minha preferência. Desde jovem e, por maioria de razão, agora que muitos anos já passaram, ele tem mais expressividade. Porque existe uma época para tudo e quando temos mais idade, são as memórias que vão ocupando os espaços. As recordações doutros tempos pelo que de grato nos trouxeram, ou tão só, na tentativa vã de corrigir aquilo que não fizemos tão bem assim. Seja como for, e filosofias à parte, é no outono que me revejo com mais esplendor, com mais pujança criativa, mesmo que essa criatividade assuma sempre o lado mais pesado e sombrio para a maioria das pessoas como é a ciência económica. Afinal ela também uma certa forma de arte sobretudo nos dias que correm. Pois ele aí está, indiferente às nossas preferências, o outono dará o seu passo em frente começando mais um ciclo. E por aqui ficará até 21 de dezembro, quando pelas 10,44 horas nos disser adeus. O ciclo interminável das estações, das vidas, dos anseios e frustrações de todos nós. O outono aí vem vestir as árvores com as suas novas roupagens, a cobrir o chão com as cores dum prenúncio de inverno que não tardará. Por agora, só resta dar as boas vindas ao outono, sem romantismos ou nostalgias. apenas porque assim é. Assim tem que ser.

Wednesday, September 21, 2016

Intimidades reflexivas - 778

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!" - Florbela Espanca (1894-1930)

Tuesday, September 20, 2016

Intimidades reflexivas - 777

"Quando fores crescido, hás-de querer ser feliz. Por enquanto não pensas nisso e é por isso mesmo que o és. Quando pensares, quando quiseres ser feliz, deixarás de sê-lo. Para nunca mais! Talvez para nunca mais!... Ouviste? Para nunca mais. Quanto mais forte for o teu desejo de felicidade, mais infeliz serás. A felicidade não é coisa que se conquiste. Hão de dizer-te que sim. Não acredites. A felicidade é ou não é." - José Saramago (1922-2010)

Monday, September 19, 2016

Intimidades reflexivas - 776

"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota." - Jean-Paul Sartre (1905-1980)

Sunday, September 18, 2016

Intimidades reflexivas - 775


"O que é um adulto ? Uma criança de idade." - Simone de Beauvoir (1908-1986)

Ainda havia comida!...

Contrariando o habitual hoje ainda havia comida. Ração e comida húmida não. Mas pelo menos, se alguém a foi lá retirar, ainda deixou alguma para os animais comerem. (Ver foto). Renovo aqui o meu pedido para que alguém que possa lá passar, limpe a bacia da água e ponha água fresca. Não consegui por água, nem ração, porque, como disse ontem, estou com um problema que me cria muitas dificuldades para me baixar. Tinha comida e água, mas tive que a trazer de volta. Não vi o cão, mas a gata logo apareceu e comeu tudo o que lhe apeteceu. Pelo menos ela hoje terá o estômago mais composto.

Saturday, September 17, 2016

Intimidades reflexivas - 774

"A curiosidade, instinto de complexidade infinita, leva por um lado a escutar às portas e por outro a descobrir a América; mas estes dois impulsos, tão diferentes em dignidade e resultados, brotam ambos de um fundo intrinsecamente precioso, a actividade do espírito." - Eça de Queirós (1845-1900)

Tudo vazio!...

De novo tudo vazio. Nem ração, nem comida húmida. (Ver foto). Abasteci os recipientes, exceto ração. Não que não tivesse, mas estou com um problema de saúde que me impede de baixar o necessário para o fazer. Assim, peço ao meu amigo Bruno Alves Ferreira, caso possa lá passar, de levar alguma ração e, se possível, lavar o recipiente da água e por fresca. Não o fiz pela limitação de saúde que acima fiz referência. Água  ainda têm, mas está um pouco suja. Do cão e da gata nem sinais. Não estive muito tempo no local porque estava bastante mal e queria vir para casa rapidamente. Veremos se amanhã estarei melhor.

Friday, September 16, 2016

Intimidades reflexivas - 773

"Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa de ter raízes profundas a ponto de tocar os infernos." - Carl Gustav Jung (1875-1961)

Thursday, September 15, 2016

Intimidades reflexivas - 772

"Felizmente Deus não tem religião." - Frei Fernando Ventura

Wednesday, September 14, 2016

Segundo resgate? Porquê?

