Turma Formadores Certform 66

Saturday, February 29, 2020

Intimidades reflexivas - 1141

"Libertei mil escravos. Podia ter libertado outros mil, se eles soubessem que eram escravos." - Harriet Tubman (1820–1913)

Friday, February 28, 2020

Um quadro perturbador e angustiante

Proponho-vos um quadro que, para mim, é profundamente perturbador e angustiante. Trata-se de 'O Jardim das Delícias Terrenas' de autoria de pintor brabantino Hieronymus Bosch. 'O Jardim das Delícias Terrenas' é um trítico que descreve a história do Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas laterais. Ao centro aparece um Bosch que celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sentimento de culpa. A obra expõe ainda símbolos e atividades sexuais com vividez. Especula-se sobre os seus financiadores, que poderiam ser adeptos do amor livre, já que parece improvável que alguma igreja tradicional a tenha encomendado. Na parte esquerda do trítico vemos o jardim do Éden a ser mostrado por Deus a Adão e Eva. A parte central é onde aparecem os prazeres da carne duma forma explícita e o painel da direita mostra o inferno com pessoas a serem torturadas. A mensagem parece óbvia, a de que quem saiu do paraíso para obter os prazeres carnais acabará no inferno. Toda a composição é perturbadora como inquietante é a obra de Bosch. Confesso que sinto algum arrepio ao olhar para ela. Embora este trítico possa ser uma das visões mais completas do mundo como o conhecemos mesmo nos nossos dias. Não sou um dos maiores admiradores de Bosch o que não significa que lhe retire a importância que é devida ao artista e à sua obra. Curiosamente esta obra faz parte do acerbo do Museu do Prado em Madrid. Coincidência ou não, nunca gostei deste museu. E logo eu que adoro museus e os visito sempre que posso. Mas confesso que nunca me senti confortável neste, apesar das magníficas obras que detém em seu poder. Tudo isto a ajudar a uma visão distanciada deste quadro que aqui quis trazer que é uma obra de referência dos séculos XV e XVI.

Thursday, February 27, 2020

Simples assim!

Não mendigues atenção de quem quer que seja. Não te esforces para compartilhar minutos com quem está mais interessado em coisas que não te incluem ou que não te dizem nada. Não prolongues uma conversa apenas para ter o outro por perto, quando tu perceberes que precisas te esforçar bastante para que o monólogo vire um diálogo. Esqueçe!!! Prefere a tua solidão genuína à pseudo presença de qualquer pessoa. Ainda digo mais: Entende que existem pessoas que gostam dividir a atenção contigo sem que tu precises desprender esforço algum. Aproveita o que te dão de livre e espontânea vontade, sobretudo quando existem interesses ou assuntos em comum. Dispensa o que te dão por força do hábito, por conveniência ou para preencher vazios alheios. Esquece o que não querem te dar. Cada um dá o que pode! E não te culpes ou sintas que estás a ser egoísta, pois a isso se chama Amor Próprio. Tudo tem prazo de validade, por muito bom que tenha sido em tempos... Simples assim!

Wednesday, February 26, 2020

Intimidades reflexivas - 1140

"Os erros são os portais da descoberta." - James Joyce (1882-1941)

Tuesday, February 25, 2020

Intimidades reflexivas - 1139

"Amar alguém quando brilha é fácil. O grande desafio é conseguir iluminar nos seus momentos mais sombrios." - Autor desconhecido

Monday, February 24, 2020

Intimidades reflexivas - 1138

"Há três espécies de mulheres neste mundo: a mulher que se admira, a mulher que se deseja e a mulher que se ama. A beleza, o espírito, a graça, os dotes da alma e do corpo geram a admiração. Certas formas, certo ar voluptuoso, criam o desejo. O que produz o amor, não se sabe; é tudo isto às vezes; é mais do que isto, não é nada disto. Não sei o que é; mas sei que se pode admirar uma mulher sem a desejar, que se pode desejar sem a amar." - Almeida Garrett (1799-1854)

