Turma Formadores Certform 66

Friday, June 30, 2017

Um desfazer de equívocos

Soube há dias do sucedido. A gata que anda junto ao abrigo onde vou alimentar o cachorro, voltou a engravidar! Voltou a colocar no mundo mais um grupo de infelizes que seguirão a senda da sua mãe. Vou ao abrigo pelo último cão da matilha. Embora nem sempre o veja, sei que vai lá procurar comida, sozinho ou com um dos seus amigos, duma outra matilha a que se juntou depois da morte da mãe. Esta gata, tal qual um gato ou gata, siamês, por lá aparecem e acabam por participar no repasto. Esta gata que agora teve nova ninhada, já tinha tido, pelo menos uma outra. Ficaram de a castrar e levar os filhos. A captura nunca se deu, por uma razão ou outra, e os filhos foram desaparecendo um após outro. Ainda vi por lá dois ou três, sempre à distância, e depois desapareceram. Habitualmente não trabalho com gatos, não por uma qualquer razão especial, mas tão só, porque eram cães aqueles que precisavam de auxílio quando abracei esta causa. Isso não me impediu de ajudar gatos quando eles apareceram como foi o caso desta gata. Sempre o fiz sem qualquer apoio monetário de ninguém. Aliás nunca viram neste espaço qualquer pedido de ajuda monetário seja para o que for. Apenas aceitava comida. Sempre comprei comida enlatada, patés, até comida confecionada que é preparada em minha casa, para além da muita gasolina que gasto, visto que, como é do conhecimento geral, moro muito afastado do local do abrigo. Nunca quis trazer para este espaço nenhum caso, só que por sugestão de um amigo que me via impotente para alimentar sozinho cerca de 30 cães, publicitei esta situação. Não me arrependo de o ter feito, porque através dela conheci pessoas interessantes que me têm ajudado. Mas por outro lado, também fiquei com a sensação que arranjei um bom par de inimigos. Não me esqueço que a única pessoa que afastei do meu grupo de amigos durante estes anos, teve a ver com esta situação. Mas podem pensar que apoio só este caso de Rio Tinto. Puro engano. Apoio vários outros na zona onde resido e que nunca publicitei porque é no silêncio do gesto que a ajuda é mais eficaz longe da ribalta mediática. Prometi a mim próprio que nunca traria para aqui mais nenhum caso. Este tinha-me ficado de lição. Sempre foi fácil fazer caridade com dinheiro alheio. Não sou contra, desde que o trabalho seja visível, o que nem sempre acontece. E agora não se pode vir junto de pessoas que em nada contribuíram para a situação e dizer que se tem que fazer isto e aquilo e vamos lá ajudar. Não é assim, pelo menos naquilo que é o meu entendimento desta matéria. Se as coisas aconteceram, é lamentável, mas não podem ser culpados terceiros da situação e a título de penalização ter que puxar de mais um euros. Ajudo muitos casos que são da minha responsabilidade e não estou disponível para ajudar mais ninguém. Se alguém fez mal o trabalho de casa, lamento. E lamento sobretudo pelos animais. Mas não queiram assacar responsabilidades a quem não as tem. Eu desconheço o que se está a passar no abrigo. Apenas vou lá aos fins de semana e feriados. Mas se isso também incomoda terceiros posso deixar de ir. Tenho pena pelo Repinhas que vi nascer e gostava de acompanhar até ao fim. Mas se ter que ser deste modo, pois que seja. Não pretendo ser ofensivo com ninguém, mas as coisas são para ser ditas. Desculpem talvez algum exagero de análise, mas estou fragilizado com a situação do meu cachorro, que me trás angustiado. Mas também acho que as pessoas deveriam meter a mão na consciência e refletirem sobre o que fizeram, o que não fizeram e aquilo que deveriam ter feito. Espero ter contribuído para o desfazer de alguns equívocos que por aí andam. E, por favor, não metam tudo no mesmo saco. Como diz aquela outra máxima, somos todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Espero assim, colocar um ponto final na polémica de que sou alheio, soube por terceiros e vejo-me no epicentro de algo que nem sabia ter acontecido não fosse me ter chegado por interposta pessoa. Para mim é um ponto final.

Dedicado à nossa afilhada Inês / Dedicated to our beloved goddaughter Inês

Hoje foste pela primeira vez finalista. Finalista da pré-escola e assim fechares um ciclo, - um degrau como gostamos de dizer -, da escada que te há-de levar ao conhecimento. Dentro em breve, estarás a iniciar um outro, (o da escola básica), com menos brincadeira, mas mais responsabilidade. Não queremos deixar de nos associar a ti neste dia. Acompanhamos-te desde o teu nascimento e à medida que ias crescendo foste abrilhantando esta nossa casa. Diariamente, logo pela manhã, irrompias por ela adentro, com a tua alegria contagiante e o teu sorriso franco, sincero e inocente, quanto puro. Nunca o esqueceremos. Nem sempre as coisas foram fáceis. No início a escola era um corpo estranho para ti, habituada que estavas a viver no seio da família. E nós lá te íamos incentivando e, aos poucos, esse gosto pela escola apareceu. Todos os dias que te levávamos à escola fomos percebendo a tua curiosidade em aprender, em fazer perguntas, em saber. E isso deixava-nos felizes. Porque cremos que podes, e deves, ir longe. A tua verdadeira liberdade vem do teu conhecimento e da tua cultura. Podes ter muitos bens, - que são sempre efémeros, e que tomamos da vida por empréstimo -, mas a única coisa que te acompanhará sempre será o teu saber. O olhar para o mundo e percebê-lo, interpretá-lo. Ao longo do teu caminho conhecerás, todos os dias, milhões de máscaras e pouquíssimos rostos.  E tens que aprender a distingui-los. E isso só se consegue com o conhecimento. Porque quem não adquire conhecimento será sempre escravo de algo ou de alguém, desde logo, da sua própria ignorância. Temos a noção que a nossa idade mais avançada já não nos permitirá ver os teus sucessos. Mas tê-los-ás seguramente, assim lutes por eles. Nada na vida se adquire sem esforço, sem luta, sem empenho. E tu és uma menina determinada e, seguramente, o continuarás a ser naquilo que mais importante é para a tua vida: o saber. Neste novo ciclo que em breve iniciarás, será um novo degrau duma escada que gostaríamos que fosse longa, porque quanto mais longa ela for, mais longe chegarás e mais oportunidades a vida te dará. Enquanto por cá andarmos e a capacidade intelectual nos ajudar, terás sempre em nós um pilar firme para te ajudar nessa nova demanda. E o teu sorriso luminoso, a tua alegria contagiante, será tudo o que te pedimos em troca. Porque nesta nossa casa sempre encontrarás amor. Aquele amor desinteressado e simples. O verdadeiro amor. Aquele amor que temos orgulho em proclamar ao mundo. E estamos certos que tu o retribuirás como até agora tens feito. Este é um dia importante para ti, mas também o é para nós, porque o sentimos com amor. E um grande amor, quando é sincero, nunca se renega. E o nosso não tem barreiras nem fronteiras. Desejamos-te as maiores felicidades e continuaremos sempre ao teu lado enquanto podermos e enquanto o quiseres. Que sejas muito, mas muito, feliz.

