Turma Formadores Certform 66

Wednesday, February 28, 2018

"A Harmonia Numérica" - National Geographic

Mais um número especial da National Geographic viu a luz do dia. Desta feita um interessante estudo que põe em contacto a música e a matemática. Chama-se "A Harmonia Numérica" com o subtítulo de 'Música e matemática'. Já por diversas vezes aqui fiz referência a esta correlação. A música tem muito da sistematização matemática, e esta tem muito do rigor e beleza da música. Costumo dizer que quem é bom em matemática, normalmente será bom em música e vice-versa. Uma acerção que hoje está por demais estudada e confirmada. A inspiração do compositor e virtuosismo do intérprete, uma emoção inefável perante uma sucessão de impulsos sonoros sem dissonâncias que rompem o silêncio numa chave matemática. A essa harmonia chamamos música. O panorama musical do mundo no início do século XXI é extraordinário. Variado, fértil, sublime. A matemática, a eletrónica, os bits e os bytes parecem dispostos a partilhar a sua existência com a música, acompanhando-a em direção a novas fronteiras. Seria esse panorama menos variado e fantástico no princípio do século XX? E do século X? E 1.000 anos antes de Cristo? Seriam os sons estudados matematicamente já na Antiguidade? A tecnologia do século XIX influenciou a música? Estas são algumas questões que este estudo pretende responder. Do Teorema de Pitágoras aos sons planetários, há um espetro imenso de estudo e de interrogações a carecerem de análise e descodificação. Um estudo muito interessante a merecer a melhor atenção do público. Não me canso de aqui fazer referência a trabalhos destes que a National Geographic vai lançando numa série de edições especiais dedicados aos mais variados temas, agrupada por grupos disciplinares, para além da sua revista mensal. Sempre com a chancela de qualidade que a National Geographic já nos habituou, fica aqui a referência a este estudo que deve merecer uma atenção muito especial.

Tuesday, February 27, 2018

Porquê?... (Para reflexão...)

Partilho aqui uma nota que ontem a Margarida Ferreira inseriu na sua página. Sei que não é fácil ver isto logo ao abrir do dia, mas a realidade é a que é, e hoje, daqui a poucas horas, alguns pobres infelizes encontrarão a morte pelo único crime de terem nascido. Para não falar daqueles que serão justiçados por ladrarem muito, largarem pêlo em casa e sei lá mais o quê, sendo descartados nos canis por donos que pouco ou nada têm de donos, antes uns miseráveis que deviam ser justiçados da mesma maneira ainda antes destes pobres seres. Isto é a realidade dos canis por mais que se diga o contrário ou tente minimizar as coisas. Isto é assim pelo país fora, não se deixem iludir, nem mesmo por aquela morte indolor e serena que dizem que fazem quando os abatem. Quem anda nesta demanda dos animais, tem que estar preparado para ver muita coisa, esta inclusive. Porque se não é melhor dedicar-se a outra coisa. Por isso me irrita cada vez mais, aquelas pessoas que fazem do bem estar animal um negócio, uma auto promoção social ou, como dizia à dias uma pessoa que me escreveu, um "certo rendimento mínimo". Sei que nem todos são assim. Sei que não posso, nem devo, meter todos no mesmo saco. Esta imagem pungente, mas dura e real, deverá servir para alertar consciências. Porque eles precisam de nós. Nós somos a voz dos que não a têm. E só por isso, em nome deles, deveremos manter a firme convicção de ajudar. E para além disso, ajudar quem ajuda, denudadamente, por vezes, silenciosamente, com o recato de quem tenta ajudar a salvar a vida destes seres. Bem haja a quem o faz com denodo, empenho, do coração, sem pedir nada em troca, como é o caso da Margarida. (Já agora, não deixem de ler o texto abaixo porque nele encontrarão muita matéria para reflexão).

"Esta imagem doi não é!?!? Isso é só mais um dia, num qualquer canil intermunicipal perto de si. Quando o carro os recolhe nas vossas cidades e aldeias os animais, ou os donos entregam os seus animais, tem muita gente que acha que vão levar os animais pra cuidar deles mas infelizmente, eles são levados a maior parte das vezes para o corredor da morte, onde muitas das vezes, os espera, não uma morte rápida e indolor, mas sim uma morte lenta e agonizante 
Compartilhe... não à eutanásia de animais saudáveis."

