Turma Formadores Certform 66

Thursday, June 28, 2012

Nos 300 anos do nascimento de Jean-Jacques Rousseau

Hoje passam trezentos anos sobre o nascimento do grande filósofo iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, que nasceu a 12 de Junho de 1712 em Genebra e viria a falecer em Ermenonville a 2 de Julho de 1778. Para além dum importante filósofo que marcou o seu tempo bem como as gerações vindouras, foi também teórico, político, escritor e compositor autodidacta. Para além dum iluminista viria a ser considerado um percursor do romantismo. É dele a seguinte frase: "Se houvesse um povo de deuses, ele seria governado democraticamente. Um governo tão perfeito não convém aos homens." Esta frase acaba por ser plena de actualidade e atravessar os tempos que, embora diferentes, parece sofrerem dos mesmos males. A razão, para Rousseau, é o instrumento que enquadra o homem, nu, ao ambiente social, vestido. Assim como o instinto é o instrumento de adaptação humana à natureza, a razão é o instrumento de adaptação humana a um meio social e jurídico. Ele viria a afirmar que: "Maquiavel fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo". Ele foi o grande ideólogo da República, um homem que acabou por estar no enquadramento dos acontecimentos da Revolução Francesa que viria a determinar o fim da monarquia em França. E, como é do conhecimento geral, este acontecimento histórico viria a incendiar a Europa como um rastilho - e Portugal não lhe escapou - sendo deste modo influenciada pelas ideias de Rousseau. A sua obra principal é "Do Contrato Social". Nesta obra Do Contrato Social, publicada em 1762, propõe que todos os homens façam um novo contrato social onde se defenda a liberdade do homem baseado na experiência política das antigas civilizações onde predomina o consenso, garantindo os direitos de todos os cidadãos, e se desdobra em quatro livros. Na transição para a vida em sociedade Rousseau é claro em escrever que: “O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.” (ROUSSEAU, 1978, p. 36). Este filósofo pleno de actualidade e duma importância enorme na cultura do seu tempo, bem como do nosso tempo que não o pode ignorar, passou ao lado dos media portugueses. Quem viu hoje a informação que se produziu em Portugal terá dificuldade em encontrar alguma referência a este autor, e a que aparece é duma discrição punjente. Afinal os media de hoje estavam mais interessados nas notícias do futebol, daí que não tivessem nem tempo, nem espaço para tal notícia que, infelizmente, não vende. Quando a cultura dum povo chega a este patamar temos a obrigação de ficar todos preocupados. (Embora, nem sei porque estou angustiado, visto neste país até terem acabado com o Ministério da Cultura porque, por aquilo que vejo, este deixou de ser necessário!) Mas, dizia, quando um país chega a este ponto, talvez seja de falar da crise, mas não já e só, da crise económico-financeira, mas de outras crises - (o plural não é excessivo!) -, duma crise de valores, duma crise cultural, enfim, duma crise que nos torna ignorantes e nos amesquinha como povo.

Naturlink - Curiosidades da ciência

"SABIA QUE: 1. As marés são provocadas pela força de atracção solar e lunar. Quando o Sol e a Lua formam um ângulo recto em relação à Terra, essas forças de atracção tendem a anular-se, produzindo marés de amplitude mínima ou marés baixas. Quando os dois astros estão na mesma linha, a atracção torna-se máxima e provoca as marés de grande violência. 2. O céu da Terra é azul porque as moléculas de azoto e de oxigénio, que formam a maior parte da atmosfera, filtram a componente azul da luz solar. Já em Marte, o céu é cor-de-rosa, em Urano é verde, em Vénus é amarelo-laranja, em Júpiter é preto e não se vêem estrelas, e em Plutão é negro, mas estrelado. 3. A Lua que vemos é a de poucos segundos atrás - tempo que a luz demora a percorrer a distância entre a Lua e nós. 4. Da Terra vê-se sempre a mesma face da Lua. A face oculta nunca está visível porque o seu movimento de rotação (rotação em torno do seu eixo) tem exactamente a mesma duração do seu movimento de translação (em torno da Terra), que é de vinte e sete dias e oito horas. 5. A distância entre a Terra e o Sol pode variar entre 147 000 000 km e 152 000 000 km, pois a trajectória que a Terra descreve em torno do Sol é elíptica. 6. A luz do Sol leva mais de 8 minutos para chegar à Terra e a sua temperatura chega a 5 500ºC. 7. A temperatura à superfície do planeta Vénus foi estimada em 462ºC. Para além disto a pressão é esmagadora e os gases extremamente nocivos (essencialmente ácido sulfúrico e pequenas quantidades de ácido hidroclorídrico e hidrofluorídico). 8. Marte é o planeta mais parecido com a Terra. Possui calotes geladas nos pólos, tempestades de areia, nuvens brancas que flutuam na atmosfera, características que se alteram sazonalmente e também um dia de 24 horas como na Terra. Por todas estas semelhanças a imaginação humana sempre colocou a hipótese de existir vida em Marte - os marcianos! 9. Saturno está tão distante do Sol, que a sua temperatura ronda os duzentos graus negativos. Esta distância é tão grande que, desde que foi descoberto, em 1846, ainda não efectuou uma volta completa em torno do Sol, pois o seu movimento de translação está calculado em 164 anos e 280 dias terrestres. 10. As miragens ocorrem quando a luz atravessa duas camadas de ar com temperatura diferentes. O sol aquece a camada superficial do solo que aquece a atmosfera imediatamente acima do solo. O ar quente deflecte os raios de luz e reflecte o céu. Para o observador as massas de ar actuam como espelho. 11. O ano de 1995 foi o ano mais quente da Terra, pelo menos, desde há cento e quarenta anos, quando se iniciou o registo regular das temperaturas. 12. Se quiséssemos documentar a história do nosso planeta, desde a sua formação, dia após dia, ano após ano, num único volume de exactamente mil páginas, cada página cobriria 4 milhões e meio de anos; as primeiras 250 páginas descreveriam o desenvolvimento das condições essenciais ao aparecimento da vida na Terra, a Idade dos Dinossauros exigiria umas 30 páginas; somente na página 984 apareceria o primeiro mamífero; e testando a nossa capacidade de síntese, tudo o que aconteceu desde a pintura nas cavernas até às viagens espaciais teria de ser condensado na palavra final. 13. Quando uma pessoa está cansada e sonolenta, o processo da respiração é, por vezes, involuntariamente suspendido por alguns momentos. O organismo reage logo, porque esta situação é perigosa, provocando uma reacção semelhante a um espasmo dos músculos da boca, garganta e peito, a qual desencadeia uma inspiração profunda, de modo a compensar a paragem na respiração. É este fenómenos que dá origem ao comum "bocejo de sono". 14. Um espirro pode atingir uma velocidade alucinante - até 160 km por hora. 15. O corpo de um recém-nascido tem 300 ossos, apesar de num adulto existirem apenas 206. Isto acontece porque durante a vida alguns ossos vão-se fundindo, transformando-se num só. 16. Durante a gravidez o útero aumenta quinhentas vezes de tamanho. 17. O electroencefalograma, exame que é realizado para mostrar a actividade cerebral, foi inventado em 1929 e foi através dele que se descobriu que as ondas nervosas jamais cessam, pois o cérebro nunca descansa, mesmo durante o sono. 18. Existem diferenças entre os cérebros de um adolescente e de um adulto em relação à produção de mielina (membrana isolante) que reveste os neurónios. Os adolescentes possuem menos mielina a revestir as células nervosas responsáveis pelas funções de reflexão e ponderação. 19. O corpo humano carrega cerca de 4 litros de sangue, que irrigam uma rede de 200 000 km de artérias, veias e capilares. 20. O sangue circula a uma velocidade de 2 km por hora. 21. O coração de um homem adulto é do tamanho de um pulso fechado e pesa, em média, 340 gramas. Funciona a um ritmo de 72 batidas por minuto, 104 000 por dia, 38 milhões por ano e algo em torno de 2,5 biliões de batidas ao longo de toda a vida. 22. Um adulto pisca os olhos 24 vezes por minuto e cada piscadela dura apenas 50 milésimos de segundo. Desta forma ficamos sem ver 1,2 segundos em cada minuto. 23. A cabeça tem, em média, 120 000 fios de cabelos. Cada fio vive cerca de 4 anos. Ao longo da vida, o organismo produz cerca de 3 milhões de fios de cabelo. 24. O cabelo cresce 15 centímetros por ano. Durante a nossa vida, cortamos cerca de 9 metros de cabelo. 25. Cada olho tem cerca de 200 pestanas. No entanto, elas estão em constante substituição, pois cada uma tem apenas 90 a 150 dias de vida." Estas e outras curiosidades constam do "In Naturlink, - As curiosidades da Ciência" que tem a coordenação de M.C. Reis e A.M.

