Turma Formadores Certform 66

Saturday, February 28, 2015

Intimidades reflexivas - 190

Só quem já praticou uma boa ação sabe que o maior beneficiado não é quem a recebe, mas quem a pratica!

Intimidades reflexivas - 189

Deixe brotar seu sorriso mesmo sem nada a dizer. Jamais despreza o valor do sorriso. O sorriso agrada a quem sorri e a quem é endereçado. Sorria com sinceridade. O sorriso franco e espontâneo contagia e cria as condições para o diálogo amigo. Ele desperta a atenção. Faz brotar amizades sinceras. Se não puder sorrir mantenha o semelhante calmo. Sorrir falso gera antipatias e perturba os outros. Isso rebaixa você. Os olhos também sorriem.Um sorriso aberto e sincero vale mais do que mil palavras. SORRIA MESMO QUANDO NADA SOUBER DIZER...

Pelo peito adentro - 2

"Deixa-me abraçar-te!!
Apertar-te forte como se fosse a primeira vez... outra vez!
Trespassar-te a pele como se em ti eu pudesse habitar, respirar... ficar.
O teu abraço é a minha casa, a minha muralha, o lugar onde o peito aquece e a tempestade adormece! Enlaça-me em finas cordas de magia , leva-me àquele breve instante onde a noite se confunde com o dia.
Deixa-me ficar assim... no abraço quente de uma praia deserta, numa dança que balança de paz e sossego. Envolve-me nos teus braços, junta os teus aos meus pedaços...
Abraça-te em mim e deixa-me ficar em ti... todo o tempo que quiseres."

Telmo Mendes

Friday, February 27, 2015

Pelo peito adentro - 1


"O marido, tinha saído 1h antes com os amigos boémios do costume. Um vou ali venho já que demorava em média até de madrugada, quando ele chegava a casa mais derrubado que erguido. 
Naquela noite, também ela iria sair. Joana, colocou o vestido vermelho comprado no dia dos namorados, e que ele tinha repudiado por lhe parecer uma puta! 
Olhou-se no espelho... ajustou o vestido, pronunciou o decote. Alongou as pestanas e ensaiou o sorriso... desde miúda o seu ponto forte. 
Fechou a porta de casa e foi palmilhando a calçada... só queria que olhassem para ela, queria um piropo que afagasse a alma, um abraço no ego. Não viu nenhum rosto familiar, amigos ou conhecidos de outrora... O mundo tinha continuado sem ela!
Puxou de um cigarro, encostou-se na sombra da parede e inspirou o frio da noite. Segundos depois, na sua frente parou um carro.
" ...Quanto levas !?? " Perguntou ele.
Joana fez uma pausa, atirou ao chão o que restava do cigarro, saíu do escuro... deu três passos na direcção do carro e disse:
"... tu de mim não levas mais nada!!"
Aquela foi a noite em que o marido não voltou para casa."

Telmo Mendes

Thursday, February 26, 2015

Com a verdade nos enganam

A polémica em torno da Grécia e do seu novo governo parece não ter fim. Até se compreende. Uns, porque pretendem continuar a humilhar esse povo, o mesmo povo que nos deu a Democracia; outros, porque se sentem incomodados pela submissão de "cachorro abandonado" que têm tido perante as instituições, ou melhor dizendo, perante a Alemanha. Um dia, com o devido distanciamento histórico, se fará a análise deste período negro da Europa, e então, veremos o que haverá para dizer. Mas para aqueles que, entre nós, tanto têm falado contra a Grécia, não percebendo a humilhação que fazem aos portugueses quando tomam certas atitudes, será bom lembrar que a grande nação helvética tem uma dívida externa inferior à nossa, isto é, dependem menos do exterior do que nós! Quem diria!... (Já agora, cumpre esclarecer que a dívida externa inferior à portuguesa significa que a Grécia tem menos dívida pública e mais dívida privada, daí a sua menor exposição ao exterior). Mas se olharmos para o saldo primário - em contas do Estado é o saldo dos recebimentos e pagamentos tirando os juros da dívida - é mais excedentário que em Portugal. Significa que, apesar da tremenda austeridade que tem sofrido a Grécia, esse saldo ainda é melhor do que o nosso. Contudo, isto não significa que seja bom para a Grécia porque isso quer dizer que tem mais impostos que nós, teve uma quebra nos salários maior do que a nossa e quebras nas pensões bem mais significativas. Por isso, Varoufakis diz que o saldo primário não deveria ser tão grande. Isto quer dizer também que existe uma folga para o ajustamento, e é precisamente aqui que o governo de Tsipras está a tentar atuar para além doutros setores. Por aqui parece ter começado o governo grego a ajustar a economia. Mas o que me parece mais significativo de tudo isto é que quando comparamos Portugal à Grécia, afinal não estamos tão melhor assim, contrariando uma narrativa (para usar o termo da moda) que os políticos vêm desfiando. Quando se diz que Portugal nada tem a ver com a Grécia é uma tremenda mentira. Percebo o porquê da afirmação, e numa análise mais superficial até é assim. Mas quando começamos a ir mais fundo as surpresas são evidentes. como atrás ficou claro. E as recentes afirmações ontem proferidas pela União Europeia (UE), de que pretende vigiar de perto o que se passa em Portugal são bem disso exemplo. Porque o nosso país tem "desequilíbrios macroeconómicos excessivos" (Moscovici) - desde logo o alto desemprego e o fraco crescimento económico, mas também, pela sua elevada dívida pública - que leva a que a UE queira manter a rédea curta. É preciso não esquecer que Portugal tem a terceira dívida mais elevada na Europa! O que pode parecer estranho quando se vê diariamente um tremendo foguetório em torno de oscilações de décimas que são residuais na economia nacional. E já agora, é bom lembrar que a França conseguiu mais dois anos para ter o défice abaixo dos 3%! Afinal, parece que a teoria do "bom aluno", do macaquinho circense devidamente amestrado que Schäuble apresenta, não passa duma mentira. O silêncio de ontem do primeiro-ministro português quando confrontado com isto, mostra bem a surpresa e o incómodo. Afinal, e parafraseando o discurso dominante, não somos a Grécia, mas estamos também longe de ser a Irlanda.

Intimidades reflexivas -188

Acredito ser exatamente assim e você? Somos caminhantes da Vida... Mesmo estando entre dores e aflições, nosso destino é, sem dúvida alguma, avançar, aprender, evoluir e conquistar o nosso desenvolvimento espiritual!!

Wednesday, February 25, 2015

Intimidades reflexivas - 187

Ao fim de cada dia... um suspiro longo, um olhar para o além.. um 'obrigado' sussurrado... De todo coração! Da boca para dentro... Porque enquanto houver vida em nós, tem sim, muito o que agradecer! Um 'obrigado' profundo, ciente das bênçãos deste, e de todos os dias até então... e por todos que virão... Ao fim de cada dia... Gratidão e confiança... Esperança e alegria! Dia bem vivido, dia agradecido, coração descansando em Deus... Missão cumprida!

Tuesday, February 24, 2015

A carta de compromisso do governo grego enviada ao Eurogrupo

O correspondente da Reuters na Alemanha, - Matthias Sobolewski -, divulgou a carta de compromisso do governo grego enviada ao Eurogrupo. Ei-la: (O texto está em inglês. Peço desculpa pelo facto, mas não houve tempo para a tradução. E o interesse é muito, neste momento, por documento).


