Thursday, November 30, 2017
Wednesday, November 29, 2017
O que resta neste abrigo
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Críticos, eu vos respondo!...
Nas últimas vinte e quatro horas muitos foram os comentários em torno do resgate e adoção do Repinhas. E não deixa de ser curioso. A maioria das críticas vieram por mensagem privada. Bem que poderiam, - e até deveriam -, tê-las feito publicamente. Porque eu não ando escondido atrás de nenhum arbusto, nem de símbolos (por vezes, ridículos) nas redes sociais, apenas e só para esconder a minha identidade. Sou quem sou, ando nisto há muitos anos e não recebo lições de ninguém. (Apenas as de quem tem obras maiores para apresentar, e a esses, curvo-me respeitosamente). Mas a sina lusa é mesmo esta, todos somos treinadores de bancada, mesmo não sabendo dar um pontapé numa bola. A adoção do Repinhas era algo por que lutei durante anos, bem como, pela sua família. Alguns foram adotados, outros morreram, outros nem sei o que lhes aconteceu, simplesmente, desapareceram. O Repinhas foi resistindo. É um sobrevivente. Mas quando no verão passado vi que estava na iminência de ir para o canil, fiquei muito preocupado. Mas não vi grande coisa. Para além dumas páginas de apoio, de uns NIB's - sempre os NIB's! -, o resto continuou igual. Muita parra para tão pouca uva. Até que, depois de durante anos andar a tentar a adoção, eis que uma Amiga - com letra maiúscula porque o merece - apareceu para ajudar. Se querem um culpado, pois esse aqui está a responder-vos. Fui eu que tentei e consegui resolver este problema que me angustiava. Se querem saber quem me estendeu a mão para me ajudar, pois essa pessoa dá pelo nome Margarida Ferreira e, é detentora duma obra em prol dos animais que fariam corar de vergonha, muitos destes 'críticos' de redes sociais. Confio plenamente na Margarida, - e quero aqui deixar isso bem claro -, por isso aceitei a sua ajuda. Sei que o Repinhas sobreviverá que se adaptará como o fez ao longo dos anos e nas situações mais extremas. Vi o Repinhas - e a sua família - cobertos de geada em pleno inverno. (Fui eu que lhes limpei, muitas vezes, as costas cobertas de gelo quando eles, juntos uns dos outros, tiritavam de frio). Vi rastos de sangue quando alguns energúmenos faziam desporto com os carros a ver quem esmagava mais bebés desta matilha. Vi até a mãe do Repinhas ter sido queimada por gente sem escrúpulos. Vi a maneira como ela deixava que a tratassem e a sua doçura e agradecimento. Vi comida estragada apenas por maldade, vi fezes humanas nos alimentos e na água que deixava, vi os abrigos serem destruídos, vi a comida que levava ser roubada antes que eles a comessem. Vi animais sacrificados em rituais que não representam mais do que a ignorância em que alguns seres dito humanos persistem em continuar a viver. Vi muito, e muitas vezes não consegui segurar as lágrimas por ver tanta maldade e eu me sentir impotente para modificar o rumo das coisas. Vi demais para ficar indiferente e calado perante alguns que nem sabem do que falam para além do computador onde vomitam a sua bílis. Vi demais, e por isso tentei arranjar uma solução. E ela aí está. Se alguém está a sofrer com a ausência do Repinhas sou eu, que o vi nascer e o acompanhei todos estes anos. Porque ele foi sempre um grande amigo meu. Sempre me esperava, todos os dias que lhe ia levar de comer, e logo saltava o muro para vir ter comigo. Para comer, às vezes, mas sobretudo, para me saudar. Ele vinha comer à minha mão, e quando se tem amigos assim, não precisamos de mais nada. Mas, por outro lado, estou feliz, porque estou certo que fiz o que devia fazer, e lhe estou a dar uma oportunidade dum resto de vida digno, coisa que ele não teria se assim não fosse. Contudo, há quem se arrogue o direito de ser 'crítico', curiosamente, alguns que durante demasiado tempo, clamavam por uma solução para o Repinhas. Hoje gritam o seu contrário, como virgens ofendidas em bordel. Mas os 'críticos' podem sempre ter o seu minuto de glória. Até vos faço um desafio. No abrigo existe uma gata que por lá apareceu há já algum tempo. Essa gata já foi castrada pela Paula Maia e devolvida ao local. Aqui têm uma oportunidade de passarem da vossa verborreia a ações concretas. Desafio-vos a encontrar uma solução para aquela pobre infeliz. Agora só ela anda por lá. Talvez fosse tempo de pôr um fim a esta situação. E, para aqueles que criticam seria uma boa oportunidade de me ensinarem como se faz, já que sou tão canhestro nestas coisas. Fica aqui o desafio. Quero ver quem vem a terreiro mostrar o que vale. Porque se isso não acontecer, pois podem clamar porque não sóis merecedores do respeito de quem, eventualmente, ainda tenha paciência para vos escutar que não eu, seguramente.
