Turma Formadores Certform 66

Sunday, May 31, 2015

Afinal foi rebate falso!...

Ontem deixei a indicação de que talvez a pessoa que vai roubar a comida nos tivesse dado tréguas. Mas também disse que hoje veria se era assim ou não. Pois a resposta aí está e é um rotundo não. Toda a comida voltou a ser roubada e quando lá cheguei nada existia - ver foto anexa - mesmo aquela que o Bruno Alves Ferreira lhe tinha deitado e que ontem reforçou quando ambos lá estivemos no local. (Já agora, pedia uma vez mais, e com o meu pedido de desculpas, ao Bruno para que se tivesse oportunidade lá fosse por alguma comida seca porque já não tinha nenhuma quando lá cheguei). Sabemos que este sujeito está desempregado e talvez com dificuldade de comprar comida para eventuais animais que tenha, derivado da sua situação atual. Assim, e mais uma vez, renovo o apelo de que se é este o caso, nos contacte, a mim ou ao Bruno, que tentaremos ver o que poderemos fazer. Não é solução roubar comida para outros, se for este o caso, e deixar aquele à fome. Não faz sentido e é duma baixeza atroz. Será que não sou totalmente claro nesta nossa intenção face a esta pessoa, ou será que não lê estes apelos, ou simplesmente, o faz por maldade. Nem sempre isto aconteceu e dou de comer a esta matilha (que agora é só um) vai para 14 anos. Só muito recentemente tal começou a verificar-se. Porquê? Com que fundamento? Qual a intenção? É difícil,entender o inexplicável, pelo menos para mim, por mais esforços que faça. Mas tenho que aceitar que o ser dito humano é capaz do melhor e do pior. Este sujeito é capaz do pior, pelo menos, enquanto não soubermos as verdadeiras razões para isso. E isso passa por tentar contactar-nos, coisa que até ao momento, não se verificou. Aguardemos mais algum tempo. Para melhor aferirmos das reais intenções que levam uma pessoa a tomar esta atitude. Já agora, apelo a pessoas que moram nas imediações e que sei que tentam ajudar discretamente neste caso, a estarem atentos a ver se vêm a pessoa em causa a praticar o seu abominável ato. Seria uma grande ajuda para todos nós, e especialmente, para o cachorro que ainda por lá anda, que tanto precisa de todos.

Saturday, May 30, 2015

Parece que temos tido sorte

Hoje encontrei-me no local da matilha com o Bruno Alves Ferreira, como já tinha acontecido na semana transata. Conforme o próprio confirmou, a comida seca que tinha deixado ontem parece que resistiu. Deixei-lhe a comida habitual e o Bruno ainda reforçou a comida seca. (Ver foto anexa). Veremos o que lá encontrarei amanhã, quando lá chegar. Falei com um dos colaboradores duma das empresas sediada no local. Segundo esse funcionário, os recipientes estão sempre vazios. O que confirma algo que já suspeitava. A comida é roubada diariamente e não só ao fim-de-semana. Como já vos disse, este sujeito rouba a comida doutro local onde o Bruno apoia também outros animais. Só que agora, ele conseguiu que uma pessoa da zona fique com a comida. Deita-lha diariamente e se sobra alguma ao fim do dia, ele recolhe-a e no dia seguinte recomeça a operação. É uma boa estratégia, só que neste local onde vou, não é de todo exequível. Esperemos que o bom senso prevaleça. A ver vamos.

Friday, May 29, 2015

Intimidades reflexivas - 299

"Só metade do homem é ele próprio; a outra metade é a sua expressão." - Ralph Waldo Emerson (1844)

Thursday, May 28, 2015

INE: Mais empresas, menos negócio, menos emprego

Mais um artigo do "Economia e Finanças" que julgo com interesse. Um bom tema para refletir sobre a situação atual de Portugal:

"O INE divulgou hoje as estatísticas definitivas sobre as “Empresas em Portugal” em 2013 e escolheu para título do seu destaque à comunicação social “Mais empresas, menos negócios e menos emprego”.

Segundo o INE “Existiam, em 2013, 1 119 447 empresas em Portugal, mais 3,0% que no ano anterior. Ainda assim diminuiu o volume de negócios e o pessoal ao serviço (-1,9% e -0,9%, respetivamente). A redução do volume de negócios e do emprego foi mais significativo nas empresas financeiras (-10,7% e -3,0%, respetivamente) que nas não financeiras (-0,7% e -0,8%). Observou-se ainda um ténue aumento da proporção de empresas de elevado crescimento e do seu peso no VAB total (0,2 p.p. em ambos os casos). O peso das sociedades com perfil exportador continuou a aumentar. “

O INE sublinha que a obrigação imposta em 2013 de se registarem nas finanças todos os agricultores com atividade comercial terá contribuído para um aumento de quase 50 mil empresas em 2013 face a 2012.

Pode encontrar mais detalhes sobre a demografia das empresas na publicação especializada hoje divulgada pelo INE “Empresas em Portugal – 2013“.!"

TSU sobre os recibos verdes de Trabalhadores por Conta de Outrem?

Pela sua relevância publico aqui o artigo inserido na "Economia e Finanças" de hoje. Um tema para analisar e discutir com muita atenção:

"Face à aparente inutilidade de exigir aos contribuintes que passam recibos verdes mas estão isentos de contribuir para a Segurança Social por terem carreira contributiva ativa na sua qualidade de trabalhadores por conta de outrem é legítimo especular sobre qual o intuito de exigir o preenchimento do Anexo SS aquando da declaração anual de IRS (veja o artigo “Se emitiu recibos verdes, mesmo sendo Trabalhador por Conta de Outrem tem de entregar o Anexo SS“).

O resultado do preenchimento do anexo SS pelos trabalhadores por conta de outrem produz informação estatística sem qualquer efeito contributivo, nesta fase é apenas informação que permite determinar o volume de negócios que está isento de Taxa Social única (TSU).

Estará o governo a preparar a cobrança de TSU sobre os recibos verdes de Trabalhadores por Conta de Outrem?

Recorde-se que os Trabalhadores Independentes que não são trabalhadores por conta de outrem (TCO), para serem incluindo no regime geral de Segurança Social (o que se traduz numa obrigação) pagam taxa social única de 29,6% sobre um escalão de rendimento que, em parte, podem escolher. Pode ainda complementar-se esta contribuição com uma TSU de 5% aplicada ao cliente dos trabalhadores independentes cujas receitem dependam fundamentalmente desse cliente único. Os trabalhadores por conta de outrem pagam TSU de 11% à qual acresce a contribuição de 23,75% somando 34,75%.