"Greek finance minister’s letter to the Eurogroup

BERLIN, Feb 24 (Reuters) – Following is the text of Greek Finance Minister Yanis Varoufakis’s letter to Eurogroup President Jeroen Dijsselbloem outlining Greece’s proposed reforms.

Dear President of the Eurogroup,
In the Eurogroup of 20 February 2015 the Greek government was invited to present to the institutions, by Monday 23rd February 2015, a first comprehensive list of reform measures it is envisaging, to be further specified and agreed by the end of April 2015. In addition to codifying its reform agenda, in accordance with PM Tsipras’ programmatic statement to Greece’s Parliament, the Greek government also committed to working in close agreement with European partners and institutions, as well as with the International Monetary Fund, and take actions that strengthen fiscal sustainability, guarantee financial stability and promote economic recovery. The first comprehensive list of reform measures follows below, as envisaged by the Greek government. It is our intention to implement them while drawing upon available technical assistance and financing from the European Structural and Investment Funds.
Truly
Yanis Varoufakis
Minister of Finance Hellenic Republic

I. Fiscal structural policies
Tax policies – Greece commits to:
 Reform VAT policy, administration and enforcement. Robust efforts will be made to improve collection and fight evasion making full use of electronic means and other technological innovations. VAT policy will be rationalised in relation to rates that will be streamlined in a manner that maximises actual revenues without a negative impact on social justice, and with a view to limiting exemptions while eliminating unreasonable discounts.
Modify the taxation of collective investment and income tax expenditures which will be integrated in the income tax code. 
Broaden definition of tax fraud and evasion while disbanding tax immunity.
Modernising the income tax code and eliminating from it tax code exemptions and replacing them, when necessary, with social justice enhancing measures.
Resolutely enforce and improve legislation on transfer pricing.
Work toward creating a new culture of tax compliance to ensure that all sections of society, and especially the well-off, contribute fairly to the financing of public policies. In this context, establish with the assistance of European and international partners, a wealth database that assists the tax authorities in gauging the veracity of previous income tax returns.
Public Finance Management – Greece will:
Adopt amendments to the Organic Budget Law and take steps to improve public finance management. Budget implementation will be improved and clarified as will control and reporting responsibilities. Payment procedures will be modernised and accelerated while providing a higher degree of financial and budgetary flexibility and accountability for independent and/or regulatory entities.
Devise and implement a strategy on the clearance of arrears, tax refunds and pension claims.
Turn the already established (though hitherto dormant) Fiscal Council into a fully operational entity.
Revenue administration – Greece will modernise the tax and custom administrations benefiting from available technical assistance. To this end Greece will:
Enhance the openness, transparency and international reach of the process by which the General Secretary of the General Secretariat of Public Revenues is appointed, monitored in terms of performance, and replaced.
Strengthen the independence of the General Secretariat of Public Revenues (GSPR), if necessary through further legislation, from all sorts of interference (political or otherwise) while guaranteeing full accountability and transparency of its operations. To this end, the government and the GSPR will make full use of available technical assistance.
Staff adequately, both quantitatively and qualitatively, the GSPR and in particular the high wealth and large debtors units of the revenue administration and ensure that it has strong investigative/prosecution powers, and resources building on SDOE’s capacities, so as to target effectively tax fraud by, and tax arrears of, high income social groups. Consider the merits of integrating SDOE into GSPR.
Augment inspections, risk-based audits, and collection capacities while seeking to integrate the functions of revenue and social security collection across the general government.
Public spending – The Greek authorities will:
Review and control spending in every area of government spending (e.g. education, defence, transport, local government, social benefits)  Work toward drastically improving the efficiency of central and local government administered departments and units by targeting budgetary processes, management restructuring, and reallocation of poorly deployed resources.
Identify cost saving measures through a thorough spending review of every Ministry and rationalisation of non-salary and non-pension expenditures which, at present, account for an astounding 56% of total public expenditure.
Implement legislation (currently in draft form at the General Accounts Office – GAO) to review non-wage benefits expenditure across the public sector.
Validate benefits through cross checks within the relevant authorities and registries (e.g. Tax Number Registry, AMKA registry) that will help identify non-eligible beneficiaries.
Control health expenditure and improve the provision and quality of medical services, while granting universal access. In this context, the government intends to table specific proposals in collaboration with European and international institutions, including the OECD.
Social security reform – Greece is committed to continue modernising the pension system. The authorities will:
Continue to work on administrative measures to unify and streamline pension policies and eliminate loopholes and incentives that give rise to an excessive rate of early retirements throughout the economy and, more specifically, in the banking and public sectors.
Consolidate pension funds to achieve savings.
Phase out charges on behalf of ‘third parties’ (nuisance charges) in a fiscally neutral manner.
Establish a closer link between pension contributions and income, streamline benefits, strengthen incentives to declare paid work, and provide targeted assistance to employees between 50 and 65, including through a Guaranteed Basic Income scheme, so as to eliminate the social and political pressure for early retirement which over-burdens the pension funds.Public administration & corruption – Greece wants a modern public administration. It will:
Turn the fight against corruption into a national priority and operationalize fully the National Plan Against Corruption.
Target fuel and tobacco products’ smuggling, monitor prices of imported goods (to prevent revenue losses during the importation process), and tackle money laundering. The government intends immediately to set itself ambitious revenue targets, in these areas, to be pursued under the coordination of the newly established position of Minister of State.
Reduce (a) the number of Ministries (from 16 to 10), (b) the number of ‘special advisors’ in general government; and (c) fringe benefits of ministers, Members of Parliament and top officials (e.g. cars, travel expenses, allowances).

Tighten the legislation concerning the funding of political parties and include maximum levels of borrowing from financial and other institutions.
Activate immediately the current (though dormant) legislation that regulates the revenues of media (press and electronic), ensuring (through appropriately designed auctions) that they pay the state market prices for frequencies used, and prohibits the continued operation of permanently loss-making media outlets (without a transparent process of recapitalisation)
Establish a transparent, electronic, real time institutional framework for public tenders/procurement – re-establishing DIAVGEIA (a side-lined online public registry of activities relating to public procurement)
Reform the public sector wage grid with a view to decompressing the wage distribution through productivity gains and appropriate recruitment policies without reducing the current wage floors but safeguarding that the public sector’s wage bill will not increase Rationalise non-wage benefits, to reduce overall expenditure, without imperilling the functioning of the public sector and in accordance with EU good practices
Promote measures to: improve recruitment mechanisms, encourage merit-based managerial appointments, base staff appraisals on genuine evaluation, and establish fair processes for maximising mobility of human and other resources within the public sector

II. Financial stability
Instalment schemes – Greece commits to Improve swiftly, in agreement with the institutions, the legislation for repayments of tax and social security arrears
 Calibrate instalment schemes in a manner that helps discriminate efficiently between: (a) strategic default/non-payment and (b) inability to pay; targeting case (a) individuals/firms by means of civil and criminal procedures
(especially amongst high income groups) while offering case (b) individuals/firms repayment terms in a manner that enables potentially solvent enterprises to survive, averts free-riding, annuls moral hazard, and reinforces social responsibility as well as a proper re-payment culture.
 De-criminalise lower income debtors with small liabilities  Step up enforcement methods and procedures, including the legal framework for collecting unpaid taxes and effectively implement collection tools