Os teus padrinhos,

Mamie e Pim
....

Today you were 'graduate' for the first time. You finished the kindergarten and thus close a cycle, - a step as we use to say -, the ladder that will lead you to knowledge. Soon, you'll be starting another, (the basic school as we say in Portugal), with less fun, but more responsibility. We do want to be with you on this very day. We have been following you since your birth and as you grow you have brightened our house. Every morning, early in the morning, you burst inside her, with your contagious joy and your honest, sincere and innocent smile, as pure. We will never forget it. Things were not always easy. In the beginning the school was strange for you, accustomed that you were living in the family. And we would encourage you there and, little by little, that taste for the school appeared. Every day that we took you to school, we became aware of your curiosity in learning, in asking questions, in knowing. And that made us happy. Because we believe that you can, and should, go far. Your true freedom comes from your knowledge and your culture. You can have many possessions, -  which we borrow from life and which are always ephemeral -, but the only thing that will accompany you will always be your knowledge. Look at the world and perceive it, learn it. Along your way you will meet millions of masks and very few faces, day after day. And you have to learn to distinguish them. And this can only be achieved through knowledge. Because whoever does not acquire knowledge will always be a slave to something or someone, right away his own ignorance. We have the perception that our older age will no longer allow us to see your successes. But you will surely have them, so you fight for them. Nothing in life is acquired without effort, without struggle, without commitment. And you are a strong girl and surely you will continue to be in what is most important for your life: knowledge. In this new cycle that you will soon start, it will be a new step of a ladder that we would like it to be long, because the longer it is, the further you will come and the more opportunities you can take from life. As long as we walk around here and the intellectual capacity helps us, you will always have a strong pillar to help you with this new demand. And your bright smile, your contagious joy, will be all that we ask of you in return. Because in this our home you will always find love. An unselfish and simple love. The true love. The love we are proud to proclaim to the world. And we are sure that you will repay it as you have done so far. This is an important day for you, but it is also an important day for us as well, because we feel it with love. And a great love, when it's sincere, never refuses. And ours has no barriers or borders. We wish you all the best and we will always remain by your side while we can and as long as you want. Be very, very happy.


Your godparents,

Mamie and Pim

Onze anos depois!...

Este blog foi criado vai para onze anos e continua ainda no ar. Muito do que lêem noutros espaços tem origem aqui neste que é um pouco diferente dos usuais. Muitos foram as vertentes ao longo destes anos. Primeiro uma certa euforia, que os blogs eram então moda, e neles cabiam tudo e alguma coisa. Depois as mais comezinhas informações e as fotos do momento. Mas rapidamente começou a inverter o rumo para uma certa forma mais cultural e de informação, não esquecendo as reflexões que a propósito disto e daquilo, me iam ocorrendo e, em vez do tradicional papel, ia rabiscando num ecrã de computador. Bem me recordo uma análise que fiz sobre o Catolicismo que me tinha sido sugerido por um amigo, e que serviu para eu aprofundar e esmiuçar os recantos desta religião ao longo de um ano inteiro. Também me recordo dos temas de política e economia que foram sempre duma certa forma, o aspeto mais deste espaço durante muito tempo, e ainda continua aqui e ali. Sobretudo a área económica que também me foi sugerida que desenvolve-se um daqueles temas mais falados durante a semana para que pessoas não iniciadas na Economia pudessem entender. Assim fiz, se calhar nem sempre com sucesso, porque há aspetos da Ciência Económica que não são fáceis de reduzir a uma linguagem acessível a todos. Mas parece que agradou e disso tive o retorno sob a forma de muitos comentários e pedidos de esclarecimento que me foram chegando pelos mais diversos meios. Também vieram as críticas naturalmente e foram bem vindas porque fizeram com que eu melhorasse as exposições e as tornasse mais óbvias. Ultimamente tenho dado mais espaço a citações de pessoas das diferentes áreas da cultura, ciência e pensamento, contribuindo assim para melhorar e tornar mais visível figuras que foram importantes para a cultura e que de outro modo passam ao lado da maioria das gentes. Apesar deste espaço ter sido criado com o claro motivo de interação dum grupo de formadores, desde cedo constatei que era a mim que foi atribuída a tarefa de lhe dar continuidade. E assim fiz. E, perdoem-me amigos, até tornei este espaço, no meu espaço, com a minha identidade, afastando-se assim dos ideais que inicialmente presidiram à sua criação. E foi assim, tem sido assim, este passou a ser o meu blog. Chegado aqui queria saudar todos os meus antigos colegas desse grupo primordial, especialmente o António Rolo, que foi o mentor deste projeto e desta ideia. Nunca será demais, renovar a saudação especial a este grupo de pessoas especiais, de formação muito sólida que, com as suas experiências, enriqueceram o nosso grupo e cada um de nós.

