Turma Formadores Certform 66

Saturday, December 31, 2016

Feliz Ano Novo 2017

Mais um ano que se acaba com o habitual cortejo de grandezas e misérias. Tentamos sempre valorizar o bom e esquecer o mau, quanto mais não seja para ludibriar a nossa frágil condição humana. E com 2016 quase a findar, não se fez exceção. Um ano marcado, sobretudo, pela perda de gente importante, que a minha geração venerou, no campo das artes, especialmente, da música. Cohen, Bowie, Prince, Michael, nomes grandes que fizeram sonhar e divertir uma geração. Um ano terrível para gente que transportou o facho da ilusão, onde tudo era possível, tudo estava ao alcance da mão. No cinema as coisas não andaram melhor, e há dias desapareceu um grande nome de Hollywood, Carrie Fisher, a princesa Leia de 'Star Wars', - essa saga formidável que começou lá nos idos anos 70 do século passado - que embalou a minha geração e não só. E a sua mãe Debbie Reynolds uma outra diva dum outro tempo, famosa pelo filme 'Singing in the Rain' contacenando com Gene Kelly. (Um filme que não é da minha geração mas que me habituei a admirar). Um ano triste para as artes sem dúvida. Mas todos os anos têm coisas boas e más, gente famosa que desaparece, tal como outra menos conhecida, que nestas coisas a morte é muito democrática e definitiva. Seja como for, mais um ano termina. Com grandezas para uns, misérias para outros e um mix das duas para muitos. Esta é a saga dum tempo que o calendário impõe e que tentamos adocicar com festas com mais ou menos glamour, esquecendo o que se passou, e perspetivando o que virá a seguir. Também aqui, estaremos perante um 'déjà vu' porque estas coisas são repetitivas. Mas lá nos apresentamos dentro de algumas horas, com a alegria, - sincera ou maquilhada -, para celebrar a saída de 2016 e a entrada de 2017. Sempre com a expectativa de que seja diferente o que chega, se possível para melhor. E assim, continuaremos neste cortejo de ilusão que dura apenas um par de horas para que tudo regresse ao habitual e costumeiro. Mesmo assim, e como é da praxe, aqui quero deixar os meus votos dum Feliz Ano Novo de 2017 a todos vós!

Voltou a atacar!...

Como já era esperado, o 'nosso ladrão' voltou a atacar. (Ver foto). Tudo desapareceu, até a muita ração que lá deixei ontem, foi toda. Inacreditável o comportamento desta criatura. Penso que segue estas mensagens, - que aliás lhe são dedicados -, e vai comportando-se em função disso. Seja como for nada ficou. Pedia uma vez mais, ao meu amigo Bruno Alves Ferreira que, caso possa, lá passe para deixar alguma ração porque hoje não levei visto lá ter deixado ontem bastante. Seja como for, parece que as tais tréguas natalícias de que vos falei à dias, terminaram. Se o cão e os gatos não se apressarem, provavelmente, nada mais encontrarão para comer. Uma saga que se repete até não sei quando.

Friday, December 30, 2016

Intimidades reflexivas - 866

“As pessoas mais belas com as quais me encontrei são aquelas que conheceram a derrota, conheceram o sofrimento, conheceram a luta, conheceram a perda e encontraram sua forma de sair das profundezas. Estas pessoas têm uma apreciação, uma sensibilidade e uma compreensão da vida que nos enche de compaixão, humildade e uma preocupação amorosa profunda. As pessoas belas não surgem do nada”. - Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004)

Acho que falei apressadamente!...

É mesmo assim. Acho que falei cedo demais e talvez as tréguas de Natal sejam uma pura ilusão com que pretendo enganar-me a mim próprio. Acho que a comida, - nomeadamente a ração e o paté -, voltaram a ser retirados. Porque havia muita ração e não era fácil o cão comê-la toda. (Penso que quem a retira deve ler estas mensagens - que é a minha intenção - e atua consoante aquilo que digo). Mas mesmo assim, fico na dúvida. Mas a restante comida vai permanecendo. Porque não deve interessar, o que faz com que, o cachorro e os gatos, vão tendo algo para comer. Do mal o menos. (Ver foto). Contudo, abasteci os recipientes como é habitual, sem que antes os tenha lavado devidamente. (Já que o 'cavalheiro' leva a comida, pelo menos, poderia lavar os recipientes. Era uma forma de compensação, mas nem isso!) Muita comida lá ficou hoje, veremos o que sucede nos próximos dias.

Thursday, December 29, 2016

Intimidades reflexivas - 865

"Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança." - Ernest Hemingway (1899-1961)

Estou espantado!...