Temos vindo a assistir a uma espécie de canto de sereia, - que tem sido muito alimentado por gente ligada ao anterior governo -, e que se prende com um hipotético segundo resgate. Podemos considerar como certo a tese do quanto pior melhor, senha tão cara a essas pessoas que gostariam de ver Portugal (afinal também o país deles) afundar-se. Já o ensaiaram em Bruxelas quando este executivo tomou posse, e dia após dia, não se cansam de pregar o Apocalipse para o dia seguinte. Tanto o têm feito que julgo que já ninguém os leva verdadeiramente a sério. Contudo, e para bem da verdade, tem que se dizer que as coisas não estão tão bem quanto parecem. O défice está controlado é certo, - e penso que atingiremos um nível histórico este ano -, mas a dívida não para de aumentar. (Como em tempo oportuno já referi, tal deve-se não tanto a uma estratégia errónea do governo, mas sim, a uma situação de leva a que os valores dificilmente diminuam, desde logo, o serviço da dívida. Daí que a reestruturação desta seja falada mas nunca assumida, embora estou certo que, a curto ou médio prazo, tal terá que ser encarado de frente, seja qual for o governo). Mas se as dificuldades que Bruxelas aponta a Portugal, numa clara tentativa de enfraquecer o executivo pelo qual não morrem de amores, tal vem criando dificuldades ao investidores e pondo até em causa o 'rating' da República. (Longe vão os tempos do 'bom aluno' que afinal não o era assim tanto como se viu). Se o 'rating' pode vir a ser colocado em causa, - o que seria grave para o país -, isso implica algumas dificuldades no investimento porque os investidores podem desconfiar da capacidade do país para solver os seus compromissos. As exportações estão em queda, não porque o governo tenha estratégia errada, mas porque os países que eram os nossos mercados preferenciais estão, eles mesmo, abraços com dificuldades. É o caso do Brasil, Angola, Espanha e até os EUA. (É até curioso que a Espanha, que está sem governo vai para um ano, seja o país que está mais a crescer! Tal deve-se à não aplicação das políticas de Bruxelas pelo facto do governo ser de gestão). Quanto a isto não há milagres, as coisas são como são. Apesar disso, a Balança Comercial está equilibrada, num exercício de grande rigor que até agora tem sido feito. Mas então porque se fala tanto em segundo resgate nos últimos dias? Primeiro, porque dá jeito, desde logo, a todos os que têm por ambição derrubar o executivo, - gente do anterior, Bruxelas, etc. -, depois porque há sinais de algumas dificuldades que terão que ser equacionadas com cuidado. A existir um segundo resgate - que julgo não ser necessário - tal prender-se-à com a incapacidade da banca se reequilibrar e da economia não crescer. Se quanto à primeira, o ministro das Finanças diz que esse reequilíbrio está a acontecer, acho que não será bem assim. A banca durante muitas décadas sempre fez o que quis e como quis, agora será sempre difícil enquadrar instituições que nunca foram enquadradas. Os desequilíbrios continuam a existir e são preocupantes, e a confiança dos depositantes no seu sistema financeiro é baixa para não dizer nula. Nada de bons sinais que nos deixem ficar tranquilos, já para não falar na incapacidade desta se financiar. A outra questão que poderia levar a um segundo resgate teria a ver com a dificuldade clara da nossa economia crescer. E esta dificilmente acontecerá pelo efeito de garrote de algumas políticas da União Europeia. Estes são os dois fatores que poderão indiciar um segundo resgate e até justificá-lo, e não tanto a política seguida, porque queiramos ou não, a governação depende cada vez mais de fatores terceiros e exógenos e não tanto da política doméstica. Por aqui se vê que, pode existir um fundo de verdade quando se fala em novo resgate - que continuo a dizer que não me parece necessário - mas não fruto do que muitos profetas da desgraça andam por aí a dizer. A bem da verdade tal deve ser dito, embora não pense que o meter a cabeça na areia ou o criar falsas ilusões, seja caminho a seguir. Opiniões existem sempre muitas e variadas, mesmo entre economistas, mas que estas nunca sejam ensombradas por outros desígnios que não os da verdade.