Thursday, June 29, 2017

Entre o real e o etéreo

Esta foto já tem um bom par de anos. Já aqui a trouxe por várias vezes por duas ordens de razão: a primeira, tinha como objetivo saber se a pessoa da foto queria dar-se a conhecer, coisa que nunca aconteceu; a segunda, é para testemunhar um dos momentos da mais pura, profunda e elevada fé que já vi a um ser humano. Há muitos anos atrás, tive uma outra imagens pungente - que infelizmente não fixei em fotografia - dum jovem que, possivelmente antes de ir para o seu emprego, veio encomendar o seu dia ao Eterno. Passou-se na Catedral de Nôtre-Dame em Paris. Agora, esta que consegui captar, foi tirada em Fátima. Passei por lá com um amigo que estava comigo e deparei-me com este profundo ato de Fé. Era um dia normal como tantos outros, sem festividades especiais, e este homem estava sozinho, junto a uma das escadarias e orava. Indiferente a quem passava, a quem olhava, a quem tinha vontade de interpelar mas não queria perturbar tamanha comunhão com o etéreo. Apesar do calor que se fazia sentir, ele vestia roupa pesada duma outra estação, indiferente ao tempo. Apenas rezava. Profundamente. Numa simbiose que não é fácil ver. Estava ali, só. Como se nada existisse à sua volta. Impressionou-me o momento e registei o evento. Nunca esqueci esta imagem. Ela acompanha-me desde então. Não sei quem é. Mas confesso que gostava de o conhecer. Há momentos assim onde a fronteira entre o real e o sobrenatural ficam mais próximas. Este foi um desses momentos.

Wednesday, June 28, 2017

Noite de São Pedro

E eis-nos chegados ao fim do trítico dos Santos Populares. O São Pedro é o último, o que tem a chave do céu e com ela encerra as tradicionais festividades, como ouvia dizer à minha avó quando era mais pequeno. Na minha infância guardo a memória da enorme largada de balões que se fazia então desde o Palácio de Cristal no Porto, que era o mais simbólico que nessa época existia. O São Pedro não tem grandes tradições entre nós, excetuando alguns nichos onde a festa é rija, como é o caso do São Pedro da Afurada, em Vila Nova de Gaia. Nesta noite na Afurada a festa dura até às tantas com o tradicional colorido e a repetição da sardinha assada, não fosse a Afurada terra de pescadores. Com esta celebração há um certo ar de despedida com a firme convicção de para o ano há mais. Até lá, divirtam-se. Boa noite de São Pedro!

Intimidades reflexivas - 1021

"Quem perde os seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo." - Miguel de Cervantes (1457-1616)

Tuesday, June 27, 2017

"Quando Portugal Ardeu" - Miguel Carvalho

Trago hoje uma proposta dum livro muito interessante quanto perturbador. Trata-se de "Quando Portugal Ardeu" da autoria de Miguel Carvalho um prestigiado jornalista que colaborou em alguns jornais como 'O Independente' e o 'Diário de Notícias'. Venceu em 2008 o prémio Orlando Gonçalves para jornalismo e o Grande Prémio Gazeta do Clube dos Jornalistas em 2009. Este jornalista nascido no Porto também tem visto serem referidas as suas reportagens em orgãos internacionais como o 'The New York Times', o 'El País', 'The Daily Telegraph', revista 'Veja', 'O Globo' ou a revista Piauí. Miguel Carvalho, no seu jornalismo de investigação, quis rever as histórias e segredos da violência política no pós-25 de abril. Vai daí, contactou alguns dos maiores protagonistas desse tempo, - independentemente de que lado da barricada estavam -, e quais fossem os seus credos políticos à época e agora, Desse trabalho resultou uma imagem impressionante dum dos períodos mais conturbados da História recente do nosso país. Desde figuras destacas da Igreja nessa época, até algumas figuras da política desses dias (e até dos nossos dias), - visto algumas ainda estarem no ativo -, este livro surpreende pela clareza, mas também pela maneira frontal como enfrenta as situações. Desse período, ressalta a famigerada rede bombista que pôs o país à beira duma guerra civil. "(...) a rede bombista deu-me todas as razões para nunca votar no PSD. Nem que vivesse cem anos. Era a pior escória que havia neste País. (...) Toda a gente que perdeu privilégios com a revolução enfiou-se no PSD. (...) A maioria dos retornados filiou-se no PSD, o CDS nem contava. Aliás, ainda hoje somos governados pelos filhos dos retornados. De onde veio o Passos Coelho? Olhe para a composição dos últimos governos e veja de onde veio uma parte dos governantes." Estas palavras são do coronel Ferreira da Silva - à época capitão - que chegou a chefiar a Polícia Judiciária Militar, veio a ser chefe do Estado-Maior das Forças Armadas nos Açores. Chegou a desempenhar os cargo de juíz auditor do 1º Tribunal Militar e, mais tarde, seu juíz presidente. É surpreendente olhar para estas afirmações, passados que vão mais de quarenta anos sobre os factos, e vermos como pessoas da política, que todos os dias nos entram pela casa adentro, podem ter uma outra imagem bem diferente daquela a que estamos habituados a ver. É uma verdadeira sala de espelhos, onde as sombras são realidades, e as realidades, por vezes, não passam de sombras. Alguém no livro diz 'estivemos mais próximos duma ditadura de direita do que de esquerda' embora, a maioria das pessoas tenha uma opinião diversa. Um livro muito interessante para compreender um período em que Portugal quase se dividiu a meio, se afundou numa guerra civil necessariamente sangrenta. Um testemunho para a História do país, mas também dos seus protagonistas. Alguns com comportamentos bem diferentes do que sempre julgamos que tinham. Quanto ao julgamento dos factos e dos seus intervenientes, fica para cada um depois de lerem estas mais de quinhentas páginas deste livro. Um livro que é um documento muito importante para o melhor conhecimento da nossa História recente. A chancela é da Oficina do Livro. Recomendável a todos os títulos.