Tuesday, June 26, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 189

E em tempo de canícula a política portuguesa segue o caminho habitual da depauperação, da miséria, sem estratégia de crescimento, tudo isto tem sido o pão nosso de cada dia. E se o governo tem vindo a dar machadadas sucessivas sobre vários sectores como os transportes e o Serviço Nacional de Saúde, é talvez no da educação que as coisas começam a dar que pensar, porque condicionam o futuro do país. Assim, foi divulgada à dias uma estatística que diz que jovens a falar duas línguas são apenas 13%, tendo diminuído o indicador relativamente ao ano passado que era de 23%. Muito longe, mesmo assim, da média europeia que é de 25%. Por aqui se vê o que está a acontecer entre nós. E se os alunos correm o risco de terem cada vez menos ensino, os que ainda restarem têm a emigração como destino. Pobre país que deixa fugir os seus jovens, que são o futuro da nação e, sobretudo, os jovens com mais qualificações. Se já regressamos aos fluxos emigratórios dos anos 60, agora temos esse fluxo alimentado por pessoas com elevadas qualificações. Já não é a emigração pobre e quase analfabeta que saía do país, mas sim, a sua massa cinzenta, o futuro de Portugal como nação. É caso para dizer que se o futuro já se nos apresenta sombrio em função da estratégia económica e financeira do governo, ele agora, aparece mais sombrio ainda porque é da qualificação da nação que estamos a falar. Apesar disto, o governo ainda achou por bem, fazer o sua apologia no dia em que se completava o primeiro ano da governação. É caso para dizer, se ninguém nos elogia, pois façamo-lo nós mesmos, à falta de melhor. Depois da miséria a que este país foi reduzido, depois da destruição da classe média, pilar do próprio regime, depois da falta de estratégia económica para que este venha a crescer num futuro próximo, depois de toda a confusão instalada, com muitos escândalos à mistura, o governo ainda acha que tem motivos para celebrar. Mas para além da arrogância do governo, esta parece atingir outros orgão de soberania. Cavaco confrontado com o protesto dos trabalhadores da Maternidade Alfredo da Costa recusou-se a receber os subscritos contra o encerramento da mesma, que não eram coisa pouca, à volta de quatorze mil! Agora, os promotores do projecto vão tentar entregá-los ao PM. Mas, como dizia um comentador da Antena 2, "seria bom que Cavaco os tivesse recebido, ficava-lhe bem, nem que os mandasse destruir sem os ler, porque se calhar ninguém ia saber". E ainda se admiram quando o PR começa a ser vaiado pelos sítios por onde passa. Esta é a sobranceria que hoje varre a política portuguesa, num mar de desilusão, de depauperação, de não-futuro que se desenha dia após dia. Num país sem rumo, numa Europa sem rumo e sem amanhã, onde a Espanha não escapou conforme pretendia fazer crer, onde Chipre já pediu o resgate invocando a exposição à dívida grega, onde não se sabe ao certo o que nos espera, a nós e aos restantes europeus, neste mundo de desilusão, só vai restando o futebol para alienar as massas. Porque é sempre assim, os políticos sabem-no bem. Isso também é um indicador do desenvolvimento dum povo. Quando à dias vimos uma checa a ser entrevistada sobre o futebol, achamos curioso que ela venha dizer que no seu país o futebol não tem a expressão do nosso, acrescentando, "enquanto vocês vão ao futebol, nós vamos visitar museus ou ao teatro". Esta é uma diferença bem vincada. Depois ainda nos queixamos dos políticos que lá colocamos como se fosse coisa doutrém!... Afinal, comportamo-nos como ovelhas à beira do abismo!!!

Monday, June 25, 2012

"Palavras e silêncio" - Florian Bernard


"Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio para apreciá-las em toda a sua plenitude. As grandes palavras servem, frequentemente, para confundir ou doutrinar. Às vezes, o silêncio é mais esclarecedor que um fluxo de palavras. Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra. Na realidade, as palavras devem ser a embalagem dos pensamentos. Não adianta fazer longos discursos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. Creio que, em sua grande sabedoria, a natureza deu-nos apenas uma língua e dois ouvidos para escutarmos mais e falarmos menos. Se as palavras não são mais bonitas do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Quanto mais o coração é grande e generoso menos úteis são as palavras. É necessário lembrar o provérbio dos filósofos: as verdadeiras palavras não são sempre bonitas e as palavras bonitas nem sempre são verdades. As grandes mentes fazem com que, em poucas palavras, muitas coisas sejam ouvidas. As mentes pequenas acham que têm, pelo contrário, a concessão para falar e não dizer nada. Poucas palavras são necessárias para expressar “eu gosto de ti.” Portanto, todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas e não são palavras curtas e fáceis de serem ditas. São aquelas que causam as maiores consequências. São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que aprenda a ficar em silêncio. Ser comedido com as palavras é uma prova de profunda sabedoria. Saber ouvir também." E porque elas são suficientes não acrescentarei mais nada...
 