Estou deveras espantado! A comida tem resistido, inclusive, a ração. (Ver foto). Hoje voltou a acontecer. Penso que a pessoa que retira a comida não estará por cá, ou tem medo de aparecer, visto ter notado estes dias, um maior afluxo de visitas. Seja como for isto é uma excelente notícia. A gata lá apareceu, mas muito fugidia. Tal como o filhote, - que não apareceu -, ela anda esquiva. (Coisa que não era usual comigo). Ou porque tentaram apanhá-lha, ou porque anda assustada com qualquer coisa. Cheirou a comida, lambeu e foi logo embora, apressadamente. Não deveria ter fome. Mas também anda desconfiada de algo. Nem tive tempo de lhe tirar uma foto. Quanto ao resto, veremos se estas tréguas natalícias são para continuar ou não.

Wednesday, December 28, 2016

Intimidades reflexivas - 864

"Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente. A maioria das pessoas jamais ouve. São precisos dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar." - Ernest Hemingway (1899-1961)

Em aniversário de João Domingo Bomtempo (1771-1842)

Nascido a 28 de dezembro de 1775 - faz hoje 245 anos - em Lisboa, Domingos Bomtempo viria a tornar-se um dos símbolos da música entre nós. Fundador do Conservatório Nacional onde, aliás, foi professor. Uma referência da música portuguesa na Europa, ao lado de consagrados como Haydn, Mozart ou Beethoven. (A sua 2ª sinfonia, segundo alguns, tem muita similitude com a 'Heróica' de Beethoven). É importante referir que João Domingos Bomtempo foi sempre defensor dos valores portugueses e na sua obra assumem posição de relevo os valores da liberdade individual e da soberania da nação portuguesa. Viria a falecer a 18 de agosto de 1842 com 70 anos de idade. Em dia de homenagem aqui fica a referência a um dos grandes da música e da cultura nacionais.

Tréguas de Natal!...

Parece que estou a viver uma espécie de trégua de Natal. A comida vai resistindo, quer a ração, quer a comida húmida. (Ver foto). Quem agradece são os animais a quem ela é dirigida. Hoje fiquei surpreendido com o que encontrei. O gato logo apareceu mais ficou a distância recomendável à espera que me viesse embora. Ele, certamente, deve ter comido o que quis. Quanto aos outros será melhor que se apressem. Espero não ter falado antecipadamente, como já me aconteceu por diversas vezes. Veremos o que os próximos dias me reservam.

Tuesday, December 27, 2016

Intimidades reflexivas - 863

"Quando me dás a mão, quando te encostas a mim, quando me apertas, não preciso ver-te por dentro." - José Saramago (1922-2010) in 'Memorial do Convento'

Tudo bem!...

Contrariando o habitual, hoje estava tudo bem com a comida do cachorro. Ração ainda havia muita, e da comida húmida ainda era visível alguns resquícios. (Ver foto). Ou o 'nosso ladrão' fez um ato de contrição natalício, ou está de férias na aldeia. Seja como for os beneficiários, cão e gatos, é que estão bem porque a comida lá vai resistindo. Veremos se é para continuar ou não, ou se apenas se tratou de um fogacho inconsequente.

Monday, December 26, 2016

Intimidades reflexivas - 862

"De nada adianta o Cristo nascer mil vezes em Belém se não nascer também no coração dos homens." - V.M. Samael Aun Weor

Estou na dúvida!...

Quando cheguei ao local onde alimento o cachorro e os gatos, fiquei na dúvida. Toda a comida tinha desaparecido, mas poderiam ter sido o cão e os gatos que a comeram. (Ver foto). Como não deixei muita ração ontem, esta ainda lá estava. Hoje deixei mais. Veremos o que acontece. O filhote da gata logo apareceu mas manteve-se à distância até me vir embora. Quando vinha a sair vi um indivíduo por ali a rondar com uma saca de plástico. Ele vinha a sair como eu, mas quando passei por ele, vi pelo retrovisor que ela inverteu a marcha e voltou para trás. Fiquei na dúvida se seria quem rouba a comida. Ainda andei mais um pouco e voltei ao local. Ele vinha de novo a sair, mas a comida ainda lá estava e um dos gatos estava a comer. Quando me vim embora não o vi mais. Não sei que rumo tomou. Seria quem rouba a comida ou não? Não sei. Esta minha dúvida existencial permanece.

Sunday, December 25, 2016

O Natal também fala...

Fala-nos de Paz, da Paz entre os povos e as nações, da paz entre as pessoas e famílias. Paz que só alcançaremos com gestos repetidos de boa vontade, de reconciliação e de paciência. Fala-nos de Amor e de família, amor que se vive em família, que se constrói com gestos de atenção e de ternura, de acolhimento e de entrega, de doação e de renúncia. Fala-nos de Crianças, crianças que são, por si mesmas, uma chamada constante à responsabilidade do nosso exemplo, um desafio permanente ao nosso empenho na construção de um mundo mais humano e mais justo, de oportunidades que sejam semelhantes para todos. Fala-nos de ausências, de solidões, de sofrimentos e de necessidades, que é preciso sentir e minorar, com gestos de aproximação, de compreensão e de misericórdia, de ajuda e de partilha fraternal. Fala-nos de encontros, de festa e de alegria. Da alegria que nasce da simplicidade, da amizade que se dá e se recebe, e de tudo o que se faz pelo bem dos outros. O Natal fala-nos de Deus. De um Deus estranho e imprevisível, despido de glória e de poder, e que nos marca encontro numa criança, símbolo do que é frágil e dependente. O Natal fala-nos... Só falta ouvir o que ele nos diz e agir em consequência todos os dias...