P.S.: A imagem que deixo representa o conjunto de vários dos últimos animais desta matilha. Muitos outros por lá passaram. Infelizmente não tiveram a sorte de se cruzarem com nenhum destes 'críticos', por isso, a sua vida nunca mudou.
O fim da matilha de Rio Tinto
Finalmente! A matilha de Rio Tinto chegou ao fim. Conheci esta matilha vai para 17 anos quando trabalhava nesse local. Foi-me pedido por duas colaboradores da empresa que então iam embora, para continuar o seu legado de alimentar os cães errantes que por lá andavam. Assumi o encargo com gosto. E durante estes últimos 17 anos fui-me ocupando deles. Em determinada altura chegaram a ser cerca de três dezenas. As ninhadas repetiam-se e o controle era difícil. E eu estava completamente sozinho. Há cerca de 8 anos, e por insistência de amigos, abri um espaço no Facebook com o intuito de publicitar a matilha. Mas não aconteceu nada. E o que aconteceu não me agradou. A breve trecho me vi enredado em conluios, que não são a minha maneira de estar, e que me começaram a incomodar. Mas continuei. Porque o compromisso assumido falava mais alto e o bem estar possível dos animais ainda mais. Também tentei aprender com esta nova 'experiência' de quem poderia saber mais do que eu. Mas em breve percebi que não seria fácil. Aprendi uma coisa que me ficará para a vida. É que há os 'amigos dos animais' e há os 'amigos dos NIB's'. Houve até quem me dissesse que o importante era 'colocar apelos dramáticos e um NIB que o dinheiro logo ia pingar' (sic). E por mais que me custe, parece que é mesmo assim. (Por mais que torturem as palavras e/ou as frases elas dirão sempre o mesmo. Porque esta é a triste realidade por vezes travestida de piedade onde não há lugar para ela). Nunca aderi a NIB's, nem nunca pedi nada a ninguém. E tive essa possibilidade porque tive ofertas de muita gente em Portugal e muita gente do estrangeiro. (Aqui queria deixar um profundo agradecimento à Ing-Britt Henriken - e nela personificar todos os outros que aqui não cito - que da Suécia muitas vezes me incentivou a aceitar os seus donativos. Também não quero, nem posso, esquecer aqueles que por cá, se me juntaram e fizeram caminho nestes últimos anos, caso do Bruno Alves Ferreira e da Paula Maia, não esquecendo outros antigos colegas de trabalho que tentaram, dentro do que podiam, ajudar esta matilha ao longo dos anos). Nunca aceitei esse dinheiro que vinha. Porque sempre achei que fazer caridade com dinheiro alheio e vangloriar-me da 'obra feita' era demasiado pobre e redutor para a minha mentalidade. (Embora compreenda quem o faça, sobretudo, aqueles que têm à sua guarda um número elevado de animais. Mas só em situações dessas. Extremas). E por lá andei. Cruzando a noite muitas vezes, debaixo de chuva intensa, temporais enormes, trovoadas assustadoras, a tentar ajudar esse pobres animais. No caminho ainda distribuía apoio a outros, - quais companheiros de infortúnio -, que comigo se cruzavam. Durante estes 17 anos vi muita coisa quase sempre desagradável. Vi o ser humano no seu pior. Desumanizado, brutalizado, sem piedade para com os que não têm voz. Vi demasiado para não ter ficado indiferente. Passado este tempo, seguramente que não sou o mesmo homem. Mas penso que serei um homem melhor. Porque a piedade pelo