Para uma profunda reflexão, aqui deixo o texto e a imagem, uma igual a tantas outras que se poderiam aqui colocar.

Monday, February 26, 2018

Intimidades reflexivas - 1200

"Não desculpo de modo algum aos homens de ação que não vençam, uma vez que o êxito é a única medida do seu mérito." - Gustave Flaubert (1821-1880)

Sunday, February 25, 2018

A poesia de Patrícia Silva

Trago-vos aqui a poesia duma jovem amiga que conheço desde o berço, e que vem dando passos muito importantes na escrita. Um dos seus últimos poemas diz assim:

E tem sido assim, 
Eu a contentar me com tão pouco
De que vale amar te, 
Se estamos tão longe um do outro??
Aceitas que é só esperar 
E que tudo vai passar
Sabendo que o meu coração 
Pode não aguentar. 
Ganhamos um sentimento
Que nenhum de nos jogou fora
Nem tu nem eu ousamos 
Ir realmente embora. 
Quem sabe se em algum momento
Deixaremos de nos esbarrar
E poderemos finalmente nos encontrar. 
Vivemos o amor assim
Sem nos podermos amar.


Bela poesia para uma poeta tão jovem. Ainda não lhe disse o nome. Chama-se Patrícia Silva. Já tem um livro de poemas publicado e aguardo com ansiedade o próximo. Pela amostra, parece que a evolução está aí firme e consistente. Veremos se o próximo volume o confirmará. Estou convencido que sim, mas isto pode ser apenas o desejo dum admirador. Aguardemos.

Saturday, February 24, 2018

Intimidades reflexivas - 1199

"Ser mulher é algo difícil, já que consiste basicamente em lidar com homens." - Joseph Conrad (1857-1924)

Friday, February 23, 2018

Intimidades reflexivas - 1198

“A vida é um ato de fé. Ela não ganha força com o suspiro da hesitação. A felicidade requer pulmões inflamados de coragem!” - Lígia Guerra

Thursday, February 22, 2018

Intimidades reflexivas - 1197

“Aprendi que a humildade mora em corações alados que não carregam o peso do orgulho. Que respeito é par constante da admiração. E que só a generosidade é capaz de descongelar sentimentos frios." - Maickon R. Fagundes

Wednesday, February 21, 2018

Intimidades reflexivas - 1196

"Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem." - Raul Brandão (1867-1930)