Eliminar a isenção de pagamento da TSU a trabalhadores por conta de outrem deverá implicar, em princípio, um aumento dos direitos desses trabalhadores (ao nível do valor da pensão a que têm direito e eventualmente de outras prestações sociais), no entanto esse efeito poderá ser marginal ou desinteressante para quem já goza da proteção social associada às suas contribuições mensais regulares. Por outro lado, estando perante uma atividade que é geralmente completar, a sensibilidade destes trabalhadores a um corte de rendimento por via da imposição da TSU pode revelar-se elevada, podendo desencadear uma queda significativa destas atividades. Uma consequência que poderá ser tanto mais gravosa quanto mais elevado o valor da TSU que se lhes aplique.

Estará esta alteração na mente do legislador que resolveu pedir informação a quem está isento de TSU por já a pagar enquanto assalariado? E faz sentido refletir sobre uma alteração dessa isenção? Temas para eventual debate."

Intimidades reflexivas - 298

"Criatividade; processo de aprendizagem em que o professor e o aluno coabitam no mesmo indivíduo." - Arthur Koestler (1964)

Wednesday, May 27, 2015

Intimidades reflexivas - 297

"Deixamos de acreditar em Deus, mas não na nossa imortalidade." - Émile Zola (1886)

Tuesday, May 26, 2015

Intimidades reflexivas - 296

"Uma obra de arte tem que ter sempre um princípio, um meio e um fim." - Aristóteles (385 a.C - 322 a.C.).

Monday, May 25, 2015

E à austeridade segue-se... mais austeridade!

É sabido que não nutro especial admiração pela governação deste país, que o vem minando como um cancro em nome duma cura que mais rapidamente mata do que sara. É sabido que tenho consciência, - até pela minha formação académica na área económica -, da necessidade de se ajustarem algumas coisas que estavam mal no nosso país, sem o que tudo continuaria num marasmo inconsequente. Mas se, até em determinada altura, me pareceu razoável alguns ajustamentos feitos pela denominada "troika", tal veio-se a alterar quando começou a ser percetível que a política que este governo se propunha seguir era de ir para além do memorando assinado, impondo um projeto político ultraliberal não sufragado nas urnas. Era a ideia do "ir para além da 'troika' " nas palavras do primeiro-ministro. A partir daí foi o que se viu. E se ainda estivéssemos melhor, ou se as assimetrias de que falei antes tivessem sido corrigidas, acho que todos compreenderíamos a situação. Mas as últimas palavras da ministra das Finanças veio esclarecer tudo isto. Afinal, à austeridade segue-se mais austeridade, o que implica que, desde logo e após os sacrifícios impostos ao país, afinal os resultados foram escassos, quase nulos até em algumas áreas, e então vá de cortar ainda mais nas pensões e nas reformas. Isto só por si, demonstra o falhanço da política seguida, e mesmo quando se quis ir para além do memorando, o que resultou foi um empobrecimento generalizado das populações, dentro da ideia ultraliberal do governo. Esse era o objetivo. As consequências aí estão. O tal remédio ser bom ou mau, amargo ou doce de que nos falava o primeiro-ministro, não é mais do que puro veneno, que mata lentamente e com sofrimento. Esta é a consequência da governação e as afirmações da ministra não passam apenas duma clara e inequívoca confirmação do que atrás disse. E não basta dizer que o próximo governo, - se não for o deles, pois então -, será um retorno ao passado. É um cliché que pode colher apoio apenas junto de pessoas pouco documentadas. Todos sabemos que um voto na urna não é, só por si, a solução para os nossos problemas, todos sabemos também que o novo governo, seja ele qual for, terá um limitado grau de liberdade face à situação que vai encontrar, mas também todos sabemos que, este ou outro do mesmo 'jaez' não é a solução para o país. As afirmações da ministra são o sinal claro para aqueles que ainda pudessem ter dúvidas. Esta estratégia falhou, esta política falhou e por isso é preciso continuar a empobrecer o país e as suas gentes. Talvez seja desta, senhora ministra!

Sunday, May 24, 2015

Um aniversário de memória

Hoje passa o 81º aniversário sobre o nascimento de minha Mãe. Ela que já me deixou à mais duma década. Muito tempo volvido, embora uma curta vida. Cheia de alegrias mas também de muitas tristezas. Cheia de esperanças mas também de desalentos. Uma vida é feita disso mesmo. Embora só queiramos ter sucessos e felicidades, a vida vai-se temperando de outras coisas, que não gostamos, mas que, porventura, nos ajudam a crescer. É a jornada da vida. Mas quando ainda temos alguém que nos homenageie a memória é caso para nos sentirmos recompensados. Neste caso, é mais do que isso. É a memória dum filho que tenta retirar das cinzas do tempo a imagem da sua Mãe. A Mãe que lhe deu o ser. A Mãe que lhe ensinou os primeiros passos, que lhe deu a primeira papa, que o despertou para as coisas do mundo. Hoje é mais um dia de memória para mim. Tenho muitos, infelizmente, porque a minha galeria de ausentes é vasta e numerosa. Mas a Mãe é sempre um ser especial, que merece o nosso carinho e empenho. Uma Mãe é algo de venerando. E é essa a veneração que quero aqui deixar. Esta é mais uma data, não uma data qualquer. A data do nascimento de minha Mãe. Já tantos anos passaram sobre esse dia. Só aqui quero deixar a minha ânsia, a minha expectativa, de onde estiver que esteja em paz. Na paz que tanto buscou em vida e que raras vezes encontrou. Na paz serena em que todos deveríamos viver. Que estejas em paz, minha Mãe! Feliz aniversário!

Saturday, May 23, 2015

De novo!...

Hoje quando fui visitar o local da matilha verifiquei que nada existia. Apenas um pouco de água, por sinal, até bastante suja. (Ver foto 1). Quando de lá saí, deixei água limpa, inclusive lavei a bacia que estava muito suja, e deixei bastante comida. (Ver foto 2). Como habitualmente, e porque não é só esta matilha que apoio, que neste momento se reduz apenas a um cachorro, faz com que quando lá chego, ou não levo comida seca, ou levo muito pouca. Como foi hoje o caso. Assim, agradecia ao Bruno Alves Ferreira, caso passe por lá, para deitar alguma comida seca. A que lá deixei era muito pouca. Embora, nem sei se o cachorro a chega a ver, quanto mais a comer. Enfim, mais um episódio dos muitos com que me defronto. A saga
dos animais sem abrigo é penosa, para eles, mas também para quem os apoia. Uma luta sem fim, com muitos contratempos à mistura, como venho relatando nestas últimas semanas, embora o caso já remonte há muito tempo. A luta continuará onde existir um cachorro necessitado.