Banking and Non-Performing loans. Greece is committed to:
Banks that are run on sound commercial/banking principles
Utilise fully the Hellenic Financial Stability Fund and ensure, in collaboration with the SSM, the ECB and the European Commission, that it plays well its key role of securing the banking sector’s stability and its lending on commercial basis while complying with EU competition rules.
Dealing with non-performing loans in a manner that considers fully the banks’ capitalisation (taking into account the adopted Code of Conduct for Banks), the functioning of the judiciary system, the state of the real estate market, social justice issues, and any adverse impact on the government’s fiscal position.
Collaborating with the banks’ management and the institutions to avoid, in the forthcoming period, auctions of the main residence of households below a certain income threshold, while punishing strategic defaulters, with a view to: (a) maintaining society’s support for the government’s broad reform program, (b) preventing a further fall in real estate asset prices (that would have an adverse effect on the banks’ own portfolio), (c) minimising the fiscal impact of greater homelessness, and (d) promoting a strong payment culture. Measures will be taken to support the most vulnerable households who are unable to service their loans
Align the out-of-court workout law with the instalment schemes after their amendment, to limit risks to public finances and the payment culture, while facilitating private debt restructuring.
Modernise bankruptcy law and address the backlog of cases

III. Policies to promote growth
Privatisation and public asset management – To attract investment in key sectors and utilise the state’s assets efficiently, the Greek authorities will:
Commit not to roll back privatisations that have been completed. Where the tender process has been launched the government will respect the process, according to the law.
Safeguard the provision of basic public goods and services by privatised firms/industries in line with national policy goals and in compliance with EU legislation.
Review privatisations that have not yet been launched, with a view to improving the terms so as to maximise the state’s long term benefits, generate revenues, enhance competition in the local economies, promote national economic recovery, and stimulate long term growth prospects.
Adopt, henceforth, an approach whereby each new case will be examined separately and on its merits, with an emphasis on long leases, joint ventures (private-public collaboration) and contracts that maximise not only government revenues but also prospective levels of private investment.
Unify (HRDAF) with various public asset management agencies (which are currently scattered across the public sector) with a view to developing state assets and enhancing their value through microeconomic and property rights’ reforms.

Labor market reforms – Greece commits to:
Achieve EU best practice across the range of labour market legislation through a process of consultation with the social partners while benefitting from the expertise and existing input of the ILO, the OECD and the available technical assistance.
Expand and develop the existing scheme that provides temporary employment for the unemployed, in agreement with partners and when fiscal space permits and improve the active labour market policy programmes with the aim to updating the skills of the long term unemployed.
Phasing in a new ‘smart’ approach to collective wage bargaining that balances the needs for flexibility with fairness. This includes the ambition to streamline and over time raise minimum wages in a manner that safeguards competiveness and employment prospects. The scope and timing of changes to the minimum wage will be made in consultation with social partners and the European and international institutions, including the ILO, and take full account of advice from a new independent body on whether changes in wages are in line with productivity developments and competitiveness.

Product market reforms and a better business environment – As part of a new reform agenda, Greece remains committed to:
Removing barriers to competition based on input from the OECD.
Strengthen the Hellenic Competition Commission.
Introduce actions to reduce the burdens of administrative burden of bureaucracy in line with the OECD’s input, including legislation that bans public sector units from requesting (from citizens and business) documents certifying information that the state already possesses (within the same or some other unit).
Better land use management, including policies related to spatial planning, land use, and the finalisation of a proper Land Registry
Pursue efforts to lift disproportionate and unjustified restrictions in regulated professions as part of the overall
strategy to tackle vested interests.
Align gas and electricity market regulation with EU good practices and legislation

Reform of the judicial system – The Greek government will:
Improve the organisation of courts through greater specialisation and, in this context, adopt a new Code of Civil
Procedure.
Promote the digitisation of legal codes and the electronic submission system, and governance, of the judicial system.

Statistics – The Greek government reaffirms its readiness to:
Honour fully the Commitment on Confidence in Statistics, and in particular the institutional independence of ELSTAT, ensuring that ELSTAT has the necessary resources to implement its work programme.
Guarantee the transparency and propriety of the process of appointment of the ELSTAT President in September 2015, in cooperation with EUROSTAT.

IV. Humanitarian Crisis – The Greek government affirms its plan
to:
Address needs arising from the recent rise in absolute poverty (inadequate access to nourishment, shelter, health services and basic energy provision) by means of highly targeted non-pecuniary measures (e.g. food stamps).
Do so in a manner that is helpful to the reforming of public administration and the fight against bureaucracy/corruption (e.g. the issuance of a Citizen Smart Card that can be used as an ID card, in the Health System, as well as for gaining access to the food stamp program etc.).
Evaluate the pilot Minimum Guaranteed Income scheme with a view to extending it nationwide.
Ensure that its fight against the humanitarian crisis has no negative fiscal effect.

Fonte: (Reporting by Matthias Sobolewski Editing by Jeremy Gaunt.)
2015-02-24 11:44:02"

Monday, February 23, 2015

Intimidades reflexivas - 186


"A vida pode ser mais leve. Mais lúdica. Se eu não brincasse, enlouqueceria. Não posso nem sei ser essa imagem que tanta gente congelou a respeito do que é ser adulto. Passo longe desse "freezer". Quero o calor da vida. Quero o sonho e a realidade melhor que ele puder gerar. Quero alguma inocência que não seja maculada. Quero descobrir coisas que não suspeito existirem e, que para minha surpresa, têm significado para o meu coração. Adulta, quero caminhar de mãos dadas, vida afora, com a criança que me habita: curiosa, arteira, espontânea". - Ana Jácomo.