Tuesday, February 20, 2018

Uma reflexão em torno da condição da mulher

No passado sábado e domingo, fechei as minhas publicações com textos sobre a mulher e a sua condição. O primeiro extrato era de Maria de Zayas y Sottomayor (1590-1661) e, o segundo, da autoria de Soror Violante do Céu (1601-1693). (Para além dum outro publicado na quinta feira passada da autoria de Deana Barroquiero, citando um texto de D. Francisco Manuel de Melo). Estas mulheres têm em comum o serem pensadoras e ambas do século XVI, (exceto esta última) -, numa altura em que ser pensadora, escritora ou algo afim era uma heresia -, pelo simples facto de serem mulheres. Muito do que estas personagens nos deixaram, - e aqui apenas trouxe dois pequenos excertos -, tinha a ver com a condição da mulher. Nos idos de 1600, a mulher era uma espécie de objeto de decoração e/ou de prazer sexual. Nada mais lhe era permitido para além do governo da casa ou do cuidar da educação dos filhos. Ao longo dos séculos essa condição não mudou tanto quanto julgámos. (Basta ver a condição da mulher nos nossos dias, descriminada pelo salário, pelo sexo, pelas oportunidades. Ainda hoje, em algumas organizações, a mulher por mais capaz que seja nunca atingirá os lugares de decisão como acontece com os homens. E algumas destas organizações de que falo, conheço bem. Isto já para não falar doutras latitudes onde a mulher é como se não existisse). E muita vez a pseuda liberdade mascarada com uma certa dose de liberalismo,  - ou libertinagem -, apenas vinca ainda mais a condição da mulher, e aqui até duma forma mais gravosa, porque aparece mascarada duma liberdade que de facto não existe. Os tempos mudaram, mas não tanto assim, e ainda existe muito caminho a percorrer. Temos é que estar atentos ao sinais e não nos deixarmos ofuscar pelos holofotes que apenas nos cegam e não deixam ver com clareza. Mas tudo isto vem a propósito dos extratos que publiquei e que esperava que dessem mais confronto de ideias. Para além dumas pessoas que leram, - poucas, diga-se em abono da verdade -, não houve nenhum comentário de parte de nenhuma mulher. Achei curioso que, numa altura que tanto se reivindica liberdades para tudo e para nada, ninguém tenha vindo a terreiro abrir um debate, que a sê-lo, seria muito interessante. O que só vem provar que a condição feminina aceita estas pseudo liberdades (ou liberalidades) como um fim em si, não querendo ir para além do imediato e previsível, sendo assim - ou continuando a ser - objeto de descriminação. Basta ver a forma como os jovens aceitam a violência no namoro, em especial as mulheres; já para não dizer da forma aviltante como, ainda hoje, existem casos dramáticos de violência doméstica que são cada vez mais. Muito caminho ainda a percorrer e, sobretudo, uma maior atenção sobre temas fraturantes da sociedade que parecem não incomodar ninguém. Como dizia Joseph Conrad (1857-1924): "Ser mulher é algo difícil, já que consiste basicamente em lidar com homens." (Aqui está uma frase que diz tudo e reforça o que atrás expûs). Claro que há exceções, mas são isso mesmo, exceções, as tais que só vêm confirmar a regra. Repito, achei curioso a ausência de debate, mas se calhar, serei eu que estarei ofuscado com o brilho das luzes.

Monday, February 19, 2018

Intimidades reflexivas - 1195

"A vida fica muito mais fácil se a gente souber onde estão os beijos de que precisamos." - Mário Quintana (1906-1994)

Sunday, February 18, 2018

Intimidades reflexivas - 1194

"Morra quem, amando tanto, mereceu tão pouca dita.  Morra quem, idolatrando, só recebeu desdéns e mentiras. Socorre-me, Senhor, no transe mais penoso, livra-me da tormenta da minha alma. É delito grave preferir o mortal ao infinito. O que nasce em luz, fenece em fumo. Tudo na vida é pó, é nada; e menos que nada a minha vida. Antes que de desprezada, quero morrer de esquecida. Senhor, já não és Tu quem guia o voo da minha pena. No oratório não é para Ti que voam os meus pensamentos. Olho o Teu corpo na cruz e não é a Ti que eu vejo, nem ao Teu sofrimento. É o meu corpo nu e lacerado que está cravado no lenho. Sou eu a crucificada. A carne mortificada, ansiando ressurreição." - Soror Violante do Céu (1601-1693)

Saturday, February 17, 2018

Intimidades reflexivas - 1193

"Se esta matéria, que nos compõe, aos homens e às mulheres, seja ela uma obra de fogo e barro ou uma massa de espíritos e torrões, não tem mais nobreza neles do que em nós, porque é o mesmo sangue, os sentidos, as potências e os órgãos por onde se obram seus efeitos são os mesmos; a mesma alma que eles têm, porque as almas não são homens nem mulheres: que razão há para que eles sejam sábios e presumam que nós, as mulheres, não podemos sê-lo?" - Maria de Zayas y Sottomayor in 'Novelas Amorosas y Exemplares' (1590-1661)