Intimidades reflexivas - 295

"Tirar fotografias é um ato de amor." - Alfred Stieglitz (1864-1946).

Intimidades reflexivas - 294

"A violência é o último refúgio dos incompetentes." - Isaac Asimov (1919-1992)
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Friday, May 22, 2015

Intimidades reflexivas - 293

"Gostaria de estar sempre perto dele (o mar) ou nele, e. quando morrer, de ser sepultado numa bóia." - Claude Monet.

Intimidades reflexivas - 292

"A modernidade é o transitório, o fugaz e o contingente, possuindo uma metade feita de arte e sendo a outra o eterno e o imutável." - Charles Baudelaire.

Intimidades reflexivas - 291

"É onde a luz brilha mais que as sombras são mais profundas." - Wolfgang Goethe.

Intimidades reflexivas - 289

"A experiência ensinou-me a verdade do provérbio Fidarsi è bene, ma non fidarsi è meglio!" (Confiar na sorte é bom, mas não confiar nela é melhor!) - Giuseppe Verdi.

Thursday, May 21, 2015

Fragilidade das intitiuições, fragilidade dum país

Temos vindo a assistir desde domingo, a um sem número de imagens e comentários em torno do que se passou em Guimarães e em Lisboa. Reafirmo aqui que, embora não sendo adepto de futebol, não posso ficar indiferente ao sucedido. Primeiro foi a indignação de ver um polícia, - qual "Rambo" para com os mais fracos -, a espancar duas gerações de cidadãos sem motivo aparente, frente aos filhos e netos, - e este é o lado negro -, mas também existe o outro, que foi o outro polícia a proteger uma criança para que não visse o seu pai e avô a serem agredidos por um tresloucado. Ambas as imagens correram mundo. A primeira envergonhando um país, a outro com o aplauso generalizado. (Seria bom que os agentes envolvidos vissem os media internacionais para verem o que por lá se disse, e o que o país é prejudicado com essas atitudes). Mas o mais grave foi ver que enquanto o polícia espancava uma família frente aos filhos, - num show mediático que todos vimos, com certeza com os colegas a assistirem talvez a filmar a cena com algum telemóvel -, o armazém do Vitória de Guimarães estava a ser saqueado. E porquê? Porque este agente - que até é um graduado - não estava no seu posto. Aliás, vê-se que as pessoas que estão a roubar o armazém, não são nenhuma claque organizada - como a princípio julguei tratar-se -, mas sim "pacatos" cidadãos que aproveitaram para levar uma "coisitas" como chuteiras, bolas, camisolas, cachecóis, e umas "malitas" porque não podiam levar tudo na mão. ("A ocasião faz o ladrão", diz-se e parece que foi mesmo o caso).  E isto é duplamente grave. Primeiro a força não estava no local como devia estar, - como bem afirmou o vice-presidente do clube -, a quem pagaram para vigiar as instalações; depois porque este grupo de pessoas, - homens, mulheres e até crianças -, saíram pacatamente com o despojo do roubo, sem que ninguém questionasse o que fazia com que tantos adeptos fossem ver um jogo de futebol com... malas! (Penso que este grupo de "pacatos" espectadores eram do Benfica, mas também do Vitória porque haviam camisolas deste clube vestidas por alguns ao que me pareceu. Nestas situações o clube talvez não seja relevante para desmobilizar o ato. Mas o caricato  da situação é que o agente agressor ainda vai investigar o roubo no armazém do Guimarães! Insólito e ridículo. Estou a ver o agente a responder a si próprio, onde estava a quando do roubo, a fazer o quê e porque abandonou o seu posto!) Mas a noite ainda estava a começar e haveria de ter mais estórias para contar, como a Nau Catrineta. Agora em Lisboa, na refrega do Marquês do Pombal, vê-se uma vez mais um polícia com uma atuação no mínimo infeliz, desta feita com gestos obscenos e provocatórios para os adeptos do Benfica, o que a princípio, até pensei que fosse para jornalistas! Mais um que não está em condições psicológicas para integrar um corpo policial que é pago por todos nós, para nos garantir a segurança. Ontem, veio a lume mais umas imagens, também do Marquês, em que se vê um polícia a atirar uma garrafa a adeptos do clube da Luz! (Espero que durante o dia de hoje em que escrevo estas linhas, e nos que se lhe seguirão, não apareçam mais imagens para fragilizar ainda mais a instituição policial). Mas se tudo isto não bastasse, ainda nos devemos recordar todos duma foto-jornalista que estava em trabalho e foi violentamente agredida pela polícia, o ano passado, em imagens que correram mundo e que fizeram do nosso país um qualquer do terceiro mundo. (Aconselho uma vez mais a que visualizem os media da época, nacionais e sobretudo estrangeiros e o que lá se disse). Mas se recuarmos e virmos o invasão da escadaria da Assembleia da República (AR) a ser "tomada" por forças de segurança, sem que os seus colegas obstassem a isso, como tinham feito semanas antes a cidadãos que apenas reivindicavam melhores condições de vida neste país desgraçado, apraz-me perguntar afinal que polícia temos? A instituição policial que, repito, é paga por todos nós para nos garantir a segurança, afinal parece que tem vários pesos e várias medidas. Como vimos no passado domingo, parece que a instituição em causa não tem comando operacional no terreno. A maneira como, quer em Guimarães, quer em Lisboa, as coisas se passaram, dava a ideia de a polícia agir por sua conta e risco, sem estratégia, apenas em grupinhos talvez de amigos que atuavam isoladamente. (Já tínhamos visto o ar quase alucinado na AR a quando da invasão, em que agentes da autoridade que deviam ter uma postura de respeito, atuavam como qualquer delinquente, daqueles que pretendem e devem neutralizar, para utilizar o jargão policial. E isso, já me tinha posto de sobreaviso). - (Mais uma vez aconselho que se visualizem as imagens da época e o que delas se disse em Portugal e além fronteiras). E, tudo isto começou por uma atitude animalesca dum homem, que até comanda outros homens, o que agrava a sua postura, mas que teve o azar de ser filmado. Mas, como dizia ontem o Prof. Bagão Félix, "se não estivesse lá nenhuma câmara o que se teria passado?" E quantos casos idênticos ficaram silenciados apenas porque ninguém os filmou? É conveniente que depois de tudo isto, não se passe uma esponja sobre o sucedido, como acontece recorrentemente. Quem cometeu exageros, deve pagar por eles, - sejam polícias ou não -, porque se assim não for, a fragilidade da instituição será por demais evidente. Ela já está frágil a partir de agora, não se contribua para a tornar ainda mais débil. É que instituições fracas, fazem um país fraco. E isso não é admissível que venha a acontecer. Como dizia Isaac Asimov: "A violência é o último refúgio dos incompetentes". Talvez seja bom que alguém faça perceber isto a pessoas que têm o dever de proteger cidadãos - que talvez agora não se revejam tanto assim na instituiçãao -, mas também, para dar uma boa e sã imagem do país - e essa foi duramente afetada. Espero que tal venha a ser corrigido, e rapidamente, a bem de todos nós.