Sunday, February 23, 2020

"Uma História da Bíblia" - John Barton

O livro que proponho para hoje é 'Uma História da Bíblia' de John Barton. Uma história muito interessante que leva a olhar para a Bíblia duma forma completamente diferente daquela que é mais comum desde à muitos séculos. Uma visão que pode ser até perturbadora porque abala alguns dos alicerces que fomos sedimentando ao longo das nossas vidas. Lê-se na sinopse: 'A Bíblia é o livro central da cultura ocidental. Para as duas fés que o consideram sagrado, é a base da sua religião, uma autoridade exclusiva sobre aquilo em que acreditar e sobre como se deve viver a vida. Também para os não crentes tem um estatuto importante: é uma das grandes obras da literatura mundial, que impregna de um modo incomparável a nossa linguagem e o nosso pensamento. Este livro conta a história da Bíblia, explicando como foi construída e como tem sido entendida, desde os seus primórdios remotos até ao presente. John Barton descreve como e quando foram escritas as narrativas, leis, provérbios, profecias, poemas e cartas que compõem a Bíblia, o que sabemos - e o que não sabemos - sobre os seus autores e respetivas intenções, bem como que tipo de relação estes escritos díspares mantêm entre si.' Como se pode ver, muito do que era até agora uma forma mais ou menos consensual para o livro sagrado do Cristianismo acaba por ser posta em causa aqui e ali. Sobre o autor John Barton foi titular da cátedra Oriel and Laing de Interpretação da Sagrada Escritura na Universidade de Oxford entre 1991 e 2014 e desde 1973 é pastor da Igreja Anglicana. Autor de numerosas obras sobre a Bíblia, cocoordenador de The Oxford Bible Commentary e coordenador de The Cambridge Companion to Biblical Interpretation, foi eleito Fellow da British Academy em 2007 e é Corresponding Fellow da Academia Norueguesa de Ciência e Letras. Este é um livro muito interessante que coloca questões que até aqui, a maioria dos crentes deixou passar ao lado, e que agora aparecem com uma outra roupagem e interpretação. Um livro muito interessante para quem conhece a Bíblia, mas também para os outros, que terão curiosidade de a ler depois de passarem por este livro. A edição é do Círculo de Leitores na sua coleção 'Temas & Debates'. Recomendável.

Saturday, February 22, 2020

9 meses volvidos

Mais um mês, e já vão nove, que partiste. Todos os dias penso em ti. Todos os dias falo de ti. Os espaços que eram teus continuam preservados como santuários. Os teus odores parece que ainda fluem no ar. O teu latido forte parece que ainda se escuta no silêncio da casa, no silêncio do coração. Todos vós tivestes a sua homenagem, mas tu, meu velho amigo Nicolau, talvez porque foste o último, tens uma homenagem especial. Eras um ser nobre, imponente, mas amigo. Um companheiro em bons e maus momentos. Por vezes ficavas a olhar, com aquele teu olhar tão terno, sem perceber. Mas sabias que estava triste, ou que estava alegre. E tu eras o espelho disso mesmo nas tuas reações. Jamais te esquecerei, como jamais esquecereis todos os outros que povoaram a minha existência. Sejam eles meus ou não, todos fostes importantes para me tornar um ser melhor. Tu, Nicolau, foste o derradeiro, aquele que encerrou uma página dum livro de memórias de toda uma vida. Por isso, talvez, és o mais recordado. Ao fim destes nove meses, o meu coração continua a transbordar de saudades e de afetos. Lá onde estives, Nicolau, que estejas em paz!

Friday, February 21, 2020

Um pintor controverso

Proponho-vos hoje um quadro dum pintor que foi muito controverso no seu tempo, falo de Caravaggio. O quadro que aqui vos mostro é o seu 'Baco'. Esta não é a sua melhor obra na minha opinião, mas é um quadro que mostra a incomodidade do artista face à época em que viveu. O quadro foi pintado logo depois do pintor assegurar o patrocínio do cardeal Del Monte. E com a irreverência que se lhe conhecia, logo pintou o seu Baco reclinado numa cama na casa do cardeal, coberto com um lençol, com uma taça de vinha na mão, como que a oferece-la a quem o está a observar. Está com aquela pose de deus greco-romano, mas sem atingir o seu esplendor, numa imagem quase ridícula do personagem. Era a maneira jocosa de Caravaggio se dirigir à sociedade do seu tempo. Logo abaixo um cesto com fruta, onde se pode ver alguma dela já apodrecida, dando a ideia da temporalidade das coisas mundanas. Caravaggio foi um pintor muito controverso no seu tempo, e ainda hoje a história reflete muito do seu caráter irreverente. O quadro está exposta na Galeria degli Uffizi em Florença. Como nota de rodapé, digo-vos que esta galeria tem um dos maiores acervos mundiais de pintura feminina renascentista, numa época em que a visibilidade da mulher era quase nula. A maioria das artistas da época eram mulheres cultas mas que estavam confinadas, quase todas, aos conventos. Mas disso, falarei noutra altura. Agora admirem esta obra de Caravaggio e tentem buscar tantas outras que ele nos legou.

