Wednesday, May 31, 2017
Tuesday, May 30, 2017
O incómodo de Herr Schäuble
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sempre foi e continuará a ser uma figura controversa. Defensor do mais feroz ultraliberalismo, Herr Schäuble, nunca deixou de ser uma pedra no sapato para os países do sul. Portugal sentiu-o bem na pele, mas a Espanha, França, Itália, Bélgica e Grécia, também não deixaram de sofrer as consequência das suas tiranias. Face a uma Alemanha rica, os países do sul pobres, eram uma espécie de gente bizarra que 'gastava tudo em vinho e mulheres' - não esquecer que esta triste frase veio dum holandês fiel sicário de Schäuble - e como tal, não mereciam mais do que serem estrangulados até ao limite para não voltarem a cometer tais desvarios. A chegada ao poder do atual governo em Portugal ainda veio acicatar mais essa desconfiança. Primeiro, a incredulidade, depois o incómodo de ver um governo (com o apoio da esquerda mais ortodoxa) reverter as medidas do anterior. Era o tempo do 'vem aí o diabo' - frase também proferida por outro sicário, (ou sabujo) de Schäuble cá do burgo - onde se apontava cada medida como um passo em direção a um abismo anunciado. Mas não foi assim. O governo - que se previa de curta duração - está para durar, o défice atingiu valores nunca atingidos em democracia, o desemprego baixou para níveis cada vez mais aceitáveis, a economia cresce como já há muito não se via, o PIB vai crescendo a bom ritmo. (Apenas a dívida continua muito elevada fruto da incapacidade de ultrapassar um serviço da dívida usurário que conduzirá, mais cedo ou mais tarde, à sua reestruturação, o que beneficiaria não só Portugal como a própria UE e, sobretudo, a zona euro que tão carente anda de maior e melhor equilíbrio). Até os famosos mercados - leia-se, as agências de 'rating' - começam a olhar para o país com outros olhos. Embora tardiamente, lá se conseguiu que Portugal saísse do procedimento de défice excessivo, e até a Moody's já equaciona a possibilidade de rever a notação para Portugal. Face a isto, Herr Schäuble teve que, mesmo a contragosto, assumir que aquilo que estava a acontecer em Portugal era um sucesso o que, desde logo, punha em causa a sua visão ultraliberal. Com o habitual mau perder de todos os tiranos, Herr Schäuble viu-se na contingência de dizer algo, e vai daí, tenta compara o ministro das Finanças português a um famoso futebolista, com aquela ironia de quem espera que as coisas ainda voltem para atrás. Mas aquilo que está a acontecer em Portugal também tem feito com que o nosso país tenha uma voz cada vez mais autorizada e respeitada a fazer-se ouvir. E Herr Schäuble não gosta disso, mas nada pode fazer. O que Herr Schäuble não diz é que o seu país esta a violar os tratados europeus desde 2011. Por excesso, visto o seu país estar com um superavit que não é admitido nesses tratados. (Portugal violou-os também, mas por defeito, visto ter um défice excessivo). E a ironia volta-se agora para Herr Schäuble porque, agora que Portugal saiu do procedimento de défice excessivo, é a Alemanha de Schäuble, que está a violar os tratados e não Portugal. Grande embaraço para o tiranete alemão que deve ter muita dificuldade em engolir este sapo. Só que as coisas são como são. O incómodo de Herr Schäuble pode levar-nos a dizer que estamos à espera que a Alemanha corrija os seus números, ou então, Herr Schäuble terá que aplicar sanções a si próprio - via UE de que o seu país é o motor - as mesmas que tão rigorosamente defendia que se aplicassem aos países do sul. Vamos a ver se Herr Schäuble é capaz disso, ou se é seguidor daquela máxima de 'olha para o que eu digo, mas não para o que eu faço' que, convenhamos, só mostrará à evidência - se tal ainda é necessário - a verdadeira dualidade de critérios de Herr Schäuble e duma Alemanha que parece ainda não se ter libertado dos tiques dum passado histórico recente tão trágico quão insultuoso para a Europa e para o mundo.