Friday, February 16, 2018

O Ano do Cão

Comemora-se hoje a entrada do Ano do Cão de Terra no calendário chinês. Embora os festejos tenham começado antes porque este dia é dedicado à celebração em família, é hoje que se celebra verdadeiramente a entrada no ano do cão. O novo ano chinês terá início hoje dia 16 de fevereiro de 2018 e vai terminar em 5 de fevereiro de 2019. Essa contagem é diferente devida a crença do povo chinês. Isso porque o calendário tem o seu fim por conta do período solar, mas o que realmente é relevante para eles é o ciclo lunar, e por isso o seu ano começa diferente do que está determinado. Este novo ano o animal regente será o Cão que terá influência direta do elemento Terra, segundo a lenda de Buda que iniciou o Horóscopo Chinês. Por isso que os nativos dos 12 signos chineses serão mais tolerantes e terão mais empatia. Assim, vão fazer de tudo para que 2018 seja um ano repleto de equilíbrio. Outros pontos fortes deste novo ano será a lealdade, honestidade, fidelidade em alta que irá fazer parte da nossa vida nesse novo ciclo. Mas também teremos os momentos ruins. A fraqueza apontada pelo Horóscopo Chinês para 2018 será para confiar em novas pessoas, a falta de vontade de socializar e o vício em falar algumas mentiras inofensivas para disfarçar a verdade. Por isso, se hoje se cruzar com alguém de índole chinesa, não deixe de lhe desejar um bom ano novo, retribuindo a proverbial amabilidade oriental.

Thursday, February 15, 2018

Intimidades reflexivas - 1192

"Não há ideia mais consoladora do que esta — que eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que agora se esconde, são moléculas do mesmo Todo, governadas pela mesma Lei, rolando para o mesmo Fim. Desde logo se somem as responsabilidades torturantes do individualismo." - Eça de Queiróz (1845-1900)

Wednesday, February 14, 2018

Intimidades reflexivas - 1191

"Os homens portugueses procuram exercer sobre as mulheres - esposas, irmãs ou filhas -, mantendo-as encerradas em casa, confinadas ao gineceu da sua sala e estrado, privadas do convívio com qualquer homem que não seja da família ao contrário do que se passa nos demais países, como Espanha." - Deana Barroqueiro in '1640'

Tuesday, February 13, 2018

Para que a memória não se apague

Passam hoje 53 anos sobre o assassinato do General Humberto Delgado, também conhecido pelo general sem medo, às mãos da polícia política da ditadura do Estado Novo. Será bom que a memória não se perca para que nada disto se volte a repetir.

Intimidades reflexivas - 1190

"Ridendo castigat mores" (a sorrir se castigam os costumes) - Provérbio latino.

Monday, February 12, 2018

30º aniversário da morte de meu Pai

Cumpre-se hoje mais uma efeméride da minha já longa galeria de ausentes. Passam 30 anos sobre o falecimento de meu Pai, Álvaro. Parece que foi ontem e já três décadas foram percorridas desde esse funesto acontecimento. Dele guardo a memória ainda próxima, apesar dos anos volvidos, daquele homem, andarilho do mundo, de quem herdei esse gosto das viagens e do conhecimento de outros povos e culturas. Apesar da sua simplicidade ele sabia fazer bem essa ponte entre culturas bem diversas com uma subtileza ímpar. 30 anos passaram e as memórias ficam, perenes no tempo, como se estejam paradas num qualquer umbral, duma qualquer porta para uma qualquer outra dimensão. 30 anos se cumprem neste dia, e aqui a homenagem aparece, sincera e profunda. Os nossos ausentes só morrem definitivamente quando os esquecemos. E o meu Pai ainda não foi esquecido. Lá onde estiveres que estejas em paz, meu Pai!

Sunday, February 11, 2018

Intimidades reflexivas - 1189

"O sangue que corre nas minhas veias, borbulha como a lava incandescente de um vulcão em erupção. É uma língua de fogo faminta de prazer." - Maria Manuel Teixeira Lopes

Saturday, February 10, 2018

Intimidades reflexivas - 1188

"Sabes porque choram os olhos? Porque vêm!" - Padre António Vieira (1608-1697)

Friday, February 09, 2018

Intimidades reflexivas - 1187

"O triunvirato de escriturários que governava Portugal era de baixo nascimento, pouca qualidade e medíocre saber, não estava à altura de tão difícil empresa. Há homens que medram por tomarem os ofícios que não são seus, outros por fazerem o que não sabem, porque vendem a sua ignorância por mistério. e como ninguém quer mostrar que ignora o que o outro mostra que sabe, logo se apressa a aprovar a parvoíce alheia para encobrir a própria!" - Deana Barroqueiro in '1640'

Thursday, February 08, 2018

Carta aos impolutos

Meus(inhas) caros(as) amigos(as). 