Sunday, June 24, 2012

Conversas comigo mesmo - XCVI

Hoje é dia de S. João. Por trás desta festa meio religiosa e meio pagã, existe um simbolismo que quero aqui partilhar convosco. Neste dia que celebra a solenidade do nascimento de S. João Baptista, vou repescar, mais uma vez, uma passagem da Bíblia onde se lê: " Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João. Será para ti motivo de grande alegria e muitos hão-de alegrar-se com o seu nascimento, porque será grande aos olhos do Senhor". A missão fundamental de João Baptista foi anunciar e apresentar Jesus Cristo. Por isso veio à frente, apontando, com a palavra e o testemunho da sua vida, as condições necessárias para se acolher, com fruto, a mensagem e a salvação que Jesus nos traz, e é em si mesmo. "Ele veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de todos crerem por seu intermédio. Ele não era a luz mas devia dar testemunho da luz". E João Baptista cumpriu fielmente a sua missão: com a sua vida simples, sóbria e austera, com o seu carácter forte de homem sempre sincero, livre e honrado, com a sua palavra directa, frontal, objectiva e corajosa, com o seu espírito empolgado pela visão divina das coisas e da história, ele sacudiu e despertou os homens do seu tempo, provocando neles essa inquietação e esse início de boa vontade que abrem os caminhos de Deus. "E não é, porventura, a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história, e, por conseguinte, fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio?" Esta é a pergunta que João Paulo II nos deixou na sua Carta Apostólica sobre o início do novo milénio. Na verdade, a missão da Igreja, como a de João Baptista, é preparar os caminhos do Senhor, a verdadeira luz das nações. Missão necessária e urgente neste mundo tão distraído das coisas de Deus e que só poderá ser sacudido por testemunhas claras, serenas, simples, fortes e coerentes como João Baptista. Por isso, há determinadas teorias que o colocam até para além do próprio Cristo, mas disso não irei falar agora. Afinal, e como já disse em anteriores escritos, o objectivo é dar a conhecer o ritual cristão a muitos que, embora dizendo-se cristãos, nada sabem sobre os ritos daquilo que dizem defender.

Saturday, June 23, 2012

A grande viagem do espírito


A vida não espera. Por onde você for, o tempo não pára. O que ficou, ficou. O que se foi, passou. É a vida em movimento. Somos viajantes eternos em suas trilhas. Parece que somos passageiros na eternidade, mas a verdade é que somos eternos dentro do temporário. Ou seja, somos o eterno no movimento da vida que segue. Na natureza, tudo passa! O traço característico da existência é a impermanência. As coisas mudam. Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de acção do nosso viver. A vida é assim! Há um tempo para tudo: o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir. Tudo passa! O que fica é a experiência adquirida. As culpas e as mágoas também passam! No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, pois diluem no eterno as coisas passageiras. As coisas estranhas que aconteceram, os dramas e as palavras que feriram, também passam se você permitir. Sim, se você se permitir notar que o tempo leva tudo, e que a vida continua. Aquele ressentimento antigo ou aquelas emoções apagadas que, uma vez por outra, bloqueiam a sua alegria fazem parte do que é temporário, mas você é eterno. Essas emoções passam por você, mas que tal superá-las? Que tal passar por elas, sem se deter, apenas ficando a experiência e prosseguindo a vida? Sim, tudo passa mesmo! As estações sucedem-se no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno. Isso é natural! Como é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis. Como é natural seguir em frente, pois o tempo não pára e a vida continua. E, do centro da Consciência Cósmica, o Grande Arquitecto do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos nos abençoa sempre. As experiências vão, mas a aprendizagem fica. A evolução é inevitável! Estamos todos destinados à Consciência Cósmica, mesmo que não entendamos isso agora. Porém, se o desentendimento é passageiro, a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será imperecível. Tudo a seu tempo! Enquanto evoluímos e aprendemos a arte de viver, sejamos felizes. E não nos detenhamos até alcançarmos a meta! O que vale é o Amor ! Que a luz do discernimento e dos sentimentos mais elevados possa iluminar os nossos corações! Que cada dia leve consigo a maravilha do momento, que sempre passa. Paz e Luz !

Friday, June 22, 2012

Conversas comigo mesmo - XCV

Estamos em plena celebração dos Santos Populares, um pequeno bálsamo para este povo tão sacrificado, vergado por tempos difíceis. E quem é do Porto - ou essencialmente do norte - o S. João que amanhã se celebra será uma ocasião de são convívio entre as gentes. E este tem uma particularidade especial para mim. É o primeiro S. João celebrado pela minha bela Inês, a Inês do meu contentamento, a mais bela flor do meu jardim de Outono. Embora o Verão tenha entrado ontem à meia-noite e nove minutos da madrugada, - pela calada da noite enquanto muitos dormiam -, e apesar do tempo ainda tímido que nada se parece com a estação em que acabamos de entrar, o certo é que, já à muito, o meu jardim vem sendo iluminado por essa luz intensa que a minha adorada Inês me transmite desde que apareceu na minha vida, vai para oito meses e meio. A Inês continua a sua caminhada ainda tímida, mas decidida, de coleccionar os dias que são os seus, que a vida lhe atribuiu. E esses serão também os meus, os dias do meu contentamento, os dias duma felicidade tão desejada e agora reencontrada neste pequenino ser que irradia simpatia e alegria. A Inês, volta e meia, vem até minha casa e, parecendo saber da felicidade que tenho em tê-la junto de mim, abre o seu melhor sorriso. (Se têm dúvidas confirmem aqui: http://www.myspace.com/video/583288015/o-sorriso-da-in-s/108801918) . O mesmo sorriso com que me brinda muitos dias, logo pela manhã, quando sai de sua casa. A Inês passou a ser um símbolo de simpatia, de harmonia, de paz, duma paz tão necessária num mundo tão conturbado, mas que ela pretende ignorar, na sua frágil idade, que só a inocência duma criança é capaz de conseguir. Logo virão os dias de azáfama, de desassossego, que o futuro lhe há-de reservar, como a todos nós, nesse caldo temperado de felicidade e inquietação. Mas até lá, a Inês vai distribuindo a sua simpatia, imagem de marca da sua família, e de que o seu irmão Tiago é bem o exemplo. Afinal nestas idades a felicidade, a harmonia, a paz dos anjos, - como é usual dizer-se -, são imagens que se colam a qualquer um. Contudo, a Inês não deixa de mostrar a sua determinação nas primeiras birras, nas primeiras brincadeiras, nos primeiros gestos bem dignos da mulher determinada que parece que virá a ser. Este será portanto o seu primeiro S. João que promete ser bem divertido e onde, seguramente, a Inês não deixará de ser a figura principal com a sua simpatia congénita. Será também para mim, a estrela principal e mais brilhante da constelação da minha vida, seja nos Santos Populares, seja noutra altura qualquer, porque ela representa aquilo que de melhor a vida me reservou neste Outono bem dentro, a caminho dum Inverno mais profundo. Inês amor, Inês flor lá estarei contigo, como sempre espero estar junto de ti, nos momentos bons, mas sobretudo, nos menos bons que a vida te há-de reservar. Mas esses, também são momentos de crescimento, de aprendizagem. Sei que serás determinada, embrulhada nesse teu nome de rainha, nascida em terra Hospitalária, de guerreiros corajosos e determinados. Mas não esmoreças, nunca caminharás sozinha enquanto eu puder e a capacidade física e intelectual o permitir, - e tu o quereres, naturalmente -, neste resto de tempo que ainda me foi concedido para te conhecer, para te ter, para te ajudar na estrada por vezes sinuosa da vida. Mas hoje é dia de festa, como de festa espero que sejam todos os teus dias, na celebração desta maravilhosa festa da vida, sublinhada por essa simpatia que se desprende de ti. Minha bela Inês, agora é hora de ir para o arraial. Já és esperada, ansiosamente por todos, mas sobretudo, por mim.