Monday, June 26, 2017

"Amar e Ser Livre ao mesmo Tempo" - Henry Miller

"Tudo o que posso dizer é que estou louco por ti. Tentei escrever uma carta e não consegui. Estou constantemente a escrever-te... Na minha cabeça, e os dias passam, e eu imagino o que pensarás. Espero impacientemente por te ver. Falta tanto para terça-feira! E não só terça-feira... Imagino quando poderás ficar uma noite... Quando te poderei ter durante mais tempo... Atormenta-me ver-te só por algumas horas e, depois, ter de abdicar de ti. Quando te vejo, tudo o que queria dizer desaparece... O tempo é tão precioso e as palavras supérfluas... Mas fazes-me tão feliz... porque eu consigo falar contigo. Adoro o teu brilhantismo, as tuas preparações para o voo, as tuas pernas como um torno, o calor no meio das tuas pernas. Sim, Anais, quero desmascarar-te. Sou demasiado galante contigo. Quero olhar para ti longa e ardentemente, pegar no teu vestido, acariciar-te, examinar-te. Sabes que tenho olhado escassamente para ti? Ainda há demasiado sagrado agarrado a ti." -  Henry Miller (1891-1980) in 'Amar e ser livre ao mesmo tempo'.

Sunday, June 25, 2017

Não tenho a certeza!...

Quando cheguei ao abrigo encontrei tudo 'ad-hoc' mas não tenho a certeza de que alguém interferiu com o alimento dos animais. (Ver foto). Ainda havia ração de gato e alguma de cão. Logo a gata fez a sua habitual aparição. Muito pachorrenta porque deve estar no fim da sua gestação de mais  uma ninhada. Estava com fome. Quando de lá saí ainda ficou a comer. Como é habitual ao domingo não vou com muito tempo, por isso, não pude esperar que ela comesse. Dois carros estavam estacionados em frente duma das empresas. Achei estranho porque não ser habitual ao domingo. Não vi ninguém, nem ninguém interferiu. 

Saturday, June 24, 2017

Ainda havia comida!...

Quando cheguei ao abrigo ainda havia comida de gato. A ração de cão apenas um pouco. (Ver foto). Mas a suficiente para indicar que não tinha sido retirada. Logo a gata apareceu. Esperou que abastecesse as taças e logo foi comer. O gato ou gata siamês também por lá fez a sua aparição. Sempre fugidio das pessoas e temeroso da gata que o afasta da comida. Lá fiquei até a gata comer. O siamês espreitava na expectativa de ir a seguir. Provavelmente foi, depois de eu e a gata termos abandonado o local. O cão não apareceu. Mas, pelo menos, estes felinos terão hoje a sua refeição. Mais uma vez o meu obrigado à Paula que mantém sempre o local muito asseado e limpo.

Friday, June 23, 2017

Noite de São João

Esta é a noite dedicada ao Santo do segundo trítico dos Santos Populares. O São João tão carismático no Porto, embora seja festejado com muita intensidade noutras cidades do país. É a noite mais longa como se diz por cá, onde a sardinha assada, a broa e o caldo verde, são iguarias nobres. (Já para não falar do manjerico e da largada de balões que salpicam os céus de pontos coloridos). Dos enfeites nas varandas, das cascatas um pouco por todo o lado, o povo sai à rua para encher as artérias da velha cidade. As Fontaínhas têm todo um carisma de centro dos festejos. Quem vai ao São João sem passar pelas Fontaínhas, não viu o São João do Porto! De martelinho de plástico, - que veio substituir o tão tradicional alho porro e a cidreira -, lá andarão os portuenses a bater nas cabeças uns dos outros até o dia raiar. Lá mais para o meio da noite, o tradicional fogo de artifício, iluminará os céus da Invicta. Este é o lado visível da tradição popular. Mas existe um outro lado mais obscuro de ritos ancestrais e menos prosaicos. Mas sobre isso não quero aqui falar agora. Será bem mais agradável este lado mais luminoso de franco convívio entre as gentes, sem distinção de classes ou credos. E assim se fará daqui a pouco mais uma festa, provavelmente, a festa maior do Porto. Bom São João!...

Thursday, June 22, 2017

Intimidades reflexivas - 1020

"Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito." - Abraham Lincoln (1809-1865)

Wednesday, June 21, 2017

Solstício de verão

Estamos em pleno verão. Começa hoje esta estação do ano e vai prolongar-se até 22 de Setembro. Estamos no que se chama o solstício de verão. Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano. No hemisfério norte é sinal da entrada do verão e é neste altura que estamos perante o dia mais longo do ano. Com ele associamos os dias quentes, de praia, de férias, de lazer. Dias mais descontraídos dos que aqueles que enfrentamos durante os restantes do ano. Daí que o cheiro a férias seja forte para a maioria de nós. Que seja também o prenúncio de alguma acalmia nas nossas vidas. No hemisfério sul este fenómeno é simétrico, isto é, ocorre precisamente ao contrário. Por tanto, bem vindo, verão!...

Intimidades reflexivas - 1019

"A compaixão é que nos torna verdadeiramente humanos e impede que nos transformemos em pedra, como os monstros de impiedade das lendas." - Anatole France (1844-1924)

Tuesday, June 20, 2017

Intimidades reflexivas - 1018

"Um Amigo pode ser um Irmão, mas um Irmão pode não ser um Amigo..." - Manuel Carvalho

Monday, June 19, 2017

Não desvies o olhar!...