Monday, May 29, 2017
Sunday, May 28, 2017
Fiquei com dúvidas!...
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Saturday, May 27, 2017
Dentro da normalidade!...
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Friday, May 26, 2017
Thursday, May 25, 2017
No caminho da memória
À medida que envelhecemos, vamos começando a viver dum certo passado que muito nos marcou. Por vezes, até dum passado mais remoto, que a distância duma infância muito feliz, não deixou apagar. Hoje foi um desses dias. Estão a celebrar-se as festas em honra de N. S, da Hora, e hoje é o dia da padroeira. Sempre que posso, passo por lá como foi hoje o caso. (Não sou nada de festas, mas esta tem um cunho muito especial para mim). Mais do que o sentido de culto, é mais um caminho rumo às minha memórias de infância. Embora toda a envolvente esteja muito diferente da de então, não deixe de, ao caminhar por aqueles espaços, rolar memórias em catadupa. Neste dia, saía da escola mais cedo e ia com a minha avó à festa. A pé claro, porque naquele tempo quase que não existiam carros. Era sempre a esperança da fartura ou do doce de Teixeira - que tanto aprecio - a mitigar os vários quilómetros a pé que tinha que fazer. E se a isso se juntasse um brinquedo de lata ou de madeira, ou talvez, um 'santinho' para ornamentar a cascata dos Santos Populares, (como era apanágio de antanho), tanto melhor. Mas era no domingo seguinte - o próximo domingo - que as coisas de complicavam. Porque era uma festa obrigatória na família e, para além disso, era dia de estrear roupa nova. Sobretudo os famosos sapatos a preceito, que tanto magoavam os pés. E para uma criança ainda de tenra idade, fazer cerca de cinco quilómetros a pé, por lá andar, e fazer o caminho de regresso, sempre apeado, era obra. Chegava a casa e os pés, quase sempre, estavam em sangue, pudera! Na procissão sumptuosa que era normal nesses tempo recuados, os meus avós lá me empurravam para a frente para que, sendo pequeno então, a pudesse ver melhor. Mas eu que sempre gostei de animais, tinha um medo horrível daqueles cavalos que abriam e fechavam a procissão. Para a criança que eu era nessa altura, aqueles cavalos eram enormes do tamanho do pavor que eu sentia em tão exposta posição. Tudo isto me veio à memória, quando visitei a capela - a igreja velha como é também conhecida - a mesma onde os meus pais se casaram e eu fui batizado. É as Sete Bicas e o recordar dos duelos de bandas de música que arrastavam multidões. Torrentes de memórias avassaladoras que por mim passaram. Até da igreja principal - a nova - por onde passei. Olhei para ela e lembrei-me dum célebre domingo matinal em que fui com o meu avô ver erguer a torre sineira. Era algo de novidade naquela vila que mais se parecia com uma aldeia. Já que ali estava, acabei por entrar. É linda e sumptuosa por dentro, sobretudo, pelo seu belo jogo de vitrais. Mas é da velha capela a que o meu imaginário se agarra. Foi aí que tudo começou para mim e foi aí que acompanhei muitos dos meus familiares até à sua derradeira morada. Memórias dum tempo. Caminhos duma certa História porque não dizê-lo. Um sinal do meu envelhecimento onde já me vou agarrando às memórias passadas porque é nelas que vou beber muita da minha identidade, dessa já tão longínqua e feliz infância, que foi a minha.
Wednesday, May 24, 2017
Parabéns, minha Mãe!
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Tuesday, May 23, 2017
"Ludwig van Beethoven" - Élisabeth Brisson / Marc Vignal
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Monday, May 22, 2017
Sunday, May 21, 2017
Dentro da normalidade!...
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Saturday, May 20, 2017
Tudo normal!...