Saturday, February 21, 2015

Um acordo frágil como cristal

Finalmente chegou-se a um acordo entre a União Europeia (UE) e a Grécia. Pelo menos o acordo possível porque não existem situações ideais e até em determinada altura se terá pensado que tal não seria possível. Para tal, teve que haver necessariamente cedências de ambas as partes. Só assim se chega a consensos. Mas uma coisa ficou clara. Desde logo, a Comissão Europeia (CE) foi posta de lado, depois das afirmações de Jean-Claude Juncker - já objeto de análise neste espaço numa outra altura - porque as restantes instituições europeias não lhe terão perdoado o rebate de consciência. Mas uma outra coisa também transpareceu de tudo isto. É que a Alemanha assume o protagonismo todo não deixando espaço aos outros países para se expressarem. Ao que se sabe, numa sala estava a Alemanha e noutra a Grécia. Entre eles andavam algumas pessoas a levarem e a trazerem propostas. Esta é a dura realidade do estado a que chegou a UE. Cada vez mais deixa se ser uma união, no verdadeiro sentido do termo, para ser um somatório de Estados a quem a Alemanha impõe as diretrizes. A CE é aquilo que podemos chamar de governo dos governos, logo ao ser afastada das negociações, apenas resta um aglomerado de Estados onde os mais fortes impõem a lei aos mais fracos. E como a Alemanha é o maior contribuinte líquido, fica claro quem manda. Mas mesmo assim, para iludir os menos atentos, o ministro alemão das finanças não dispensou a seu lado a ministra das finanças do nosso país, para apresentar aquilo que seria a justificação da estratégia do "bom aluno". A Espanha, ao que parece, também não deixou de ser chamada a terreiro, por isso, segundo se diz nos "media", Portugal e Espanha terão sido aqueles que mais dificuldades apresentaram para que o acordo fosse em frente! O irónico de tudo isto, é que sendo nós tão pobres e desgraçados como os gregos, aparecemos a dar ares de grandes senhores, como se não tivesse acontecido nada em Portugal nestes últimos quatro anos. O ser pobre não é crime, a falta de dignidade é que é uma vergonha. Isto é válido para as pessoas mas também para os países. Para que nos deixem cair algumas migalhas da mesa farta dos países do norte, Portugal parece não se importar em fazer o papel de bobo da corte. Coisas tristes se passam nestes dias da ira, nesta Europa de interesses bem longe da que foi pensada no pós-II Guerra Mundial. Sou um defensor da UE e do euro desde o seu início. (Ainda há dias o defendi numa conferência). Mas não desta UE em que um país dita as regras que os outros vão ter que seguir. Isso não é uma verdadeira união. A Grécia terá o cutelo sobre a cabeça nos próximos quatro meses. Durante esse tempo, a possibilidade de sair do euro será um dos temas em cima da mesa. Espero que o bom-senso impere e que tal não venha a acontecer. Porque se a Grécia sair, a possibilidade de irmos atrás é enorme. Mesmo com a proteção anunciada para Portugal se tal se vier a verificar. É que de palavras estamos todos fartos. E na altura não existirão quaisquer garantias de que isso venha a verificar-se e que preço teríamos que pagar. (Não nos esqueçamos que no início desta semana, havia um acordo da Grécia com a CE, - daí as palavras de Juncker - acordo esse que foi retirado para a reunião do Eurogrupo por pressão da Alemanha). Se a Grécia sair do euro será a pequena picada de alfinete que irá fazer com que o dique rebente mais cedo ou mais tarde. Se a Grécia sair do euro, o projeto europeu será fortemente atingido. Não podemos prever as consequências, mas seguramente, momentos de muito aperto nos esperam. Mas uma virtude teve a Grécia neste processo. É que nada ficará como dantes. Os assuntos que até agora eram tabús deixaram de o ser. E isso, só por si, já foi um grande avanço. E como dizia uma publicidade portuguesa publicada nos jornais gregos: "Aguentem gregos porque os reforços estão para chegar!". Não tanto atitudes como as que Varoufakis ontem denunciou quando disse que: "Eles (Portugal e Espanha) estão a ser mais alemães do que a Alemanha". Algo incrível que nos deve envergonhar a todos.

Conferência sobre a problemática das dívidas soberanas - Agradecimento

Na quarta-feira passada estive numa conferência sobre a problemática das dívidas soberanas. Quero aqui agradecer o convite que me foi feito para fazer uma das intervenções, bem como, aos presentes que proporcionaram um excelente debate que foi, estou certo, muito enriquecedor para todos. À organização apresento os meus parabéns pelo evento e a forma como decorreu. Obrigado a todos.

Momentos de ternura

Esta criança é o meu orgulho. Já não poderia passar sem ela. É a minha vida, a luz do que resta do meu caminho que ainda tenho para percorrer, o futuro que já não terei e que espero que ela continue qual facho de luz brilhante, sereno e caloroso. Ela é o meu poema de amor, o meu grito de liberdade, o sentido da minha existência. Ela é aquilo que eu gostaria de ter sido e não fui; aquilo que deveria de ter feito bem e não fui capaz; o amor personificado numa criança, na sua idade mais pura e sincera, mais inocente porque mais verdadeiro. A Inês é isso tudo e muito mais. Porque há coisas que não conseguimos traduzir por palavras. O simples acto de as utilizarmos seria um desperdício, estragaria o essencial. Porque o amor é assim, cego e incondicional. O amor por uma criança é, e será sempre, o mais puro dos amores. E quando esse amor nos avassala não há como resistir. E eu não quero resistir. Não posso resistir. Porque seria redutor, uma blasfémia até, rejeitar a pureza e a candura. Apenas fica o sentimento de nem sempre poder estar à altura. E isso preocupa-me. Mas tudo farei para que sim. Para que a Inês veja sempre no seu padrinho o exemplo a seguir. A nobreza dos sentimentos que lhe tento transmitir de solidariedade pelos semelhantes, amor pelos animais e respeito pela natureza são disso exemplo. Três pilares da vida, não da vida comum e trivial, mas da Vida, aquela que se escreve com maiúscula e que poucos compreendem. Esse é o legado que lhe quero deixar. Porque tudo o resto é efémero. Quero ser o estafeta que lhe passa o testemunho que outros me passaram a mim. Como foi o caso dos meus avós maternos e padrinhos. Ela será a que me seguirá na corrida, assim o espero. Ela será a testemunha maior. Ela será a portadora do facho que lhe lego. Porque ela é o que é. Parafraseando uma canção dos meus tempos de juventude "She's my everything!" (Ela é o meu tudo)!... Sim, Amor puro, Amor solidário, Amor sem limites ou barreiras. Ela é a estrada larga e luminosa. Macia de piso e verdejante de veredas. Iluminada por um sol brilhante e quente. Ela é a minha estrada para o infinito.

Friday, February 20, 2015

Um rebate de consciência

Ontem fomos surpreendidos pelas declarações de Jean-Claude Juncker sobre a austeridade. E isso foi surpreendente porque Juncker é o presidente da Comissão Europeia (CE), depois de ter sido o líder do Eurogrupo que ajudou a aplicar a mesma austeridade. Mas apesar disso, ele foi capaz de fazer a sua autocrítica. Foi capaz de perceber que aquilo que se passou essencialmente em Portugal e na Grécia foi um desastre. Que nada resultou para além do empobrecimento das gentes e destruição dos países. Acusou a "troika" de não ser democrática, e bem. Acusa este grupo de funcionários de dialogarem com ministros e governos, impondo regras absurdas sem legitimidade democrática para o fazer. Eles substituíram-se à política quando está já nada tinha a dizer. E foi ver a reação de alguns governos, - desde logo o nosso -, que aponta o dedo a Juncker só faltando acusá-lo de perigoso anarquista. O mesmo Juncker que o governo português achava que era o melhor dos melhores para a CE. Até é da mesma família política! (Mas isso foi há algum tempo atrás). Agora que o encanto terminou o incómodo é visível. Todos sabemos que Juncker tem razão. Exceto os governantes que achavam que se devia ir para além do que determinava a "troika". Mas o tempo desses governantes já é passado. Aquilo que defendem já ficou para trás. A página da História começou a ser virada inexoravelmente. (Basta ver como o ministro alemão das finanças quis ter a seu lado a sua homóloga portuguesa, - que se prestou a esse triste papel -, para defender o indefensável). As ondas de choque aí estão. Tudo isto, queiramos ou não, pela mão das eleições gregas. Que mudaram o rumo. Que mudaram a maneira de olhar para a História. Sem as eleições gregas ninguém estaria a discutir isto. E esse incómodo vem dum povo que, apesar das consequências, quer erguer a cabeça, reconquistar a sua dignidade como povo. A Grécia que foi o berço da democracia ergueu-se para mostrar que ainda é o baluarte dessa mesma democracia contra a tirania da União Europeia (UE) que devia ser uma união e não uma manta de retalhos comandada pela Alemanha. A UE que devia ser mãe e não madrasta. A UE que devia ser solidária e não persecutória. Juncker foi o arauto de muitos que os tempos recentes esmagou, que conduziu à miséria e à descrença povos inteiros. Juncker foi o sinal de que a História mudou, que tem que ser repensada a maneira como até agora correu.  Antes que seja tarde. E já começa a ser tarde. Daí o rebate de consciência.