Thursday, June 21, 2012

A Rocha - Conto Oriental

"O discípulo perguntou ao Mestre : - Como faço para me tornar o maior dos guerreiros ? - Vai atrás daquelas colina e insulta a rocha que se encontra no meio da planície. - Mas para quê, se ela não vai me responder? - Então golpeia-a com a tua espada. - Mas a minha espada se quebrará! - Então agride-a com as tuas próprias mãos. - Assim eu vou ferir as minhas mãos. E também não foi isso que eu perguntei. O que eu queria saber era como é que eu faço para me tornar o maior dos guerreiros. - O maior dos guerreiros é aquele que é como a rocha, não liga aos insultos nem provocações, mas está sempre pronto para neutralizar qualquer ataque do inimigo." Quem tem olhos para ver que veja, quem tem ouvidos para ouvir que ouça...
 

Wednesday, June 20, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 188

Nesta Europa à beira do abismo, sem rumo, tutelada pela Alemanha, há que analisar a problemática de tudo isto, duma forma sucinta, porque este assunto dava para preencher muitas e muitas páginas. Se a Alemanha começa agora a perceber que não pode viver sozinha, deixando a crise para os outros, porque afinal ela vive nos negócios com os outros países que hoje não têm fundos para negociar com a Alemanha, começasse a pensar que afinal a Alemanha não pode continuar à margem da crise, vindo mais cedo ou mais tarde, a sofrer as suas consequências, mesmo que seja duma forma reflexa. (A baixa do "rating" dos bancos alemães e austríacos, que à dias se verificou, é disso um bom exemplo). Mas é bom que olhemos para o problema criado, tentando perceber duma forma simples, o que está em causa, visto também estarmos a ser atingidos pela dita "crise", quando há alguns anos vivíamos na maior das prosperidades. À medida que se verificou a liberalização financeira o crescimento da dívida acompanhou esse movimento. O Tratado de Maastricht o Tratado de Lisboa fizeram o resto. Os governos começaram a pedir emprestado àqueles que decidem não taxar. O serviço dos juros realiza uma transferência de riqueza em benefício dos detentores dos títulos da dívida. Reforçam assim o seu poder económico e o seu peso político. Os governos baixam de novo os impostos antes de protegerem abertamente as grandes fortunas em relação aos impostos. Este foi o caso da França em 2007, sob a política de Sarkozy, mas não foi o único país que fez isso, tenhamos isto por adquirido. Então, os mercados podem ditar a sua política aos governos enquanto estes dão sermões aos cidadãos sobre "a obrigação moral de honrar as dívidas". Já não devemos falar de "ditadura dos mercados", mas sim de profunda cumplicidade entre os governos e a finança, de tal modo é flagrante aquilo a que alguns chamam a sua "submissão voluntária" aos bancos e aos "Hedge Funds". Então, torna-se indispensável baralhar os dados. É preciso procurar maneira de tornar os cidadãos comuns responsáveis pelo endividamento, quando é sobre eles que recai, nomeadamente por causa do IVA, a parte mais importante da fiscalidade. É nesta altura que os governos inventam uma célebre frase, a que o nosso governo não escapou, de que "os Estados vivem acima das suas possibilidades". E quando isso aconteceu, tornou-se claro que os cortes nas despesas do Estado eram uma prioridade absoluta da política económica. E quando as receitas fiscais baixam e o endividamento é "um golpe contra as gerações futuras", restam os cortes claros nas despesas orçamentais, o congelamento dos salários dos agentes do Estado, a "reforma das pensões", a "reforma do Estado" - redução do número de funcionários e desmantelamento do estatuto da Função Pública - e a acelaração da privatização dos hospitais, do ensino e do que resta dos serviços públicos. A concorrência fiscal intra-europeia foi o produto da liberalização financeira saída do Tratado de Maastricht. Na zona euro, o Luxemburgo é o eixo dela, seguido da Bélgica, sem esquecer o caso especial da Irlanda. O "Manifesto dos Economistas Aterrados" - que já foi objecto de divulgação neste espaço - caracteriza o conjunto desta evolução como tendo, pelo contrário, valor de "contrarrevolução fiscal". Daqui resulta que, na generalidade dos países, bem como, no nosso, que o endividamento público tem a sua fonte principal no baixo nível e na fraca produtividade da fiscalidade directa, bem assim como na evasão fiscal. O caso da Grécia é um verdadeiro "case study". A Grécia em determinada altura aumentou a sua dívida ao tentar enveredar por aquisições massiças de armamento, cada vez mais caro e sofisticado, induzido pelos países que são fabricantes deste tipo de material, como é o caso da França, que muito beneficiou com este negócio até agora. Depois, aparecem a cobrar aquilo que induziram os outros a comprar daí o chamar-se de "dívida ilegítima" aquela em que muitos países estão metidos, como é o caso grego, mas também de Portugal. (Ainda se lembram do caso dos submarinos?) Depois de se ter caído nesta teia, dificilmente se sai dela. Daí o haver cada vez mais quem defenda a reestruturação da dívida ou o rasgar, puro e simples, dos acordos com a "troika" como vimos na Grécia, mas também entre nós. No fundo, o essencial do problema prende-se com a criação do euro sem que houvesse a criação do modelo de governo central da UE. Quando o euro foi criado, a Europa estava dominada pelas forças defensoras do federalismo, coisa que agora não existe, o que levou a uma desaceleração da criação desse "governo central" onde o BCE tinha um papel importante, na emissão não só de "eurobonds" - hoje tanto na moda no discurso político - mas em algo bem mais eficaz como é o caso de emissão de moeda. Hoje a moeda de negociação internacional continua a ser o dólar, enquanto o euro é uma moeda que circula apenas dentro da UE e com um cariz mais especulativo. Daí que esteja sempre a ser objecto de ataques por partes daqueles que querem ganhar muito e facilmente, os verdadeiros especuladores que, eufemisticamente, chamamos de "mercados financeiros". Enquanto essa correcção não for introduzida, enquanto a Europa não caminhar para um modelo federal - sonho de Jean Monet e Jacques Délors - dificilmente ela será uma união estável, correndo até o risco de se desagregar a curto prazo e estilhaçar aquilo que era o seu factor de união, - a moeda única -, o euro. Mas para isso, será necessário começar a alterar a visão ultraliberal que hoje domina a UE. Daí o regozijo de muitos com as mudanças em França. Mas esta não é uma tarefa para um homem só, será necessário que outros países acompanhem a mudança, para que esta se torne efectiva e possa produzir frutos. Até lá, assistiremos à recessão continuada, ao empobrecimento, ao desemprego e, acima de tudo, ao descontrolo da dívida, porque os estados não conseguem sequer pagar o serviço da dívida, como é o caso dos países intervencionados. E para que tal aconteça, também não podem os bancos - verdadeiros causadores de tudo isto - passar ao lado e financiarem-se a custos muito baixos junto do BCE para depois emprestarem a juros usurários aos Estados, embora abaixo dos "Hedge Funds", como já deixamos entender atrás. Enquanto tal não acontecer, a Europa continuará a caminhar para o abismo, onde todos cairão, mesmo aqueles que hoje pensam que estão ao abrigo de todo e qualquer sobressalto.