Não desvies o olhar. Estas são imagens que existem e que nos devem servir de alerta. Nem só de pessoas a tragédia é feita. Humanos cobertos com lençóis para não ferir o olhar. Mas há outras vítimas. Estas que aqui vedes são apenas algumas das muitas que ontem pereceram. Não tiveram a dignidade de nada a tapá-las. Mas são vítimas também. De carne e osso como tu e eu. Olha para estas imagens e vê para além delas. Vê a natureza fustigada que é o nosso pulmão. O verdadeiro elixir de vida de todos os seres neste planeta. Olha bem. Não feches os olhos. Estes que aqui vês também eram seres como tu e eu. Também usufruíam do mistérios da vida. Olha e pensa. Ontem foi um fenómeno natural ao que se diz. Mas podia ser o teu desleixo, a tua distração, a tua irresponsabilidade. Olha e vê. Estes seres poderiam ser tu e a tua família. Porque a vida não distingue entre um humano e um animal. O verão ainda não começou apesar da tragédia. Olha e pensa, talvez ainda vás a tempo...

De novo e sempre!...

Voltamos ao mesmo. Todos os anos somos flagelados com o inferno dos incêndios. Pelo descuido de muitos, por criminosos que são absolvidos em nome de problemas mentais de última hora, por desleixo de quem não limpa o que é seu, por descuido e sei lá mais o quê. As políticas também têm aqui a sua quota parte muito importante. Discute-se muito e nada se faz. Agora temos um fenómeno natural. A terrível e mortífera trovoada seca. Coisa de outras paragens que agora, e cada vez mais, vai entrando na nossa vida. Coisas de alteração do clima que alguns pretendem fazer ignorar ou menosprezar. Mas a evidência não se pode negar. Que fazemos para alterar tudo isto? Nada ou muito pouco. Não são os tratados que vão influenciar esta tendência, mas cada um de nós. Começa nas coisas comezinhas do que compramos, como processamos os desperdícios, as embalagens. Talvez não saibam que o consumo de carne animal é uma da coisas que mais afeta e exaure os recursos do planeta. E só quando a tragédia nos bata à porta é que acordamos para o terrível pesadelo. Quantos dias vai durar? Talvez poucos porque outras notícias de impacto irão substituir esta tragédia que estamos a viver e lá continuaremos a nossa vida como de costume. Esta pequenez humana há-de-nos condenar a todos. Raça humana sem tino, sem objetivo, apenas pautada pela ganância e poder. Um dia acordaremos para a terrível realidade, mas talvez já seja demasiado tarde. No entretanto, vidas continuaram a perder-se. Humanas e animais que, nesta matéria não faço distinções. E a natureza de que tanto dependemos para sobreviver. Quando será que encaramos este problema de frente sem medos ou receios?

Intimidades reflexivas - 1017

"Amo-a como ao poente ou ao luar, com o desejo de que o momento fique, mas sem que seja meu nele mais que a sensação de tê-lo." - Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Vol.I. Fernando Pessoa (1888-1935)

Sunday, June 18, 2017

Tudo bem!...

Quando cheguei ao abrigo vi que ainda havia alguma comida, sinal de que ninguém a roubou. (Ver foto). Logo a gata fez a sua aparição. Veio comer desalmadamente, talvez devido ao seu avançado estado de gravidez. Tudo até não querer mais. O siamês também apareceu mas manteve-se à distância. Não sei se é gato ou gata. Mas é mais um infeliz que ali vem comer. Só lá vai depois da gata se saciar. Ela afugenta-o. E ele parece ser muito receoso. Por hoje, a gata já tem uma refeição. O outro gato talvez lá vá de seguida. O cão não apareceu.

Saturday, June 17, 2017

Roubada?...

Quando cheguei ao abrigo não existia nada. (Ver foto). Talvez roubada? Não sei. A disposição das taças também pode indicar que são os animais a comer. Logo a gata fez a sua aparição. Está visivelmente grávida em avançado estado de gravidez. Talvez não fosse a melhor altura para a capturar deixando-a primeiro ter os filhotes. Abasteci as taças e ela, que estava esfomeada, continuava a comer como se nada fosse. Comeu tudo o que quis durante ainda muito tempo. Só de lá saí quando ela foi embora. Ela pelo menos, tem uma refeição de que tanto precisa nesta altura.

Friday, June 16, 2017

Parabéns, portugueses

Hoje foi declarada a saída de Portugal do procedimento de défice excessivo. Só hoje? É verdade! Todo este tempo, os tecnocratas ultraliberais comandados por Wolfgang Schäuble, não queriam acreditar no que viam. Eles que tanto humilharam o nosso país, Eles que tudo fizeram para que o atual governo não durasse muito. Eles que tanto diziam que as coisas não iam correr bem. Eles que ameaçavam com a possibilidade do novo resgate. Sim, esses mesmos que tudo fizeram para o país continuar no mesmo rumo para o abismo, são agora aqueles que tecem os mais rasgados elogios. Porque a realidade é o que é e não se pode negar. Porque só o fim da caminhada de terra queimada levou a uma inversão de política. Logo à reversão de algumas decisões tomadas pelo anterior executivo. Porque o caminho a fazer estava errado. E quando estes senhores dizem que o plano de recuperação aplicado a Portugal foi um sucesso, apenas estão a tentar salvar as suas próprias imagens. Porque essas pessoas representam o fracasso, a ruína, a miséria dum povo. Essa gente está, e estava, errada. Não o querem admitir. Claro. Esta experiência política em Portugal é perigosa e desalinhada com estes ultraliberais. O seu sucesso é perigoso, mas não têm como esconder. Aquelas recomendações que deixam - sempre o fazem - apenas serve para incrementar o seu mal estar, o seu falhanço. Portugal traçou um novo caminho. Caminho temerário em que poucos acreditavam. Obra do Professor Centeno que aqui saúdo. (Mas também dos portugueses que sofreram na pele o desvario dum tempo velho). Ele estava certo. O mundo à volta estava errado. Portugal hoje está de parabéns, mas esta hora de felicidade para o nosso país, representa um travo amargo na boca de muitos que, dentro e fora, acenavam com o diabo. Mas o diabo não veio. O diabo até já está farto deles também. Este dia é muito importante porque pela primeira vez um pequeno país do sul enfrentou os poderosos do norte. Os retrógrados que acham que devem reduzir tudo à sua volta a cinzas para melhor fortalecerem as suas próprias economias. Quando Portugal pede em Bruxelas autorização para liquidar a dívida o FMI, deixa todos embaraçados. Quem acreditaria há um ano atrás que isso iria acontecer? Afinal sempre havia uma outra via. (Há sempre uma outra via!). Já dela aqui tinha falado durante vários anos. Neste dia muita gente está a pensar o que dizer quando for interpelada. Porque afinal Portugal conseguiu uma das maiores vitórias dos últimos anos e da forma mais improvável. Mas foi assim. Ponto.