Intimidades reflexivas - 185

Esta Infância, aonde estes meninos, 
crianças de hoje, homens de amanhã, 
já não sabem o que é ser criança. 
Nasceste para ser amada; 
Vais crescendo pouco a pouco e, 
Nos teus sonhos de criança, 
Idealizas alegrias, sorrisos, abraços, amigos 
Mas não têm voz ativa; 
Ninguém te ouve! Sofres!
Criança nua, magra, sem pais, 
Com mãe ou só pai,
Sem lira, sem cravo, sem afago;
Sem dia, sem noite, que amor não tem.
Criança que sofre, gelada, sem teto, sem chão,
Onde procuras pão e não há;
És explorada por uns e por outros, sem dó nem piedade.
Querias ser como as outras crianças, que vês na Televisão
E de que ouves falar; têm tudo sem trabalhar.
E tu criança do meu País, que trabalhas de sol a sol,
O que sabes de ser criança?
Queria poder dar-te os meus braços,
O meu prato, a minha cama,
Enfim, eu queria saber como te dar no abraço,
A minha chama;
Menino terra, esperança, homem no amanhã, 
A viver da promessa
Crescendo depressa, morrendo depressa.

Thursday, February 19, 2015

Intimidades reflexivas - 184

E vocês passaram um dia bem? Então hora de agradecer por isso! Tenhamos um sono com muita paz... e que o nosso amanhecer seja iluminado com os raios de sol trazendo-nos muita Paz.. sabedoria... benevolência... humildade para que o nosso dia possa fluir com toda força e beleza do nosso Universo!!

Wednesday, February 18, 2015

"Amor" - Luís Conceição

AMOR

O amor não sei explicar por mais que tento.
É querer-te muito sem pensar querer.
E, por te querer é que te penso sempre e tanto,
Que o meu pensamento sem ti, é nada ter!


Não sei amor! Tenho um fogo intérmino,
Que ao conhecer-te, profundamente se me ateou!
E me faz sentir um pequeno e grande menino,
E o barco dos sonhos em mim se acostou!

Ai, é sentir-me bem nos teus braços suaves!
Respirar o teu respiro, - perfume de açucenas!
É aquecer o meu desejo nos teus lábios doces.

É ficar mudo com as palavras na alma vacilantes,
E quando te falo digo que muito te amo apenas.
Mas o meu amor não cabe nestes versos sonantes!

14.02.2015
Luís Conceição

Tuesday, February 17, 2015

Intimidades reflexivas - 183

Não existe presente melhor, mais precioso, que possamos deixar para quem quer que seja do que o nosso amor, não importa quanto futuro aconteça depois.

Monday, February 16, 2015

"História do Mundo" - Andrew Marr

Olhamos para a Europa como se fosse o centro do Universo. Mas a História da Humanidade extravasa em muito as fronteiras do Velho Continente, como prova este livro - uma verdadeira História do Mundo. Andrew Marr realizou uma série de oito filmes para a BBC (que também passaram entre nós no circuito da televisão por cabo) sobre a História do Mundo, que o levaram a explorar os diferentes berços da civilização - do deserto peruano à Ucrânia, do Vale dos Reis à propriedade de Tolstoi. Dessa viagem surgiu um livro, uma narrativa que ultrapassa as tradicionais histórias universais, que tendem a centrar-se na Europa e a cingir-se à Grécia e Roma antigas e às velhas monarquias europeias. Neste livro, Andrew Marr alarga o espectro, indo mais além, até às Américas, à África e à Ásia. E, em vez de se centrar num único episódio de um único local, apresenta-nos paralelos e conexões surpreendentes, focando a sua atenção num incidente ou episódio específico para contar a história mais vasta de um continente ou época. Este é também um livro sobre as grandes figuras que mudaram a História e o seu tempo, como Cleópatra, Gengis Khan ou Galileu; e sobre nós, porque, como argumenta o autor, "quanto melhor compreendermos como os governantes se distanciam da realidade, ou porque é que as revoluções produzem ditadores mais vezes do que produzem felicidade, ou porque é que algumas partes do mundo são mais ricas do que outras, mais fácil será entender a nossa própria época". Andrew Marr nasceu em Glasgow em 1959, estudou Língua Inglesa na Universidade de Cambridge e desfruta desde então de uma longa carreira no jornalismo político, trabalhando para o Scotsman, o Independent, o Daily Express e o Observer. Entre 2000 e 2005, foi editor de Política da BBC. Escreveu e apresentou documentários televisivos de História, Ciência e Política, e apresenta o programa semanal Andrew Marr Show nas manhãs de domingo da BBC1 e o programa Start the Week na Radio4. A edição é da Texto, empresa do grupo Leya. Um livro muito interessante e recomendável, sobretudo, para aqueles que querem compreender os movimentos da Humanidade ao longo dos tempos até aos nossos dias.

Sunday, February 15, 2015

Intimidades reflexivas - 182

"As melhores diversões são aquelas que não têm finalidade". - Jacques Chardonne.

Intimidades reflexivas - 181

"Feliz o filho cuja fé na sua mãe nunca é abalada". - Louisa May Alcott.

Saturday, February 14, 2015

Intimidades reflexivas - 180

A Dor da Morte. Que possamos entender que o sentimento do outro é sagrado demais para ser invadido, para ser questionado. Nunca sabemos o tamanho da dor que um coração está suportando. Se não for para estender a mão, permaneça em silêncio.

Intimidades reflexivas - 179

A vida não é medida pelo números de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego, de tanto amor, de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade.

Friday, February 13, 2015

Intimidades reflexivas - 178

Minha vida, minha alma e meus amores. Eu quero sabedoria para arriscar, coragem para me aventurar, esperanças renovadas para sempre continuar. Eu quero brisa leve tocando o meu rosto, quero sorriso enfeitando a face. Eu quero brilho nos olhos refletindo o amor que transborda em meu peito. Quero ter perseverança para nunca parar de sonhar.

Intimidades reflexivas - 177

"Se Deus tinha alguma intenção ao dar-nos um pescoço, era certamente a de que o arriscássemos". - Arthur Koestler.

Thursday, February 12, 2015

Intimidades reflexivas - 176

"Não tenho asas, não podemos voar; mas temos pés para escalar e subir, passo a passo, pouco a pouco, até ao cume da nossa era". - Henry Wadsworth Longfellow.