Tuesday, September 13, 2016

Intimidades reflexivas - 771

"Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia." - Bernardo Soares

Monday, September 12, 2016

Intimidades reflexivas - 770

Viver é povoar desertos, tentar colher flores em jardins de concreto. Não basta subir as escadarias e olhar o mundo. É preciso pular no precipício e, sem asas, arranjar um jeito de aterrar; sobreviver e continuar, continuar, continuar. Indefinidamente e com vontade, a despeito de abismos, céus, medos ou coragens, lágrimas ou sorrisos. Que a porta nunca se feche sem que tenhamos visto pelo menos uma flor!

Intimidades reflexivas - 769

"Olhos que olham são comuns. Olhos que vêem são raros". - J. Oswald Sanders (1902-1992)

Sunday, September 11, 2016

Intimidades reflexivas - 768

"Pena é não haver um manicómio para corações, que para cabeças há muitos." - Florbela Espanca (1894-1930)

Estão com sorte!...

O cão e a gata estão com sorte! Esta semana a comida não foi roubada. Ainda havia comida ontem quando cheguei, e disso fiz aqui referência, e hoje voltou a acontecer o mesmo. De facto, ainda havia comida. (Ver foto). Ração fresca que o meu amigo Bruno Alves Ferreira lá deixou, mas também alguma da que eu tinha lá deixado. Fico feliz pelo sucedido, não por mim, mas por eles, que são os beneficiários disso. Não sei se é para continuar ou não. Veremos.

Saturday, September 10, 2016

Intimidades reflexivas - 767

"Antes de dar ao povo sacerdotes, soldados e maestros, seria oportuno saber se ele não está morrendo de fome." - Liev Tolstói (18128-1910)

Ainda havia comida, mas!...

Ainda havia comida, quando hoje cheguei ao local onde alimento o cachorro. Mas a que existia era a que lá tinha deixado a semana passada! Já estava seca e apodrecida, talvez por isso, não foi roubada. (Ver foto). Quero aqui notar mais uma vez, que quem vai lá deitar comida podia ter o cuidado de tirar a antiga, e porque não, lavar os recipientes. Faço-o sem problema algum, mas acho estranho que alguns amigos dos animais achem que aquelas são as condições dignas de um ser vivente se alimentar. Seja como for, lavei tudo e pus água fresca. Ainda havia ração, embora fosse pouca. Do cão e da gata nem sinais. Ainda lá estive um pouco a ver se algum aparecia e nada. Nem a pessoa com quem costumo falar e que trabalha numa das empresas do local.

Friday, September 09, 2016

Intimidades reflexivas - 766

"Amem-se até mais não poderem, até endoidecer! O amor é a tolice dos homens e o espírito de Deus." - Victor Hugo, (1802 - 1885)

Homenagem ao Dr. Frederico de Bívar

Cumpre-se hoje um bom par de anos - não me recordo quantos - que desapareceu um homem por quem tive sempre muita estima e dedicação. Trata-se do Dr. Frederico de Bívar, um colega de profissão que exercia o cargo de Revisor Oficial de Contas no Grupo Vista Alegre. Privei com ele amiúde. Sempre lhe reconheci o talento de solidariedade e ajuda aos jovens (como eu era então) que estavam a chegar ao Grupo VA. (Ele com a sua idade já avançada e com o acumular de muitas experiências). No incentivo, na ajuda, no explicar os meandros de um grupo onde - como em tantos outros - não é fácil sobreviver. A ele muito devo. A ele muito agradeço. Com os anos fomos cimentando uma amizade que levou a que ele me desse a honra de me convidar para a sua casa em Lisboa. Já o tinha feito a quando da sua estadia no Luso onde ele e a sua esposa - também já falecida - iam retemperar forças. Ainda me recordo duma dessas vezes em que ele me apresentou o General António de Spínola (ex-presidente da República) de quem ele tinha alguma proximidade. Essa amizade teve contornos interessantes. Um dia, o Dr Frederico de Bívar disse-me que, como não tinha filhos, queria deixar alguma coisa aos sobrinhos e que o ia fazer em vida para que não houvessem desavenças futuras. (Que proféticas foram essas palavras face ao que o futuro viria a revelar). Assim, encomendou à VA um serviço de jantar completo com o brasão da família. (Cumpre aqui dizer que ele era duma família monárquica brasonada de Évora. Família conhecida e com forte ligação ao poder em Portugal ao longo dos tempos). E, sem que de tal me informasse, deu-me a honra de me oferecer um chávena com o brasão da família e com uma nota explicativa do mesmo, afirmando que, embora não fosse da família, me considerava demais ao ponto de tal oferta. Sensibilizou-me o gesto. Guardo esse presente valioso comigo, como penhor duma amizade sincera e profunda. Mais tarde, vim a convidá-lo a ele e ao seu escritório para colaborar comigo num outro projeto já depois de ter deixado o Grupo VA. Sempre com o seu profissionalismo, o seu aconselhamento, dele guardo a recordação dum homem a quem devo muito, por tudo aquilo que representou no lançamento da minha carreira profissional vai para muitos anos. Não importa saber à quantos anos nos deixou, - e já foram muitos - o que importa é o reconhecimento, a memória, a homenagem a um homem bom. Aqui fica um obrigado sincero e reconhecido. Lá onde estiver que esteja em paz!