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Friday, May 19, 2017
Thursday, May 18, 2017
Intimidades reflexivas - 991
"Tenho um mundo de amigos dentro de mim, com vidas próprias, reais, definidas e imperfeitas. (...) Nunca pretendi ser senão um sonhador. A quem me falou de viver nunca prestei atenção. Pertenci sempre ao que não está onde estou e ao que nunca pude ser. Tudo o que não é meu, por baixo que seja, teve sempre poesia para mim. Nunca amei senão coisa nenhuma. Nunca desejei senão o que não podia imaginar.
(…)
Nas minhas próprias paisagens interiores, irreais todas elas, foi sempre o longínquo que me atraiu, e os aquedutos que se esfumam – quase na distância das minhas paisagens sonhadas, tinham uma doçura de sonho em relação às outras partes da paisagem – uma doçura que fazia com que eu as pudesse amar. A minha mania de criar um mundo falso acompanha-me ainda, e só na minha morte me abandonará.
(…)"
Bernardo Soares- Heterônimo de Fernando Pessoa
Wednesday, May 17, 2017
Tuesday, May 16, 2017
Monday, May 15, 2017
O papado para além da religião
A vinda a Portugal na semana passada do Papa Francisco, fez-me refletir da importância deste homem sobre o pensamento do mundo e como está a influenciá-lo. Aquelas atitudes que estão, quase sempre, para além da religião. Porque falar dos papados não significa sempre falar de religião. O papa é um chefe de Estado e como tal tem associado a ele todas as vertentes que um cargo desta natureza implica. E enquanto pensava sobre isto, dei comigo a refletir sobre todos aqueles que passaram pela minha vida. Conheci-os apenas pelos jornais ou pela televisão, exceto João Paulo II, que conheci pessoalmente em Portugal aquando da sua vinda, depois de já o ter visto no Vaticano. Mas voltemos aos papas da minha vida! Desde logo, aquele que teve uma influência maior na viragem da Igreja Católica, João XXIII, com toda a força de renovação vaticanista impondo o Concílio Vaticano II. Não assistiu à sua conclusão, mas a pedra estava lançada e quando morreu era impossível o retrocesso. Ainda me lembro de ainda uma criança, ver o meu avô com o ouvido colado ao rádio para escutar as novidades que vinham de Roma. E eu, criança, que não percebia nada do que estava a acontecer, nem da influência que teria no mundo em que eu iria viver, lá ia tagarelando para desagrado do meu avô que não conseguia ouvir nada. Mais tarde, aparece Paulo VI uma espécie de teorizador das questões da Igreja, mas com uma grande abertura ao mundo. Era um papa verdadeiramente democrático, aberto aos movimentos de libertação que então proliferavam, e tendo uma atitude crítica às ditaduras. Quando veio a Fátima, não quis aterrar na capital para não dar, com essa atitude, azo a qualquer forma de aproveitamento político. Vivia-se então em ditadura e a guerra colonial estava a causar mossa. Daí que o ditador e o seu chefe de Estado tivessem que ir a Fátima para o receber. Teve uma influência muito importante na abertura aos novos países que estavam a surgir. Mesmo a chamada teologia da libertação que começava a fazer o seu percurso na América Latina, (liderada pelo bispo brasileiro D. Hélder Câmara), gozava da sua simpatia. Penso que ainda não se estudou bem a fundo a sua influência no tempo em que viveu, bem como, nas implicações que daí adviriam para os seguintes. Seguir-se-ia João Paulo I - o bispo de Veneza - que morreria prematuramente com apenas 33 dias de papado. Não teve influência dado o seu curto mandato, mas deixou no ar algo que, até hoje, são dúvidas, incertezas, - até uma certa teoria da conspiração em torno da sua morte -, nunca bem esclarecida até aos nossos dias. Seguir-se-ia algo de novo a vinda de João Paulo II. Desde logo, e depois de muitos séculos, era o primeiro papa não italiano. Vinha do leste, - da Polónia , muito ligado à corrente sindical Solidariedade, um anti comunista convicto. E foi aí que o seu papado ficou marcado. Foi no seu