A Inês economista

Fui surpreendido há minutos com a fantasia da minha afilhada Inês. Neste Carnaval ela teve uma fantasia que nunca tinha visto em crianças tão pequenas. Foi mascarada de estudante universitária, mas não uma estudante qualquer. Foi de estudante de Economia, com as fitas com o seu colorido tradicional vermelho e branco. Foi uma surpresa que me fizeram e que surpresa! O ir de estudante universitária para mim poderá ser um prenúncio do futuro. E como gostaria de ver a minha afilhada a esse nível! E se por acaso viesse a optar por Economia, tanto melhor. Seria a cereja no topo do bolo. Mas por enquanto tudo não passa de fantasia. Talvez um dia possa transformar-se em realidade. E se isso acontecer, gostaria de ainda por cá andar para saborear o seu triunfo. Porque o seu sucesso será sempre o meu sucesso. A sua chama será a minha. A sua felicidade será minha de igual modo. Por ela estou feliz. Tive hoje uma grande surpresa a abrir o dia. Ainda não a digeri na totalidade. Mas que bem que me soube! E que orgulho tive de a passear pela rua até à sua escola. Aqui ficam também os meus agradecimentos aos seus pais e avós, porque deles partiu a surpresa. Nunca me disseram o que era, apenas me pediram que aguardasse. E podem crer que valeu bem a pena. Minha querida Inês a ti desejo sempre tudo do melhor. Que tenhas um feliz e divertido Carnaval, que será um coletar de recordações para o futuro. Quanto a mim, apenas me resta este amor incondicional que te tenho, que me orgulho de partilhar com o mundo. Um amor enorme que vai para lá do... infinito.

O recordar de mais uma efeméride

Passam hoje 27 anos sobre o falecimento do meu Pai, Álvaro Ferreira. Soube da notícia na hora do almoço, quando pensava que até estaria melhor. 27 anos passaram e continua a parecer que foi hoje. A saudade, essa fica para sempre. Não porque tem que ser, mas porque o apelo do sangue assim o exige. 27 anos de ausência. O primeiro do clã familiar a entrar na minha galeria de ausentes, que nunca mais parou de aumentar. Muita água já passou sob as pontes desde então. A memória, essa vai resistindo. Numa vida nem sempre fácil, ele lá foi construindo o seu espaço, dia após dia, com força e determinação. 27 anos passaram e parece que foi hoje. Quantas estórias, quantas memórias, desde esse dia! Hoje quero aqui homenageá-lo trazendo uma foto dos idos de 1962 do século passado. Na força da idade então, aqui o mostro numa foto já amarelecida pelo tempo em Proceres, uma zona de Caracas, quando a Venezuela era bem diferente daquela que é hoje. Estávamos a 11 de Novembro. Uma imagem bem diferente daquelas outras que vos tenho passado nestas efemérides. Aqui mais novo, na pujança da idade e da sua vida. Tempos gloriosos que eram esses. 27 anos volvidos após o seu desaparecimento, apenas a memória resta, bem como estas fotos que vou encontrando no baú de recordações, amarelecidas pelo passar dos anos. Mesmo assim, são memória viva. Aquela única que resta. Lá onde estiveres, que descanses em paz, meu Pai!

Intimidades reflexivas - 175

"Somos vaidosos por natureza e modestos por necessidade". - Pierre Reverdy.

Wednesday, February 11, 2015

Intimidades reflexivas - 174

As Leis Universais são sábias e perfeitas... e além da Sabedoria, agem com Amor!... Fique atento aos sinais que a Vida te envia, e que cabe a você interpretá-los!!

Intimidades reflexivas - 173

Felicidade é poder acordar a cada Dia, e saudar a beleza da Vida... É sorrir e agradecer por estar vivo, cultivando a Alegria, apesar dos problemas... A confiança em você e em DEUS, só fará de você uma pessoa Feliz, hoje e sempre!! Tente ser o melhor quando acordar...agradeça mais uma vez por essa graça de poder sorrir novamente!!!

Tuesday, February 10, 2015

Intimidades reflexivas - 172

Que hoje tudo o que você deseja aconteça, nem muito, nem pouco, mas exatamente do tamanho que te traga sorriso no rosto e que faça o seu coração pulsar mais forte.

Sobre a precariedade da vida

Ontem fui ao funeral duma idosa - já com a veneranda idade de 95 anos - minha vizinha há muitos anos atrás, mas que também há muitos mais, de cá saiu para um lar onde esteve quase um quarto de século (faria 25 anos no próximo mês de Agosto). Pela idade não seria surpreendente a morte, talvez até o fosse mais o manter-se entre os vivos. Mulher que lutou muito pela vida. Ficou viúva aos 45 anos, com três filhos menores. Nunca mais casou. Foi mãe e pai, lutando pela subsistência da sua prole. (Ajudou muitas crianças a nascerem numa altura onde a saúde era muito precária. A qualquer hora do dia ou da noite ela lá ia assistir as parturientes. Não foi mais além apenas porque era analfabeta, numa época em que só iam à escola as pessoas mais abastadas e raramente mulheres). Mas tudo isto poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Mas este féretro despertou em mim uma reflexão que há muito povou-a o meu espírito, quando vou ao cemitério visitar os meus muitos ausentes. É que para além daquela linha do solo, tudo o que está para baixo é igual. Não existem títulos ou benesses que passem para além dela. É provavelmente o único sítio em que todos somos verdadeiramente iguais. (Embora possamos ir embalados em caixas mais ou menos sumptuosas). Esta é uma reflexão que não devemos perder de vista. Sendo certo que, quando saímos desses locais, logo nos esquecemos. Por distração, ou por incómodo, acabamos por varrer estas ideias da mente. Mas a verdade irrefutável da situação permanecerá, queiramos ou não, com toda a sua pujança. Porque para além das dificuldades da vida, - como foi o caso desta senhora -, face à facilidade de outras vidas, que como se não bastasse, ainda olham sobranceiramente para aqueles que menos têm, não passa de atitude vã, sem sentido. Embora cada um de nós cultive o sentimento de imortalidade, mais cedo ou mais tarde, perceberemos que não é bem assim, melhor, que nunca é assim. Daí a inutilidade de tantas lutas, conflitos, insultos, sobranceria. Afinal tudo isso não passa duma terrível ilusão que o tempo se encarregará de nos mostrar. À Dona Maria Rosa - era o nome da senhora que ontem se despediu do mundo - apenas lhe desejo muita paz, lá onde estiver, depois duma vida sofrida e sofredora. Quanto à reflexão que aqui me trouxe, é melhor que a não escondamos debaixo do baú do tempo. Um dia teremos que ir lá buscá-la. Inevitavelmente. Inexoravelmente.

Intimidades reflexivas - 171

Que a gente mantenha um sorriso na boca. E não esmoreça quando a vida fechar uma porta. Que a gente entenda que não dá para abraçar o mundo. Mas dá para abraçar algumas pessoas e fazer a diferença.