Thursday, September 08, 2016

"Até que o Amor me Mate - As mulheres de Camões" - Maria João Lopo de Carvalho

São sete as mulheres que aqui cruzam a vida de Luís Vaz de Camões. Sete as mulheres que mais o amaram ao longo dos seus 55 anos de vida. Esta é a história do homem, do poeta, do soldado, do marinheiro. Uma história de conquistas e esperas, de amores e desamores, de tempos de ventura e desventura, de ódios e paixões; uma história contada no feminino a sete vozes que, vindas de longe e atravessando terras e mares, encontram porto de abrigo na intimidade dos nossos corações. Esta é a história de um homem que em palavras, versos, estrofes consegue viajar no tempo para nos trazer a história singular de um mundo maior e de um amor maior. Uma história imortal que 500 anos depois continua viva, nova, próxima e presente. Maria João Lopo de Carvalho licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professora de Português e de Inglês, criou a primeira escola de Inglês em regime extracurricular para os mais novos e trabalhou como copywriter em publicidade. Passou ainda pelas áreas da Educação e Cultura na Câmara Municipal de Lisboa. 'Até que o Amor me Mate' é o seu terceiro romance histórico, depois de 'Marquesa de Alorna' (2011) e 'Padeira de Aljubarrota' (2013), ambos best sellers. A edição é da Ofinica do Livro. Recomendável a todos os que se interessam pela vida e obra do grande poeta português que foi Luís Vaz de Camões.

Intimidades reflexivas - 765

"Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo." - Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Lê em silêncio e medita. É curto e inspirador.

O que se segue é um relato verídico sobre um homem chamado Vítor.