reinado que o comunismo da antiga União Soviética viu os seus dias terminar. A queda do muro de Berlim. A configuração do mapa com novos países e novo arranjo político. Um papado marcado muito claramente pela política. A seguir assistimos à vinda de um novo papa europeu, Bento XVI. Teria também um curto reinado vindo a resignar - algo que já não se via à séculos - sendo a segunda vez que tal aconteceu. Era um teórico, um pensador. Talvez o seu lugar não fosse bem o papado, mas sim, mais o estudo, a reflexão, a teorização. A influência, embora curta, centrou-se essencialmente ao nível do pensamento. Algo que ainda não temos bem a exata dimensão, tal qual, ainda não foi bem percetível o porquê da sua resignação. Até que chegamos ao atual, Papa Francisco. Um papa que 'veio dos confins do mundo' para usar a sua própria expressão. Um papa que tem feito uma verdadeira revolução em torno de alguns privilégios - e privilegiados - dentro da Cúria. Algo que, ao que se diz, não lhe tem trazido grande popularidade entre os seus pares, a constrastar com a grande proximidade com o povo mais humilde, que faz dele uma espécie de 'estrela pop' onde quer que vá. Dizem que ele é o pastor. E penso que há muita razão nisso. Não só na forma como quer dignificar e moralizar a Igreja, mas na maneira como aglutina as gentes, quer sejam católicas ou não, num ecumenismo inter religioso que à muito não se via. Muitos papas, muitas formas de pensar e, sobretudo, de atuar, que sem que demos por isso, vão influenciando o mundo à nossa volta. É que quando se fala de papado temos logo a tentação fácil de pensar em religião e, provavelmente, estaremos bem longe disso. Hoje mais do que nunca, é visível essa vertente duma diplomacia quase invisível, discreta. mas muito eficiente, que vai desenhando o mundo, arranjando as nações, traçando as fronteiras, buscando os equilíbrios possíveis e, por vezes, controversos.
Sunday, May 14, 2017
Vai resistindo!...
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Momentos de glória ou memória de um dia histórico
Há dias assim. Parece que tudo no universo se conjuga para que as coisas aconteçam. Ontem foi um desses dias. Começou com o centenário das Aparições em Fátima com a visita do Papa Francisco para abrilhantar as celebrações. Sempre com aquele sorriso de menino, de voz terna mas firme, o Papa Francisco encheu a alma dos portugueses. Se era importante a canonização da Jacinta e do Francisco, a sua presença trouxe ao rubro aquele sentido mais nacional de se ter entre nós um visitante tão ilustre. Mas o dia ainda era uma criança para tudo aquilo que estava para acontecer. Para quem gosta de futebol e especialmente do Benfica, era mais um momento histórico, a conquista do tetracampeonato. Sei que isto é mais limitado e até não aglutinador duma nação. Desde logo há quem goste de futebol e se revê nas cores do Benfica. Mas também há os outros. Não sou amante da bola, mas penso que o desportivismo deve andar por aí, numa altura em que nem todos sabem perder. E meu amigos, se saber ganhar é importante, saber perder ainda o é mais. Mas as coisas ainda não ficavam por aí. Na Eurovisão tínhamos uma canção improvável, com um cantor improvável. Se nas meias finais já havia sinais de que algo poderia acontecer, foi na final que tudo ficou claro. Salvador Sobral, com aquele seu ar desengonçado, voz angelical, daria corpo a uma grande canção, com uma bela música e um poema muito belo, com a marca da sua irmã, a grande cantora Luísa Sobral, mulher do jazz que muito aprecio. Confesso que já há muitos anos que não sigo a Eurovisão. Segui-o ainda menino quando as ofertas eram bem limitadas e tudo era levado para o campo dum certo nacionalismo serôdio. Talvez por isso nunca ganhamos. Provavelmente por ser assim, aos poucos fui-me desligando do evento, substituindo estas por outras músicas e géneros que me começaram a dizer muito mais. Mas, e embora não seja um festivaleiro, confesso