Foi com surpresa e até estupefação que li as mensagens que gentilmente me enviaram. Não queria voltar aqui a trazer o caso do Repinhas, (nem pretendo dele falar), mas não posso ficar indiferente a alguns comentários que fizeram sobre o diálogo que ontem travei com essa grande Senhora - com letra maiúscula porque o merece - que é a Margarida Ferreira. Sinceramente não percebo - e isso deve ser incapacidade minha - o despropósito dos comentários. Aquilo que a Margarida disse na nota que publiquei sobre o Repinhas têm todo o fundamento. Durante quatorze anos acompanhei o Repinhas. Não tinha possibilidades de o adotar, e sempre que apelei à ajuda de terceiros, nunca nenhuma voz se ergueu para o ajudar a ele e, consequentemente, a mim. Hoje não deixa de ser estranho que tanta gente queira saber do Repinhas, precisamente - como dizia ontem a Margarida -, quando durante mais duma década o ignoraram. Apenas duas ou três pessoas me ajudaram nesta missão e a quem eu estou eternamente grato, mas tirando essas, tudo não passou dum olhar para o lado. Quando à menos de um ano ele esteve na iminência de ir parar ao canil, não vi esforço de ninguém para o ajudar. Tirando uma página de apoio, com o respetivo NIB pois então, e algumas partilhas, nada mais foi feito. (Acho até curioso que V. Exas. não tenham dado apoio financeiro quando a página foi aberta). Por isso, meus(inhas) amigos(as) não vos reconheço moral para dizerem o que quer que seja. Quando eu estava sem soluções, angustiado com a grave doença do meu cão e, ainda por cima, preocupado com a situação do Repinhas, foi a Margarida que deu o passo em frente para ajudar. E como dizia ontem uma pessoa que me contactou, "apenas a Margarida se chegou à frente, dado que parece que o Repinhas era uma espécie de 'rendimento mínimo' que se queria preservar." Não quero ir por aí, mas que tudo isto me parece estulto, podem crer que acho. O Repinhas, como disse ontem, está bem, tem uma cama quente que nunca teve, tem comida e água, sem ter que a andar a procurar, tem a dignidade que nunca lhe foi reconhecida. E isso, fruto da atitude da Cris Pinto, que o acolheu e o adotou, até que o fim da sua vida, o liberte da sua já longa e sofrida odisseia. Quanto à Margarida será bom que aqui fique claro, que ela representa para mim o que de melhor existe nesta causa animal. Não o faz por interesse, não o faz para que digam bem dela, não o faz para ter visibilidade, mas sim, porque tem um coração enorme e lhe custa ver o sofrimento desses seres sem voz. Como já aqui disse, a Margarida é aquilo que muitos de nós, que andavam nesta demanda, gostaríamos de ser mas não temos capacidade para tanto. Se há diferenças entre nós? Claro que sim. Se assim não fosse seria um aborrecimento. Mas sempre tivemos a capacidade de por de lado o que nos divide e concentrar-mo-nos naquilo que nos une. Esta Senhora é um exemplo para todos nós e isto não me canso de afirmar. É com imenso orgulho que a tenho no meu grupo de amigos e aqui continuará enquanto ela quiser. Ela como eu, estamos na vida de cara lavada, não nos escondemos por trás de fotografias inócuas por medo de revelar a identidade, vá-se lá saber bem por quê. Damos a cara, somos conhecidos, e assumimos a nossa causa comum. Fruto da mesquinhez que vejo por aí, é que nunca mais divulguei nenhum dos vários casos que apoio. Fi-lo apenas para a chamada matilha de Rio Tinto e ficou-me de lição. Eu sei que a grandeza de muita gente incomoda porque põe a nu a pequenez de tantos outros. (Já agora, está a correr na internet uma petição para ajudar a Margarida. Seria bom que a assinassem, pelo menos isso, porque é por uma boa causa, ajudar esta Senhora a ter um espaço para albergar com dignidade os muitos animais que resgata à rua e/ou ao canil municipal, livrando-os duma morte certa. E já lá vão quase mil! Sim, leram bem, quase mil). E quantos vós, mentes impolutas, salvasteis da morte? Serão assim tantos que nem vos lembrais? Se não querem participar não estorvem o caminho a quem quer ajudar. Criticar é fácil. Mas é quem suja as mãos quando necessário para ajudar que é digno de apreço. Por isso, nesta nota onde até poderia colocar o rosto do Repinhas, figurará o rosto da Margarida. Pela grande admiração que tenho por ela e pela sua obra em prol dos animais. A Margarida sabe que me tem ao seu lado, e vós, sabeis que não podereis vir com falsas questões que só vos degrada. Puritanos aqui são dispensáveis. Precisa-se é de pessoas de coração grande para lutar por estes infelizes. Sei que não me compreendeis porque tudo isto vos é estranho. Não passais de falsos profetas a anunciar a redenção. E se a partir de agora me quiserdes afastar, podeis crer que até vos fico grato. Mas não espereis que vos afaste a vós. Porque é importante que continueis a ver a obra feita às claras, sem a cobardia da mensagem a esconder falsos pruridos. Desejo-vos um feliz dia, mas atentais na vossa consciência, porque mais tarde ou mais cedo, ela vos chamará.