Thursday, February 20, 2020

Apetece-me

"Num impulso, tomo-te!
Sorris...
Brinco com os teus lábios, deixando lá a minha sede...
As minhas mãos correm pelo teu corpo como se não houvesse um amanhã.
Não existe parte do teu corpo que não toque..... Exploro-te...
Tentas dizer algo, mas és impedido por um calor que te atravessa o corpo.....brinco contigo....
O desejo em ter-te nem consigo descrever, mas insisto em controlar, pois quero que sintas tudo aquilo que posso fazer por ti.
Um seio toca nos teus lábios....
Tremo....
Beijas...
Acaricias...
Enrolo-me em ti.
Aperto-te...
Apertas-me...
Beijamo-nos...
A tua mão procura-me....e eu nem tento resistir..
Sorris quando me tocas....dizes que me queres....e eu apenas te digo...."calma....espera"
A minha língua navega em ti....
Gemes...
Brinco no teu peito....beijo-o...desejo-o!
"Estás a suar.....isso agrada-me! " - digo
Tentas dizer algo de novo, mas o prazer impede-te....onde apenas ouço palavras lindas que só eu sei decifrar...
As tuas mãos agarram-me as ancas....levantas a cabeça e num acto quase que de desespero dizes " quero-te agora.....agora"...
A tua voz excita-me...
Os meus cabelos tocam no teu sexo....
Gemes de novo.....
Beijo-te...
Suspiras....
Apeteces-me...
Deito-me....e nos olhos entendes perfeitamente o que anseio.
Num instante....tremo....sinto-te de tal forma....numa onda de prazer solto um gemido....
" Deixa-te levar....sente....."
Meu Deus......apeteces-me....
Olho-te....
Quero-te....
Desejo-te....agora!
Completamente loucos, entregamo-nos. Não existem fronteiras...tabus....tudo é permitido!
Completamente loucos....exploramo-nos como se fosse a primeira vez....
Completamente loucos....sentimo-nos....amamos....
.........
.........
Os olhares cruzam-se...
As bocas unem-se...
Os corpos transformam-se num só....
Apeteces-me...."

Wednesday, February 19, 2020

Intimidades reflexivas - 1137

"O epitáfio é a última vaidade do homem."- Axel Oxenstierna (1583-1654)

Tuesday, February 18, 2020

Em torno da questão da eutanásia

Temos vindo a assistir a uma grande polémica em torno da eutanásia. Todos sabemos que se trata dum tema fraturante na sociedade, mas também com muita hipocrisia à mistura. Antes de avançar sobre o tema quero aqui fazer a minha declaração de interesses. Sou cristão, professo o catolicismo, pertenço àquele grupo que se chama de ´praticante' (um eufemismo que só conheço na religião católica) e, apesar disso, sou a favor da eutanásia. Clarificado este postulado vamos então ao que interessa, a eutanásia. Temos todos assistido - sejamos a favor ou contra - a um folclore em torno do tema, em vez duma discussão profunda e séria, de espírito aberto, como deve ser em temas desta monta. Eutanásia deriva da palavra grega 'thanatos' (Θάνατος em carateres gregos) que significa 'morte boa' ou 'morte piedosa'. (Uma nota para aqueles estudantes liceais do meu tempo relembrarem esta língua tão importante da cultura europeia). E penso que é mesmo isso que acontece. No sábado ouvi alguém dizer que 'o desligar a máquina num doente terminal pode ser um ato de amor'. Frase que pode ser controversa mas, se pensarmos bem, pode representar o outro lado do problema que tentamos ignorar. Assisti a uma reportagem na RTP com um doente paraplégico, que está neste estado à mais de cinquenta anos. E ele só pedia para olhar para os casos como o dele, sem retorno possível, assumindo que está a tentar a 'morte assistida' numa clínica Suíça para onde já enviou o seu pedido. Como este nosso compatriota, muitos outros existem cá, - como fora das nossas fronteiras -, a clamar por uma solução. A Igreja Católica aproveitou a onda para se juntar ao folclore, agora e à falta de melhor, vai clamando por um referendo. O padre da minha paróquia não foi exceção. Ontem falou muito sobre o tema, algumas vezes com algumas imprecisões que até não ficam bem a homem de tanta cultura - a menos que dê jeito torcer a verdade dos factos - e lá foi debitando a versão oficial. No final, e porque o conheço bem, fui ter com ele e coloquei-lhe algumas questões. Desde logo a essencial, se para a Igreja Católica o vida humana é uma dádiva divina - já agora porque será só a humana e não todas as formas de existência (?) - então como é que tal poderia ser referendada? Confesso que vi o senhor embaraçado, tentado justificar o injustificável, recorrendo a argumentos inconsistentes que foram desmontados rapidamente. Depois veio o clássico argumento do valor supremo da vida, aqui não me contive e tive que lhe lembrar o que fez a Igreja Católica nos tempos da Inquisição (que até chamavam de 'Santa' (!) ) e que valor a vida tinha para essas pessoas. O argumento era que foi noutros tempos de 'confusão doutrinal'. Se assumiu que nessa época houve 'confusão doutrinal' quem me garante que agora não estaremos a passar pelo mesmo? Depois veio o argumento de que Portugal foi dos primeiros países a abolir a pena de morte e como agora a quer legislar. Só que quando Portugal aboliu a pena de morte, as coisas não foram tão consensuais assim, sendo apodados de radicais os seus defensores - tal como o foram os que aboliram a escravatura - e para isso basta simplesmente ler algumas coisas da época. À falta de argumentos para uma discussão séria, a conversa lá foi esmorecendo com o argumento de ter assuntos para tratar. Fechado este capítulo bem esclarecedor, olhemos para o comum do cidadão. Quando se trouxe a lume esta proposta, logo os mais afoitos vieram dizer que era coisa de esquerdistas, e já agora, radicais para reforçar a nota. Só que enganaram-se. Afinal o PCP é contra - sempre o foi ao longo dos tempos e mantém a sua coerência - o que, à luz destas pessoas, o colocam como um qualquer partido de direita. Quem o diria? Mas desde logo o PSD - partido que reivindica o centro, que embora tendo nos seus estatutos a ideia contrária à eutanásia -, está muito dividido e inclusive o seu líder é favorável. Lá vai o PSD empurrado para a esquerda mais radical, lugar que quer evitar de todo. Agora, é a Dra. Graça Freitas - a Diretora Geral da Saúde - que vem dizer que não se opõe. (Para onde levarão a senhora?) E no meio disto tudo, vemos que a geometria política não funciona, e quem a pretende evocar facilmente cai no ridículo. E mesmo aqueles que querem um referendo só o pedem para adiar a situação. (Há estudos que mostram que se houvesse referendo a vitória do sim aconteceria à mesma). Curiosamente, ou talvez não, quando em 2018 se desenhou o mesmo cenário, ninguém veio pedir o referendo pela simples razão de que se sabiamque não seria aprovado. Passados dois anos a situação é bem diversa. Não pensem que sou um apologista da morte - assistida ou não - uma espécie de cavaleiro do Apocalipse. Mas, tal como na questão do aborto, acho que não tenho o direito de impor a minha vontade a quem sofre imenso e quer libertar-se da situação. Como dizia no passado sábado o paraplégico que falei atrás, 'se quem se opõe estivesse na minha situação não pensaria assim'. Não sou defensor da morte, repito, mas tenho que pensar para além do óbvio. Pensar naqueles que sofrem sem esperança de melhoras e que aguardam a morte como a sua libertação. E não posso impor o meu egoísmo a quem a vida já nada diz. Afinal tal só se aplicará a quem o pedir e estiver consciente disso e com sofrimento que o justifique. E àqueles que temem o chamado 'plano inclinado' penso que devem reformular o seu pensamento. O mesmo foi dito sobre a legislação do aborto e a existir um tal 'plano inclinado' foi no sentido contrário do que esperavam. Penso que é tempo de abrirmos os espíritos e não pensar que só os nossos egoísmos é que são o mote. Há muito mais para além disso. Desde logo a suprema liberdade de escolha do ser dito humano.