que fiquei rendido à canção, ao poema e àquela maneira tão especial de interpretar. Caetano Veloso dizia à umas horas atrás, que Salvador era "demasiado bom". E se ele o diz, pois não tenhamos dúvidas. E fez-se história de novo. Portugal venceu o Festival da Eurovisão pela primeira vez. Com uma canção que nada tem de festival, com um cantor que estaria talvez a mais. E tudo isto, tem a ver com uma certa forma de olhar com mais otimismo para Portugal. Depois do muito que sofremos nos últimos anos, parece que uma lufada de ar fresco entrou pela janela. Avassaladora. Retemperadora. E Portugal passou a olhar para si próprio com mais orgulho. Isso já tinha acontecido o ano passado, quando pela primeira vez também ganhamos o Campeonato Europeu de Futebol. São momentos assim, aqueles momentos de glória que elevam a auto estima dum povo e duma nação. Esse otimismo de afetos à mistura, por vezes, duma forma confusa, mas afetos. O orgulho de se ser nação com todas as contradições, coisas boas e menos boas, contrastes. Porque uma nação é feita de tudo isso. Sem nacionalismos balofos mas com orgulho de se ser português. Não querendo politizar tais eventos, quase me apetece dizer que nesta simbiose dum Presidente de afetos e dum Primeiro-Ministro super otimista, pode estar esse segredo. Essa energia positiva de que tanto carecemos desde à séculos, mas que parece ter chegado agora e duma forma tão pouco ortodoxa, diria mais, pouco convencional. Momentos de orgulho. Momentos de glória, sim. Aproveitemos esta onda gigante que nos atinge para nos orgulharmos da nação que temos e paremos de dizer mal de tudo que a português diz respeito. É altura do amor próprio se elevar e com ele nos centrarmos, todos juntos, no levar o nome de Portugal ao mundo. E também olharmos para nós, para as nossas capacidades, para aquilo que somos capaz de fazer bem, mesmo melhor, do que outros que lá fora preenchem o nosso deslumbramento, quase sempre sem motivo. Parece que, finalmente, estamos a ver que afinal também somos capazes. Talvez fazendo as coisas ainda melhor do que outros. E somos, minha gente! Isto são coisas comesinhas face aos problemas dum nação, bem o sei. Mas temos que começar por algum lado. Porque não por aqui?
Saturday, May 13, 2017
Intimidades reflexivas - 986
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Tudo normal!...
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Friday, May 12, 2017
Inacreditável!...
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Thursday, May 11, 2017
"Gödel - Os Teoremas da Incompletude" - National Geographic
Mais um número especial de ciência, desta feita dedicado ao matemático Kurt Gödel oriundo do Império Austro-Hungaro. Nasceu em Brno, cidade que hoje pertence à República Checa. Gödel. Neste número analisa-se a vida e obra de Gödel e o seu contributo para a matemática. Subordinado ao tema 'Os Teoremas da Incompletude' e com o subtítulo 'A intuição tem a sua lógica' percorremos a vida deste grande cientista e amigo sincero de Einstein. Dos confrontos com a ciência conhecida até essa altura, feitos sempre duma forma quase 'a medo', fez com que Gödel surpreende-se muitos dos seus colegas com créditos firmados. Quase pedindo desculpa por contraria este ou aquele, ele lá ia questionando tudo e todos, com a profundidade que fazia com que as suas teorias fossem aceites na comunidade científica. As suas teorias ainda hoje se usam nas matemáticas avançadas e, para muitos, continuarão a ser aceites por muitos séculos. Um legado que foi deixado por Gödel, um fugitivo da sua pátria para fugir ao nazismo, e que os EUA vieram a acolher. Viria a morrer em Princeton, cidade a que pertencia a sua Universidade onde trabalhou toda a vida depois de ter deixado a Áustria. Este número especial da National Geographic vem juntar-se a tantos outros já editados no âmbito desta coleção que aqui, como venho dizendo recorrentemente, aconselho vivamente.