Intimidades reflexivas - 290

"Conhece a matemática e dominarás o mundo". - Galileu Galilei.

Wednesday, May 20, 2015

Intimidades reflexivas - 288

"E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso, é o seu lado certo." - Caio Fernando Abreu.

Tuesday, May 19, 2015

Filho de um... Pai!

Pela sua importância de que se reveste, publico aqui na íntegra um texto inserido no blog "As Redes do Damas", sobre o caso que vem revoltando o país, e que teve lugar no último domingo em Guimarães.

"Isto choca-me. Revolta-me. Mexe comigo. Assusta-me. E o assunto até está relacionado com um Clube que não me diz nada, repito, rigorosamente, nada.

Qual é o objectivo deste texto se o assunto não é Sporting?

Pois bem, o assunto não é verde e branco, mas é pessoal. Podia ter sido o meu pai, o meu avô, o meu primo, o meu tio, o meu afilhado ou o meu filho. E quando é com os nossos… Não há clube, nem rivalidade que faça sentido.

Tenho um afilhado, com 8 meses, que teve o azar de nascer lampião. O Pai do João é doente lá pelo clube da bicharada, é benfiquista ferrenho, é parvo todos os dias, quando o tema é vermelho. No entanto, e mesmo sabendo que sou um Sportinguista de alma e coração, também doente e parvo quando o assunto é verde, escolheu-me para ser padrinho de mais um cabeçudo.

E eu, ontem, imaginei-o ali. A apanhar forte e feio, porque terá dito ao policia para ir apanhar no sítio onde o sol não brilha, ou por ter chamado a mãe de “senhora Doutora”. Não é que ache isso correcto, mas no dia em que a polícia decidir distribuir cacetada por ofensas verbais, o mundo do futebol regressará ao tempo dos gladiadores.

Não são hooligans, não são ultras, não são casuals, não são escumalha. Esta podia ser a tua família. Podias ter sido tu o pai, e ao veres o teu filho em apuros, terás desligado automaticamente o sensor da racionalidade. Mas é precisamente para este tipo de casos, que os agentes da autoridade que formam o corpo de intervenção, são treinados e preparados psicologicamente. Não chega ser um massa bruta, ter uns músculos grandes e um bastão com total liberdade para ser usado, também é necessário não ter uma cabeça oca.

O “bófia” que batia em tudo o que mexia (neste caso: avô, pai e dois filhos com 7 e 12 anos respectivamente) não é um agente da autoridade. É um parvo com um cassetete na mão, sem capacidades mentais para desempenhar as suas funções. Se são todos iguais? Claro que não. A imagem fala por sí.

Da mesma forma que há adeptos que não trazem nada de positivo ao futebol, e que merecem, por vezes, intervenções mais rígidas, há também os policias que deviam despir o uniforme, levar dois pares de estalos, e ir procurar um novo trabalho. Talvez como segurança no Cais do Sodré. Assim sentir-me-ei mais seguro, no dia em que for com o meu filho, ou quem sabe com o meu afilhado, “à bola” ao domingo à tarde."

Esta situação não pode passar impune. É um insulto à instituição e uma vergonha para o país. O assunto já ultrapassou as fronteiras. Mais um ato de que não nos podemos orgulhar...

Momentos de vergonha!