Renovados votos de um Feliz Natal

Espero que continuem a ter um maravilhoso Natal na companhia das pessoas que vos são mais queridas. É com essa expectativa que renovo os meus votos de um Feliz Natal!

Nem no Natal!...

Nem no Natal a comida resiste. O espetáculo quando hoje lá cheguei era este. (Ver foto). A comida tinha desaparecido. E não pensem que foram os animais. Vejam o recipiente da ração - o azul sobre a esquerda da foto - e comparem a posição de ontem e de hoje. Ontem, intencionalmente deixei-o numa posição para ver o que acontecia. E aconteceu. Ele estava remexido mas nenhum animal o colocaria na posição em que hoje o encontrei. Parece que o 'nosso ladrão' não faz trégua, nem mesmo no Natal. Esta é a triste realidade com que me confronto sem nada poder fazer. Ontem não sei se algum dos animais comeu algo. Assim como hoje não sei se algum comerá a que lá deixei. Mas que posso fazer!

Feliz Natal

A todos os meus amigos que me seguem neste espaço quero aqui endereçar os votos dum Feliz Natal.

Saturday, December 24, 2016

Nem no Natal há tréguas!...

A quadra natalícia parece não trazer tréguas para quem retira a comida ao cachorro e aos gatos. Hoje o estado era o que vêem. (Ver foto). Nada existia. Já agora, como leva a comida podia lavar os recipientes que estavam encardidos, porque se não for eu, eles até ganham bichos. Seja como for eles ficaram com comida. Se não for retirada, o cão e os gatos terão que comer. Esperemos que o Natal aclarei as mentes de certas pessoas. Já agora pedia a quem pudesse lá passar para deixar alguma ração. Tinha muito pouca e foi a que deixei. Mas era realmente muito pouca. Obrigado.

Friday, December 23, 2016

A palavra NATAL

A palavra natal vem do latim natale, forma reduzida de natalis dies que significa "dia do nascimento". Por isso, em italiano se diz Natale e em Português NATAL, mas a palavra, nesta forma, não passou para as outras línguas novi- latinas: em castelhano, Navidad; em catalão, Nadal; em francês, Noël, em ladino reto-romanche, Nadal, em romeno, Crăciun (Criação). Isto de certo modo honra-nos, a nós Portugueses, particularmente se soubermos que em grande parte do mundo, a palavra NATAL se usa como em português, nomeadamente nas Américas (Brasil), na África (Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Píncipe, Cabinda, Angola, Moçambique) e no Extremo Oriente (Índia, Indonésia, Macau, Timor) e, quem sabe, talvez em mais alguma parte do globo por onde andaram portugueses. Na Indonésia, onde se fala o malaio, chamado agora "Bahasa Indonesia", Natal diz-se Natal (hari Natal = dia de Natal). Por isso, não nos deixemos inferiorizar pela balela desta crise criada pelos maus políticos. Lembremo-nos que fomos universais (mas não globalizantes) e que muito representámos no mundo e que muito ainda podemos representar, se... se deixarmos de ser paroquianos neste Portugal dos pequeninos. BOM NATAL! EM TODAS AS LÍNGUAS! Fé, Esperança e Caridade!

Intimidades reflexivas - 861

"Amor e desejo são coisas diferentes. Nem tudo o que se ama se deseja e nem tudo o que se deseja se ama." - Miguel de Cervantes (1547-1616)

Thursday, December 22, 2016

O banco solitário

Um banco perdido no silêncio. Um banco perdido na noite dos tempos. Um banco à espera de alguém que substitua quem já partiu. Um banco perdido pode conter muitas estórias que vão para além do nosso imaginário. Este pode ser o banco que nos aguarda a todos no fim da vida, quando já passarmos a ser um estorvo para os mais jovens, que não compreendem que um dia esse banco também será o seu. Silencioso numa qualquer noite gélida dum qualquer inverno da nossa existência. E assim se faz a vida nas voltas e reviravoltas que nos preenchem. Boas Festas para todos!