outro - mesmo e, acima de tudo, sendo o outro um animal indefeso - molda muito do nosso coração, do nosso caráter. Vi cães que foram 'adotados' - nem sempre bem -, vi animais que foram sacrificados - muitos e de forma sádica -, vi animais que desapareceram sem deixar rasto - ainda hoje sem saber se estão em sofrimento ou não. Isto tudo não deixa um homem indiferente. De todo. O Repinhas era um membro desse grupo. Agora adotado era o último abencerragem da matilha. Finalmente está em segurança com a expectativa de ter um final de vida digno. Vi-o nascer. Acompanhei-o sempre. Nunca o pude adotar dado o número de cães que tinha. Tentei sempre ajudá-lo a encontrar uma família, mas em vão. Mas nunca desisti. Silenciosamente fui tentando. Já não acreditava no Facebook, - espaço mais de interesses, nem sempre nobres, na ajuda a animais -, mas continuei. E, curiosamente, acabou por ser no Facebook que encontrei a resposta. A vida por vezes tem destas ironias. Porque há anjos que andam por aí. E eu há muito que tenho um que admiro sobremaneira. Trata-se duma grande amiga, bragantina de nascimento, de seu nome Margarida Ferreira. A Margarida é um exemplo que muitos 'amigos dos animais' deveriam seguir. A sua obra é avassaladora ao ponto de despertar a curiosidade dos media. De jornais regionais, a jornais nacionais, até às televisões, ninguém ficou indiferente à obra desta grande Mulher. (E não pensem que estou a dizer isto apenas pela situação do Repinhas. Muitos de vós sabem - e a própria Margarida o sabe - que muitas vezes neste e noutros espaços lhe teci grandes elogios. Sinceros, do coração. Porque há seres que pela sua dimensão estão muito acima dos demais. A Margarida é uma dessas pessoas). A Margarida vinha seguindo à muito as mensagens que aqui colocava. Foi percebendo o meu problema e a maneira sofrida como eu tentava encontrar uma solução que tardava em aparecer. Até que, face à radicalização da situação do Repinhas, a Margarida apareceu decidida. Trocamos mensagens. Conversamos sobre a situação. E, tal como eu, o seu coração também foi tocado. Hoje o Repinhas está em Bragança ao seu cuidado, indo depois para a quinta de uma sua amiga onde ele acabará os seus dias, com espaço, liberdade e, sobretudo, dignidade. (Tal como a própria Margarida me assegurou). Aquela que nunca teve, que sempre lhe foi negada e que agora adquiriu. Quero aqui deixar um forte e público agradecimento à Margarida. Porque ela é uma das melhores dentre nós, que apoiamos a causa animal. Ela merece todo o nosso apoio. O nosso carinho. A nossa solidariedade. A Margarida é um exemplo, quando neste meio, tão maus exemplos se vêem. E assim, pela mão da Margarida, chega ao fim a chamada matilha de Rio Tinto. E da melhor maneira. Porque um anjo (animal) encontrou outro (humano) e quando assim é, o Paraíso deve alegrar-se e tocar trombetas. Parafraseando Sheakspeare: 'All's Well That Ends Well'. Quanto a mim, continuarei por aí a tentar cuidar destes pobres infelizes. Silenciosamente. Longe dos palcos de que não necessito. Porque quero apenas o bem dos animais e não uma auto promoção pessoal. Não preciso dela, definitivamente. Há sempre um verso em branco para completar um poema. E é esse verso que quero escrever. Eu. Só eu. Sem intermediários de nenhuma espécie.