Monday, February 09, 2015

O significado dos pequenos gestos

Todos sabem da minha paixão pelas caminhadas matutinas, madrugada adentro, faça chuva ou faça bom tempo, frio ou calor. Para além do exercício físico que é sempre salutar, esta atividade também nos leva a conhecer outros pessoas, gestos e atitudes, que por vezes, estão mais escondidas da luz do dia. Desde logo, a quantidade enorme de gente que procura nos contentores, restos que sirvam para qualquer coisa. Objetos para possível venda ou mesmo restos de comida para mitigar a fome, sobretudo, junto dos contentores dos super e hipermercados. Coisas que se fazem pela calada da noite, longe de olhares curiosos, porque a vergonha existe e, mesmo com fome, há que preservar o mínimo de dignidade. Este é bem o espelho do Portugal que hoje somos, apesar do que os políticos verborreiam por aí. Mas hoje, quero aqui trazer, e de certo modo homenagear, um casal com quem me cruzo madrugada dentro quase todos os dias. Pelo trajar vê-se que é gente muito modesta, profundamente carenciada. Ela mais ativa. Ele um pouco deficiente. Também vasculham nos contentores como tantos outros em busca da sua sobrevivência. Contudo, no seu muito velho carrinho de compras onde vão recolhendo o que lhes mais chama a atenção, levam sempre alguma parca comida para distribuir àqueles que, como eles, são desafortunados da vida. Talvez ainda vivendo em piores condições do que eles mesmos. Assim, há sempre algo que se deixa àquele cachorro abandonado que logo aparece quando os pressente na tentativa de mitigar a fome. Quando o dia vai clareando, há sempre algumas migalhas para os pássaros que os rodeiam em frenesim. Um dia não resisti à tentação de os interpelar. A princípio a medo e envergonhados, depois mais soltos, lá me foram contando o seu infortúnio, mas também a alegria que sentem ao ajudarem alguns animais e aves que necessitarão tanto ou mais do que eles. Da vergonha de andar a vasculhar contentores, surge a felicidade que transportam dentro de si, por esse sentimento nobre de partilha com quem tem menos, sejam o próximo, ou um animal, ou uma ave. Depois desse primeiro contacto, cruzo-me com eles quase diariamente. Continuo a vê-los na sua busca sem fim dos contentores, mas também espalhando felicidade aos animais que com eles se cruzam, ou com as aves que os interpelam do alto quando o dia vai abrindo. E é ver a felicidade com que têm estes pequenos, diria, grandes gestos. Normalmente é desta gente simples que partem gestos mais significativos a que outros, como nós, por vezes não damos valor. É com quem tem menos que por vezes temos que humildemente aprender esta e outras lições de vida. Agora que me conhecem, que já trocaram desabafos comigo, é com um sorriso alegre e feliz que me saúdam à passagem. Um gesto de respeito mas sobretudo de cumplicidade. Sabem como os aprecio. Sabem como entendo esta relação que deve existir entre o humano e os outros seres. No fundo eles sentem que no rasgar da madrugada há mais um que os compreende, se solidariza com eles. Não os exclui. Não se afasta com repulsa. Mas alguém próximo e solidário. Poderão não usar perfume Chanel. Poderão não vestir as grandes marcas da moda. Mas têm um enorme coração que deveria ser exemplo para muitos, que embora cheios de bens materiais, de cima da sua costumeira arrogância, não se lhes conseguem igualar. Por esta gente simples está muito acima deles, simplesmente porque entendeu o significado da palavra humanidade. Bem hajam pelo bem que proporcionais a tantos outros. Que a fortuna vos proteja porque bem a mereceis.

Intimidades reflexivas - 170

“A vida é aquilo que acontece quando fazemos planos.” - John Lennon.

Sunday, February 08, 2015

Intimidades reflexivas - 169

"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina." - Cora Coralina.

Intimidades reflexivas - 168


"A competência de pouco serve sem oportunidades." - Napoleão Bonaparte.

Saturday, February 07, 2015

Intimidades reflexivas - 167

"Sê sempre simpático para os outros quando estiveres a subir na vida; vais voltar a encontrá-los todos quando estiveres a descer." - Wilson Mizner.

A Europa e a poesia - Konstantínos Kaváfis

Muito se tem falado da Grécia nos últimos tempos e nem sempre pelas melhores razões. O país que nos deu a democracia, tem vindo a sofrer muito às mãos dos restantes parceiros europeus. Claro que nem tudo é culpa dos outros países, mas também a eles cabe uma boa cota aprte da situação. Por isso, resolvi trazer aqui um dos grandes poetas helénicos contemporâneos, Konstantínos Kaváfis, - no alfabeto grego Κωνσταντίνος Πέτρου Καβάφης, - que nasceu a 29 de Abril de 1863 em Alexandria (no Egito) e viria a falecer na mesma cidade, curiosamente também num dia 29 de Abril mas do ano 1933. Ainda que tivesse nascido em terras egípcias, Kavafis era grego, pois pertencia a numerosa colónia helénica que floresceu nessa cidade mediterrâneaKaváfis é geralmente considerado o maior nome da poesia em idioma grego moderno. Por vezes, o seu nome aparece creditado como Constantine P. Cavafy. Na sua poesia, 154 poemas reelaborados durante a vida inteira, unia citações eruditas à fala cotidiana. Para ilustrar a sua obra, foi buscar um poema que pode ter muito de atual, sobretudo, face ao que está a acontecer na Grécia, cham-se "À espera dos bárbaros" que podem ver em https://www.youtube.com/watch?v=wAL_yY49Z1o . Uma espécie de alegoria e uma homenagem a esse grande país, a Grécia, a quem devemos tanto da nossa identidade europeia. A descobrir com muita urgência. 

Intimidades reflexivas - 166

“É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque uma não foi atendida, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura deitar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.” - Autor desconhecido.

Intimidades reflexivas - 165

Desde há muito que percebi e interiorizei que só me tenho a mim e só posso contar comigo. Ainda assim, aconteça o que acontecer, sonharei até que o meu coração pare, lutarei até que a minha força acabe, amarei até que a eternidade me detenha!!! E ainda que a dor e a tristeza me sufoquem o peito e me dilacerem a alma, jamais negarei um sorriso à vida e a quem encontrar no meu caminho!