Com os melhores cumprimentos.

José Ferreira

Wednesday, February 07, 2018

Intimidades reflexivas - 1186

LARÁPIO: Nome de um pretor (juíz) romano corrupto que, ao invés de julgar as sentenças de um modo isento, preferiria vendê-las a quem melhor pudesse pagá-las: seu nome era Lucius Antonius Rufus Apius e como costumava assinar suas sentenças como L.A.R. Apuis, o povo logo começou a usar a palavra Larapius como sinónimo de pessoas desonestas, como ladrões ou gatunos.

Tuesday, February 06, 2018

Para memória futura

Esta foto - que tive a felicidade de fixar - tem 6 anos e quis aqui trazê-la de novo para memória futura. Ela elucida aquilo que foi a minha luta com a chamada matilha de Rio Tinto durante 17 anos! Nem tudo correu bem. Houve coisas que até correram muito mal. Mas também existiram momentos importantes como foi a adoção do Repinhas, o cachorro que fechou esta matilha. Na foto podem ver à esquerda a Sheila, que era a mãe do Repinhas. Desapareceu sem deixar rasto depois de se ter despedido de mim. Andava doente e julgo que morreu. A seu lado em frente na foto, o Repinhas que foi adotado e se encontra em Macedo de Cavaleiros. Atrás à direita sentado, está o Repas, que é o pai do Repinhas. Depois duma péssima e precipitada adoção, ele foi adotado por uma outra pessoa e, ao que julgo saber, encontra-se bem. (Não sei se é mesmo assim, porque quando o Repas foi adotado por um mau adotante, também me diziam maravilhas e no fim foi o que se viu. Espero que agora esta informação seja fidedigna e o Repas esteja mesmo bem). Atrás, sobre a esquerda da foto, também sentada está uma outra sofredora. Irmã do Repinhas, que nunca teve direito sequer a um nome, - pelo menos, que fosse do meu conhecimento -, que muito sofreu e desapareceu repentinamente. Não sei o que lhe aconteceu, se está bem ou mal, ou se até ainda vive. A juntar a estes, muitos outros por aqui passaram. Todos sofrendo muito às mãos dos humanos sem escrúpulos, fustigados pelas intempéries sem terem um porto de abrigo, açoitados pela fome e sede, quando lhes destruíam os abrigos onde lhes colocávamos a comida, quando não simplesmente a roubavam, e disso aqui fiz eco durante anos. Muita coisa se passou e nem sempre gratificante como vêem. Mas a memória aqui fica como símbolo, - como padrão -, do sofrimento dos nossos amigos animais que partilham connosco este espaço que habitamos no cosmos e que tão mal compreendidos são. Aos que partiram que estejam em paz. Aos que desapareceram que nada de mal vos tenha acontecido e, caso vivais ainda, que o sofrimento não exista nas vossas pobres vidas. Quanto aos adotados que sejam felizes nesta segunda oportunidade nas suas novas vidas. E agora, a vós, amigos de quatro patas, a todos peço perdão porque se calhar nem sempre estive à altura do que espera-vais de mim. Fiz o que pude, como pude, com aquilo que pude. Travei este combate com as armas que tinha aos dispor e, se calhar, nem sempre as mais adequadas e eficazes. Mas fi-lo. E disso, e até por isso, a minha consciência não me acusará. E a vós amigos humanos, aqui vos deixo a memória, uma memória igual a tantas outras que por aí existem, e que nem sempre conseguimos estar à altura daquilo que estes seres gostariam que fizéssemos. Mas o fazer, e o dispormo-nos a isso, já é importante. Esta foto diz isto tudo e muito mais, e nem sabem as saudades que me dá, e o sofrimento que encerra e me atormenta.