Depois de meses sem encontrar trabalho, viu-se forçado a recorrer à mendicidade para sobreviver, o que o entristecia e envergonhava muito.
Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um restaurante de luxo, quando viu chegar um casal.
Vítor pediu-lhe algumas moedas para poder comprar algo para comer.
- Não tenho trocos - foi a resposta seca.
A mulher, ouvindo a resposta do marido, perguntou:
- Que queria o pobre do homem?
- Dinheiro para comer. Disse que tinha fome - respondeu o marido encolhendo os ombros.
- Lourenço, não podemos entrar e comer comida farta de que não necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!
- Hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que ele quer é dinheiro para beber!
- Mas eu tenho uns trocos comigo. Vou dar-lhe alguma coisa!
Mesmo de costas para eles, Vítor ouviu tudo o que diziam. Envergonhado, queria afastar-se e fugir dali, mas a voz amável da mulher reteve-o:
- Aqui tem qualquer coisa. Consiga algo de comer, e, ainda que a situação esteja difícil, não perca a esperança: há-de haver, nalgum lugar um trabalho para si. Faço votos para que o encontre.
- Muito obrigado, minha senhora. A senhora ajuda-me a recobrar o ânimo! Nunca esquecerei a sua gentileza.
- Você vai comer o Pão de Cristo! Partilhe-o! - Acrescentou ela com um largo sorriso, dirigido mais ao marido do que ao mendigo.
Vítor sentiu como se uma descarga eléctrica lhe percorresse o corpo.
Foi a um lugar barato para comer um pouco. Gastou só metade do que tinha recebido e resolveu guardar o restante para o dia seguinte: comeria do 'Pão de Cristo' dois dias.
Mas uma vez mais sentiu aquela descarga eléctrica a percorrer-lhe o corpo: O PÃO DE CRISTO!
"Um momento! - Pensou - Eu não posso guardar o 'Pão de Cristo' só para mim".
Parecia-lhe como que escutar o eco de um hino antigo que tinha aprendido na catequese. 
Naquele momento, passava um velhote ao seu lado.
- Quem sabe, se este pobre homem não terá fome também - pensou - Tenho de partilhar o 'Pão de Cristo'.
- Ouça - chamou Vítor - Quer entrar e comer uma comidinha quentinha?
O velho voltou-se e encarou-o de olhar incrédulo.
- Está a falar sério, amigo? O homem não acreditava em tanta sorte, até estar sentado à mesa coberta com uma toalha e com um belo prato de comida quente à frente.
Durante a refeição, Vítor reparou que o homem envolveu um pedaço de pão num guardanapo de papel.
- Está a guardar um pouco para amanhã? - Perguntou.
- Não, não. É que conheço um miúdo da rua e que tem passado mal ultimamente. Estava a chorar com fome, quando o deixei. Vou levar-lhe este pão.
- O Pão de Cristo! - Recordou novamente as palavras da senhora e teve a estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela mesa.
Ao longe, os sinos da igreja pareciam entoar o velho hino que antes lhe tinha ressoado na cabeça.
Os dois homens foram levar o pão ao menino faminto que o começou a devorar com alegria. Subitamente, deteve-se e chamou um cãozinho, um cachorrinho pequeno e assustado.
- Toma lá. Metade é para ti - disse o menino. O Pão de Cristo também chegará para ti.
O catraio tinha mudado de semblante. Pôs-se de pé e começou a correr com alegria.
- Até logo! - Disse Vítor ao velho - Nalgum lugar encontrará emprego. Não desespere! Sabe? - Sussurrou - Isto que comemos é o Pão de Cristo. Foi uma senhora que me disse quando me deu aquelas moedas para o comprar. O futuro só nos poderá trazer algo de muito bom!
Enquanto se afastava, Vitor reparou melhor no cachorrinho, que lhe farejava as pernas. Abaixou-se para o acariciar, quando descobriu que ele tinha uma coleira onde estava gravado o nome e o endereço do dono.
Vítor pegou nele e caminhou um bom bocado até à casa dos donos do cão, e bateu à porta.
Ao ver que o seu cãozinho tinha sido encontrado, o homem primeiro ficou todo contente; depois, tornou-se mais sério, pensando que se calhar o teriam roubado; mas, encarando a cara séria de Vítor e vendo no seu rosto um ar de dignidade, disse então:
- Pus um anúncio no jornal oferecendo uma recompensa a quem encontrasse o cão. Tome!
Vítor olhou o dinheiro, meio espantado, e disse:
- Não posso aceitar. Eu apenas queria fazer bem ao animal.
- Pegue-lhe! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto! E olhe, se precisar de emprego, vá amanhã ao meu escritório. Faz-me falta, ao pé de mim, uma pessoa íntegra assim.
Vítor, ao voltar pela avenida, como que volta a ouvir aquele hino que recordava a sua infância e que lhe ressoava no espírito. Chamava-se 'REPARTE O PÃO DA VIDA'.

NÃO TE CANSES DE DAR, MAS NÃO DÊS SOBRAS,
DÁ COM O CORAÇÃO, MESMO QUE DOA.
QUE O SENHOR NOS CONCEDA A GRAÇA 
DE TOMAR A NOSSA CRUZ E SEGUÍ-LO, 
MESMO QUE DOA!

Bem, agora se o desejares, reparte com os teus amigos.
Ajuda-os a repartir e a reflectir. Eu já o fiz.
ESPERO QUE SIRVA para a tua VIDA...
QUE DEUS NOS ABENÇOE SEMPRE...!!!

Jesus: Senhor, eu amo-te muito, e necessito de ti sempre: estás no mais profundo do meu coração. Abençoa, com o Teu carinho, a minha família, a minha casa, o meu emprego, os meus bens, os meus sonhos, os meus projectos e os meus amigos.