Tuesday, June 19, 2012

"Areia e Espuma" de Khalil Gibran

"O Paraíso está ali, atrás daquela porta, no quarto ao lado, mas perdi a chave. Talvez a tenha apenas posto fora do lugar. Consideram-me louco porque não vendo os meus dias por ouro. Eu julgo-os loucos porque pensam que os meus dias têm um preço. Existe um campo verde entre o erudito e o poeta; quando o erudito o atravessa torna-se um sábio; quando o poeta o atravessa torna-se um profeta. A amizade é sempre uma doce responsabilidade, nunca uma oportunidade.Vivemos só para descobrir a beleza. Tudo o resto é uma forma de espera." Estas, algumas ideias alinhadas no livro "Areia e Espuma" de Khalil Gibran. Um livro a ler e a reler, sobretudo, nos tempos difíceis que atravessamos onde o material e o espiritual não andam de mãos dadas. Bálsamo para os tempos que correm. Para os dias desespero, para as noites de angústia. É normalmente nos livros que encontramos a redenção. Se é assim, este é um deles.
 

Monday, June 18, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 187

A Europa continua na encruzilhada. Se ontem em França se confirmou a viragem à esquerda que tinha acontecido com a chegada ao Eliseu de Hollande, na Grécia tudo parece mais do mesmo. Um país dividido entre quem apoia e quem é contra a austeridade. Se a Nova Democracia ganhou, esta não tem a força suficiente para implementar aquilo que terá, inevitavelmente, de fazer. O Pasok diz que concorda com um governo de salvação nacional mas só se o Syriza também lá estiver. Este já disse que vai para a oposição. A posição do Pasok é compreensível, para não deixar a oposição às medidas difíceis que terão que aplicar nas mão da esquerda radical. Mas esta situação compagina um país ingovernável, cortado a meio, sem rumo. Se a Europa respirou fundo ontem com o resultado eleitoral grego, não o puderá fazer por muito mais tempo. Porque parece que tudo mudou para que tudo continue como antes. Uma situação embrulhada onde ainda não se percebe o que irá acontecer num futuro próximo. O empobrecimento generalizado dos gregos não dá sinais de abrandar e, não será assim, que se conquistam as populações para os sacrifícios que vêm por aí. E a "troika" já foi muito clara sobre a continuação do ajustamento, leia-se depauperação, da Grécia. Por cá, as coisas embora mais pacíficas, não deixam de ter o seu impacto numa população que, também aqui, começa a estar farta de tudo isto, sem que veja que os seus sacrifícios valham alguma coisa. Basta ver os resultados da última sondagem para se perceber do que falamos. E as notícias não são as melhores. O resgate espanhol da banca poderá não ficar por aí, e seguramente não ficará, o que adensa as núvens no horizonte e não tranquiliza os mercados. E o que se passa em Espanha tem logo repercursões entre nós, visto Espanha ser o nosso principal mercado. Mas o ataque que começa a desenhar-se à Itália - que parece ser o seguinte - não indicia nada de bom. Numa Europa cada vez mais esfrangalhada, resultado das políticas ultraliberais que têm assolado a UE, o governo português - também ele ultraliberal - ainda teve que se confrontar com o anúncio duma moção de censura ao governo por parte do PCP. Ela será inconsequente face à maioria parlamentar de que o governo dispõe, - parece até que o principal visado será o PS - mas seja lá como for, o sinal está dado. É a política da água mole em pedra dura... que um dia há-de furar, porque as populações não podem continuar a ser esmagadas com as medidas que lhe estão a ser impostas, sem que nada lhes seja dada em troca. Nem sequer a esperança de que os seus sacrifícios vão servir para algo, somando-se austeridade sobre austeridade, numa espiral recessiva de empobrecimento nunca por cá vista onde o desemprego é o principal flagelo e factor de perturbação social a que devemos estar muito atentos. E aqui também não se vê nada que dê a indicação de que existe alguma estratégia para o contrariar. Até lá à que aguardar. Um dia haverá uma resposta para estas políticas de empobrecimento... um dia!...

Sunday, June 17, 2012

Conversas comigo mesmo - XCIV

"O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita". Neste domigo, falo-vos duma espera activa. Há parábolas em que Jesus realça, sobretudo, o papel do homem na construção do reino de Deus: a responsabilidade que lhe cabe e a cooperação que se lhe exige. Há outras - como as que vos proponho neste domingo - em que o acento vai todo para a acção essencial, insubstituível e decisiva de Deus. No entanto, com este realce não pretende Jesus convidar-nos a uma cómoda passividade mas sim a uma esperança activa. Pois o que as suas parábolas garantem é que o projecto de Deus se vai realizar até à sua plenitude; que o seu reino está implantado no coração da humanidade e na História e que há-de desenvolver-se até à sua manifestação definitiva. O que as suas parábolas querem fomentar, por isso, é a verdadeira esperança na acção salvadora de Deus e no seu reino. A esperança é virtude fundamental na vida de um cristão. Mas esperar, nada tem a ver com a inactividade, indiferença ou resignação face às realidades, problemas e desafios do mundo e do tempo em que se vive. Certo de que o reino de Deus não se identifica com nenhuma realidade humana e de que a sua realidade última não está deste lado da existência, o cristão sabe, contudo, como nos lembra, neste domingo, S. Paulo: que a sua vida e seu destino têm a ver com o que se faz ou não faz, iluminado e impulsionado pela esperança nesse reino. Na verdade, o reino de Deus espera-se, acolhendo e vivendo, desde já, os valores que nos aponta e em nós semeia.