Confesso que ainda não digeri tudo aquilo que se passou entre adeptos dum clube de futebol e a polícia no passado domingo em Guimarães. (Não sou adepto de futebol mas não posso ficar indiferente, salvo o que me sentiria a ofender a minha própria consciência). À media que os "media" vão ampliando as notícias em torno do caso e do agente envolvido no mesmo fico, tal como muitos portugueses certamente, perplexo. Se a agressão - porque foi mesmo isso que aconteceu - uma agressão, uma violência gratuita e desproporcionada duma pessoa que por usar uma farda acha que pode fazer o que bem lhe apetece, sobre um cidadão, que é brutalmente espancado (ele e o pai já com cabelos brancos) frente aos seus filhos menores. Vê-se nas imagens que o agente em causa, muda de bastão, isto é, passou do normal para um de aço (como é referido nos "media" de ontem) para neutralizar - para usar o jarção policial - um presumível perigoso agitador, quiçá, talvez um jihadista a soldo de um qualquer estado islâmico como as imagens documentam. É certo que um caso não pode servir para enlamear uma instituição, mas o que vimos assistindo é há existência de muitos casos destes. Como diz o Expresso, "isso foi assim porque as câmaras estavam lá, e se não estivessem?" pergunta e bem o jornalista. Enquanto este oficial (o que agrava ainda mais o caso) estava a agredir um cidadão que apenas quis ir ver um jogo de futebol com a família, vândalos destruíam o estádio do Guimarães. Esses sim, dignos duma atuação policial eficaz Como ontem afirmou o vice-presidente do clube minhoto, "tínhamos contrato policia suficiente para o evento e afinal onde eles estavam?" Talvez estivessem a ver o colega, qual "Rambo", a agredir um cidadão em frente da família. Já agora, e ainda sobre este caso, não queria deixar de publicar uma mensagem que foi publicitada no facebook por uma agente duma força de segurança e que diz assim: 
"NÃO...EU NÃO POSSO ACEITAR VIOLÊNCIA POLICIAL GRATUITA...SEMPRE FUI CONTRA... A UM INSULTO(ou umas palavras mais ásperas) NÃO SE PODE RESPONDER COM ESTA VIOLÊNCIA DESNECESSÁRIA... TAL COMO NÃO POSSO ACEITAR ESTAREM CÁ DENTRO...LADROES...CHULOS...DROGADOS...BÊBADOS...
ASSASSINOS (como estão)... E NADA LHES ACONTECE...
INFELIZMENTE ALGUNS PENSAM QUE SÃO OS SENHORES/AS DO MUNDO POR USAREM PISTOLA E BASTÕES E COMEREM MUITAS GAJAS QUE CONHECEM NA RUA... ...E DEPOIS DE FAZEREM ASNEIRAS ...HAVEREM COLEGAS A DEFENDE LOS ... MAS O MAIS LAMENTÁVEL É A POPULAÇÃO METER TUDO NO MESMO SACO...ESPERO QUE SAIBAM DISTINGUIR OS BONS DOS MAUS POLICIAS/GUARDAS...
SE ESTE SENHOR IDOSO FOSSE MEU PAI... AI COITADO DESTE SR. OFICIAL..." (Mantive o texto em maiúsculas e com a mesma pontuação tal como foi publicado. Repito: trata-se duma agente duma força de segurança que escreve isto. E ela deve bem saber o que se passa, presumo eu!) Mas ainda voltando aos incidentes, seria bom que o comando da PSP  visualizasse as imagens - desta feita em Lisboa na Rotunda do Marquês, depois dos incidentes no mesmo domingo. Talvez fosse interessante ver o comportamento dum agente que não é digno - mais um! - da farda que ostenta que, perante as câmaras de televisão, tenta insultar alguém, (talvez jornalistas), fazendo do seu cassetete um falo. Pobre gente frustrada que pelo simples facto de usar uma farda acha que está impune. Isto não são imagens que dignifiquem a PSP ou qualquer outra força de segurança. Porque se exige que daqueles que nos protegem sejam homens e mulheres dignos da farda que ostentam. Se existe uma má preparação desses agentes, pois será bom que o corrijam e rapidamente; se mesmo assim, as coisas continuarem, então significa que estes agentes não estão psicologicamente preparados para o trabalho que têm que fazer, ou então, são gente que deveria ter tido um crivo mais apertado quando foram recrutados. Assim é que não. Porque as imagens correram mundo, e isso não dignifica a instituição nem o país. Agora é preciso que os inquéritos avancem e não fiquem na gaveta com a repreensão costumeira, que mais não será do que um aval a futuros casos. Afinal o agente que teve a infeliz atuação em Guimarães parece que tem outros casos idênticos, talvez não filmados. Daí o que se este não tivesse a televisão por perto ficaria assim mesmo. Já agora, o nosso "Rambo" de Guimarães parece que, de facto, não está preparado para a pressão, e que quando se viu exposto nos "media" e ainda segundo estes, se veio a "refugiar" em casa do pai até que a onda passe. Isto diz bem da falta de caráter de quem devia tê-lo e muito apurado, até porque é um oficial e comanda outras pessoas. Depois disto esperemos que a mão da Justiça e do comando da PSP e do Ministério da Administração Interna sejam exemplares. Pessoas destas não podem continuar a ostentar uma farda que não respeitam, nem a representar uma instituição que envergonham, Quanto aos danos à imagem do país nem é bom falar. Cada vez vamos dando a imagem dum país terceiro mundista, afundado na ignomínia. Estes são, de facto, dois momentos de vergonha, num domingo que se pretendia de festa, pelo menos para os que venceram.

Intimidades reflexivas - 287

"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, rio-me do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que às vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles para quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não acreditam nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo que está certo. São poucas as pessoas para quem eu me explico."

- Bob Marley

Monday, May 18, 2015

Intimidades reflexivas - 286

Quando você faz um bem, nem sempre haverá o reconhecimento... Mas faça mesmo assim, porque antes dos outros, estará agradando a ti mesmo tornando mais leve e mais virtuoso o seu coração!

Sunday, May 17, 2015

Intimidades reflexivas - 285

"Tenho de viver já, senão esqueço-me".
Mia Couto

Intimidades reflexivas - 284

Gosto de ti e pronto! Acho que gosto! Gosto de ti. Às vezes não é fácil dizer-to. Por vezes quero, necessito dizer, usar as palavras certas e conseguir expressar o vulcão de sentimentos, que explode cá dentro. Gosto de ti, por vezes vale mais que um Amo-te. Banalizaram a palavra e a mim custa dizer que Amo-te quando toda a gente usa esse termo. Amo-te não é suficiente, não depois de tão gasto como está actualmente. Amo-te não chega, é demasiado diminuto. Não encontro a palavras certa, por isso muitas vezes opto pelo Gosto de ti. Gosto de ti, inocente, sem caprichos, com sinceridade. Gosto de ti, como as crianças expressam o seu gosto por gelado, por chocolate... Gosto de ti, sincera e ingénua. Gosto de ti cabe tudo. Amor, amizade, paixão, desejo, compreensão, lealdade, cumplicidade... Gosto de ti, tanto mas tanto. Perdidamente...

Intimidades reflexivas - 283

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida... Corri muito atrás da felicidade... hoje se ela quiser que me alcance sempre de braços abertos... estou sempre pronto mesmo quando acontece através do vento...

Será rebate de consciência ou pura casualidade?

Hoje, quando fui dar de comer ao cachorro, pelo caminho ia-me preparando para a inevitabilidade da comida ter sido roubada de novo. Não me enganei. Mas desta feita, ainda por lá ficou um pouco de comida seca. Ontem deixei-lhe alguma e o Bruno Alves Ferreira quando chegou, ainda lhe pôs mais. Ele não comeu a comida seca na totalidade porque era bastante, nem sequer conseguia comer a húmida. Assim esta foi roubada de novo. Quanto à seca, quem a subtrai ao cachorro, ou não teve tempo para a roubar na totalidade, ou terá que teve um rebate de consciência? Ou talvez, quem sabe, tenha lido estas linhas e outras que venho publicando sobre este insólito caso. Seja como for, seja qual for a razão, o certo é que ainda restava alguma comida seca, pouca é certo, mas mesmo assim, alguma. O que é uma boa notícia dadas as circunstâncias. Esperemos que seja para valer.

Saturday, May 16, 2015

Intimidades reflexivas - 282

Quantas vezes nos achamos "vítimas" da Vida!... Isso não é verdade, é a falta de Fé que nos leva a pensar assim... Só precisamos encarar os obstáculos com mais determinação, acreditando que eles são apenas uma oportunidade de aprendizagem e crescimento... Vencê-los só depende de nós!!