Intimidades reflexivas - 860

“O pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos.” - Aquilino Ribeiro (1885-1963)



Wednesday, December 21, 2016

Intimidades reflexivas - 859

“Tudo é incerto neste mundo hediondo, mas não o amor de uma mãe.” - James Joyce (1882-1941)



Solstício de inverno 2016 - Primeiro dia de inverno

Este ano o Solstício de Inverno ocorre no dia 21 de Dezembro às 10h 44min. Este instante marca o início do Inverno no Hemisfério Norte, estação mais fria do ano. Neste dia, o sol no plano da eclíptica passará pela declinação mínima (latitude ao equador) de -23° 26′ 4″, atingindo o máximo de fluxo de energia solar (J/m2) no hemisfério sul do planeta. Produz também um dos dias mais curtos do ano no hemisfério norte: apenas 9h e 27min 4s em Lisboa. O dia 21 é igualmente curto até à casa dos segundos. A duração do dia será de: 9h e 8min em Bragança; 9h e 12min no Porto; 9h e 18min em Coimbra; 9h e 21min em Castelo Branco; 9h e 29min em Évora; 9h e 33min em Ponta Delgada; 9h e 37min em Faro; 10h e 0min no Funchal; Esta estação prolonga-se por 88,99 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 20 de Março de 2017 às 10h 29min. Solstícios: pontos da eclíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de afastamento (altura) em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação do Sol atinge extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno. A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol devia estar estacionário, no movimento de afastamento ao equador, ao atingir a sua mais alta ou mais baixa posição no céu.

Intimidades reflexivas - 858

“Quando a razão é capaz de entender o ocorrido, as feridas no coração já são profundas demais.” - Carlos Ruiz Zafón


Tuesday, December 20, 2016

"O Evangelho segundo Lázaro" - Richard Zimler

Se ainda não comprou todas as suas prendas de Natal, e se tem alguém a quem vai ofertar, que goste de um bom livro, pois é para essas pessoas que trago aqui esta obra. Richard Zimler é um americano de origem judaica que há muito habita em Portugal. Foi - ou ainda é - professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É detentor de vasta obra, essencialmente sobre a saga do povo judeu no mundo. Neste livro, ele revisita mais uma vez as suas origens judaicas, num livro que, para muitos críticos, é considerado a sua obra prima até ao momento. "O Evangelho segundo Lázaro" é uma espécie de relato escrito que Lázaro faz ao seu neto, sobre aquilo que foi a sua aventura de vida. 'No Novo Testamento, ficamos a saber que Jesus ressuscitou um amigo próximo de nome Lázaro. Contudo, em parte alguma do Evangelho segundo São João - que contém este episódio -, se menciona como é que ele realizou o milagre ou se teria algum motivo especial para o fazer. Em "O Evangelho segundo Lázaro", Richard Zimler preenche estas e outras lacunas, narrando a história da perspetiva de Lázaro, descrevendo como ele e Jesus se conheceram em crianças, a transcendência da ligação que os une e o momento em que Lázaro acordou no túmulo, desorientado e sem qualquer memória de uma vida após a morte. Porém, só trinta anos depois da crucificação do seu velho amigo, Lázaro começa a entender a extensão do papel que sempre ocupou na vida de Jesus e talvez ainda venha a ocupar. É que a derradeira prenda de Jesus a Lázaro - deixada num dos locais malditos de Jerusalém - parece conter a chave que ajudará Lázaro a concretizar os desígnios de uma Terra Prometida. Deverá ele arriscar tudo e levar a cabo os perigosos planos de Jesus? Com a voz única a que Richard Zimler nos habituou, este romance apaixonante e amplamente documentado, situado no contexto das práticas e tradições judaicas da era de Cristo, irá certamente perturbar alguns leitores e tocar profundamente outros.'  lê-se na sinopse desta obra. Um livro muito interessante sobre uma época em que os conflitos da ocupação romana de Jerusalém era uma evidência, e onde a figura de Jesus foi central. Dentre as inúmeras críticas ao livro, cito aqui (de novo) a que o jornal Público editou: ' Zimler usa a literatura para lembrar as terríveis abominações que levam o ser humano a destruir e humilhar outros seres humanos (...) e para apontar um caminho de redenção, de expiação e de ação jubilatória.' Este não é um livro religioso, mas uma obra pungente sobre um período da História marcado por inúmeras situações e por figuras que atravessaram milénios, e que ainda hoje estão presentes na nossa cultura judaico cristã. Um livro recomendável, e uma excelente prenda nesta época natalícia para quem faz da leitura algo de essencial no seu conhecimento e evolução.