Monday, February 05, 2018

"La Route de l'Esclavage" - Jordi Savall

Há umas semanas atrás trouxe aqui um disco muito interessante de Jordi Savall que contava a história da cidade de Veneza. Hoje trago-vos outro que abarca o 'período mais negro da Humanidade' para citar a feliz expressão do músico catalão. Tenta ir do período em que o esclavagismo começou até à sua abolição, numa jornada com momentos lúdicos e outros bem tristes. "La Route de l'Esclavage" (A rota da escravatura) é o título deste trabalho de Jordi Savall acompanhado dum excelente livro em vários idiomas a explicar este período tão sombrio da Humanidade. Este magnífico trabalho é uma homenagem à memória das vítimas do tráfico de escravos. Este novo projeto multicultural de Jordi Savall e seus músicos sobre "The Routes of Slavery (1444-1888)" marca um primeiro momento na história da música e dos três continentes envolvidos no comércio de escravos africanos e a sua exploração no Novo Mundo, que são reunidos através da música antiga do período colonial, das tradições musicais do Mali e das tradições orais dos descendentes de escravos em Madagáscar, Brasil, Colômbia e México. Esta "Memória Musical" é acompanhada de textos históricos sobre a escravidão, começando com as primeiras crónicas de 1444 e concluindo com textos escritos pelo Prémio Nobel da Paz, Martin Luther King pouco antes de seu assassinato em 1968. Patrocinado pela UNESCO, essa reconciliação musical é fundada na igualdade, harmonia e inspiração recíproca, constituindo a comemoração de um capítulo trágico e vergonhoso na história da Humanidade. Um grande fresco histórico e musical, que ilumina a atitude do Ocidente em relação aos africanos na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa, bem como a sua indiferença em relação ao continente "esquecido" da África. Mas também é uma celebração alegre de corações e espíritos unidos através da música e da dança, oferecendo-nos a todos uma fonte vital de sobrevivência, um refúgio de paz, consolo e esperança. 2 híbridos SACD + 1 DVD filmados ao vivo na Abadie Fontfroide (França). É acompanhado por um belo e elucidativo texto em várias línguas: inglês, francês, alemão, italiano, castelhano, catalão. Participam Kassé Mady Diabaté e Violet Diallo (Mali) e Jordi Savall (viola da gamba e diretor artístico ) Hespèrion XXI - La Capella Reial de Catalunya & Tembembe Ensamble Continuo. Confesso que me senti incomodado quando logo a abrir a obra se fala de Portugal. Das rotas esclavagistas abertas pelos portugueses, do rapto destes em África, do desembarque deles nas praias do Algarve. Tudo demasiado feio para que possamos ficar indiferentes. Com certeza que não fomos só nós que o fizemos, todas as outras potências coloniais da época dele se serviram. Mas isso não significa o incómodo que sentimos. Uma obra a merecer a vossa melhor atenção. Recomendável e imprescindível.

Sunday, February 04, 2018

Que ensino é este que temos?