Tudo igual para não variar

Quando cheguei ao local da matilha já esperava o que ia ver. Tudo tinha desaparecido como vem sendo hábito vai para um par de meses. (Ver foto 1). Pouco depois chegou o meu amigo Bruno Alves Ferreira com quem já não estava pessoalmente há muito tempo e que aqui saúdo publicamente. Contei-lhe o sucedido, mostrei-lhe as fotos que aqui publico e ele confirmou-me que ontem, a meio da tarde, tinha ido lá para por comida seca. Pouco depois, um dos funcionários duma empresa sediada no local, chegou, e confirmou que quando saiu ao fim da tarde já a comida do cachorro lá não estava. Assim,

confirma-se que a mesma foi roubada entre as três e as seis da tarde. Quando saí do local, deixei a comida habitual (ver foto 2) mas, estou certo, que daqui a pouco já lá não estará. Enfim, um problema recorrente para o qual não vejo solução. Apenas a continuação de auxílio ao cachorro na firme convicção de que, por um qualquer motivo, a pessoa que a rouba não possa passar por lá. Mas isso é apenas um conforto para quem tem a noção de que essa probabilidade é muito baixa. A saga continua. Falta saber até quando! Para que tenham uma ideia, o local onde colocamos a comida é um abrigo, obra do Bruno Alves Ferreira (ver foto 3), para

que a mesma não ficasse exposta aos dias de chuva. Já lá está há muito tempo, o que surpreende, porque qualquer tentativa de fazer algo semelhante era de imediato destruído. Este ficou, talvez pelo interesse que esta pessoa tem na busca da comida que por lá deixamos. Há gente assim. Que mais se pode fazer?

Intimidades reflexivas - 281

"A música é outro planeta." - Alphonse Daudet (cerca de 1890).

Intimidades reflexivas - 280

Senhor Deus do Universo... volta o teu olhar misericordioso para este mundo, tão carente de justiça, de liberdade e de tantos sentimentos verdadeiros... Sacia a nossa fome, nutrindo-nos do teu Amor, que é o único alimento capaz de nos fortalecer, curar e libertar... Que bem alimentados e fortalecidos, possamos doar mais Paz e Amor para este mundo transformar!.. Bom dia, Universo!

Friday, May 15, 2015

Morreu o rei dos blues B. B. King

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, foi um dos maiores guitarristas de Blues, também compositor e cantor americano. O "B. B." em seu nome significa Blues Boy, seu pseudónimo como moderador na rádio W. Foi considerado ao lado de Eric Clapton e Jimi Hendrix os melhores guitarristas do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone. B. B. King nasceu a 16 de Setembro de 1925 em Berclair, Mississippi, EUA e faleceu ontem em Las Vegas, Nevada, EUA com 89 anos de idade. Foi muito premiado e considerado em vida. Em 15 de Dezembro de 2006 o Presidente americano George W Bush premiou King com a Medalha Presidencial da Liberdade. Em 2004, foi premiado como Ph.D honorário da Universidade de Mississippi e o Conservatório Sueco Real lhe premiou com o Prêmio de Música Polar, por suas contribuições significantes para o blues. King foi agraciado com a Medalha Nacional de Artes, em 1990, nos Estados Unidos. Ganhou diversos Grammys de 1971 a 2006. Tem uma vasta discografia que ficará como o seu legado. Destaco aqui o disco "Midnight Believer" (1978) que fez as minhas delícias de juventude. Mas não foi o único porque cada disco era um hino aos blues. Como ainda me lembro de irmos para as caves de amigos ouvir música e lá se encontrava sempre um disco de B. B. King. Cresci a ouvi-lo e a admirá-lo. Ontem deixou-nos. Fica a memória dum dos maiores da música. RIP B. B. King!

Intimidades reflexivas - 279

"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia connosco, insistindo..."

(Martha Medeiros)

Thursday, May 14, 2015

Caminhos de Fé e de memória

Estão a decorrer as festas de Nossa Senhora da Hora, hoje uma pálida sombra do que foram há cerca de meio século. Mas ainda há quem reme contra a maré e vá mantendo de pé esta festa de cariz tão popular. Nesta quinta-feira celebra-se o verdadeiro dia da padroeira. Passei por lá, como vem sendo tradição sempre que posso. Fui visitar a igreja antiga, onde os meus pais casaram e eu fui batizado. Para além de mais este caminho de Fé, está uma certa romagem às memórias da minha infância. Esta era uma festa tradicional na minha família, sobretudo no meus avós. Minha avó era daquela localidade e nunca passava um ano sem que lá se fosse. Era o dia de estrear a roupa nova, sobretudo os sapatos, que me angustiavam, porque sapatos novos para caminhar não é a melhor das ideias. Mas era assim, num tempo em que nem transportes públicos existiam para lá. Mas era o tempo de ir ver o duelo de bandas de música que se fazia no adro da antiga igreja, e que ampliou o meu gosto pela música. Era o tempo de algum brinquedo de chapa ou madeira, como eram os brinquedos na época. De vez em quando lá vinha um, porque brinquedos só no Natal. Mas era o tempo de comprar um boneco de barro, mesmo tosco que fosse, para ornamentar a cascata sanjoanina que dentro dumas semanas o meu avô lá iria fazer para meu deleite. Ainda possuo alguns desses bonecos que ornamentam a cascata que ainda hoje se faz na minha casa. Era a altura das farturas e do doce de Teixeira, que só nessa altura se comiam. Era o tempo dum belo sorvete bem fresquinho, antecessor dos atuais gelados que naquela época eram raros. Enfim, tudo isto me passou pela mente neste dia, quando há um par de horas por lá passei. Parece que ainda sentia a mão dos meus avós na minha a conduzirem-me festa fora. Ainda me recordei do tempo em que no domingo seguinte se fazia uma grande procissão altura para os meus avós me empurrarem para a frente para a poder ver, ali bem junto dos cavalos da GNR, engalanados que abriam e fechavam a procissão. Nessa época ainda mal chegava à barriga da alimária que me parecia gigantesca. Era um outro tempo, um mundo bem mais pequeno e pobre, mesmo miserável mas, apesar de tudo, talvez mais feliz. Porque as gentes eram na sua maioria muito pobres, nesta quinta-feira de festa, reuniam-se na capela anexa à igreja antiga para tomarem aquilo que chamavam "o remédio" que não passava dum purgante para as lombrigas que eram muito usuais nas crianças da época. E como era gratuito aí lá se reunia uma pequena multidão de mães com as suas crianças. Hoje mergulhei no meu passado mais profundo. Uma romagem de memória e de saudade. Eram tempos difíceis, bem mais do que os atuais apesar da crise. Era um mundo pequeno, triste e faminto. Eu sentia-me um privilegiado face aos outros. Tinha coisa que os outros não tinham. Mas mesmo assim, essa era uma época especial porque o colorido das barracas iludiam as crianças que nessa época só viam algo semelhante no Natal. Quando vim embora ainda passei pela igreja nova, a principal perto do Continente. E lá voltaram de novo as memórias. Vi ela a construir-se. Fui lá com o meu avô ver a erguer a torre sineira, que era algo pungente para a época. Foi a romagem de alguns domingos de manhã, eu e o meu avô sempre por perto. Hoje percorri os meus caminhos de Fé, mas também de saudade dos meus ausentes que, por momentos, parece que ali estiveram comigo. Foi um caminho de memória cheio de memórias. Foi o voltar à minha infância mais profunda e feliz.   