Intimidades reflexivas - 857

“Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim caminhos diferentes. Há quem seja feliz sem coisa nenhuma, enquanto outros são infelizes possuindo tudo.” - Luigi Pirandello (1867-1936)



Monday, December 19, 2016

Uma espécie de mensagem de Natal

E aqui estamos de novo, chegados ao Natal. Época de meditação, mas também de muita hipocrisia. Confesso que o encanto do Natal já o perdi vai para um par de anos, do Natal das luzes mais ou menos exuberantes, das músicas 'à la carte', da comezaina como se não houvesse amanhã, dos presentes por vezes inúteis mas que a sociedade consumista faz parecer essenciais. Deste Natal estou farto. Do outro não. O Natal espiritual, de introspeção, aquele Natal que celebra uma vida nova, frugal e profunda, que cada vez menos se vê por aí. Aqui à uns dias, fiz uma pesquisa num desses motores de busca, para encontrar presépios de Natal. Em grande demanda me meti. Vi luzinhas mais ou menos bonitas, vi árvores de Natal, vi presentes e sei lá mais o quê, e apenas dei com um presépio lá perdido no meio disto tudo. E porquê ser assim? Porque a sociedade esqueceu à muito o Natal e o seu significado, antes substituindo o real simbolismo pelo consumismo exacerbado, que nós, por vezes sem dar por isso, transportamos para dentro de nossas casas. Temos tudo, mas não temos o essencial, não temos o Natal que era nossa intenção celebrar. Quantos de nós pensam nisto? Talvez ninguém ou, seguramente, muito poucos. Quantos de nós aconchegados em casas confortáveis, de mesa farta, nos lembramos dos nossos irmãos que vivem sem teto, sem mesa, sem conforto, sem amor? Quantos de nós, no aconchego da sua concha, se lembra dos animais que estão em sofrimento, ao frio, à chuva e à fome, - enfim, à inclemência dos elementos -, sem que nos retiremos do nosso conforto para os ajudar? Quantos de nós, olha para a natureza com respeito, sem se entediar, logo compensando com mais uma rabanada, ou com uma peça dum pobre animal morto para satisfazer a gula de momento, e assim aliviar a sua pesada consciência? Enfim, quantos celebram verdadeiramente o Natal? É esta a interrogação que me persegue vai para um par de anos. E, confesso, que a resposta a tão profunda questão não é fácil e imediata como se pensa. Meu amigos, este vosso Natal, - o Natal da maioria das pessoas -, não é o meu Natal. Também pensei assim, mas fui-me aprimorando no pensamento ao ponto de já não me rever nessa espécie de festa a que chamais Natal. (Porque se fala tanto de paz e amor agora, quando se esquece deles durante o resto do ano? Porque se pratica a caridadezinha inconsequente e de ocasião, e não se faz a caridade durante os outros dias?) Transformamos uma das épocas maiores do nosso calendário cristão, num ato hipócrita, adulador, bem longe do seu significado. E até para aqueles que acham que o Natal não tem sentido, - gente que pela sua 'cultura' está acima das minudências deste mundo -, porque o celebram? Melhor, porque dizem celebrar uma coisa que negam existir? Logo aparecerão prazenteiros, aqueles que de inteleto fácil, agil e inconsequente, a dizer que é a tradição! Coisa estranha essa a tradição que dá cobertura a tudo até à ignomínia humana. Este definitivamente não é o meu Natal. O Natal que celebro é interior, - abstraindo-me dos ruídos à volta a que o mundo me expõe -, e celebrando bem intimamente o Natal, O meu Natal, aquele que mais se ajusta à frugalidade - e fragilidade -  da criança cujo nascimento celebramos. Bem longe do Natal dos presentes, das luzes a brilhar, da mesa farta. Este é o meu Natal e sê-lo-á para muitas outras pessoas. Poucas necessariamente. Mas certamente aquelas que celebram bem o seu espírito e essência. Bom Natal a todos.

Intimidades reflexivas - 856

“Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem.” - Demócrito (séc. V a.C.)



Sunday, December 18, 2016

O ladrão voltou a atacar!...

Tudo voltou a ser como dantes. O 'nosso' ladrão voltou a atacar. Ontem não tinha ração comigo, por isso, não deixá lá nenhuma. O ladrão que se tem mostrado tão seletivo, e como não tinha ração, acabou por levar o paté e a comida que me oferecem. (Ver foto). Hoje, voltei a esquecer-me de levar ração. E acontecerá o mesmo. Assim, pedida ao meu amigo Bruno Alves Ferreira para que, caso possa, lá ir deixar alguma ração. Assim o ladrão leva a ração e o paté, mas a outra comida fica para que o cão e os gatos tenham alguma coisa para comer. Estes não apareceram para o repasto. Ainda era muito cedo. Noite cerrada e algum frio. Fui mais cedo na expectativa de ver se surpreendia alguém, mas nada. Apenas me resta continuar nesta demanda. Mas confesso, que se está a tornar cada vez mais difícil.

Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal!