Intimidades reflexivas - 1016

"Uma vez tendo amado nunca mais se deixa de amar. Amar e viver são verbos sem pretérito. Não perdemos nunca os que amamos. O amor está para além dessa contabilidade." - Mia Couto

Um vídeo para memória futura

E agora o vídeo que a Paula Maia lá conseguiu registar. Este é um dos amigos do Repinhas. Normalmente aparece com outro que já o acompanha à cerca de dois anos. Mas este é mais um seu camarada. Vê-se que tem coleira e está bem tratado, ao contrário, do meu querido Repinhas. Nunca soube o que era um banho a não ser o da chuva. Aqueles belos olhos que tem, por vezes, destilando alguma agressividade, - que não a tem de todo, é apenas aparente -, já viram muito, já sofreram muito, já devem ter chorado muito. E eu fui testemunha de muitos desses momentos menos alegres. Muitas vezes o deixei de coração apertado. Mas ele sempre me foi reconhecido. Já por diversas vezes, quando calha de me ver na estrada, segue o carro para o local do abrigo. Outras vezes, sou eu que paro e o alimento mesmo ali, esteja onde estiver. O Repinhas é um ser nobre, embora mal tratado, tem resistido às agruras da vida. E só por isso, a sua nobreza é de salientar. Que sejas feliz Repinhas! Nasceste livre, vives livre e, espero, que morras livre. Obrigado Paula por mais este momento. Obrigado pelo que faz por ele e por outros. A grandeza dum ser humano mede-se nestas atitudes. tudo o resto é espuma da vida... (Para ver o vídeo clickar aqui : https://www.facebook.com/paula.maia.71619/videos/1721268017914091/ ).

Estradas da vida diferenciadas

Vejam a similitude do olhar. O da esquerda é o Repinhas, cão que nasceu livre duma família de cães vadios que acompanho vai para 16 anos. O da direita é o meu querido Nicolau, abandonado com cerca de três semanas numa noite de tempestade, de antevéspera para a véspera de Natal. Ambos com 14 anos. Ambos filhos do infortúnio. Mas o olhar diz tudo o resto. O Repinhas tem aquele ar duro de cão habituado a sobreviver em condições adversas, e que condições, meu Deus! O Nicolau teve mais sorte. Veio para nossa casa e o seu olhar é mais distendido, mais calmo, mas pacífico. Afinal, e embora a sua vida inicial não indiciasse nada de bom, acabou por ser tocado pela sorte e não teve que enfrentar as adversidades do outro. Dois seres nobres, um destino comum, que logo se separou em estradas bem diferentes. Mas mesmo assim, dois seres dóceis, dignos do nosso respeito. À Paula Maia que se juntou a nós na ajuda ao que resta desta enorme matilha, mais uma vez, o meu muito obrigado. Bem haja pelo que faz, pela luta que trava, pela ajuda que nos dá. Hoje deu-me uma grande alegria. Obrigado!...

Thursday, June 15, 2017

O reencontro dum velho amigo

Hoje é um daqueles dias para mim! O Repinhas apareceu de novo. Esta foto foi tirada pela minha amiga Paula, à poucos minutos. Ele lá apareceu com o seu amigo, comeu e seguiu o seu caminho. Já não o via há imenso tempo. Estou de coração cheio. Obrigado, Paula Maia por me proporcionar mais este momento de grande alegria.

Tudo vazio!...

Quando cheguei ao abrigo, tudo estava vazio. A gata logo apareceu e quase que não me deixava encher as taças. (Ver foto). Com a confusão esqueci-me de deixar ração de cão. A gata por lá ficou até eu me vir embora. Estava com muita fome. Do Bruno nem sinais. Ela parece que está grávida já com tempo muito adiantado. Talvez por isso anda com uma fome enorme. Já agora, se alguém lá passar agradecia que levasse ração de cão. Obrigado.

Intimidades reflexivas - 1015

"Dizer que se vai amar uma pessoa toda a vida, é como dizer que uma vela continuará a queimar enquanto vivermos." - Liev Tolstói (1828-1910)

Wednesday, June 14, 2017

Intimidades reflexivas - 1014

"Muitas pessoas perdem as pequenas alegrias enquanto aguardam a grande felicidade." - Pearl Buck (1892-1973)

Tuesday, June 13, 2017

Intimidades reflexivas - 1013

"A vantagem de ser inteligente é que podemos fingir que somos imbecis, enquanto o contrário é completamente impossível." - Woody Allen

Monday, June 12, 2017

Noite de Santo António

Aí está a noite do primeiro Santo Popular, - o Santo António -, que apesar de ser celebrado em muitos locais, é em Lisboa onde tem maior expressão e bairrismo. Uma daquelas noites longas com o caldo verde, a broa e a sardinha assada. As tradicionais marchas populares (e a rivalidade e polémica que logo aparecerá) face ao vencedor. Mas é assim, nessa essência popular mais profunda, da tradição dum povo, arreigada em séculos de celebração. É com este espírito que desejo a todos os meus amigos, onde o Santo António é celebrado, - especialmente aos meus amigos de Lisboa -, uma festa com muita alegria e são convívio. Viva o Santo António!