Mandas tanta coisa pela Internet… Afinal, por que não mandar uma prece a Deus?

Tem um dia feliz.

Wednesday, September 07, 2016

Intimidades reflexivas - 764

"Se o que tens a dizer não é mais belo do que o silêncio, então cala-te." - Pitágoras (570 a.C.-495 a.C.)

Tuesday, September 06, 2016

Intimidades reflexivas - 763

“O dinheiro faz homens ricos; o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens.” – Anónimo.

Monday, September 05, 2016

Intimidades reflexivas - 762

"Paro às vezes à beira de mim próprio e pergunto-me se sou um doido ou um mistério muito misterioso." - Fernando Pessoa (1888-1935)

Vinte e seis anos passaram

Vinte e seis anos passaram e parece que foi ontem que juntamos as nossas vidas na Igreja de Nossa Senhora do Ó, - antigo Mosteiro da Ordem de Cristo -, numa manhã soalheira de Setembro. (Nesta foto, apenas eu e a minha mulher vamos resistindo ao tempo. Aqui uma palavra para os nossos padrinhos e para o saudoso abade Ramiro Ferreira que nos casou e se tornou amigo de nossa casa. Que todos tenham encontrado a paz merecida lá onde estiverem). Vinte e seis anos passaram e volta e meia vou numa espécie de romagem, a esse Mosteiro (onde vivi paredes meias mais de dezassete anos) como para relembrar momentos de vida, uns bons outros nem por isso, mas sempre, esse dia, um dos mais felizes da minha vida. Depois de tão longo tempo, com certeza que existiram bons e menos bons momentos, mas é sempre a tolerância e a resiliência à adversidade que mantém os casais unidos. Sei que hoje isto pode parecer uma bizarria, afinal os mais jovens, têm casamentos que duram apenas enquanto o romance dura, descartando-o logo de seguida para seguir, - como dizem -, novas experiências. Há uns bons anos atrás, uma jovem dizia-me que andava com o namorado de quem gostava muito, mas que a capacidade de aturar o outro era nula, isto é, na primeira dificuldade logo seguiriam estradas diferentes. E assim aconteceu. Para isso, não vale a pena casar e, sobretudo, ter filhos, que são sempre as maiores vítimas no meio de tudo isto. Não nos esqueçamos de que as rosas, por mais belas que sejam, também tens os seus espinhos. E não é por isso, que gostamos menos delas. A vida em comum, logo à partida encerra duas opiniões usualmente diferentes, mas que devem ser respeitadas. É esse o segredo dum casamento sólido. Ou então, como também acontece, mantém-se uma situação de aparente felicidade apenas e só para terceiros, quando já dentro da relação tudo está em cacos. Estilhaços que afetarão uma vida. Um casamento é, ou deve ser, uma responsabilidade, algo para que se vai de coração cheio e não motivado pela casa, pelo carro ou pela conta bancária do outro. Isso sim, são os escolhos que destruirão tudo em volta. Sei que os tempos não vão para romantismos, mas esforce-mo-nos por isso, afinal é aí que reside a felicidade das pessoas. Esforce-mo-nos para que cada dia seja uma descoberta do outro, tenha um sabor especial e diferentes dos anteriores. Sei que não é fácil, mas também sei que é possível. Vinte e seis anos passaram e aqui estamos como antes, seguros de que conseguimos esse equilíbrio onde o espaço do outro não é anulado, bem pelo contrário, é estimulado na sua plenitude. Vinte e seis anos passaram e parece que foi ontem.

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)

Passam hoje 19 anos sobre o desaparecimento de Madre Teresa de Calcutá. "A Santa dos Esgotos" como também era conhecida, dedicou toda a sua vida à causa dos mais pobres, marginalizados, banidos do mundo. Exerceu esta sua atividade em vários locais, mas foi em Calcutá que fixou a sua atividade, daí ter ficado associado ao seu nome. Mulher determinada na causa do bem do próximo, Madre Teresa foi sempre o símbolo da humanidade que só existe nos corações de gente piedosa. Após a sua morte seguiu-se a beatificação e agora a santificação pelas mãos do Papa Francisco. Mais uma santa no altar. "A mais pequena delas todas" como diria Madre Teresa com o seu contagiante sorriso, quando lhe falavam disso. Hoje passam 19 anos sobre o seu desaparecimento, um dia depois da sua canonização no Vaticano. Um exemplo de vida, num mundo tão indiferente e desumano.