Este ano não quero pedir nada novo. Quero pedir coisas existentes, mas que ficaram perdidas com o tempo. 
- Quero pedir então que...
- Devolvas aos homens a fé, para que não se desesperem ante as adversidades.
- Devolvas a esperança, para que olhem sempre para frente, com a cabeça erguida.
 -Devolvas a capacidade de emocionar-se, pois só corações quebrantados são capazes de pensar nos outros.
- Devolvas a inocência, justo na medida certa, para que a bondade possa instalar-se antes da maldade na vida das pessoas.
- Devolvas o olhar puro das crianças para que cresçam e amadureçam no tempo certo.
. Devolvas a humildade, para que as pessoas possam reconhecer que somos todos iguais, só vestidos diferente, mas que isso não muda em nada a matéria da qual fomos formados.
- Devolvas todos os risos possíveis, aqueles que nos fazem esquecer a dor e as decepções.
- Devolvas a fraternidade, para que possamos nos sentir todos como uma imensa família na terra.
- Devolvas, no coração de todas as pessoas, o brilho da estrela cadente e a preciosa mensagem da cruz de Cristo.
- Devolvas a bondade, a ternura, a doçura.
- Devolva também a saúde a todos que necessitem dela...
- Devolva-nos, por favor, a capacidade de perdoar e, sobretudo, esquecer quando nos fizeram mal. - Porque Tu sabes, como eu, que as amarguras que guardamos no coração nos impedem de viver plenamente.
- Devolvas a sabedoria, para que possamos saber escolher os nossos caminhos.
- Devolvas a todos a realidade de que Natal é bem mais que uma festa de tradição.
. Devolvas tudo isso em sementinhas, para que as plantinhas tenham tempo de crescer e criar raízes firmes e que, depois, plantas crescidas, possam dar novas sementes para que sejam plantadas.
Está a pensar que me esqueci de pedir-te que devolvas o amor? Não... é que eu pensei que devolvendo tudo isso acima, o amor já tenha sido devolvido em primeiro lugar!

Saturday, December 17, 2016

Intimidades reflexivas - 855

“Cada sonho que você deixa para trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir.” - Steve Jobs (1955-2011)



No 113º aniversário do meu Avô José

Faria hoje 113 anos. Foi a figura tutelar da minha infância. Meu mentor e guia. Meu educador e conselheiro. Era meu avô materno e padrinho. Chamava-se José tal qual eu. Hoje seria o dia do seu aniversário. Há muito desaparecido da minha convivência, de facto, nunca o chegou a deixar de ser. Porque a sua memória permanece, e enquanto tal se verificar, as pessoas não morrem, apenas se tornam invisíveis. Como já por variegadas vezes aqui afirmei, não era tradição o festejo de aniversários na minha família. Mas havia sempre algo de diferente, mesmo que não quisesse-mos que fosse assim. Na minha meninice lembro-me de questionar porque não se celebrava a data como nas outras famílias. Ouvi muitas vezes a minha avó dizer que não valia apenas porque o Natal estava a chegar e depois se festejava tudo em conjunto. Era a desculpa dada. Mais tarde, vim a perceber que estas datas não ocupavam espaço no nosso calendário familiar. Curiosamente, ainda hoje elas não ocupam espaço na minha casa. Afinal, queiramos ou não, nós somos fruto da educação que tivemos nessa escola primordial que é a família, hoje tão renegada para lugares quase invisíveis. E mesmo que aqui vos traga a recordação, não se trata duma celebração, mas sim, duma memória. Porque este meu avô foi muito importante na minha vida, na educação que me orgulho de ter, daquilo que, ao fim e ao cabo, fui construindo ao longo da minha existência. Passados 113 anos sobre o seu nascimento, e já muitos sobre a sua partida do mundo dos vivos, aqui quero deixar a memória a um grande homem. A alguém que sempre apostou em mim. Acreditou. Lutou. E, ainda antes de partir, viu o resultado do seu esforço duma vida. A ele estou eternamente grato. Há coisas que nunca se pagam no decorrer da nossa existência. Por isso, aqui fica esta memória singela. A mais pura e consequente que posso ter. Pobre face ao muito que dele recebi. Mas sentida e profunda porque ditada pelo que de mais profundo existe em mim. Obrigado, Avô José. Pelo que foste, pelo que fizeste. Pelo amor que espalhaste. Se porventura não consegui, mesmo assim, ser aquilo que querias, foi por culpa minha, com toda a certeza. Mas espero que, apesar de tudo, não te tenha desiludido. Tem um feliz aniversário. Contrariando a tradição familiar, tê-lo-ás sempre grande e respeitoso no meu coração. Lá onde estiveres que estejas em paz!

Votou a acontecer!...

Aconteceu de novo! Toda a comida roubada. Não a que deixei porque não fui lá durante a semana. Mas aquela que outras pessoas lá deixaram. Basta ver como encontrei os recipientes quando lá cheguei. (Ver foto). Confesso que é difícil continuar esta demanda, sabendo que a quem é destinada a comida, raras vezes dela usufruei. Sei que o cão tem por lá andado, porque hoje uma das pessoas que lá trabalha esteve a falar comigo. Contudo, ele hoje não apareceu. A gata também não, embora o filhote tenha ficado à distância à espera que viesse embora. Esse, por ventura, ainda deve ter usufruído da comida. Os outros não sei bem se dela tirarão algum proveito.