Monday, February 17, 2020

Um quadro impressionante

A Ronda Noturna ou A Ronda da Noite (em neerlandês: De Nachtwacht) é uma pintura a óleo sobre tela do pintor holandês Rembrandt, pintada entre 1639 e 1642. A pintura mede 380 cm de altura e 454 cm de largura e mostra a Guarda Cívica de Amsterdão sob comando do capitão Frans Banning Cocq. Geralmente considerada como a 'magnum opus' de Rembrandt, A Ronda Noturna é uma das pinturas mais conhecidas do Barroco. A peça é de propriedade do município de Amsterdão e faz parte da exposição permanente do Rijksmuseum, principal museu especializado em pintura neerlandesa. Pela primeira vez não foram pintados numa tela pessoas oriundas das classes dominantes, mas sim do povo, gente burguesa e soldados, bem longe da requintada sociedade holandesa. Até gente que bebia um pouco de mais como é o caso da figura sobre a esquerda do quadro, com as bochechas e o nariz vermelhos. Ainda sobre a esquerda logo atrás, está a figura duma mulher, a única que aparece nesta tela, que é considerada por muitos, como a mulher de Rembrandt, Saskia van Uylenburgh. À cinta pode ver-se as patas duma galinha que são o símbolo da cidade. O pormenor das mãos é fantástico, parecem que saem do quadro. Veja-se o pormenor na figura central bem como na outra que está ao seu lado, onde parece que a lança que empunha também parece sair em direção a nós. Rembrandt foi muito conhecido pelo pormenor das mãos nas suas telas, bem como, pelo trabalho em torno da luz. Repare-se como a luz parece incidir sobre as duas figuras centrais e esbater-se para trás. É um quadro fascinante onde se pode ver pessoas em ação, como a prepararem-se para uma qualquer revolução. Um quadro que no seu todo está cheio de movimento e dinamismo. Este é um quadro que sempre me impressionou muito, talvez porque foi um dos primeiros que observei com pormenor.