P.S.: Deixo-vos aqui a última foto que tirei ao Repinhas no passado domingo, dia 26 do corrente. ele sempre me esperava e, era na rua, que o alimentava porque já à muito que raramente ia ao abrigo.
P.S.: Deixo-vos aqui a última foto que tirei ao Repinhas no passado domingo, dia 26 do corrente. ele sempre me esperava e, era na rua, que o alimentava porque já à muito que raramente ia ao abrigo.
Tuesday, November 28, 2017
O Repinhas foi capturado!...
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Monday, November 27, 2017
Sunday, November 26, 2017
Memórias natalícias - IV
Resolvi partilhar uma pequena estória com o presépio que hoje vos trago. Este é bastante mais recente. Era eu então um jovem estudante do ensino preparatório (tinha 10 anos nesta altura) quando nas aulas de trabalhos manuais - como então se chamavam - foi-nos dado um tema para fazer uma peça para o Natal. Era um presépio o objeto do tema. (Quero aqui confessar a minha incapacidade de fazer algo com as mãos. Já nessa época, era visível que o intelecto seria a opção clara da minha vida). Mas, tal como os outros alunos, tinha que fazer o tal presépio. Como fazer? Era a pergunta mais óbvio e que me trazia angustiado. Falei em casa sobre o assunto, e logo a minha mãe me tentou ajudar, indo buscar inspiração para as figuras que compõem o mesmo, num postal natalício que por lá tinha chegado. Foi ela que desenhou as figuras embora no desenho eu me desembaraçasse bem. Mas o pior estava para vir. Era transformar aquilo em peças. Eu bem que levei os desenhos para a escola, lá os foi desenhando em madeira, mas o passo seguinte estava a ser de difícil desfecho para não dizer mesmo... trágico! Sem que ninguém se apercebesse, lá fui trazendo para casa aquilo que fazia na escola, (sempre às escondidas porque não era permitido fazê-lo), e de cada vez que os trazia, o meu avô materno e padrinho deitava as mãos à cabeça. Sempre com aquele sentido de me ajudar que sempre teve até ao fim dos seus dias, o meu avô lá me ia ajudando, ou melhor, era ele que ia fazendo, à que dizer a verdade. Não tão perfeito quanto ele gostaria, mas sempre tendo em conta que dada a minha falta de habilidade para tais tarefas, seria difícil apresentar na escola algo que seria logo detetado como não sendo feito por mim. Um belo dia lá foi buscar umas placas de cortiça que existiam num campo perto da casa onde então vivia, para a gruta. Já tinha, entretanto, feito um estrado a preceito. Depois foi a manjedoura e as restantes peças, numa disposição idêntica ao do famoso postal donde tinham sido retiradas. (Quero aqui assinalar, porque não é bem visível na foto, que até palha na manjedoura existe, cozida com uma linha para não se soltar. A que está lá é original e lá permanece à cinco décadas). E assim lá cumpri a tarefa escolar, sem que alguns alunos dissessem que não era da minha autoria. O que até era verdade, mas que me deixava irritado. Afinal alunos queixinhas sempre existiram. Essa peça no fim do ano letivo veio para casa e ainda no verso se identifica o número que tinha na escola, o 18, e a turma, a 4ª turma do 2º ano. (O equivalente ao atual 6º ano). E aqui fica mais uma estória dum Natal já com muitos anos passados. Esta peça continua a ser exposta no Natal em minha casa como símbolo do sacrifício dum aluno desajeitado, mas também, como a homenagem a quem tornou possível a superação da dificuldade com que me deparei nesse tempo.
Havia comida!...
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Saturday, November 25, 2017
Ainda havia comida!...