Friday, December 16, 2016

Intimidades reflexivas - 854

"Os cabelos brancos são arquivos do passado." - Edgar Allan Poe (1809-1849)

Intimidades reflexivas - 853

Uma foto pungente. A verdade inconveniente que todos pretendemos ignorar...

NATAL
Vi um letreiro escrito com letra garrafal
Onde se lia “Dezembro, já chegou o natal” 
Saí a pesquisar o que seria o natal?
Vi os pés de um menino nus e frios no chão
Ouvi uivos famintos de um magricela animal
Vi um mendigo na rua que dormia no chão
Passava por ele um magnata que não tinha coração
A rua era longa e gélida a solidão.
Seria isso o Natal?
Ou apenas ilusão?
Vi a face de um idoso ressequida e engelhada 
As mãos roídas do frio com que pegou na enxada
Vi um recém-nascido que um seio seco sugava.
Vi a pobreza de espírito que na rua se passeava
Pobres de bolso cheio e a alma cheia de nada
Vi mulher angelical…
Pura e virgem donzela 
Vi mulher fera e fatal.
Vendendo o corpo na rua como se fosse normal
Vi mulher maltratada 
Doença miséria e mal
Pessoas semeando maldade de uma forma abismal
Seria isso o natal?
Vi montras coloridas enfeitadas de ambição
Ruas decoradas com mísera decoração. 
Seria isso o natal?
Vi pessoas cabisbaixas da vida desiludidas
Buracos e silêncios em mentes deprimidas
Seria isso o natal?
Vidas cheias de apatia…
Ausência de simpatia
Enevoado olhar
Vi lágrimas no canto dos olhos…
Como gotas a escorregar
Tremeram-me as entranhas…
Com tamanho desencanto
Coisas e loisas estranhas…
Que eu disse para mim!
Se, isto é, o natal…
Não quero natal nenhum!
Quero um dia normal
Um dia simples e comum.
M.C.M. (São Marques)

Thursday, December 15, 2016

Intimidades reflexivas - 852

"A vida é breve, a arte vasta, a ocasião instantânea, a experiência incerta, o juízo difícil." - Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.)

Wednesday, December 14, 2016

Intimidades reflexivas - 851

"Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes." - Emily Dickinson (1830-1886)

Tuesday, December 13, 2016

Hoje foi Natal antecipado

'Natal é quando um homem quiser' diz o poeta. E assim é. Hoje na minha casa foi Natal. Um Natal antecipado para retirar a carga do verdadeiro Natal que vem assumindo para mim algo de muito desagradável. Porque à medida que a data se aproxima, as memórias vão-se instalando com mais intensidade. O Natal dos presentes, das luzes coloridas, dos enfeites, da mesa farta, já há muito que são para mim coisas descartáveis. A dor dos ausentes é intensa. O vazio uma realidade. Por isso, hoje aconteceu Natal. Aqui na minha casa. Enquanto essa dor ainda é suportável. Neste tempo que se pretende de paz, - embora de paz deveria ser todo o tempo do mundo -, é nesta época que tal é pelo menos mais falada. A paz que não tenho, neste espírito inquieto que me ocupa. Por tudo isto, hoje foi Natal. Porque, como diz o poeta, 'Natal é quando um homem quiser'. E hoje quisemos que acontecesse Natal.

Monday, December 12, 2016

Intimidades reflexivas - 850

AEDH DESEJA OS TECIDOS DOS CÉUS

Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos.

William Butler Yeats (1865-1939)

Sunday, December 11, 2016

Intimidades reflexivas - 849

"Sentia que 'podia'. Fora feita para "libertar". "Libertar" era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores." - Clarice Lispector (1920-1977)

Nada de novo!...

Pareceu-me que hoje tu estava normal. ainda havia muita comida, o que significa que ninguém a retirou. (Ver foto). O cão não veio, nem a gata, apenas o gato júnior apareceu mas só para lá foi depois de me vir embora. Tudo me pareceu normal neste dia. Veremos se é para continuar.

Saturday, December 10, 2016

intimidades reflexivas - 848

"Cada um de nós é dois, e quando duas pessoas se encontram, se aproximam, se ligam, é raro que as quatro possam estar de acordo." - Fernando Pessoa (1888-1935), por Bernardo Soares in 'O rio da posse'.

Celebrando o dia dos Direitos Humanos / Honoring Human Rights Day

Neste dia em 1948, a ONU adotou a carta universal dos Direitos Humanos que se aplica a todos nós. Honramos este marco para a criação dum mundo mais livre e igual.
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On this day in 1948, the United Nations adopted a universal set of human rights that apply to all of us. We honor this milestone towards creating a more free and equal world.