Sunday, June 11, 2017

Turner um mestre da luz

Sempre me fascinou a pintura dos finais do século XVIII. Onde se encaixam nomes famosos como os de Turner, Monet ou Whistler, entre outros. Uma das marcas desse período é um certo misticismo na tela onde, para além do objeto, era a cor, a luz, o que mais importava. Daí este período ser considerado impressionista. Mas de todos eles, Turner sempre teve um impacto sobre mim que nunca soube explicar. É o pintor dos círculos que se vão apertando até à luz redentora que faz emergir da sombra e seus contrastes, toda uma realidade. São célebres os quadros que pintou sobre o incêndio do parlamento britânico. A bordo dum barco no rio Tamisa, Turner pintou dezasseis telas sobre a evolução do incêndio no edifício. Era uma técnica que usava amiúde. Pintar várias telas em simultâneo, captando assim a evolução da luz sobre um determinado objeto. Turner está para a Grã-Bretanha, tal qual. Monet está para França. São figuras maiores duma certa forma de arte que a elevaram a um patamar até então nunca atingido. Turner era oriundo duma condição modesta. O seu pai era barbeiro. Mas cedo mostrou inclinação para o desenho. Aos 15 anos já trabalhava para um arquiteto. Aos dezassete começaria uma vertiginosa carreira na senda do que é hoje a sua tão prestigiada, quanto reconhecida, obra. Turner que nasceu 1775 em Convent Garden, viria a falecer em 1851 em Cheyne Walk, também em Londres. Foi um dos grandes mestres do impressionismo. Figura que ainda hoje continua a exercer sobre mim uma atração que tenho dificuldade em compreender quanto mais explicar. Existem no mercado português algumas obras sobre a vida e obra deste grande artista que aconselho a todos os que querem aprofundar esta temática.

Tudo normal!...

Quando cheguei ao abrigo, ainda havia comida. Alguma espalhada no chão, mas fruto dos animais que por ali passaram, com certeza. (Ver foto). Abasteci as taças como de costume, água fresca porque a que existia estava suja. Logo a gata fez a sua aparição. Primeiro timidamente. Quando percebeu que eu estava sozinho, veio brincar enquanto eu abastecia as taças. Depois foi comer. Sempre atenta não fosse alguém aparecer por lá. Mas estava a comer com satisfação e assim ficou porque quando vim embora ainda ela lá continuava a acabar a refeição. Do cão nem sinais. Continuo a não saber nada dele vai para um par de semanas. Espero que esteja bem.

Saturday, June 10, 2017

Hoje foi diferente!...

Quando cheguei ao abrigo, encontrei lá o Bruno. Estava com uma armadilha para capturar a gata. Até atum lhe levou. Ela não quis. Foi comer a ração de gato e esperou que eu lhe deitasse a comida. Foi comer e só depois do Bruno ir buscar a armadilha é que ela foi comer o atum. Gata muito esperta e inteligente. O siamês também anda por lá, segundo me informou o Bruno, embora já não o veja à muito tempo. Ele também não vem comer quando a gata lá está. Ela escorraça-o e ele parece ser muito assustado. Quando saímos de lá tudo ficou abastecido. (Ver foto). Por hoje, e se ninguém retirar a comida, têm refeição.

10 de Junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Mais um 10 de Junho se celebra, desta vez no Porto. Se esta festa nacional é pouco mais do que um feriado para a maioria dos portugueses intra muros, já para aqueles outros que estão fora da sua pátria, assume um valor bem diferente e profundo. É sabido como coisas comezinhas como um simples jogo de futebol movimenta todo um sentimento pátrio junto daqueles que vivem longe do seu país, que por vezes não temos, quando estamos na nossa pátria. Nunca fui emigrante, mas conheci, e conheço muitos emigrantes, e a todos eles é transversal este sentimento. Os portugueses da diáspora vivem este dia com uma intensidade bem diferente daquela que sentimos entre nós. Ainda vivi um pouco deste sentimento, quando há um par de anos, estudava fora do país. E não vivia lá, como tantos outros. Ia por pequenos períodos, e mesmo assim, esse sentimento das coisas pátrias batia duma forma bem diferente. Se para muitos é mais um dia igual a tantos outros, para tantos outros é, provavelmente, o dia do seu maior orgulho junto das comunidades em que estão inseridos. Não sou muito destas questões nacionalistas, mas não posso negar o impacto que cerimónias destas têm junto das populações. Estas comemorações irão estender-se, este ano, ao Brasil. E aí será uma boa altura para se ver como o sentimento pátrio de muitos que daqui saíram à longo tempo, os faz sentir mais próximos dos seus valores pátrios. É com este espírito de união da diáspora que devemos partir para estas comemorações. Bem longe dos discursos oficiais e de circunstância, dos desfiles ou da presença mais próxima dum Presidente da República, já de si, um homem muito próximos das populações. E assim, celebremos o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, um três em um, de profundo significado simbólico.

Friday, June 09, 2017

Dedução - Vladimir Maiakóvski

Dedução

Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

Vladimir Maiakóvski

Thursday, June 08, 2017

Intimidades reflexivas - 1012

"Não é difícil morrer nesta vida: Viver é muito mais difícil." - Vladimir Maiakóvski (1893-1930)

Wednesday, June 07, 2017

Intimidades reflexivas - 1011

"O amor recíproco entre quem aprende e quem ensina é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento." - Erasmo de Roterdão (1466-1536)

Tuesday, June 06, 2017

Intimidades reflexivas - 1010

“Você tem que pensar nas coisas grandes enquanto faz as pequenas, pois assim estas irão conduzi-lo à direcção certa.” - Alvin Toffler (1928-2016)

Monday, June 05, 2017

Intimidades reflexivas - 1009

"Se fracassar, ao menos que fracasse ousando grandes feitos, de modo que a sua postura não seja nunca a dessas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota." - Theodore Roosevelt (1882-1945)

Sunday, June 04, 2017

Intimidades reflexivas - 1008

"Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra." - Barack Obama

Alguém por lá passou!...