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Memórias natalícias - III
Friday, November 24, 2017
Memórias natalícias - II
Thursday, November 23, 2017
Memórias natalícias - I
Wednesday, November 22, 2017
O prémio de consolação dos 'pequeninos'
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Tuesday, November 21, 2017
Monday, November 20, 2017
No 15º aniversário do Nicolau
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Feliz aniversário, Nicolau. Hoje celebras o teu 15º aniversário. Que ainda permaneças connosco mais algum tempo é o que te desejamos. Porque muito te amamos. Parabéns, Nicolau!...
...
Happy birthday, Nicholas. You're celebrating your 15th anniversary today. We wish you a good life and we hope you still remain with us a little bit more time. Because we love you so much. Congratulations, Nicholas! ...
Feliz aniversário, Nicolau!
A data de nascimento do Nicolau é incerta porque foi abandonado ainda muito bebé à minha porta. Mas segundo a veterinária hoje seria o dia do seu aniversário. (Mais dia, menos dia, obviamente!) Passadas mais umas semanas, seria abandonado numa tempestuosa véspera de Natal. Chorou toda a noite. Nunca pensei que fosse um abandono. De madrugada decide vir ver o que se passava e ele lá estava. Debaixo dum automóvel estacionado à minha porta completamente encharcado e a tiritar de frio. Cabia-me na palma da mão. Levei-o para casa e logo tomou o seu primeiro banho quente e a sua primeira refeição. Logo ali mostrou que banhos não eram a coisa que mais gostava. Depois adormeceu na alcofa da sua mãe adotiva que logo, - e com todo o carinho -, o acolheu. E assim foi até à hora da sua morte. Por onde o Nicolau passava, todos se encantavam com ele. Era um belo animal e ainda me recordo de um dia na clínica onde foi para vacinação, um casal já entrado em anos, nos ter contactado para ficar com ele porque tinham perdido o seu companheiro à pouco tempo. Mas o Nicolau não podia ser de mais ninguém. E assim ele foi crescendo e tornando-se cada vez mais forte. Era um cão verdadeiramente imponente duma força enorme. Hoje já velho e doente, ainda continua, aqui e ali, a ter algumas reações a coisas que não lhe agradam. Mas o seu vigor já se foi apesar da muita força que ainda tem. Contudo, continua a ser um companheiro de vida que vai preenchendo os espaços cá em casa. Apesar de no verão passado estar perto de partir, - foi vítima dum AVC para além de outras enfermidades - o Nicolau com a sua habitual força e determinação - com uma incrível vontade de viver - lutou e lutou. Chegou a estar completamente paralisado, mas sempre foi lutando. Sempre acreditando que poderia ser diferente. E foi. O Nicolau recuperou! Hoje faz a sua vida quase normal. É autónomo embora com limitações. Mas os anos passam e muitos já são os que ele conta. Celebra neste dia (estimado) o seu 15º aniversário. É já uma idade apreciável para um cão desta raça. Mas ele ainda conseguiu celebrar o dia. Com a sua força e determinação, o Nicolau vai mostrando que é preciso acreditar, mesmo que seja nos impossíveis. Estes só existem para quem não ousa. E o Nicolau ousou. Apesar das sequelas com que ficou depois da sua enfermidade, o Nicolau lá continua com as suas rotinas de sempre. Pegado aos seus donos e com o seu proverbial mau feitio que sempre o acompanhou. Mas muito agradecido. A quem ele viu pela primeira vez depois da sua provação e a quem se dedicou como a um igual. O Nicolau é uma espécie de sombra que está onde nós estamos. Mais sereno, mais dorminhoco, mas cansado. Afinal os anos que ele carrega às costas já são demasiados. Desejámos-te que ainda dures mais algum tempo. Afinal és o nosso companheiro nestes últimos anos e o derradeiro. Tudo fizemos para que sejas o mais feliz possível. E estou certo que o tens sido. E assim continuará até que atravesses a ponte do arco íris. Até lá que continues a ser assim mesmo, porque é assim, que muito te amamos. Feliz aniversário, Nicolau!