Sunday, February 16, 2020

Um quadro perturbador

'A Ilha dos Mortos' é uma conhecida série de quadros do pintor suíço Arnold Böcklin. Böcklin criou múltiplas versões do mesmo quadro, no qual é representado um remador e uma figura branca sobre um pequeno barco, cruzando uma ampla extensão de água em direção a uma ilha rochosa. O objeto que acompanha as figuras no barco se identificam geralmente como um ataúde, e a figura branca com Caronte, o barqueiro que na mitologia clássica conduzia as almas ao Hades. Este quadro perturbador esteve na sala de reuniões de Hitler e, é por isso conhecido, para além da obra em si. Está exposto na Galeria Nacional em Berlim, Alemanha.

Saturday, February 15, 2020

Uma vida - "Sal e Luz"

"Imagino que todos nós pensemos no dia em que seremos vitimados por aquilo que é o denominador comum e derradeiro da vida: isso a que chamamos morte... Eu penso nisso muitas vezes, penso até no meu funeral, mas não num sentido angustiante. E pergunto a mim mesmo o que gostaria que então fosse dito sobre a minha vida. Aqui fica a resposta: Gostaria que alguém mencionasse aquele dia em que eu tentei pôr a minha vida ao serviço dos outros ou de causas justas; eu tentei ser honesto e caminhar solidariamente com o próximo; eu tentei ajudar com a minha visita o que estava doente e na prisão; eu tentei partilhar do que tinha para aliviar as carências dos pobres; eu tentei respeitar, amar e servir o meu semelhante. Sim, se quiserem dizer alguma coisa, dizem que eu fui arauto: arauto da justiça; arauto do direito e da paz. Todas as outras coisas triviais não têm importância... Só quero deixar atrás uma vida de dedicação e de serviço. É isto tudo o que tenho a dizer: Se eu puder ajudar alguém a seguir adiante, animar alguém com uma mensagem, mostrar a alguém o caminho certo, cumprir o meu dever de cristão, espalhar a Palavra e o Espírito de Jesus, então, a minha vida não terá sido em vão." - Martin Luther King (1929-1968)

Friday, February 14, 2020

Ainda em torno dum amigo que se foi

Confesso que ainda me sinto aturdido com a notícia da morte do meu amigo Artur Teles. Sabia da doença grave que o apoquentava mas estaria longe de pensar num desfecho destes tão rapidamente. E quando temos algo que nos agita desta maneira, é usual pensarmos em laudas ao defunto. Não penso ir por aí. Queria dar aqui um testemunho dum homem que era um excelente profissional, muito conhecedor do seu trabalho, e que teve uma importância muito grande no tempo em que foi meu adjunto no Grupo Vista Alegre. Claro que, como disse no escrito que fiz ontem, nem tudo foram rosas. Nem sempre fomos consensuais no trabalho o que até é importante porque promove leituras diversas da mesma questão e como tal enriquecedoras. Mas quero recordar também o outro lado, o homem que muitas vezes me acompanhou em viagem, sempre com aquela distinção que o caracterizava, nos muitos negócios que fizemos juntos, nos muitos 'fait-divers' porque passamos, porque a vida é feita disto tudo. Assim vou aqui recordar uma situação extrema que vivemos juntos e que nunca esqueci. Tínhamos um voo marcado de Lisboa para o Porto, na então companhia LAR. Um outro colega consegui mudar o voo para um outro avião da TAP que vinha de Frankfurt, para chegarmos mais cedo. Depois de se ter conseguido esse objetivo, fomos para o embarque, mas este nunca mais acontecia, o que era estranho. Era noite cerrada e na madrugada anterior tinha havido um forte temporal. Perante a nossa apreensão, - talvez até arrependidos de mudar o voo -, o Teles sempre bem disposto dizia: 'Nunca mais enchem os depósitos para irmos embora'. Depois de algum tempo, lá conseguimos embarcar. Do lado esquerdo do avião, (onde íamos), havia filas de três lugares. Um outro nosso colega ia à janela, eu no meio e o Teles junto ao corredor. Do outro lado a fila era de dois lugares. Entrou então um casal cheio de flores que ocupou tudo em volta. (Felizmente o avião não ia cheio). Esse casal já vinha desavindo, em discussão constante. À nossa frente vinha um grupo de senhoras alemãs em alegre cavaqueira que só pediam champanhe. O avião fez-se à pista e cerca de dois minutos depois tem uma falha no motor direito. O avião inclinou-se e começou a descer. O pânico a bordo foi total. O marido da senhora que trazia as flores, atirou-se pelo corredor e agarrou-se com toda a força ao braço do Teles. Segundos depois entrou o motor de reserva e tudo se normalizou. O senhor ficou sem jeito a olhar para o Teles e este, com a sua habitual diplomacia, sorriu-lhe sem fazer comentários. (No dia seguinte foi um fartar de rir desta situação). À nossa frente as alemãs já só pediam copos de água. A viagem foi tumultuosa. Apanhamos muitos poços de ar, especialmente na zona de Coimbra, - o que já é habitual -, mas depois do que se tinha passado antes já ninguém estava sossegado. O silêncio a bordo era total. Entretanto chegamos ao Porto e o colega que ia do lado da janela informou-nos que já se via o terminal de combustíveis e tudo estava bem. Mas não estava. O avião fez-se à pista e quase a tocar o solo voltou a subir. A preocupação de todos ia aumentando. O Teles não reagia. Depois de darmos uma volta pela cidade lá voltamos ao aeroporto e desta vez aterramos. Uma aterragem forte e brusca como nunca tinha visto. Quando saímos filas de bombeiros estavam na pista de prevenção. Só no dia seguinte viemos a saber que o avião vinha com problemas por uma notícia que tinha saído nos jornais. O Teles brincava com tudo isso perante o nosso dramatismo. Este era o outro lado do Teles. Uma enorme compostura, uma calma - mesmo que aparente - que impressionava e no fim ainda havia espaço para se trocar uns dichotes. Hoje lembrei-me de muitas coisas que passei em conjunto com o Teles durante os muitos anos que trabalhamos juntos. Esta foi, certamente, a situação mais extrema. Mas por muitas outras estórias passamos. Talvez um dia as traga a lume. Por agora apenas quero homenagear este homem, que passou a ser um amigo até ao fim dos seus dias, e mostrar aquele outro lado que até pode ter passado despercebido mesmo para aqueles que com ele trabalharam. Ele era muito discreto, dum humor muito 'non-sense' ao qual tínhamos que estar atentos. Situações com muitos anos que me lembrei de partilhar. Ao fim e ao cabo, é uma maneira de também eternizar a memória deste amigo que entretanto partiu. Lá onde estiveres, Artur Teles, que estejas em paz!