Sunday, September 04, 2016

Intimidades reflexivas - 761

"Penso no amor. Aquele amor que por ser da qualidade dos milagres tem pouco de nós, gente finita. Penso no amor que paira acima dos humanos e que arde, arde por diante sem nunca se fragilizar, consolando de tão inesgotável. Penso no amor que não pertence ao tempo curto dos homens, pertence ao tempo sem tempo dos deuses, ao rasgo dos anjos, despidos de substância e de corpo, pertence ao mundo das sombras projetadas nas paredes que nos prendem, e a cada dia que passa mais intenso e definido é. Penso no amor que não nos maltrata, não nos desilude, não carece de provas, não se esgota na mundanidade." - Maria João Lopo de Carvalho in 'Até que o amor me mate', pág. 328.

Um ladrão apressado!...

O espetáculo que hoje se me deparou quando fui dar de comer ao cachorro e aos gatos era este. (Ver foto). Vê-se nitidamente que o nosso ladrão estava com pressa. O recipiente da ração estava bem fornecido pelo meu amigo Bruno Alves Ferreira no dia de ontem. Constata-se que foi atirado apressadamente. Provavelmente porque uma das empresas do local estava a fazer trabalhos de manutenção no dia de ontem. Até a comida húmida não foi toda, talvez porque alguém apareceu e ele teve que abandonar rapidamente o local. Esta é uma saga com que me venho deparando vai para algum tempo. Do cão e dos gatos nem sinal. Se não passarem por lá rapidamente, quando vierem não terão nada para comer. Que mais posso fazer?...

Intimidades reflexivas - 760

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é o mais disposto à mudança." - Charles Darwin (1809-1882)

Saturday, September 03, 2016

Intimidades reflexivas - 759

"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem." - Santo Agostinho (354 d.C. - 430 d.C.)

Hoje havia comida!...

Contrariando as expectativas mais sombrias, ainda havia comida para o cachorro e os gatos. (Ver foto). Não é muito comum, mas hoje escapou! Limpei tudo e abasteci de comida fresca. Não vi nem o cão, nem os gatos. Espero que passem por lá depressa, enquanto a comida ainda está lá. É melhor não tentar a sorte porque para ela desaparecer é um instante.

Em torno da memória - 8ª Sinfonia de Mahler (Sinfonia dos Mil)

Foi há muitos anos quando ainda era um jovem adolescente. Era uma tarde soalheira de verão dum qualquer mês que já não lembro. Fui a uma discoteca conhecida do Porto,  - a Melody -, que julgo que já não existe. O dono que era meu conhecido e sabia do meu interesse pela música dita clássica, tinha recebido este disco e disse-me para o escutar um pouco sem compromisso. Desci à cave, onde haviam várias cabines para ouvir música, e comecei a ser bombardeado por esta música sublime. Era a 8º Sinfonia de Mahler, (também conhecida pela Sinfonia dos Mil). Não resisti. Comprei o disco, na altura ainda em vynil. Ansiava por chegar a casa. Quando cheguei comecei a escutá-lo e nunca mais parei, até hoje. Deixo-vos aqui os minutos finais. Paredes de som, brilho de luzes, não sei de onde vêm, mas tenho sempre essa sensação sempre que escuta esta música poderosa. Aqui fica - https://www.youtube.com/watch?v=9WhNn6zxqVg  -  para os interessados...

Friday, September 02, 2016

Intimidades reflexivas - 758

"Pensar é difícil, é por isso que a maioria das pessoas prefere julgar." - Carl Jung (1875-1961)

Thursday, September 01, 2016

Ainda havia comida!...

Para contraria o habitual, ainda havia comida quando cheguei ao local onde alimento o cachorro. Ração é que não. A gata logo apareceu para comer. (Ver foto). Avistei um outro gato que muito rapidamente se escondeu e não veio comer. Não sei se será algum dos filhotes que a gata teve vai para dois meses. Por hoje, pelo menos a gata, comeu o que quis.

A juventude confusa ou apenas uma questão educacional?