Margarida Fernandes de novo objeto de atenção mediática

De novo a Margarida Fernandes voltou às páginas dos jornais. Desta feita do Jornal Público. Já aqui, e por diversas vezes, tenho feito referência a esta senhora de coração grande que tem sido um anjo da guarda para muitos animais em Bragança. Poderá não ser popular entre as suas gentes, mas é certamente, muito admirada por todos aqueles que resgata ao sofrimento duma vida. A Margarida é uma grande mulher, que tenho o privilégio de contar entre os meus amigos, vai para um par de anos. E isso honra-me muito. Sei bem o que é ser defensor e protetor de animais, num mundo em que estes são totalmente descartáveis. Por isso, admiro muito o trabalho que esta mulher desenvolve. Como dizia Vitor Hugo: 'quanto mais vejo os homens mais gosto dos animais'. Ela como eu, vemos mais nestes seres desprotegidos do que nos humanos que os condenam a uma vida de sofrimento e morte. Daí a referência. A Margarida, é uma pessoa excecional que merece todo o respeito. Não tivesse ela o nome da minha avó materna, mulher determinada tal qual esta, da distante Bragança. Força Margarida. Pode haver quem a deprecie, mas também há quem a admire e muito. Eu estou neste segundo lote de alma e coração. Bem haja.

Outra vez!...

Voltou a acontecer de novo. A ração e o paté tinham desaparecido na totalidade. A outra comida que me oferecem vai ficando. Esta, definitivamente, não interessa ao 'nosso ladrão'. Logo que lá coloquei a comida a gata fez a sua habitual aparição. (Ver foto). Estava a comer muito satisfeita, mas logo ficou alerta, tal como eu, porque ouviam-se vozes não muito longe dali. Dei uma volta e não vi nada. Talvez cerca de um ou dois minutos depois, apareceu uma carrinha Renault com dois indivíduos dentro. Talvez tenham ficado surpreendidos por me verem ali, visto ter o meu carro num local menos visível. De imediato apagou as luzes, fez manobra de inversão e estacionou um pouco mais à frente. Ninguém saiu da carrinha. Ainda lá fiquei mais algum tempo e nada. A gata entretanto tinha fugido com medo destas novas pessoas que apareceram. Vim embora e eles lá ficaram. Não sei quem eram, nem ao que vinham. Não lhes vi o rosto. Não sei se eram os mesmo que roubam a comida ou não. Seja como for, nestes últimos dias, têm havido algumas aparições no local que não eram habituais à hora que lá vou. Veremos o que sucede nos próximos dias.

Friday, December 09, 2016

Intimidades reflexivas - 847

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." - Fernando Pessoa (1888-1935)

Sempre igual!...

Como de costume a ração e o paté tinham desaparecido. O 'nosso ladrão' deve ter vindo atrás, depois de ontem eu ter vindo embora, para recolher o resto. Apenas a comida que me dão vai ficando. Não lhe deve interessar. Mas do mal o menor. Assim, quer o cão, quer os gatos, têm sempre algo para comer. E assim é, porque logo que chego a gata faz a sua aparição. (Ver foto). O filhote devia estar escondido à espera que eu viesse embora, porque não o vi. O cão também não apareceu. Espero que não demore, caso contrário, já nada encontrará.

Thursday, December 08, 2016

Intimidades reflexivas - 846

“Estou seguindo a natureza sem contudo conseguir capturá-la, talvez eu deva me tornar um pintor de flores.” - Claude Monet (1840-1926)

Quase!...

Hoje fui a hora diferente. Mais esconsa. A noite ainda cobria tudo em redor. Quando chego ao local, e pela primeira vez, vi um vulto a fugir. Homem com estatura similar à minha. Não lhe vi o rosto, mas pela pressa com que correu, e pela agilidade que demonstrou a entrar no mato, deveria ainda ser jovem. Não sei se era o 'nosso ladrão', mas seja como for, não estaria ali pelas melhores razões. O local é ermo, e passa por lá alguma fauna pouco recomendável. Talvez fosse um desses ou talvez não. Olhei para os recipientes. Vazios, o da ração que o meu amigo Bruno Alves Ferreira lá deixa, estava inclinado, como que atirado à pressa, mas ainda tinha comida, embora pouca. (Ver foto). Talvez fosse a pessoa que vi que ali estaria e que o atirou rapidamente quando sentiu a minha presença. O cão não apareceu. Os gatos sim. A gata mais determinada, o gato mais fugidio. Ainda lá fiquei algum tempo. A gata comeu o que quis. O filhote comia apressado, sempre desconfiado. Depois afastou-se e ficou a olhar. Vim-me embora para que ele comesse. Será que estive na iminência de apanhar a criatura que tão mal faz aos animais?