Intimidades reflexivas - 278

"Todas as artes aspiram à condição de música." - Walter Pater (1873).

Wednesday, May 13, 2015

Intimidades reflexivas - 277

... Quantas e quantas vezes, por detrás de um sorriso, da alegria tão bem disfarçada, o nosso "heart emotion" chora e está tão triste !.... Nem sempre por nós, mas muitas vezes, por quem de tanto gostamos !... Mas, a essência mais pura da vida, é vivermos as alegrias e as tristezas dos nossos queridos, com a mesma intensidade.... há dias que a vida nos "pinta" os dias de castanho, de cinzento, mas as semanas tem mais 6, que a gente só para contrariar, os "pinta" de amarelo, vermelho, verde e muito laranjinha !!!!!!... E depois da tempestade, o sol volta a brilhar !!!!!!....

Intimidades reflexivas - 276

"Ao pintar uma qualquer vista, o artista tem de concentrar as suas capacidades na unificação da obra. De outro modo, não conseguirá imprimir-lhe a marca singular da sua alma (...). Se um pintor se obriga a trabalhar quando se sente preguiçoso, o resultado será fraco e sem espírito, sem decisão." - Kuo Hsi (pintor e calígrafo chinês do século XI).

Tuesday, May 12, 2015

Intimidades reflexivas - 275

Não sei escrever tudo o que sinto, mas sei sentir e com um amor imenso cada pedacinho da vida. Não sei amar de morrer porque para mim amar é viver. Não sei sonhar todos os meus sonhos, só sei sonhar o que o meu coração pede. Não sei dar tudo de mim, mas me esforço para dar o que posso. Não sei quase nada da vida, mas sei que é bom existir. Tudo o que eu sei é que a vida é linda e que enquanto houver um mínimo de ternura para oferecer, a vida vale a pena viver.

Intimidades reflexivas - 274

"O talento é o que está em poder dum homem; o génio é o que coloca um homem em seu poder". - James Russell Lowell (1819-1891).

Monday, May 11, 2015

Mais um dia de efemérides

Hoje é o dia de mais duas efemérides. Cumprem-se 5 anos após o falecimento do meu sogro, aqui num feliz instantâneo numa festa de Natal na nossa casa da Maia; a outra é para celebrar também um desaparecimento há 8 anos da nossa madrinha de casamento, aqui na foto muito jovem ainda. Nunca esqueceremos o seu sotaque
espanhol e as dificuldades que tinha em falar corretamente o português. Duas evocações. Duas memórias. Ambas num mesmo dia e separadas apenas por 3 anos entre si.

Estórias dum outro mundo bem diferente

Desde jovem sempre gostei de interagir com outras culturas, outros povos, outras línguas, outras maneiras de olhar o mundo. Isso levou-me a contactar gente doutras paragens, e mais tarde, a viajar nessa ânsia de desbravar o mundo que ali estava à minha espera. E nessa ânsia de descoberta queria aqui partilhar convosco algo que me tem feito pensar desde há muito tempo. São duas estórias - poderiam ser muitas mais - de pessoas improváveis, caminheiros do mundo, que nos acrescentam sempre algo de novo e precioso. O continente é, posso dizê-lo, improvável. Trata-se de África. Esse continente tão sofrido e sofredor, de norte a sul, sem que se perceba onde pode existir um pouco de espaço para se fazer a diferença. Longe da nossa Europa rica, (apesar de nós termos uma visão diferente por causa da crise, ou de não podermos ter acesso aos bens de luxo que vemos outros ostentar), África sempre foi um continente feiticeiro e enfeitiçado, como dizem alguns que lá viveram. Mas também um continente de miséria, daquela que toca as raias do profundamente simples para a nossa mentalidade de europeus. Um dia, quis o destino que me cruzasse com um missionário da Consolata, ali para os lados da Maia onde vivi. Era nigeriano, com aquela negritude profunda quase luzidia dos naturais dessa região. Falava-se das "dificuldades" que por cá se viviam, - as áspas não estão aí por acaso -, e ele sorria, com aquele sorriso branco e claro, franco até, de quem não entendia do que eu falava. (Cumpre afirmar que ele tinha vivido alguns anos em Roma e por isso conhecia bem a mentalidade europeia e ocidental). Então, a meio da conversa, vendo que eu estava um pouco desconcertado com o seu sorriso, disse: "Hoje estou feliz, muito feliz!" E passou a explicar. Na sua aldeia, donde ele era oriundo, a água era escassa, um bem precioso até. Ele tinha comparticipado com algum do seu salário para que a aldeia pudesse ter um furo, um poço, para obter água. Ele foi lá para a inauguração e contava-me da alegria dessa gente e como ele se sentia feliz por ter participado. Dizia-me: "Vocês não sabem o que isso é, nem percebem o seu significado. Abrem a torneira e têm água e, por vezes, até a deixam aberta a desperdiçar esse bem que tão precioso é para nós". E acrescentava: "Se vocês não a tivessem, se ela fosse escassa, e vocês vivessem com temperaturas extremamente elevadas, vocês perceberiam o que vos quero transmitir". Esta estória já tem um anos, mas sempre me ficou na mente. E sobre ela já escrevi variegadas vezes. Mas ontem, cruzei-me com outra pessoa, também ela um caminheiro do mundo, também missionário, desta feita Comboniano, embora português de nacionalidade. Dizia-me ele que tinha vinte anos de África. Conhecia-a muito bem. Tinha vivido no Chad muitos anos e era do Chad - para onde vai regressar em breve - que ele me queria falar. Disse-me que uma vez, na aldeia onde ele vivia, uma criança de dez anos o abordou bem de madrugada ainda, e disse-lhe: "Venho-te dizer que a minha irmã nasceu esta madrugada". Ao que ele teria respondido que era uma ótima notícia, agradecendo ao pequeno mensageiro a boa nova. Só que ele não desarmou e disse: "A minha mãe disse-me para vir aqui pedir-te um pouco de sabão, se tiveres, para lavar a minha irmã. Será que tens?" Ele tinha e deu-lho de bom grado. Passado algum tempo, o jovem voltou, e o nosso homem, com algum ar folgazão, disse-lhe: "Aqui de novo! Estou a ver que o sabão já acabou". O jovem respondeu-lhe: "Não. Venho aqui ver se tens uma caixa de cartão". "Tenho" respondeu o missionário. "Mas para que a queres tu?" O jovem chadiano respondeu sem hesitação: "Para fazer um berço para deitar a minha irmã". Estas são estórias de vida. Duma vida bem diferente da nossa com os mais jovens a exigirem ipods, ipads, tablets, computadores, telemóveis, como é usual ver-se. Que mundos diferentes habitamos, dentro deste outro mundo comum, este calhau que vagueia pelo espaço, e a que chamamos Terra. Estas são as diferenças entre um mundo que tem tudo - mesmo apesar da crise -, face àquele outro que nada tem - mesmo em "prosperidade" (coisa rara por essas paragens). Vivências que temos o dever de transmitir às novas gerações para que percebam que não podem ter tudo, e mesmo aquele pouco que por vezes têm, é muito face a quem não tem nada. Estas estórias são diferentes e, simultaneamente, tão iguais. E não pensem que são tão escassas assim. Falamos de África, mas poderíamos falar da Ásia - se já visitaram a Índia, Paquistão, Filipinas - verão que não vos estou a equivocar. Vejam a situação do Nepal depois do terramoto. Mas poderíamos ir à América Latina e tínhamos lá igual situação. Não me refiro à Latino América de Maradona ou Pelé. Mas aquela outra das favelas, dos "barrios", onde a pobreza extrema é explorada por gente sem escrúpulos. Estas são estórias dum mundo tão desigual e perverso, onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres mais pobres. Um mundo errado, onde algo está mal. Estas são lições de vida que aprendemos quando nos cruzamos com caminheiros do mundo. Daí que ache que o conhecermos outras latitudes é sempre importante, um outro curso que se dá aos mais jovens. Não para verem praias exóticas ou participarem em noites de excesso. Mas para ver gente como nós, para perceber outras culturas bem longe da nossa, para compreendermos que para além do nosso mundo há mais mundo, mas esse mais mundo, quase sempre é bem pior do que seríamos capazes de imaginar.