Friday, February 06, 2015

A problemática da saúde face ao SNS

Temos assistido nos últimos dias à polémica em torno dos tratamentos da Hepatite C. E penso que estaremos de acordo na forma chocante com que as pessoas são reduzidas a números. Sei que o ministro da saúde é economista, e sei também que os economistas têm alguma dificuldade de se afastarem dos números e das estatísticas, mesmo quando estão pessoas por trás. Afinal sou da profissão e sofrerei do mesmo mal, embora tente contrariar essa visão estreita das coisas. Mas isso leva-nos a um outro tipo de reflexão que é a do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS) que já foi considerado um dos melhores do mundo e que agora passa por tão terrível provação. (Não esquecer que países como os EUA tentaram copiá-lo para o seu modelo de saúde que não contempla um apoio aos mais desfavorecidos como é sabido). Tudo isto feito em nome duma redução de custos que põe em causa a sua manutenção, bem como, a sangria dos seus profissionais que optam pelos sistemas privados ou até pela emigração. Aquele que foi uma das maiores bandeiras da nossa democracia está de facto doente, - e veremos se não em fase terminal -, a ser engolido pelos privados. Como há dias alguém dizia, "ou se tem dinheiro para se ir tratar nos privados ou se morre". Já foi assim em Portugal, e lembro-me bem disso. O que nunca esperei foi voltar a ver essa situação repetida de novo no meu país. Tudo em nome dum equilíbrio de finanças públicas que não é visível, onde só a propaganda governamental consegue vislumbrar algo de benéfico. A frieza com que se tratam assuntos deste jaez não pode deixar de nos preocupar a todos. Porque para além dos défices, da dívida, do euro, da crise, há uma realidade superior que se prende com a saúde de todos nós. Esta situação é bem o espelho do país que somos por contraste ao país que fomos. Sobretudo quando se fala, ainda como auto-elogio, a ir-se para além da "troika". Se existe dinheiro para manter a pesada máquina do Estado, onde o falar de "corte de gorduras" significa uma heresia - apenas o não é em período eleitoral -, parece ser mais fácil cortar a esmo. De que a saúde é apenas uma parte. Há medida que a população envelhece, os doentes tenderão a aumentar, o que significa que cada vez mais será precisa uma resposta eficaz do SNS. Não é isso que está a acontecer, nem parece que seja isso que irá acontecer no futuro. A exemplo das farmacêuticas que praticam preços de medicamentos com muitos milhares por cento de lucro sobre alguns deles, seremos confrontados com um SNS com cada vez menos capacidade de resposta. Está criado um caldeirão de interesses que não se sabe onde vai parar. O governo diz que está a negociar com os laboratórios, mas entretanto, tem que ter um plano B para aplicar aos doentes enquanto as negociações não terminam. (E não a infeliz frase do primeiro-ministro que acha que não se deve comprar medicamentos a "custe o que custar", é o mesmo que já ache bem a austeridade a "custe o que custar"). Porque se não for assim, então o SNS estará ferido de morte. A saúde, a par da educação, são bem o espelho dum país. E o que se vê, parece que este espelho é bem baço em risco de se quebrar. Enquanto alinhava estas linhas, veio a informação de que o governo chegou finalmente a acordo com as farmacêuticas. Quarenta e oito horas depois do apelo dramático dum doente que não queria morrer, com laivos até de ameaça ao ministro. Não sei se isso funcionou para se desbloquear a situação. Mas não deixa de ser estranho que se tenha chegado a acordo tão rapidamente depois de mais de um ano em negociações. Se isso pesou na balança então é caso para dizer que Portugal está de facto doente e sem cura à vista.

Intimidades reflexivas - 164

"Às vezes, quando você perde o seu caminho, encontra-se a si mesmo." Coração apertado mas às vezes temos que sair de cena para pensar e repensar espero estar a  fazer o melhor estou a tentar me encontrar!!!

Thursday, February 05, 2015

Intimidades reflexivas - 163

O coração fala de dores, amores, saudades... O coração tem memória e abraça as que ama. Eu, tenho dentro de mim um universo de sonhos e um coração disposto... Por mais que às vezes a vida me entristeça, tenho fé de dias melhores, de sorrisos na alma e de novas canções. Expectativas eu não crio... Ouço a brisa, caminho nas nuvens e sigo a voz que pulsa !!!!

Intimidades reflexivas - 162

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". - Livro dos Conselhos.

A Europa e a poesia - Alexander Pope

Volto à sempre cativante poesia inglesa, desta feita com Alexander Pope que nasceu a 21 de Maio de 1688 em Londres e viria a falecer em Twickenham, - que nos nossos dias faz parte também da grande Londres -, a 30 de Maio de 1744. É considerado um dos maiores poetas ingleses do século XVIII. A sua educação foi um tanto marginalizada por ser oriundo duma família católica, coisa que a velha Albion protestante não poderia aceitar. Mas apesar desta limitação, Pope viria a instruir-se com grande esmero e qualidade. Das suas obras mais famosas conta-se o "Essay on Criticism" (Ensaio sobre a crítica) que compôs aos vinte e três anos, o "Essay on Man" (Ensaio sobre o Homem) (1733—34), a sátira "Dunciad" ou o "The Rape of the Lock" (O rapto da Madeixa) uma crítica à corta britânica da época. Para ilustrar a sua excelente poesia trago-vos a "Ode on Solitude" que podem escutar em https://www.youtube.com/watch?v=_r0jXDEDql0 . Para além da excelente qualidade poética, é percetível a musicalidade das frases muito ao jeito de Pope. Um poeta a ler com profundidade e afinco.

Intimidades reflexivas - 161

VIDA, essa admirável roda gigante, que ora você está em cima, ora está em baixo. Ora você conhece quem senta ao lado, ora não. Ora você tem medo, ora não. VIDA, esse eterno movimento de dias sim, dias não. Eterno movimento dinâmico, nunca estático. Por favor, rode mais devagar, às vezes eu preciso!

Wednesday, February 04, 2015

Um belo começo de dia

Seis da manhã. Três graus de temperatura ou talvez menos. Um frio fino que parece trespassar a roupa. Perfurar os ossos. Um friozinho bom como gosto de lhe chamar. A negritude da noite é quebrada pelo luar intenso duma lua cheia brilhante que parece indicar o caminho. Baixa parecendo querer tocar-nos. A estrela polar lá está no firmamento cintilante como nunca neste ar rarefeito. Uma película de gelo cobre os carros estacionados, os campos em redor. Nem vivalma. Apenas o latido de cães ao longe. Um gato atravessa-se no caminho escapulindo-se apressadamente. Ninguém parece querer enfrentar o frio anunciado. Nem carros se vêem a passar. Tanto melhor. Tenho a rua só para mim. Auscultadores colados aos ouvidos com aquela música clássica que me inebria e me ajuda no meu percurso. Dez longos quilómetros me esperam desta caminha habitual. Para manter a forma, mas também para sentir o pulsar da vida que daqui a pouco se fará sentir. Como é bom ver nascer o dia. Primeiro lentamente como a medo. Depois mais esplendoroso para iluminar mais uma jornada. Que felicidade é esta que sinto ao ver raiar um novo dia. Mas aqui vou eu cortando o frio que quase não sinto. Daqui a pouco até o desejo porque o corpo começa a aquecer pelo esforço despendido. Aqui vou eu rápido, calcorreando estradas e caminhos na expetativa do prémio que receberei à chegada. Uma hora e dez minutos depois, um pouco mais fatigado, já sem frio, espero ansiosamente pela minha recompensa. Ela não será seguramente nenhuma medalha, mas algo de mais precioso. É a minha querida afilhada que em breve irromperá pela minha casa dentro na sua gritaria habitual, com o seu sorriso franco e leal porque inocente, que vem saudar os seus padrinhos. Com a sua algaraviada costumeira, com as suas correrias, com as suas traquinices, com o seu frenesim como se o mundo acabasse ali, aqui está a minha bela Inês. É como um sol quente e luminoso mesmo que esteja o céu carregado de núvens. A sua alegria contagia. Vai brincando connosco até à altura em que vou levá-la à escola. E assim começa este dia. Um belo começo de dia. Mais um dos últimos da minha vida. Com a felicidade de ver nascer mais este. Com a alegria de sentir a felicidade duma criança. Que mais se pode desejar? Tudo o resto são minudências, espuma que o dia nos deixa, que não a felicidade. Plena e profunda de se estar e sentir vivo.