Sunday, November 19, 2017
Roubaram a comida outra vez!...
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À memória de um ser vivo
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Saturday, November 18, 2017
Nada de novo!...
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Friday, November 17, 2017
Thursday, November 16, 2017
Wednesday, November 15, 2017
Tuesday, November 14, 2017
"In Excelsis Deo" - Jordi Savall
Resolvi trazer-vos uma recente gravação de elevadíssima qualidade. Trata-se de "In Excelsis Deo" da autoria do compositor catalão Jordi Savall que dirige a La Capella Reial de Catalunya e o Le Concert des Nations. Jordi Savall já há muito que nos habituou a obras de grande fôlego e de elevada qualidade preenchendo um dos períodos mais importantes - e que mais gosto - como é o Barroco. Foi assim com a história do Caterismo e do seu trágico fim; foi assim com a história da escravatura, em que retrata com muita pujança o período mais negro da Humanidade; e, assim por diante, numa série de obras que ficarão para a História da Música. Mas concentre-mo-nos na obra que aqui quero apresentar. "In Excelsis Deo" decorre no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, nessa altura o dever de qualquer compositor era comemorar não só a grandeza de uma deidade em peças religiosas, mas também o poder de seus patrocinadores. Jordi Savall convida-nos a reviver a criação de duas obras-primas deslumbrantes de música policarral: a 'Missa Scala Aretina' de Francesc Valls (uma das últimas peças para fazer referência a Guido do famoso hexachord de Arezzo) e a 'Missa para 2 Corus e Orquestras' de Henry Desmarest. A superfície da música é imediatamente envolvente: é uma mistura sedutora antiga e nova, cheia de incidência, com coro, solistas e peças para cordas e trompete. Jordi Savall e seus conjuntos prestam homenagem a estas obras-primas. Mas a obra não se fica por aqui. Dedica também um conjunto de peças anónimas que foram tratadas pelo próprio Jordi Savall em torno da Guerra da Sucessão na Catalunha. Esta região de Espanha que tem andado a ser muito falada ultimamente, também tem as suas canções e hinos duma Catalunha que pretende ser livre da tutela espanhola. Já nessa altura essa pretensão independentista existia - aliás, o próprio Jordi Savall não esconde o seu pendor a favor da independência da Catalunha - e as suas expressões artísticas e musicais já se faziam sentir. Chamo a vossa especial atenção para a última dessas canções de título 'Catalunya en altre temps' (Plainte) em que o grito de revolta e de inconformismo por uma Catalunha ocupada é por demais evidente. Com muitos séculos de premeio, parece que afinal as coisas não mudaram assim tanto. A apresentação gráfica é excelente como sempre, e o duplo CD é acompanhado por um 'booklet' muito pormenorizado - em várias línguas - que para além dos textos das canções, faz o enquadramento histórico deste período. A gravação é da Alia Vox com compatibilidade 2SACDs que permite uma audição mais límpida e de maior envolvência quando escutada em sistema de 'dolby surround sound'. Um registo fantástico a merecer a vossa especial atenção. De novo aqui deixo a proposta com a indicação dum excelente presente natalício que encherá de alegria aos apreciadores da música de alta qualidade, especialmente, os que são apreciadores do período Barroco, porventura, um dos mais interessantes da História da Música ocidental.
Monday, November 13, 2017
"Symphonic Adiemus" - Karl Jenkins
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Em dia de aniversário
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Sunday, November 12, 2017
O que mais assusta os mais novos!...
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Hoje foi diferente!...
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A lenda de São Martinho
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Saturday, November 11, 2017
Nada de novo!...
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Friday, November 10, 2017
Thursday, November 09, 2017
Wednesday, November 08, 2017
Um apelo renovado
Intimidades reflexivas - 1125
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Tuesday, November 07, 2017
No centenário da Revolução Russa
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Intimidades reflexivas - 1124
Monday, November 06, 2017
Intimidades reflexivas - 1123
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