Intimidades reflexivas - 273

"Pobre o aluno que não ultrapassa o mestre". - Leonardo Da Vinci (1452-1519).

Sunday, May 10, 2015

Intimidades reflexivas - 272

"Ama a todos, confia em poucos e não prejudiques ninguém". - William Shakespeare.

Isaac Newton no National Geographic

Para os interessados que seguem as revistas de grande qualidade editadas pela National Geographic Portugal, com certeza que se deram conta de mais um número especial referente ao passado mês de Abril. Nele se tratava com bastante profundidade a vida e obra de Sir Isaac Newton com o subtítulo "A Lei da Gravidade - A Força mais Atrativa do Universo". Nesse número especial - que ainda está disponível - debatia-se a vida de Newton desde o seu nascimento (1643) até ao seu falecimento (1727). Mas para além da sua vida, também a sua obra merecia uma análise muito aprofundada numa linguagem que tentava o mais possível chegar a todos os públicos. É interessante ver, num tempo onde tudo era experimental ou quase, sem a tecnologia de que hoje dispomos, como era possível chegar ao conhecimento que ainda hoje é fundamental para aquilo que é a nossa vida quotidiana. Newton foi mais um daqueles que se debateu com a inveja, com a incompreensão, com uma certa forma de marginalidade a que foi votado, até vir a emergir como um cientista de eleição. Mas Newton também foi um homem azedo, ávido dos seus pergaminhos, que não gostava de partilhar as suas descobertas com terceiros. Atitude que também viria a distorcer muitas das relações com outros homens de ciência da época, questiúnculas que permaneceram, em alguns casos, até à sua morte. Seja como for, Newton é uma figura central do nosso imaginário, desde logo, porque foi o primeiro a perceber uma lei que se impõe a todos nós, diariamente, como a da gravidade. (Já agora, chamo a atenção para uma série que anda aí a decorrer na televisão com o título "Cosmos - A SpaceTime Odyssey" onde num dos episódios se faz uma abordagem muito interessante sobre Newton). Pois aqui fica a nota para os interessados na matéria, bem como, um fac-simile da capa da revista portuguesa. Um número a ter, para ler ou reler, ou mesmo para coleção. Verdadeiramente imperdível.

Impotência face à realidade

De novo! A saga continua sem fim à vista. Hoje quando lá cheguei, vi que a comida tinha sido de novo roubada. Apenas alguma da comida húmida que me ofereceram lá estava - ver foto 1 à esquerda - talvez porque a pessoa que faz estas coisas, talvez tenha pressentido algo ou alguém, e não teve tempo para a levar também. Quando de lá saí deixei a comida que habitualmente levo - ver foto 2 abaixo - exceto a seca que já não tinha comigo. Assim, pedia o favor ao Bruno Alves Ferreira que, se tivesse oportunidade, lá fosse deitar alguma dessa comida. Penso que estes apelos, neste e noutros espaços que frequento, já não têm razão de ser. (Ou porque essa pessoa não os lê, ou porque simplesmente os ignora). Seja como for, penso que é escusado continuar com esta denúncia. A comida é sempre roubada. Quando não o é, trata-se da exceção que apenas confirma a regra.
É triste que assim seja, mas é a realidade. Contra esta sinto-me impotente, a menos que lá ficasse o dia inteiro a guardá-la. Por vezes, tenho a leve sensação de desistir, mas tenho muita pena do cachorro. Embora, como por vezes me dizem pessoas que contacto, ele não come ao fim-de-semana, a menos que tenha outro sítio e/ou alguém que se apiede dele. Durante a semana, lá vai comendo alguma da comida que alguns trabalhadores lhe dão. Nada mais posso fazer para inverter esta situação. Apenas ter paciência e continuar. Quem faz da ajuda a animais uma causa, tem que estar preparado para este calvário. E, podem crer que existem situações bem piores do que esta, infelizmente.