Thursday, February 13, 2020

Intimidades reflexivas - 1136

"Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos connosco, nunca o encontraremos." - Ralph Waldo Emerson (1803-1882) in 'A Busca do que é Belo'.

Wednesday, February 12, 2020

À memória de um amigo

Soube a meio desta amanhã que o meu amigo Artur Teles tinha morrido. (Não sei se foi hoje ou a algum tempo, nem sequer sei se já foi efetivado o funeral ou não. Quem me transmitiu a notícia também não sabia, e eu tenho dificuldade em saber, afinal o único contacto que tinha era o dele.) Foi uma surpresa, embora relativa. À três anos atrás falei com ele na véspera de Natal - sempre falávamos nesse dia - e vi que ele estava com um cansaço enorme na voz. Não o questionei sobre o assunto e foi ele, no decorrer da conversa, que me disse que estava a padecer dum cancro. Pediu-me segredo porque não queria que ninguém soubesse. Mantive a promessa naturalmente. No ano seguinte falamos de novo e ele pareceu-me mais animado. Disse-me que as coisas estariam a correr melhor e até já conduzia de novo (coisa que ele adorava) e que estava com expectativas positivas para o futuro. No Natal passado, tentei ligar-lhe e ele não atendeu. Depois não me respondeu à chamada e achei estranho. Mandei-lhe uma mensagem e só obtive resposta passados dois dias pela mesma via. Percebi que algo de errado estava a acontecer, mas não quis interferir. Hoje tive esta notícia. Tal como à três anos quando soube da situação, já não fui capaz de fazer a ceia de Natal, hoje estou com o mesmo sentimento. O Artur Teles foi meu adjunto durante muitos anos, no tempo em que ambos trabalhamos no Grupo Vista Alegre. Era um excelente profissional, era o homem que me substituía quando eu estava ausente. Anos mais tarde, já depois de ambos termos abandonado o grupo, voltei a colaborar com ele numa outra empresa. Nem sempre o nosso percurso profissional conjunto foi um mar de rosas. Mas isso acontece sempre com todos nós. Afinal não passam de minudências nestes momentos onde se deve reter essencialmente tudo aquilo que foi bom e positivo. E o Artur Teles foi importante na minha estratégia dentro do Grupo num dos seus momentos conturbados. Hoje aqui estou de peito aberto, com a maior das franquezas, a prestar-lhe esta homenagem à sua memória. Porque ele o merece e aquilo que vivemos em conjunto durante muitos anos não pode ser apagado. À família enlutada quero aqui deixar a minha homenagem. É nestes momentos que sentimos a nossa pequenez, a nossa insignificância face aos desígnios do Universo. Faço votos que onde ele estiver, que esteja em paz!