Wednesday, May 10, 2017
Tuesday, May 09, 2017
Monday, May 08, 2017
E agora, França!
Depois da vitória de Macron nas eleições francesas, logo um suspiro de alívio surgiu na Europa. Mas haverá razões para isso? O antigo embaixador português em Paris, Francisco Seixas da Costa, perguntava num artigo de opinião, se 'depois destas eleições a França saía vencedora ou não'? E a resposta óbvia é que não. Macron aparece como um homem sem programa - ou melhor, com uma amálgama de ideias tiradas de todo o lado -, o que convenhamos não será o ideal. Depois quis assumir-se como não sendo de direita nem de esquerda, num claro recuperar do slogan de De Gaulle. Mas De Gaulle era o líder incontestado duma França a sair dum conflito mundial. Era um outro tempo, e a figura do antigo líder francês nada tem a ver o agora presidente eleito. E quando começamos a olhar para o espetro da Assembleia Nacional, ainda mais preocupação devemos ter. A Frente Nacional de Marine Le Pen passou a ser (quem diria!) o maior partido de França. O resto são coligações que podem ser mais ou menos longas. (Le Pen em 15 anos duplicou a votação que o seu pai teve quando disputou a 2ª volta das eleições em França. É bom que pensemos sobre isto). E a União Europeia (UE) não deve deitar foguetes à toa. Esta situação que leva partidos radicais de direita a emergir, prende-se muito com a postura que a UE vem evidenciando nestes últimos anos. Não é por acaso que, na Holanda estiveram perto, na Bélgica também, embora com mais amplitude, enfim, um tema que nos deve fazer refletir sobre os caminhos que a Europa tem tomado, e se quer ou não, continuar assim. Porque a continuar na mesma senda, mais cedo ou mais tarde, veremos a extrema direita no poder e não só em França. Mas o mundo também anda confuso. Depois da eleição de Trump, os Estados Unidos da América viraram à direita duma forma radical que só, o seu poderio financeiro e sobretudo militar, ainda faz com que sejam respeitados. Olhamos para a América Latina e não vemos melhor. Da anarquia na Venezuela até ao caos no Brasil, temos que assumir que por lá também nada está bem. Depois os conflitos na Península da Coreia, onde o espaço entre a estratégia e a loucura mais insana, parece ter a espessura dum fio de cabelo. E se juntarmos a isto a confusão no Médio Oriente que parece nunca mais ter fim, não temos de todo qualquer razão para sorrir. O mundo está num turbilhão, uma mudança radical que não sabemos ainda que direção vai tomar. A França que não é uma economia qualquer está confusa. Macron tem cerca de 44% dos votos porque os restantes não são votos na sua candidatura, mas sim, num voto anti-Le Pen. Todo um caldo social e político que pode gerar uma verdadeira tempestade. Veremos que governo Macron vai fazer. Quem será o seu primeiro ministro. E que equilíbrios obterá na Assembleia Nacional para poder governar. Isso já nos dará uma ideia do que pode vir a seguir. Neste momento, tudo está muito confuso e Macron pode ter tido uma vitória de Pirro. Seguro é que Marine e a sua Frente Nacional estão a assumir-se como uma das principais forças na França. Onze milhões de votos não podem ser esquecidos nem desprezados. Agora, depois da festa e da euforia, há que pensar seriamente no caminho a seguir. Para já, é apenas uma mão cheia de nada com muitas interrogações à mistura.
Sunday, May 07, 2017
Dia da Mãe
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"Para sempre" - Carlos Drummond de Andrade
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
Tanta maldade!...
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Saturday, May 06, 2017
Alguma coisa aconteceu!...
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Friday, May 05, 2017
Magnificat - Álvaro de Campos
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Thursday, May 04, 2017
"Guilherme Tell" (Extrato) - Friedrich Schiller
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