Wednesday, June 13, 2012

Os três últimos desejos de Alexandre Magno

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos: 1º Que o seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época; 2º Que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); 3º Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos. Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou: 1º Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte; 2º Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem; 3º Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos. Um bom tema de reflexão para o dia de hoje e para a nossa vida em geral.
 

Tuesday, June 12, 2012

Os sons do silêncio ou o segredo para se tornar uma grande pessoa - Conto oriental

Um rei mandou o seu filho estudar no templo de um grande mestre com o objectivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre mandou-o sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta. Quando o príncipe regressou ao templo, após um ano, o mestre pediu-lhe para descrever todos os sons que conseguira ouvir. Então, disse o príncipe: "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na relva, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..." E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe regressasse à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu à ordem do mestre, pensando: "Não percebo, eu já distingui todos os sons da floresta..." Durante dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distinguir nada de novo além daquilo que já havia dito ao mestre. Porém, uma manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou: "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..." E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter certeza de que estava no caminho certo. Quando regressou ao templo, o mestre perguntou-lhe o que mais conseguira ouvir. Paciente e respeitosamente o príncipe disse: "Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores abrindo-se, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da relva bebendo o orvalho da noite..." O mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse: "Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender às reais necessidades de cada um."

Monday, June 11, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 186

Após o escândalo das secretas estar a desaparecer dos "media", o assunto vai caindo no esquecimento - à boa maneira portuguesa - e quem nele esteve envolvido aparece de novo como se não se tivesse passado nada. Alguns dos intervenientes até já o tinham anunciado!... Na sequência disso, apareceu à dias Miguel Relvas a anunciar um programa para combater o desemprego jovem. A atitude até poderia ser louvável, não fosse encerrar em si mesmo, o incentivo ao emprego precário e aos baixos salários que, indubitavelmente, conduzirá à emigração. Isso era o que o PM defendia e pelos vistos está a criar as condições para que tal venha a acontecer. Ao fim e ao cabo é a estratégia dum insígne PSD como António Borges, cujas afirmações provocaram até desconforto no CDS/PP que não evitou mostrar o seu desagrado. Afinal para quem defendia que os jovens deveriam procurar resolver o seu problema de emprego fora das fronteiras do seu país, não se poderia esperar outra coisa. Embora Cavaco tenha vindo dizer que esperava que isso não acontecesse, porque tal empobreceria o país, sobretudo, a nível de cérebros de que tanto Portugal precisa. Mas a ironia do destino por vezes tem foros de realidade. E isso aconteceu com Miguel Relvas - certamente sem o desejar - acabou por dar um dos maiores elogios ao programa educacional dos governos de Sócrates, quando falando na apresentação do tal programa, veio dizer que "Portugal tem uma geração de jovens qualificados que nunca teve". O que é verdade. Basta comparar o nível educacional do último governo PSD de Santana Lopes e aquele que o actual governo PSD foi encontrar. Pelo meio, esteve uma estratégia educacional sem par, dando qualificação a muitos portugueses que nunca esperaram tê-la, como foi o caso das Novas Oportunidades, tão odiado por este governo. A estratégia educacional de então foi muito elogiada no estrangeiro, mas agora convém não se falar disso, perante um governo que não pretende ter muitos portugueses qualificados, porque é deles que virá a contestação, dentro duma estratégia que por cá passou à muitos anos atrás e que pensavamos que tinha sido erradicada de Portugal. Basta ver o que se passou com a pasta da cultura, e não são precisos mais comentários!!! Mas, infelizmente, o problema educacional não é o único com que o nosso país se confronta. Mergulhado numa crise sem par, numa recessão que não se vislumbra quando terminará, Portugal recebeu mais uma má notícia. A economia portuguesa teve a maior quebra do PIB no 1º trimestre. Coisa que já todos sabíamos e que o governo pretendia ocultar. O que não é novidade visto a depauperação da economia é feita diariamente numa estratégia de baixos salários em nome da competitividade sem nexo. Não é preciso ser economista para ver que isso não passa duma falácia, que o próprio PR veio desmistificar à dias, afirmando, e bem, que o aumento da competitividade é feita pela via da inovação e do empreendorismo. Mas este governo, na sua senda ultraliberal ignora os alertas, apenas conhecendo a política de cortes sobre cortes, mesmo em sectores básicos da vida como a saúde. Beneficiando os privados em detrimento do SNS, todos os dias vemos os desaforos que se fazem. E mais uma vez Cavaco aparece a dizer que espera que "nunca se deva pôr em causa o acesso à saúde por razões económicas". Mas o governo actual é um governo ultramontano, aparecendo a defender coisas depois de todos os outros o já terem feito. E para quem tiver dúvidas, veja-se o caso do emprego jovem. O governo apresenta um programa, 300.000 desempregados jovens depois, - 36,6% do desemprego jovem (!) -, para o tentar combater com as questões que atrás já explanamos. O mesmo sucedendo com a saúde, onde chega depois de os privados já terem subtituído o SNS em muitos sectores e regiões. Até na Europa. Se a Europa já começa a falar de "eurobonds", só quando quase todos se vão manifestando nesse sentido, o governo ainda vai dando os primeiros passos nesse sentido. Agora que a UE começou a perceber que a Espanha poderá ser a próxima vítima - a banca já está sob protecção -, quando os principais bancos alemães e austríacos vêm baixar o seu "rating", a solidariedade europeia começa a aparecer. É ver o que se está a passar, e a solidariedade demonstrada para com a banca espanhola coisa que não vimos quando Portugal entrou em dificuldades. Agora que os alemães começam a ver que só podem crescer com os negócios com os outros países à volta, que neste momento estão em apuros, já há quem se comece a questionar sobre se a Alemanha pode continuar a fazer de conta que a crise é só dos outros e a manter-se de fora. A banca alemã e a austríaca já começou a sofrer os primeiros cortes de "rating". É que a zona euro está estagnada e sem dar sinais de retoma. Christine Lagarde à dias, afirmava duma forma jocosa que " os dirigentes europeus deviam ser fechados numa sala e dela só sairiam quando encontrassem uma solução para salvar o euro". O caos está instalado na UE, e por cá, as coisas não andam melhor. Para quem tinha soluções para resolver a crise em dois meses, parece que se equivocou ou então... mentiu! Ao fim e ao cabo o importante era "ir ao pote"!