Acabou de ser conhecida a classificação das escolas secundárias portuguesas no ano de 2017. E, meus amigos, confesso que aquilo que foi publicitado é, no mínimo, aterrador. Apenas 88 escolas conseguem ter uma posição interessante no ranking com médias aceitáveis com alunos sem negativas. Tudo o resto é um profundo deserto sem fim à vista. Apesar de onze delas ainda inflacionarem as notas! O que é, só por si, grave. Naturalmente que, embora me interessando o panorama geral do país, quis olhar para aquilo que se passava no meu concelho, Matosinhos. A imagem anexa diz tudo. O nível é fraquíssimo, todas elas com média negativa! Um desastre completo. Sei do baixo nível dos estudantes nestas escolas por conhecimento direto de alguns deles. Sei que apesar disso, lá continuam a passar arrastando a sua ignorância e impreparação ao longo de anos. E isso é grave. Sei que naturalmente, os encarregados de educação o que desejam é que os seus pupilos passem de ano. Até posso concordar, mas o que já me incomoda é que não estejam tão comprometidos com o nível de conhecimentos que os seus educandos transportam em si, que é no mínimo, horrível. E isso acontece porque as escolas estão mais preocupadas com as estatísticas do que com os conhecimentos dos alunos, e estes vão ao longo dos anos passando com um défice de saber que se vai ampliando à medida que os anos passam. Alguns, mais hábeis ou a quem a sorte vai protegendo, até acabam por ingressar no ensino superior, e lá vão de novo, fintando a ignorância e, em alguns casos até acabam por concluir os seus cursos. Mas quando chegam ao mercado de trabalho as coisas são muito diferentes. E depois é vê-los a arrastarem-se aqui e ali, com ordenados miseráveis, com atividades menores, sem que consigam sair desse círculo infernal. Porque no mercado de trabalho as pessoas estão mais expostas e a margem de erro é maior. E assim, estas novas gerações vão palmilhando caminhos agrestes sem que, na maioria dos casos, nem sejam os principais culpados. Venho alertando há muito, para o baixíssimo nível do ensino no nosso país. Cada vez os conhecimentos são mais parcos, e depois, lamentam-se da falta de oportunidades. Quem é bom tem sempre mercado, uma máxima que continua a ser verdadeira. E o nível de ensino em nada beneficia esta ideia. O concelho onde vivo é bem disso um triste exemplo. E isso é mau, muito mau.

Saturday, February 03, 2018

Intimidades reflexivas - 1185

"Se eu posso te dar um conselho, eis aqui: Não mendigue atenção de quem quer que seja. Não se esforce para compartilhar minutos com quem está mais interessado em coisas que não te incluem. Não prolongue a conversa apenas para ter o outro por perto, quando você perceber que precisa se esforçar bastante para que o monólogo vire um diálogo. Esqueça. Prefira a sua solidão genuína à pseudo presença de qualquer pessoa. Ainda digo mais: Perceba que existem pessoas que curtem dividir a atenção contigo sem que você precise desprender esforço algum. Aproveite o que te dão de livre e espontânea vontade. Dispense o que te dão por força do hábito ou por conveniência. Esqueça o que não querem te dar. Cada um dá o que pode." - Mario Calfat Neto

Friday, February 02, 2018

"Eu prometo-te amar" - Kity Araújo

EU PROMETO TE AMAR

Eu prometo ser humana, as vezes o teu anjo
Ser tua proteção, teu ninho sagrado de amor
Misturar-me na tua rotina, ser o teu paraíso
Ser teu dia claro, a tua lua em noites escuras
Te fazer sorrir, as vezes... te fazer chorar
Quando teu coração precisar se emocionar
Ser uma loba selvagem em momentos inocente
Ser inconsequente, outras vezes... coerente
Oferecer palavras doces, o silêncio do olhar
Te arrancar de dentro dos meus belos sonhos
Te ensinar, o quanto é bom aprender a voar
Visitar as estrelas, ao tocar o céu da tua boca
Marcar tua pele, sentindo-te na ponta da língua
Prometo atiçar desejos adormecidos no teu corpo
Sussurrar ao teu ouvido, provocando-te arrepios
Nos momentos cheios de amor, tesão e prazer
Quando cavalgar no teu corpo até o amanhecer
E depois do cansaço, dos nossos corpos suados
Eu prometo nada mais te prometer... a não ser!
Que todas as loucuras de amor sejam perdoadas
Porque não existe nada melhor, do que amar você.

_____________ Kity Araújo.

Thursday, February 01, 2018

Intimidades reflexivas - 1185

"Algumas pessoas vão amar você, não importa o que você faça. E outras nunca vão te amar, não importa o que você faça. Vá para onde haja amor." - Jey Leonardo