32 anos depois

Passam hoje 32 anos sobre o desaparecimento do meu Pai, Álvaro. Era um dia solarengo de Fevereiro aquele em que ele partiu. 32 anos pode ser muito tempo segundo a nossa medida temporal, mas é um simples instante perante a memória desse dia. 32 anos passaram e como bem recordo esse dia, das muitas peripécias que então se passaram até ao desenlace fatal. Enquanto essa memória continuar a ocupar a minha mente, as pessoas não morrem. E eu quero continuar a recordar. Quero continuar a manter viva essa memória para que as pessoas não morram. 32 anos depois é como se o tempo se tivesse congelado. As mesmas recordações, as mesmas saudades, os mesmos pensamentos. Lá onde estiveres, meu Pai, que estejas em paz!

Tuesday, February 11, 2020

Momentos notívagos

São cinco e trinta da madrugada e o meu 'jogging' vai começar. Qual andarilho da madrugada, faço-me à estrada a rasgar a noite. No céu nublado a lua tenta romper a neblina sem grande êxito. Ela tão solitária quanto eu. Eu na estrada, ela no espaço. Um daqueles momentos incríveis que podemos testemunhar. O silêncio envolve-nos a ambos. Apenas o nosso próprio ruído nos acompanha. Sempre me fascinou as madrugadas e, sobretudo, o nascer dum novo dia. Um dos espetáculos mais impressionates é ver a luz a empurrar as trevas para bem longe, os outros seres que convivem connosco neste planeta, a começar a sua afadigada tarefa de buscar alimento. Os primeiros chilreios, as primeiras aparições à luz do dia que se vai intensificando. A mutação dos seres notívagos para aqueles que fazem a sua vida à luz do dia. Todos os dias tenho a companhia da lua. Essa amiga e companheira que, tal como eu, vagueia por aí. E é nestas alturas que vemos a verdadeira dimensão que temos face ao infinito. É tempo de introspeção e reflexão que mitiga o trajeto. Este foi mais um dia assim, a juntar a tantos outros. Enquanto tragava quilómetros, de auscultadores a debitarem música para ajudar no esforço, cruzei-me com aqueles belos acordes de Sibelius com o seu 'Amanhecer'. Tal e qual. Ele também deveria ser um paladino das madrugadas como eu.

Intimidades reflexivas - 1135

"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem." - José Saramago (1922-2010)

Monday, February 10, 2020

Intimidades reflexivas - 1134

"O avô de alguém que me é querido dizia de uma pessoa boa: É bom como o pão e ao lado disto que maior elogio se pode fazer? A nossa língua torna-se maravilhosa com palavras como estas. É bom como o pão e lembro-me das mulheres que beijavam o pão duro antes de o deitar fora, da minha avó que se horrorizava ao ver um pão ao contrário: punha-o logo direito a pedir desculpa em silêncio, movendo a boca. Sempre me senti bem nas padarias: o cheiro, o lume, os padeiros enfarinhados que eu achava, acho ainda, serem anjos que se transviaram, de braços cobertos por uma poeira celeste. Tudo neles era branco até as sobrancelhas, as pestanas. O olhar branco também. Os gestos. Não olhos cegos, olhos brancos. E eu à porta a espantar-me. O eco das vozes nos tijolos, dos passos, da lenha no forno. Bom como o pão: ora toma, António. Aprende a escrever à maneira."António Lobo Antunes

Sunday, February 09, 2020

Intimidades reflexivas - 1133

"Se nós somos à imagem e semelhança de Deus, devemos ser poetas à solta: na poesia, na matemática, na física, como na contemplação do mundo. Então temos que pegar na economia, que mete os poetas na prisão do trabalho obrigatório, e criar com ela relações sociais e políticas completamente novas, diferentes das que hoje existem. Acho que é possível chegar a tudo isso, apesar de muitos acontecimentos, de hoje e de sempre, serem pessimistas a esse respeito. Nenhum obstáculo é suficientemente resistente à nossa inteligência, intuição e vontade." - Agostinho da Silva (1906-1994)

Saturday, February 08, 2020

Intimidades reflexivas - 1132

"A mudança é como a maré enchente. Podem construir-se barreiras, mas ela há-de sempre infiltrar-se pelas fendas." - J.M. Coetzee (Nobel da Literatura) in 'A Infância de Jesus'.