Sunday, June 10, 2012

Conversas comigo mesmo - XCIII


Estamos no chamado tempo comum. E aproveito este tempo para alguns pontos de reflexão. "Onde estás?" Eis a primeira pergunta que, na Bíblia, se dirige ao primeiro homem. Uma pergunta válida e oportuna para homens e mulheres de todos os tempos. Na verdade, o ponto de partida para todas as arrancadas salvadoras ou recomeços regeneradores será sempre a tomada de consciência da situação em que nos encontramos e das suas verdadeiras causas. Jesus surpreende-nos no Evangelho ao falar-nos de um pecado sem perdão: o pecado contra o Espírito Santo. Não se trata, por certo, de pôr limites à misericórdia de Deus. Deus está sempre - e sem condições - no caminho dos que O procuram. Mas o que é possível é o homem fechar-se à luz e à verdade e ao encontro salvador. Porque nos fechamos à luz, não vemos com profundidade e isenção e passamos para os outros todas as culpas: "Foi a mulher que me deste", diz Adão; "foi a serpente...", diz a mulher. O nosso pecado de origem é pensar que construir a vida à margem de Deus é ser livre e feliz. Mas o que conseguimos construir, afinal, é uma vida e um mundo à deriva, sem referências sólidas, sem respeito pela vida, pelas pessoas, pelos animais, pela natureza e pelas coisas. Um mundo sem luz ao fundo do túnel.

Wednesday, June 06, 2012

"O Mistério da Última Ceia" - Sir Colin J. Humphereys

Durante séculos, os estudiosos da Bíblia foram incapazes de resolver as aparentes inconsistências nos evangelhos sobre a última semana de Jesus. Por outro lado, as narrativas dos evangelhos parecem registar demasiados acontecimentos para tão curto espaço de tempo entre a Última Ceia e a crucificação, referindo mesmo que quarta-feira é um "dia em falta" no qual Jesus nada fez. Quase parecendo uma intrigante história policial, neste livro o autor expõe, com clareza, as aparentes contradições dos acontecimentos da Semana Santa e propõe a sua própria solução. A data exacta da crucificação é uma das grandes questões sem resposta do nosso tempo. Numa abordagem fascinante, Sir Colin estabelece a relação entre dados astronómicos, recentemente divulgados, e os relatórios dos últimos dias e horas da vida de Jesus, tal como constam nos quatro evangelhos. Este livro é uma emocionante viagem histórica aos últimos dias de Jesus, um livro emocionante e difícil de largar. Quanto ao autor, Sir Colin J. Humphreys, é professor e director de investigação no Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia da Universidade de Cambridge. Foi várias vezes premiado pelo seu trabalho. Nos seus tempos livres, dedica-se a estudar acontecimentos da Antiguidade, interpretando-os à luz da ciência moderna. É autor de"The Miracles of Exodus". "O Mistério da Última Ceia" é o seu segundo livro. Resta acrescentar que a edição é da Oficina do Livro. Um livro recomendável a todos os que se interessam por estas matérias, dada a inovação que ele encerra em termos de investigação e de novas propostas de abordagem do tema.

Tuesday, June 05, 2012

Velas precisam-se...

Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo entre elas. A primeira disse: – Eu sou a Paz, e apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me acesa. Em seguida, a sua chama, devagarinho, apagou-se totalmente. A segunda disse: - Eu chamo-me Fé! Infelizmente sou supérflua para as pessoas. Elas não querem saber de Deus, por isso não faz sentido continuar acesa. Ao acabar de falar, um vento bateu levemente sobre ela, e a chama apagou-se. Baixinho e triste a terceira vela manifestou-se: - Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas deixam-me de lado, porque só se conseguem ver a si próprias. Esquecem-se até daqueles que estão à sua volta. E também se apagou. De repente, chegou uma criança e viu as três velas apagadas. - Que é isto? Vocês devem ficar acesas e queimar até ao fim. Então a quarta vela disse: - Não tenhas medo, criança. Enquanto eu estiver acesa, poderemos acender as outras velas. Pausa para reflexão. Quando apagamos as chamas da Paz, Fé e Amor, ainda assim, nem tudo está perdido. Alguma coisa há-de ter restado dentro da gente. E isto tem que ser preservado, acima de tudo. Então a criança pegou a vela da Esperança e acendeu novamente as que estavam apagadas. Que a vela da Esperança nunca se apague dentro de ti. Ela é a nossa luz no fim do túnel. O caminho da felicidade precisa, antes, ser pavimentado com esperança. Paz, Fé, Amor e Esperança!