Quando cheguei ao abrigo vi que não havia ração de cão nem paté. Apenas a ração de gato existia, bem como, outra comida que por lá deixo. Aparentemente ninguém a retirou de lá. Contudo, alguém lá esteve. Como se pode ver pela foto, o aviso que lá deixei ontem não estava lá, ou melhor, estava colocado debaixo dos panos que estão por cima do abrigo. (Ver foto). Voltei a colocá-lo na mesma posição. Do cão e da gata nem rasto. Não sei se o Bruno já capturou a gata porque ela não tem aparecido o que não deixa de ser estranho. Ela normalmente esperava-me e logo vinha comer. Oxalá que apareça e o cão também porque lá deixei muita comida.

Saturday, June 03, 2017

Intimidades reflexivas - 1007

"Um bom jornal é uma nação falando consigo mesma." - Arthur Miller (1915-2005)

Normal? Talvez!...

Não sei se estava tudo normal no abrigo. Ontem a Paula passou por lá e poderá confirmar o que encontrei. (Ver foto). Ainda havia ração de gato. De cão não havia nada. Abasteci as taças como é usual, deixei água fresca também. O aviso que a Paula me pediu para deixar lá, também ficou. Aproveito para mostrar uma foto duma pessoa que poderá ser a que rouba a comida. A foto foi tirada a considerável distância e não dá para ver bem. Não é ninguém que conheça. Talvez o Bruno possa dar aqui uma ajuda. Por agora, as coisas vão resistindo. Ainda bem. Do cão e da gata nem sinais. Vêem mais tarde com certeza.

Tempo de Santos Populares

Como é tradição na minha casa, no início do mês de Junho faz-se sempre a cascata São Joanina que dura até ao fim do mês com os festejos a São Pedro. Este ano a tradição cumpriu-se de novo. Não com aquela opulência da minha meninice, quando o meu avô e padrinho ia comigo buscar os ramos de carvalho para construir a grande cascata, com ruas e lagos a preceito, como só ele gostava e sabia fazer. Hoje mais modesta, mas não menos simbólica, ela aqui está de novo. Todos os bonecos que aqui vêm, com exceção de dois ou três, têm 60 ou mais anos. Quando aqui vos falei há dias das festas em honra de Nossa Senhora da Hora e que lá me compravam os 'santinhos', como então se dizia, pois era destes que estava a falar. Acompanham-me desde que praticamente nasci. Alguns já eram do tempo de minha mãe. Um coletar de memórias que fui guardando ao longo duma vida. A banda de música já não está completa. A procissão também não. Todos acusam o desgaste do tempo, mas mesmo assim, ainda aí estão para cumprir a sua missão. A tradição cumpriu-se mais um ano. E de novo as memórias duma infância muito feliz vieram ao de cima. Porque é nessa tenra idade que se forjam os princípios que transportamos numa vida. Estes também são alguns deles. Aqui vos deixo essas memórias que me são muito gratas.

Voltei! (Será que isso interessa a alguém?...)

Voltei! (Será que isso interessa a alguém?...) Passaram dois dias sem que tivesse vindo a este espaço por motivos profissionais. Aproveitei a brincadeira que pus em marcha durante o mês passado porque sabia que não poderia aqui estar durante este tempo. Mas foi importante que tal acontecesse. Porque é nestas situações que se vêm os verdadeiros amigos, sejam eles virtuais ou não. Durante estes dias, senti sempre por perto um grupo de meia dúzia de amigos, - aqueles que o são de facto -, face a tantos outros, aqueles a quem colocamos umas aspas para os definirmos. Pessoas que me contactaram por mensagem privada a perguntar o que se passava. Não percebendo se era uma brincadeira ou não, logo ficaram incomodados com a ausência. Ao fim e ao cabo, aqueles que nunca me pediram nada, e que apenas a amizade ou algum interesse que esta página lhes possa merecer, os tornaram seguidores do que publico. E aqui quero salientar uma pessoa que muito aprecio que me contactou para saber se existia algum problema comigo, colocando a saúde logo à cabeça. Foi a primeira que o fez, - e logo por via telefónica -, mal se apercebeu da ausência. (Não me espanta que o fizesse. É uma pessoa muito íntegra e profissional que sempre soube estar ao meu lado nos bons e, sobretudo, nos momentos menos bons. Tenho uma dívida de gratidão que nunca lhe pagarei. O seu nome? Pouco importa, porque pessoas assim não querem publicidade. São demasiado grandes para se deixarem embalar por isso). Mas voltemos à questão. O que mais curiosidade ainda teve para mim, foi que, a par desta meia dúzia de contactos nacionais, tive uma mão cheia de mensagens oriundas do estrangeiro. Parece que por lá foi mais notada a minha ausência. Amigos virtuais alguns deles, - outros não -, que valem mais do que alguns que são bem reais. Talvez seja uma questão de educação! Talvez. Seja como for, esta ausência forçada da minha parte deu para uma leitura bem clara do que representamos em espaços destes. Não que tivesse ilusões quanto a isso, mas confesso que me admirou a ausência de pessoas que julgava terem um outro perfil. Assim, - e não tomem isto como uma vingança -, poderão vir a assistir a uma limpeza do meu leque de amigos. Só por uma vez o fiz e a uma única pessoa em todos estes anos que por aqui ando. Mas 'amigos' destes (com aspas pois então) não interessam a ninguém. Mais vale poucos e bons. E este acontecimento mostrou à evidência que esses poucos são afinal muitos e bons. Pessoas com quem se pode contar num momento mais complicado. A esses estou agradecido. Aos outros, apenas a indiferença parece ser o sentimento mais ajustado. Um bom fim de semana aos primeiros. aos outros, é-me completamente indiferente.

Friday, June 02, 2017

Intimidades reflexivas - 1006

"Aprende a governar-te a ti mesmo antes de pretenderes governar os outros." - Sólon (640 a.C.-558 a.C.)

Thursday, June 01, 2017

Intimidades reflexivas - 1005

"Você não precisa se tornar famoso. Você só precisa fazer com que seus pais tenham orgulho de você." - Meryl Streep