Friday, February 07, 2020

Os perigos da ingovernabilidade

Como vem sendo hábito há já um par de anos, e por questões profissionais, analiso o Orçamento de Estado (OE) com algum detalhe, tarefa que estou neste momento a desenvolver. Este OE não deixa de cumprir os mesmo princípios de tantos outros, com medidas mais populares, outras nem tanto; com coisas positivas e outras bastante mais controversas; e até, com  algumas medidas que lá estão simplesmente para serem negociadas com os restantes partidos quando o governo não tem a maioria. Tudo isto é transversal a todos os OE, - seja qual for o partido no poder -, e este não é exceção. Embora este tenha algumas medidas interessantes do ponto de vista social, tentando captar os votos à esquerda, há outras que, por mais populares que possam ser não são simplesmente comportáveis. (A classe média ainda não está muito apoiada neste OE, mas fica a promessa que será no próximo ano. Vamos esperar para ver). Aquela que tem sido uma bandeira na discussão deste OE é o IVA da eletricidade. Todos achamos que o valor é excessivo, todos gostaríamos de pagar menos. Mas interessa saber é se as contas do nosso país comportam ou não a medida. Ontem, o PSD cavalgou a onda mais populista coisa que já nos vamos habituando nos últimos tempos. (Afinal Rio tem que marcar pontos junto dum eleitorado que o marginalizou, mas também tem que marcar pontos junto duma oposição interna que está longe de lhe dar tréguas). Contudo, a atitude de Rui Rio surpreendeu-me. Conheço Rio desde os bancos da faculdade, onde fomos colegas de curso e de ano, e sei que ele é duma honestidade acima de qualquer suspeita. Daí ainda mais a minha surpresa. Todos gostaríamos de pagar menos impostos na conta de eletricidade, mas a situação económica das contas nacionais não o permitem para já. E Rio sabe-o bem. Então desenhou-se um cenário de possível ingovernabilidade o que acarretaria um elevado custo para o país. A economia mundial está a dar sinais de abrandamento - basta ver as notícias que nos entram todos os dias pela porta adentro - onde até a poderosa Alemanha escapou à receção por uma unha negra. (Ainda hoje tenho dúvidas se foi de facto assim ou se alguma cosmética existiu para não dar um sinal negativo ao motor da Europa). Perante um cenário destes a ingovernabilidade seria o pior dos mundos para Portugal. O nosso país tem uma economia muito aberta e dependente do exterior, onde qualquer variação negativa exógena, nos causaria problemas bem difíceis, talvez até piores do que aqueles por que passamos na recente crise. Não sou um fanático do déficit, - embora ache que ter superavit é importante para dar maior credibilidade do país no exterior, e aqui estou em desacordo com Manuela Ferreira Leite -, mas também porque temos um dívida externa excessiva face ao PIB nacional que, embora tendo vindo a ser fortemente abatida, ainda é de um valor considerável. Isso só por si, leva a que as instituições internacionais estejam sempre atentas ao que por cá se passa e à consistência da evolução económica e financeira. Apesar disto, só comecei a ficar mais sossegado quando vi o otimisto de Costa em Bruxelas. Percebi que estavam a decorrer negociações nos bastidores e estas estariam a correr bem. Mais noite dentro, soubesse que o PCP se iria abster e, por conseguinte, anular esta medida. Cumpre aqui dizer que o PCP mostrou uma enorme responsabilidade face à situação, colocando o interesse do país acima dos seus, o que é louvável, depois do castigo que teve nas últimas eleições fruto do apoio que deu ao governo na última legislatura. Perante a irresponsabilidade do BE e o populismo barato do PSD, o PCP teve uma atitude louvável dum verdadeiro sentido de Estado. (E quando Rio vem falar na poupança dos gabinetes ministriais ainda é pior. Porque nunca se conseguiria anular o valor do IVA coisa que qualquer jovem economista sabe sem que para isso tenha que fazer grande contas). O importante é que se tenha afastado o cenário de ingovernabiliadade que já estava a ser olhado de soslaio pelo exterior. E, por agora, parece que tal aconteceu. Esperemos é que de futuro haja mais responsabilidade e menos oportunismo. Não se pode captar votos desta maneira tão básica pondo em causa o todo nacional. E o eleitorado também tem que o compreender.

Thursday, February 06, 2020

Intimidades reflexivas - 1131

"Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente." - Fiódor Dostoiévski (1821-1881)

Wednesday, February 05, 2020

Intimidades reflexivas - 1130

"O riso é a trombeta da loucura." - Axel Oxenstiern (1583-1654)

Tuesday, February 04, 2020

Intimidades reflexivas - 1129

"A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza." - Charles Chaplin (1889-1977)

Monday, February 03, 2020

Intimidades reflexivas - 1128

"O homem sem educação, por mais alto que o coloquem, fica sempre um subalterno." - Ramalho Ortigão (1836-1915)

Sunday, February 02, 2020

Intimidades reflexivas - 1127

"O instinto feminino é o mais próprio para descobrir o lado acessível de certos caracteres azedos e para movê-los sem os magoar." - Júlio Dinis (1839-1871)

Saturday, February 01, 2020

Intimidades reflexivas - 1126

"Ser livre é um imperativo que não passa pela definição de nenhum estatuto. Não é um dote, é um dom." - Miguel Torga (1907-1995) in 'Diário'.