Monday, June 04, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 185

A balbúrdia continua. O caso das secretas está a provocar um embaraço ao governo quando existem assuntos tão sérios que deveriam ocupar a governação. Passos Coelho na semana passada, assumiu a defesa de Relvas, talvez duma maneira apressada. É certo que o governo não tem um ministro político a não ser Relvas, mas tudo tem o seu limite. Agora que se sabe que o directo-adjunto do Expresso, Ricardo Costa, também foi espiado, agora que se sabe que Relvas mentiu e nesta segunda ida à comissão de inquérito tentou corrigir a mão, agora que outras personalidades se acham no direito de sentirem que estão, ou podem ter sido, espiadas, o problema ganha um volume e uma gravidade enormes. Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa no seu habitual comentário semanal, dizia que "o ministro deveria sair pelo seu pé, pois está a criar um engulho ao primeiro-ministro e um peso inaceitável sobre o governo". Mas parece que o ministro não está para aí virado, pelo menos é o que parece, o que significa que a novela vai continuar, enquanto o governo espera que passe e se esqueça o assunto. Mas mesmo aqui, Marcelo Rebelo de Sousa alerta "que isso terá um pesado preço político para o governo" até citando casos de anteriores governos que fizeram o mesmo com outros assuntos e que depois pagaram um elevado preço político. Já no programa da SIC Notícias, "Quadratura do Círculo", este assunto foi objecto de fortes ataques de todos os participantes, não sendo a menor duma figura destacada do PSD, Pacheco Pereira, que inclusivé diz que o PM deveria demitir Relvas depois de toda esta embrulhada ainda não totalmente esclarecida. Apesar desta novela, ela não foi suficiente para esconder mais um recorde deste governo, o nível assustador do desemprego que é uma verdadeira bomba-relógio social que poderá explodir a qualquer momento. Vítor Gaspar diz que em 2012 o desemprego atingirá os 15,5% e me 2013 os 16%! Afinal as medidas da "troika", bem como, a estratégia governamental que vai para além do memorando, estão paulatinamente a enterrar o país conforme vimos afirmando desde à já algum tempo. O ministro da economia - o tal de quem nunca nos lembramos do nome - vem dizer que se estão a preparar medidas para o combater, mas já ninguém o leva a sério, afinal anda a dizer isso desde que chegou ao governo e o resultado é este. O déficit segue na mesma esteira do desemprego. A manter-se o ritmo do 1º trimestre, este vai superar o acordado com a "troika" que era de 4,5% perspectivando-se que atinga os 7,5%. Com esta tendência, será quase impossível evitar um novo empréstimo que significará mais recessão, mais desemprego, ausência de crescimento. Em tudo o que já se viu na Grécia e que agora parece querer repetir-se entre nós. E a continuar esta estratégia, com a recessão a não dar sinais de abrandar, que será do nosso futuro na zona euro? Se a Grécia já está à beira da saída, - apesar das afirmações contrárias dos políticos europeus -, não será o nosso país o próximo? Com este emaranhado de balbúrdia no governo, fala-se agora em reduzir a TSU para tentar diminuir o desemprego jovem! Mas isso leva ao enfraquecimento da Segurança Social que tão carente anda de meios. Afinal o que se pretende? Será tudo isto uma estratégia, ou simplesmente a fuga em frente, quando já não se sabe o que fazer? No meio desta confusão, António Borges veio afirmar que era necessário diminuir os salários!!! Quando Portugal já tem dos mais baixos salários da UE que pretende António Borges? Claro que o governo, depois de questionado na AR, veio logo afirmar que não ia baixar os salários, mas quando muitos dos seus correligionários políticos vieram afirmar que ele estava a falar de mais, não deixa de ser preocupante o que de facto se está a cozinhar. E até Marcelo não passou ao lado da questão, acusando-o, também, de falar de mais mas acrescentando que "se ele afirmou isso, com certeza que dará o exemplo, e desde logo, irá baixar as suas remunerações". Mas quando se fala muito deste problema é porque alguma coisa está a ser preparada. Neste emeranhado de confusão em que Portugal se encontra, - mas também a Grécia que vê aproximar-se o momento de muitas decisões com as eleições à porta -, quando já se fala no possível resgate de Espanha, vemos que o edifício europeu continua a abrir brechas. E, aparentemente, ninguém parece fazer nada. O caso das "eurobonds" continua em banho-maria, quando deveriam ser implementadas rapidamente. Não se percebe a estratégia que empurra com a barriga o problema para a frente sem, contudo, o resolver. Será que alguma vez alguém terá coragem para romper com este ciclo de empobrecimento em que as políticas ultraliberais arrastaram a Europa numa espiral de recessão, desemprego e ausência de crescimento que de à muito não se vi-a nesta parte do globo? Mas temos o Euro 2012 à porta e com ele o abrandar da pressão mediática virada para a indústria do futebol, bem como, a pressão das populações, elas também alienadas pelo mesmo fenómeno. Será o período de tréguas para os políticos, dando espaço para estes implementarem o que bem entendam, sem que ninguém dê por isso. Para este políticos é caso para dizer "Viva o futebol!".

Sunday, June 03, 2012

Conversas comigo mesmo - XCII

Este domingo comemora-se a festa da Santíssima Trindade. Esta festa é um convite à contemplação do mistério de Deus. E para nós, cristãos, contemplar Deus é olhá-Lo à luz do evangelho, pois acreditamos que Jesus Cristo é o ponto máximo e definitivo da sua revelação. É a partir d'Ele que descobrimos que Deus, na sua realidade mais profunda é um mistério que se balbucia com palavras como amor, doação total, comunhão plena de pessoas, família: Pai, Filho, Espírito Santo. Um amor que nos envolve, nos chama e nos acolhe; uma família que a nós se abre e se nos oferece não só como meta e destino da nossa vida e da nossa história, mas também como modelo fundamental. Por isso, crer no mistério da Trindade é, sobretudo, vivê-lo. Viver à imagem de Deus, viver a Trindade, significa sair dos nossos egoísmos e dos nossos individualismos; significa abrir-se ao relacionamento, ir ao encontro do outro, buscar o diálogo e a compreensão, interessar-se, empenhadamente, na construção e na vivência de um espírito de comunidade nos vários espaços em que se desenrola a nossa vida e a nossa actividade. É nesta perspectiva que se entende a beleza e a profundidade daquele pensamento de Santo Agostinho: "Entenderás a Trindade se viveres na caridade", pois "Deus é amor".

Friday, June 01, 2012

Algumas instruções para se viver bem


A alma vive neste mundo longe do seu lugar de origem. Ela corre muitos perigos, já que está submetida a todo o tipo de tentações, sofrimentos e corre até mesmo o risco de se perder. A existência é uma luta intensa entre a luz e as trevas. Mas o que fazer quando a alma é tomada pela apatia e pelo desespero? O que fazer quando se tem a nítida sensação de estar mergulhado na corrente descendente da involução? Não existe uma regra fixa e infalível que se aplique a todos, pois cada ser humano constitui um microcosmos, com a sua própria história, temperamento e modo de ser. Assim, as soluções são igualmente únicas e devem ser geradas dentro de cada ser, naquele lugar mais íntimo e sagrado onde entramos em comunhão com as Forças Superiores. No entanto, algumas instruções podem ser úteis para a construção de um caminho de Luz que servirá de fundamento para a manifestação das virtudes da alma, possibilitando que ela penetre na corrente evolutiva do universo: 1- Cultive sempre pensamentos positivos, mesmo nos momentos mais difíceis. Abandone o medo, o ódio, a inveja, o ciúme, o rancor e o sentimento de vingança, cargas pesadas demais para serem carregadas; 2- Seja optimista, corajoso, perseverante e bem humorado. Quem não sorri está doente, necessita de um médico. O quotidiano do optimista não é necessariamente melhor do que do pessimista, mas é mais alegre e descontraído. O optimista conta com menos rugas na fronte, no coração e na alma; 3- Alimente projectos nobres, um ideal pelo qual valha a pena lutar e morrer, se for preciso. Pratique a caridade, pois se olhar para trás verá que há sempre alguém que sofre mais. O vento não favorece um barco sem leme, sem rumo, sem direcção; 4- Que a esperança sempre o acompanhe no caminho da peregrinação. Viver é esperar e esperar é viver. Não se assuste nem desanime diante das provações. Onde há crise, existe vida. Sorria e cante. Quem tem fé e valores espirituais caminha firme, imperturbável, de modo fraterno e paciente, cantando salmos de gratidão. Para que o homem possa chegar ao Sanctum Regnum, são indispensáveis quatro pontos: · Ter uma inteligência esclarecida pelo estudo; · Ter uma audácia que nada o faz parar; · Ter uma vontade que nada o abala; · Ter uma discrição que nada pode corromper.