Temos vindo a assistir a um conjunto de crimes que envolvem jovens. Há uns anos atrás, isso seria até notícia destacada. Agora parece que se tornou banal, e só desses crimes se faz referência por interesse mediático. Sinal dos tempos, dizem. Pobres sinais esses, digo eu. Desde aquelas jovens que atuando em bando - fazem-no normalmente em bando - espancaram uma outra jovem no recinto da escola, enquanto outros filmavam; aquela outra que agrediu a professora dentro da sala de aula por causa dum telemóvel e que acabou na internet porque um seu colega filmou; aquele outro que foi baleado por um polícia quando teria participado dum assalto, e que o pai teria levado com ele; aqueles que gratuitamente agridem colegas e 'amigos', sabe-se lá bem porquê, levando-os à morte; outros que agridem as namoradas por coisas comezinhas - e que farão se um dia forem casados? - ; e tantos outros que aqui poderia trazer. Uns mediáticos, outros nem por isso, mas todos com um traço comum, a violência gratuita que se instala na juventude desde a mais tenra idade. Coisas que todos os dias nos entram portas adentro, que nos vão causterizando ao ponto de já aceitarmos como natural. Diria mais, que coisa difícil é ser jovem neste dias. Mas comportamentos desviantes como estes normalmente começam dentro do seio das famílias. A violência doméstica é algo que nos envergonha no mundo; a irresponsabilidade dos progenitores - cada vez mais permissivos à educação dos filhos, ou por não terem tempo, ou porque simplesmente não querem saber - vão deixando esta espiral de acontecimentos ir evoluindo até que se tornem difíceis de controlar. Vejo famílias em que as crianças vivem e convivem com uma linguagem vernácula, que depois transportam para a sua vida como coisa natural, sem que os pais o impeçam, afinal nem moral têm para o fazer. E, o que é extraordinário, acham que os seus filhos de tenra idade são muito espertos, quiçá, inteligentes porque usam toda a gíria a que podem deitar mão. Mais tarde, repreendem-nos porque já foram crescendo e aquilo que era 'muito bonito' passou a ser incómodo. Lembro-me até dum caso que conheci bem, em que uma avó usava a linguagem mais liberal que possam imaginar e que os netos reproduziam. Só que ela os batia violentamente por eles falarem assim, dizendo 'eu falo assim, mas vós não podeis fazê-lo!' como se uma criança pequena soubesse destrinçar uma coisa da outra. Uma criança reflete como um espelho aquilo que a sua família é, hoje já ninguém tem dúvidas disso e até existem estudos sobre a matéria. Todos este comportamentos desviantes acabam por ter o seu reflexo em casa, na escola, na relação com os amigos, namordas (os) até se instalar na família que eles onde constituir, num ciclo infernal donde parece que é impossível sair. E da linguagem aos atos a distância é a do fio da navalha. Ontem assisti a uma socióloga tentar explicar o fenómeno, tentando até compreendê-lo justificando-o, o que me deixou incomodado. Porque é assim, com atitudes destas, brandas e inconsequentes, que se vão deixando instalar comportamentos que mais tarde pretendemos controlar sem sucesso. Vejo muita gente invocar os países nórdicos a propósito disto e daquilo, até desta liberdade libertina que se vai entranhando entre nós. Mas só o faz quem nunca conheceu esses países, (talvez só pela televisão ou internet), porque se os conhecessem saberiam que o nível educacional é muito elevado, e que esse nível educacional começa em casa, no seio nuclear da família, que depois é continuado e alicerçado na escola, e que mais tarde, fica para a vida. Justificar comportamentos destes é perigoso, aceitá-los como normais, ainda pior. Algo está a acontecer, vai para um par de anos, no nosso país. Basta conviver com alguma juventude para percebermos isso facilmente. (Basta olhar para a maneira como os jovens convivem entre si dentro de algum telelixo que por aí anda). E nada se vê para o contrariar. Nas situações limites aparecem as prisões, elas também, antros onde a marginalidade capeia sem freio, e que não tornam melhor quem por lá passa. Um tema de reflexão que tenho trazido aqui amiúde, e que só o incómodo do mesmo, faz com poucos dele participem. Mas aqui fica o repto de novo. Nem que seja para criar o desassossego que pode levar a encontrar caminhos de saída.